sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

AINDA OS VANDALOS DE SANTIAGO - DIRETO DO PARANÁ O DR. IVAN SAUL, RECÉM CHEGADO DO URUGUAY - COMENTA


"O Advogado do Diabo"

 

Data venia dos ilustres confrades.

 

Apresento-me, senhores, para advogar a causa do diabo, pois a dos santos é fácil e, dela, o Estado pode se encarregar.

 

Em não conhecendo os jovens, devo defender seus princípios, os desencadeadores da, assim dita, 'ação delitiva'. Sempre tendo em vista os direitos, dos supostos infratores, à liberdade de reunião, expressão e, quem sabe, de culto à algum "Olímpico Deus dos Esportes Bárbaros da Valhala da Depredação sem o Martelo do Trovão e do Raio, somado aos Sete Flagelos e às Quatro Valkírias do Apocalipse" [e seus cavalos bosteando a antesala do Purgatório]. Afinal o que seriam os bretões que inventaram o culto ao deus futebol e, subsequentemente, os hooligans, seus fiéis - torcida organizada no ramo brazuka da fé.

 

Divaguei, desculpem-me, volto aos direitos como aquele ao devido processo legal e os outros de ampla defesa, do contraditório, e por aí vai... ah! e o direito de serem representados por um advogado, no caso eu.

 

Pode ser que falte aos supostos jovens, poderiam ser idosos disfarçados, espaço para a livre manifestação de seus pendores esportivos e artísticos, a 'sociedade' ao tratar de politicagem e benesses [aquilo que nos tempos da 'redentora' era assistencialismo e paternalismo] é omissa em prover as necessidades deste seu segmento.

 

Os pobres cidadãos do futuro, não recebem atenção desde o berço, no passado, quando não havia licença maternidade e a vida era muito mais fácil, ninguém se preocupava em trabalhar pra garantir o "um cacete de meio, seu Manoel" e o "um quar'de quilo de guisado de segunda pros gatos, seu Joaquim" de cada dia, os pais tinham tempo pra dedicar à educação de seu filhos.

 

O meu velho mesmo, depois de uma manhã - acho que de janeiro, se não fosse julho - em folguedos sobre uma escada encostada num poste telefônico, me deu um cascudo no cocuruto que me fez reconsiderar a necessidade de andar surrando a gurizada da vizinhança com meu cacetete. Aliás, acho que foi ali que se cortou o policiamento ostensivo na quadra de casa. Arbitrariedade do comando, mas não é disso que estamos falando...

 

Depois, temos que considerar a confusão estabelecida, em algum momento obscuro, entre a educação que se tem 'de berço' [assim, com sotaque DE Bagé], aquela que 'se traz de casa' e a 'educação formal', aquela que se recebia na escola até que vieram os milicos, desmantelaram o Estado Democrático de Direito, e tudo que crescia sob suas axilas imaculadas, incluída aí a tal de Educação. Reformaram o ensino e promoveram a especialização, influência da tal 'Organização de Staff'.

 

Pra quê Clássico, Colegial, Científico, se dos poucos que chegam lá, muitos serão os que vão dar em nada? Metemos uns cursos técnicos e esse povo que vá trabalhar. Tá, depois vieram estes outros que promoveram curso técnico à faculdade, faculdade à caça-níqueis, aluno à cliente, abriram milhares de vagas na política de inclusão, que inclui desproporcionalmente pelo sistema de quotas, que de tão inclusiva, inclui, inclusive, a inclusão de analfabetos funcionais. Tudo isso, só pra aterrar um pouco o fosso salarial.

 

Por falar em fosso salarial, quem comemora os US$300 [trezentos dólares?!?!] do salário mínimo, pode vir pra cá, ofereço vagas que independem de formação, na área de 'serviços e manutenção ambiental' [basta conseguir empurrar uma pá por baixo de um montículo de estrume e transladá-lo ao veículo de tração humana - nos preocupamos com a pegada da atividade pecuária, assim, chinelos havaianas que são de borracha, nada de carbono.] 

 

De volta ao caso. Já tratamos da falta de opções e oportunidades de manifestação cultural da juventude e da deficiência educacional à que está exposta, abordemos agora a questão ambiental.

