terça-feira, 22 de abril de 2014

OS INSONDÁVEIS MISTÉRIOS DA VIDA E DOS AFETOS

Hoje de manhã recebi uma chamada a cobrar ao meu celular 055 , que só uso  quando vou para a estância. Já estando em P. Alegre e não tendo o número cadastrado, estranhei mas atendi.
- sr. Ruy?  aqui é Fulana, não sei se o senhor se recorda de nós, eu sou a esposa do Fulano, de Santiago.
Sim, me recordei.
Cerca de dez anos atrás decidi  comprar uma casa em construção, só para investimento. Não é aquela maravilhosa que eu tinha , morei, mas já vendi.
Bueno, contratei o sr. Darci, vamos chama-lo assim, para terminar dita casa. era um pedreiro de mão cheia. Durante a construção eu ia lá e charlávamos muito, eu gostava de conversar com ele. Ele terminou a casa, lhe paguei, falamos mais umas vezes, até fui visita-lo quando ele ficou meio doente. Mas depois, nunca mais.
- pois é, seu Ruy, prosseguiu a senhora. Eu passei 90 dias com o Darci em Santa Maria e agora ele pediu para voltar para casa e os médicos disseram que tudo bem, que era melhor mesmo.
Mas olha só, seu Ruy, ele quer ver o senhor de novo... sabemos que o sr. é ocupado...
Pedi para ela encostar o celular no ouvido do Darci e lhe disse:
- guenta o repuxo, amigão, sexta-feira tô na tua casa para te abraçar.
Refleti muito antes de postar isso aqui, pois alguém que não me conheça pode pensar que é vaidade minha. Não é. Quero só deixar um testemunho: a gente não pode abandonar os amigos, nem os que nos querem bem, quando chamam por nós.
Sei que vou  me emocionar e vou chorar quando o ver. Ando cada vez mais emotivo.
Faz parte.