 

Convenhamos, carro não é mobiliário urbano, menos ainda em avançadas horas noturnas. Incompatível com a norma vigente, de tolerância Zero, é a presença dos automotores nos arredores de estabelecimentos de diversões públicas onde se vendem e, absurdo, consomem bebidas alcoólicas, além de muita cerveja e vinho.

 

Atentem senhores para a qualidade do ambiente ao qual estavam expostos estes supostos jovens, que conscientemente, e numa demonstração de tal consciência, deslocavam-se "À PÉ". Invejosos dos bens alheios, diriam alguns, mostra da péssima qualidade dos materias construtivos utilizados pela indústria automobilística, diria eu, comprovadamente.

 

Segue-se a agressão gratuida promovida pelos ocupantes, não identificados, de um veículo que se acercam covardemente do grupo e recebem a merecida resposta [Digo eu: a gordinha do saco de lixo é um quadro!] por meterem o focinho em atividade para a qual não foram convidados e, quiçás, nem estivessem qualificados.

 

Aborrece enumerar a irracionalidade pretenciosa e a sanha crítica ao suposto comportamento dos possíveis suspeitos, não me extendo. E peço-lhes, diante do exposto, considerar a improcedência de qualquer ação voltada à reprimir a espontânea e, até mesmo, divertida forma de agir dos... 

 

Ah, não! Formação de quadrilha, também?!

 

Em sua sapiência, a filósofa, Da. Lêda ['tua mãe' pros meus desafetos e 'velha' pra mim] me aconselhava assim: "chega em casa chorando e te queixando pelo que acontece na rua, que eu te cago à pau e - muito pior - conto pro teu pai!" 

 

REPRESSÃO NÃO EDUCA, MAS ENSINA!

 

Pela ordem em vigor, subscrevo-me

 

Ivan, o patético advogado.

 

- Saudações ovelheiras! - 

Ivan Saul D.V.M. M.Sc.Vet. - Granja Po'A Porã - Hampshire Down
New phone number: +(55)(41) 9133 5007
Caixa Postal: 1396 - CEP.: 83115970 - Contenda - São José dos Pinhais - Paraná - Brasil 

VANDALISMO EM SANTIAGO - MAIS REPERCUSSÕES

JUIZ DE DIREITO AFIF JORGE SIMÕES NETO


Espero que essa piazada já tenha sido chamada - juntamente com os pais - no Juizado da Infância e Juventude da Comarca de Santiago para responder pelos seus atos de ´vandalismo. Aquele guri de camisa rosa, que pulava transtornado sobre o carro estacionado, deveria, para servir de exemplo à parceria delinquente, ser internado nem que fosse um dia no CASE, claro que afastado dos menores infratores quelá estão, pra ver o que é bom pra tosse, além, é óbvio, de os pais responderem ação indenizatória pelos danos materiais praticados pelo "anjinho" que pariram e não educaram. O que não impede, à evidência, de se tentar reunir depois as  associações, clubes, igrejas, sindicatos, polícia, colégios, prefeitura, como propõe o pastor que mora na Alemanha...

 
DESEMBARGADOR ELISEU GOMES TORRES


Essa, meu amigo, é a expressão da geração do “vale tudo. Brasileiros, saímos de vinte anos de regime militar, duro, em que manifestações predatórias eram reprimidas pela força, para uma pseudo democracia,em que não há limite para nada. No panorama dos costumes, basta ver uma novela e um episódio Cho tal BBB 14. E olha que não sou puritano, mas confesso que há cenas que chocam. No plano de educação, as famílias deixaram de monitorar a educação das crianças. O casal vai à luta e não vê o que está acontecendo com seus filhos pequenos. Daí, as crianças passam a frequentar a escola e a´i é que a vaca vai para o brejo, definitivamente. Drogas, licenciosidade, falta de disciplina, de ensino de valores fundamentais. E aí da Professora que ousar enfrentar um desses meninos. Se não for agredida, terá que suportar advertências e até punições.Não vou falar da qualidade do ensino, mas simplesmente desses aspectos que dizem  resopeito à tal  democracia na escola.  O resultado aí está. Sentem-se estimulados a fazer tudo que lhes vem à cabeça. E só da ...aquilo. Isso vai piorar e ninguém escapa aos seus malefícios. Há que passar uma borracha em tudo e começar de novo. Um abraço do Eliseu Torres

 
JORGE LOEFFLER
Acabei de reproduzir no meu blog comentando a situação do inexistente policiamento ostensivo no estado todo. Essa polícia militarizada é uma fábrica de caciques e tem muito poucos índios

AL  REIFFER

 

Creio, Ruy, que o vandalismo que vem ocorrendo aqui tem como uma de suas principais causas a opressão não-oficializada, mas latente, que vive a sociedade  santiaguense, onde as manifestações críticas  saudáveis são "podadas" de várias formas, e impera um clima de temor de se pronunciar contra uma classe ilegitimamente privilegiada. Então, alguns jovens veem no vandalismo uma forma de chamar a atenção para sua revolta e indignação. É claro que sempre há os vândalos pelo gosto de o ser, mas, como diria Brecht: "Dizem que são violentas as correntezas do rio, mas não dizem como são violentas as margens que as oprimem".


VANDALISMO EM SANTIAGO REPERCUTE NO EXTERIOR

O  Pastor Luterano Silvio Meincke me manda o seguinte mail lá da Alemanha:




Eu penso, prezado Ruy, que há uma saída, e espero que nâo me engane:
Que as diversas entidades dessa cidade, como associaçôes, clubes, igrejas,

sindicatos, polícia, colégios, prefeitura ... se unam, reflitam, estudem os problemas,

cheguem a um consenso democrático, sobre qual a cidade que desejam, e

trabalhem, entâo, unidos, neste sentido, sem esquecer-se de incluir os jovens

vândalos no diálogo e procurar com eles opçôes de lazer saudável, porque eles

querem provar a si mesmos que tem coragem e que sabem enfrentar desafios.

Assim eu vejo o problema, e penso que poderíamos achar exemplos de cidades

que encontraram boas soluçôes por este caminho. Abraço.

SERÁ O FIM DE UM PARAÍSO? - VIDEO ESTARRECEDOR DE VANDALOS EM SANTIAGO RS



( do site Nova Pauta)
Isso não vi nem em P. Alegre.....

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A HUPNOSE DA INTERNET








AS INDIAZINHA KAINGANG E OS FILTROS DE SONHOS


Rudolf queria porque queria comprar um filtro de sonhos para  melhorar seus devaneiros noturnos .
Agora, recém chegados da Unistalda campeira, ainda com as roupas  com olor de gados e ovelhas, corremos ao mar para salgar o lombo. Encontramos uma bando de indiazinhas chilreando, bem alegres.
Compramos os tais dos filtros.
Que gente de feições nobres e lindas essa que é a verdeira dona do Brasil...
Queria ter vivivo na época do descobrimento....
Essa da foto é de Ijui e estuda  a língua kaingang na escola, segundo nos disse.

DES. NERIO LETTI NARRA SEUS TEMPOS DE INTERNATO NO ANCHIETA


 
O internato do colégio Anchieta em Porto Alegre, na rua Duque de Caxias, onde hoje tem uma garagem inacabada, ao lado do Museu Júlio de Castilhos, era dos padres Jesuitas, a grande maioria alemães. Ja falei e contei minha história que me marcou na paleta para o resto da vida, como ferro quente, no quarto do animal. Eu vim com doze anos para o Colégio Anchieta, cursar o admissão ao ginásio, em 1950, depois de 1951 a 1954, os quatro anos do Ginásio e depois, de 1955 a 1957, o Curso Clássico, com sete aulas de Latim por semana, pois, o Clássico preparava para o vestibular de Ciências Humanas e o Curso Científico preparava para Ciências Exatas. Era uma divisão saudável, pois, cada faculdade fazia seu vestibular, escrito e oral. Nada desta trágica invenação brasileira, pois, segndo me dizem pessoas que viajam e conhecem e estudam a matéria, um dos újnicos países do mundo a ter este monstrengo do vestibular unificado - onde se concentram e explodem todas as angústias da juventude - para entrar numa UFRGS da vida - etc..etc..sem respeitar o pendor natural e o talento inato que cada jovem leva consigo desde o berço. Ora exigir me exigir vestibular de Quimica, Física, Matemática, História Natural. Era um horror. Um drama. Uma angústia. Um tráuma. Eu queria ser advogado desde criança. No Curso Clássico com os ótimos professores jesuitas, todos com formação de teologia e de filosofia, na Europa,  ( tres anos cada uma) nos ensinaram o gosto pela leitura, pela poesia e assim lemos os livros clássicos,  da Idade Média, do Renascimento, do Romantismo, do Realismo, do Parnasianismo, do Simbolismo e da Semana da Arte Moderna de S. Paulo, de 1922, revolução na cultura brasileira tendo Mario de Andrade à frente e assim penetramos no grande mundo do Modernismo. Havia padres que não gostavam do Modernismo, pois, liberou o pensamento filosófico, saindo da Filosofia Escolàstica Católica, principalmente, do Index, a relação do Vaticano que proibia a leitura de certos livros. Diziam os padres velhos que o Modernismo tinha aberto a porta para o comunismo e isto seria a desgraça do Brasil. Tinham horror ao comunismo e à Revolução de outubro de 1917, que implantou o socialismo comunista na Rússia. Podaimos ler os autores anteriores, Tolstoi, Máximo Gorki, Gogol, Dostowesky, e outros clássicos russos que não lembro o nome agora. Os padres jesuitas com sua disciplina férrea e exigente, souberam infundir na minha turma de 1950, o gosto pela leitura, pelo arquivo das frases selecionadas, em cadernetas, para guardar e lembrar e inclusive a decorar poesia, principalmente dos franceses, como Lamartine, Alfred de Musset ( o menino terrível - l'enfant terrible), Paul Vigni, e tantos outros.

 

Descendo para o nosso pequeno mundo de P. Alegre, nem pensar em ler as obras de Erico Veríssimo, de Dionélio Machado, e outros pois tinham brigado com o pe. Reitor do Anchieta - devido ao desentendimento havido por uma publicação na Revista   -  O Eco   -  católica e distribuida gratuitamente para os alunos -  na qual o padre Reitor do Anchieta, Jesuita alemão, escrevera criticando a Livraria do Globo que estava a publicar e traduzir os modernistas, espanhóis, thecos, alemães, e sobretudo os franceses do existencialismo, como Jean Paul Sartre a que os padres diziam que o aluno que lesse este livros cometia pecado mortal e iria para o inferno. E no dito artigo do padre reitor anchietano entrou a falar sobre o filho do Dr. Getúlio Vargas, que fora aluno do Anchieta e já em S. Paulo, morreu muito jovem, e levava o nome de  Getulio Vargas Filho, conhecido como "Getulinho".

 

Esta divergência entre o padre Reitor do Anchieta e o Erico Veríssimo dividiu a intelectualidade gaúcha da época. De um lado os comunistas, com baixo assinado de todos, de milhares a favor de Erico Verissimo, os comunistas. De outro lado, os católicos, a favor do padre Reitor, começando com Armando Câmara, Adroaldo Mesquita da Costa, Ruy Cirne Lima, Galeno Lacerda, Elpidio Ferreira Paes, Carlos de Brito Velho e outros. Correu o processo criminal, por ação  penal  privativa do ofendido,  no qual Erico processou o padre reitor anchietano, por calúnia, difamação e injúria - na 5° Vara Criminal de Porto Alegre - processo que foi queimado no fogo gigantesco que foi o incêndio do Tribunal de Justiça, em 19 de novembro de 1949, mas cujo tema foi recuperado pelo filósofo jovem, Enrique Casses  Trindade, culto e preparado e que era filho do famoso tabelião Trindade, na Travessa Leonardo Trudda, , Dr. Otto Bélgio Trindade e que residia no palacete ainda existente, na esquina da Av. Venâncio Aires com a rua Santa Terezinha, hoje fechado, e onde funcionou por algum tempo, o museu e curso de artes plásticas no Torreão.

 

Era o tempo da famosa LEC  - Liga Eleitoral Católica,  - na qual o Arcebispo, Dom Vicente Scherer, listava os candidatos católicos que podiam ser votados pelos católicos, dos partidos politicos e ao mesmo tempo apontava os candidatos políticos  dos partido e que os católicos não podiam votar em ditos canditatos pois eram comunistas. O comunismo era um pavor. Criava verdadeiro frenesi de tremores e críticas e raivas dos membros  fanáticos da extremada LEC.

 

Pois bem, eu fui interno no Colégio Anchieta, de 1950 a 1953, eis que neste ano os padres resolveram fechar o internato e aí eu fui morar em pensão com meu irmão mais velho Nicanor, que estudava medicina na UFRGS e também fora aluno do Anchieta.

 

Levantar às seis da manhã, estudar meia hora, reler a matéria do dia da aula, e depois a missa na fina capela equena, na entrada do colégio à direita, celebrada elo padre Reitor. Eu fui coroinha. Fiz o curso e me tornei coroinha.. Depois  ir tomar café no refeitório, onde era proibido falar, e um colega lia o trecho da Biblia. Depois, voltava para  o internato, tinha uns quinze minutos para se preparar e ir para a aula. Havia os pequenos, chamados "pregos" minha categoria, com seu dormitório; os médios, com seu dormitório e os grandes, que moravam em quartos, de cinco colegas. Os "grandes" eram todos alunos do Curso Clássico ou Científico. Depois o almoço, no refeitório,não podia falar Após almoço tinha recreio até às 14,0 hs, quando uns jogavam futebol, outros basquete e volei e outros liam pelo pátio ou jogavam ping pong ou xadrez na sala de jogos, no porão. Estudo das duas às quatro. Café da tarde, recreio com jogo de futebol. Estudo, das cinco às sete. Janta, no refeitório, leitura, em silêncio. Voltava para o internato, ficava meia hora na gande sala de estudos, onde cada um tinha sua  mesa de estudos individual  ( púlpito) com a parte de cima que servia de tampa e que levantava e tinha a grande gaveta e onde se guardavam livros e cadernos. As vinte e  uma horas, todo mundona cama e era apagada a luz e deu. A rotina do internato. Rigorosa. Todos os dias a mesma coisa. Só tinha banho frio, no porão onde tinha os banheiros.

Era uma pedagogia rigorosa que não tirou o couro de ninguém.

 

Como coroinha tinha a mordomia de sair do internato para ajudar missa com os padres jesuitas que rezavam missa nas igrejas, capelas, hospitais, creches, na Casa de Correção como pe. Pio Book, e depois sempre tinha um café com mistura, maravilhoso e eu ganhava das freiras, um pacote de bolachas, biscoitos, pães, etc.. que levava para o internato e escondia.

 

A comida era ruim, feita pelos  " Fritz" - jovens alemães recrutados na colônia alemã, que não pssariam de " Fritz" e faziam todos o serviço domético, desde a comida, varrer as salas de aula e cuidar de tudo, roupas dos padres, etc..etc.

 

Havia os irmãos que eram chefe de marcenaria, oficinas e tudo mais, pintar, arrumar e consertar janelas, portas, camas, bancos, cuidar das capelas, a grande do externos e a pequena dos internos. Os  "fraters"  podiam seguir a carreira religiosa e entrar no famoso Seminario do Cristo Rei, em São Leopoldo, que tem aquela estátua do Cristo com os braços abertos sobre o clássico prédio, berço e onde inciou a UNISINOS. Antes era tudo campo e criação. Hoje e uma cidade, que vai da BR-116 até o outro lado na Estrada Velha de cimento de P. Alegre a S. Leopoldo, e onde tem o Santuário do Pe. Réus, o cemitério dos jesuitas, a Igreja do Santuario do Pe.  João Baptista Réus e que passava no meio do famoso Horto Florestal..

 

Muitos entraram, jovens, ainda, no Noviciado de Pareci Novo, cujo enorme prédio está abandonado, quanto ouví dizer .

 

Tudo isso e muito mais, me despertaram a recordação saudosa dos meus colegas de aula e de internato, diante do texto do amigo Ry Armando Gessinger sobre o Colégio Santo Ignacio.

 

A foto do grande colégio é grandiosa. Infelizmente, não me lembro mais onde ficava o colégio Santo Ignácio. Santo Ignacio de Loyolla, nos idos de 1.500, fundou a Ordem dos Jesuitas, e criou a Contra-Reforma para combater a Reforma de Martin Lutero e que cria o luteranismo com as famosas máximas que pregou na porta de sua Igreja, em 31' de outubro de 1551.

 

Nério "dos Mondadori" Letti.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

INTERNATO NO COLÉGIO SANTO INÁCIO II


 
Jamais se ouvia rádio. TV ainda não existia. Certo dia de 1958, estávamos no pátio, quando um Padre nos disse que o Brasil se sagrara  campeão mundial graças a um jogador chamado Pelê ( assim mesmo, com “e” fechado). Nunca tinha ouvido falar.

Cada seminarista tinha um número.O meu era 80. Em todas as roupas  estava marcado, num lugar discreto, esse número para que não houvesse confusão na lavanderia.

De vez em quando, ainda de madrugada,encostava um caminhão de carga, subíamos todos na carroceria e íamos para algum lugar acampar por um dia. Era o chamado “ passeio grande”. Imagina hoje 50 guris na carroceria de um caminhão  estrada a fora.

Para os meninos vindos das “ colônias novas” e muitos filhos de agricultores o  seminário era o único meio de conseguir estudar. Tão sólido era o estudo, que a maioria passava facilmente nos vestibulares da UFRGS uma vez abandonado o  Santo Inácio.

Ninguém usava dinheiro. Para necessidades como sabonetes, desodorantes e essas coisas, havia uma espécie de lojinha em que eram anotadas as compras, a serem acertadas depois com os pais. Não havia refrigerantes, muito menos bebidas alcoólicas.  A carne era suficiente, mas nem de longe a gastança de hoje. Frutas havia  à vontade.

Nunca constatei nenhum caso de homossexualismo ou pedofilia, conquanto não possa afirmar que  eventualmente não houvesse algum .

Ao findar meu segundo ano de Kappesberg  me decidi por sair. Não tinha vocação para padre e além do  que estouravam nas minhas veias os  hormônios da adolescência, coisa não incomum nessa raça medonha que são os Gessinger, Klafke, Etges, cujo sangue “perigoso” corre nas minhas veias.

Bem, quem voltou para Santa Cruz foi um cara que não ouvira nada de Elvis Presley, que não sabia jogar basquete ( a moda em Santa Cruz), que não fumava ( apesar de já ter 15 anos), nem bebia . Além disso, não dizia palavrão, nunca tinha  nem passado perto da “ zona”, nem sabia o que era “ secar” uma guria.

Reingressei no São Luiz .Em seguida fui para o Mauá, onde o esquema era bem mais rígido do que , à época, no São Luiz.

Nunca encontrei um só ex seminarista que  não tenho lucrado com aquela vida espartana e  não recorde com satisfação os ensinamentos lá hauridos; assim como nunca tive conhecimento de um só que não tenha  gostado de prestar o serviço militar, apesar das agruras e privações.

Por isso, agora, olhando para trás, agradeço a Deus por essas experiências, porque, já como juiz de direito, jamais me importei de ir para as bibocas, onde nem havia estradas e as casas eram precárias.  Para quem esteve interno  no Kappesberg nada mais era difícil.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

NA LIDA - TATUANDO AS FEMEAS DEFINIDAS








FAMÍLIA E EDUCAÇÃO


A CAMPEIRA VANESSA, DE UNISTALDA, NÃO LEVA DESAFORO PRA CASA




Numa roda de mate ontem, no galpão de convivência de nossa estância, me contaram o causo.
Não me sofri e fui entrevistar a moça.
Vanessa Floriano se criou pras bandas  do Passo do Narciso, hoje Maçambará. "Deusde" os 4 anos já montava de a cavalo e ajudava a lidar com gado e ovelhas.
Mais tarde foi estudar e se formou em enfermagem, mas nunca largou as lidas. Inclusive laça, peala e gineteia. Até em cancha reta já correu.
Pois  casou e  foi morar na Unistalda e levou um cavalo junto para a cidade.
Esses dias foi  tirar um " suador" do cavalo, montou e saiu troteando  ruas afora. Ao passar na frente de uma casa um senhor lhe gritou:
- aqui não é cancha pra tu passar de a cavalo
- ué, respondeu a moça, mas não estou escaramuçando nem galopeando e a rua  é pública.
- não, isso aqui é  meu e vou fechar a rua
- quando o senhor fechar, daí não passo mais
- tu não passa mais e é a partir de agora e fez um gesto ameaçador
Vanessa me relatou que ficou com pena de na hora não ter um laço para dar no lombo do atrevido, mas decidiu lhe meter o cavalo em cima (  na linguagem militar seria " dar uma carga de cavalaria").
Arremeteu com o cavalo num galope furioso, o homem varou a cerca devolta e está correndo campofora até agora.
Então tá! ainda restam Anitas Garibaldi na gloriosa Pampa gaúcha!

O GARI DE SANTA CRUZ - NÃO TEM EXPLICAÇÃO A INGRATIDÃO

Eu sei: é matéria requentada.
Mas eu queria fazer uma reflexão.
Alguém lá do interior estava guardando dinheiro dentro de uma lata de panetone (  panetone não é barato). Eram uns 4 mil.Atiraram no lixo por engano.  Um gari achou e devolveu o dinheiro.  Todinho.
Recebeu 200 pilas de prêmio.
O gari mostrou altíssimo e fino caráter,
Mas " péra aí". Esse dinheiro estava  irremediavelmente perdido.
Penso que a família fez um desserviço .
Se é para ter dado 200 que não dessem nada. Só um aperto de mão.
É... mas o dinheiro era para comprar remédio.
Não importa: então  não dá nada, mas não dá só 200.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

NA RESSOLANA UNISTALDENSE




Claro que quase ninguém, nem  mesmo nessa região, nem em lugar nenhum, leu Aureliano de Figueiredo Pinto. Ficam felizes e se jactam que viveu aqui, mas não o leem.Eu tenho provas disso.
Deixando isso para lá,ele descreve bem as ressolanas em Memórias do Coronel Falcão.
E  eu lhes digo: ressolana  é quando são 2 da   tarde, na campanha, a temperatura é de mil graus e aí para tudo, os átomos não se mexem mais, nem os das cobras e lagartos.
Inobstante isso, Rudolf e eu tiramos umas fotos.

domingo, 26 de janeiro de 2014

UM SOLDADO EMBAIXO DA CAMA


Franklin Cunha

Médico

 

 

“Todo império tem que  saber o que fazem os que estão sob seu domínio. O mais grave no  império bélico-informático atual é que seu domínio não tem limites”.

José Pablo Feinmann in

Filosofia política del poder mediático., Ed. Planeta, B.Aires

 

Julian Assange, no seu exílio na embaixada equatoriana em Londres,escreveu um livro Cypherpunks do qual extraímos alguns trechos.

“ Agora  existe uma ocupação militar do ciberespaço. Quando nos comunicamos com a internet ou através de telefones celulares, agora estão entrelaçados com a rede mundial, nossas comunicações estão sendo interceptadas por organizações de espionagem militar.Estamos sob uma lei marcial no que respeita nossas comunicações. Tanto que a internet que originalmente estava inserida num espaço civil,se converteu em um espaço militarizado. Enfim, todos nós temos um soldado embaixo de nossas camas”.

Todo o mundo conversa com todo o mundo, pois no Brasil já existem mais telefones celulares do que habitantes. As pessoas já colocam o aparelho debaixo do travesseiro senão não podem dormir. Seu sinal é imediatamente respondido e tudo o que sai dele é muito importante. Não nos damos conta que esta importância não está na mensagem, mas no meio. Enfim, na verdade, o telefone móvel se apossou de seu usuário e seu eventual extravio põe o  proprietário e a família inteira em estado de alerta e até de pânico.Inicialmente  ele era usado para mensagens importantes, de certa urgência e utilidade, hoje qualquer conversa de absoluta inutilidade pode demorar longos e caros minutos.

O mais grave é que Jules Assange  em recente entrevista ( agora confirmado por Edgar Snowden) denunciou uma nova situação mundial na qual a “Agência de Segurança Nacional dos EEUU e o Google se associaram na tarefa de cibersseguridade por razões patrióticas de defesa nacional “.

Com estas notícias, ficamos pensando que o 1984 do Orwell pode hoje ser lido como uma historinha para crianças diante da abrangência totalizadora de todos os meios de comunicação.

E se Orwell escreveu sua história pensando no regime soviético, hoje o Grande Irmão,  surpreenderia ao autor de 1984 ao situá-lo na outrora democracia, sede do capitalismo mundial.  E antes de Orwell, um russo Euguenyi  Zamiatin, na sua novela intitulada NÓS de 1922,ao denunciar o regime soviético, profetizava o que aconteceria numa fantástica distopia baseada no controle e na uniformização do pensamento. Dizia Zamiatin: “ o que permite este fato é a matematização do real onde as tábuas dos mandamentos horários sincronizam as atividades produtivas e as lúdicas permitindo a uniformização das pessoas a tal ponto que um dia se chegará à abolição do indivíduo”.   

E quando se vê e se observa que em todas as salas de espera  se encontram sistematicamente as mesmas revistas e jornais e quando às 20horas de todas as noites, todas as classes sóciais assistem as mesmas novelas e as mesmas notícias, “ a fantástica distopia” de Zamiatin e o Grande Irmão de Orwell já são uma poderosa realidade.

E já se habita plenamente no “ Admirável Mundo Novo” de Huxley

 

 

 

sábado, 25 de janeiro de 2014

MUITO BOA A GRAVAÇÃO DO PAMPA DEBATES



Foi hoje no estúdio de Atlântida da rede Pampa.
Presentes, além do âncora Paulo Sérgio e do Prefeito de Capão da Canoa, os deputados Kalil Sehbe e Vieira da cunha.
Nas fotos, eu com a repórter Lilian Abelin

TEMPO MARAVILHOSO NO LITORAL NORTE DO RGS



É muito raro eu me comprazer com a desdita  alheia.
Mas hoje estou  eufórico com o tempo. O vento uiva como lobos da estepe; a chuva dá guascaços,a temperatura foi para níveis ótimos, o mar está revolto, as árvores regem, com seus galhos e folhas, essa orquestra impetuosa.
E as cocotinhas, as madamezinhas que adoram, como as cobras e os lagartos, torrar ao sol do meio dia, vão  ter que ficar emburradas dentro de suas casas. Claro, não sabem apreciar boa música, muito menos têm um livro decente em casa.
Sorry, bagrada, sumiu o único deus que vocês adoram. O sol do meio dia, mensageiro do câncer de pele.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

ELEGÂNCIA NÃO TEM NADA A VER COM DINHEIRO

No meu entender os mais deselegantes que conheço são os novos ricos, os emergentes.
Os mais elegantes - estou sendo sincero - são os  peões de estância.
Você jamais vai ver um peão tratando outros - excluidos seus familiares - por tu  . é sempre senhoria.
O peão de estância, caminhando pela estradinha com suas compras, reluta em aceitar carona com receio de sujar teu carro .  É sóbrio, fala pouco.
Esses dias eu estava no Supermercado Nacinal em Atlântida, terra de gente boa  mas de muitos arrivistas ( os piores estão em Punta e em Jurerê). Ví vários homens maduros, barrigudos, de sunga ( que ridículo) e sem camisa. Pode-se chamar de fino um  boçal desses que não se enxerga?
Na praia vejo jovens meninas, lindas, maravilhosas, mas que usam saída de banho para voltarem a casa. Isso é elegância.
Desde quando um peão faria relinchar seu cavalo ao chegar perto de uma casa!  Pois os donos de camihonetões chegam fazendo buzinaços e o pior: dão aquela buzinadinha na hora do tchau. Bota grossura nisso.
Tu nunca vais ver um peão comendo coisas dentro do super. Ele espera chegar em casa.  Vai nos nossos restaurantes, os boçais não podem esperar nem chegar à mesa, já vem, como suínos, mastigando da mesa do  buffet.
Eu queria tanto não  ter nascido numa casa classuda...
Eu seria menos incomodativo.
Passaria o dia e  a noite com som alto, tocando tum tum.E olhando com cara idiota os passantes.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CHARTER PARA VLADIVOSTOK QUASE LOTADO. PUTIN QUER QUE LEVEMOS CORDEIROS DA GESSINGER E UM ASSADOR DA UNISTALDA

Tradução logo abaixo

Паходжанне алфавіту

Рускі алфавіт паходзіў ад старажытнарускай кірыліцы, якая, у сваю чаргу, была запазычаная ў балгараў і атрымала распаўсюджванне на Русі пасля прыняцця хрысціянства (988 г.).
На гэты момант у ёй было, верагодня, 43 літары. Пазней дадаліся 4 новыя літары, а 14 старых былі ў розны час выключаныя за непатрэбнасцю, бо адпаведныя гукі зніклі. Раней усяго зніклі ётаваныя юсы (Ѩ, Ѭ), затым вялікі юс (Ѫ), які вяртаўся ў XV стагоддзі, але ізноў знік ў пачатку XVII стагоддзя, і ётаванае Е (Ѥ); астатнія літары, часам некалькі змяняючы сваё значэнне і форму, захаваліся да нашых дзён у складзе азбукі царкоўнаславянскай мовы, якая доўгі час лічылася тоеснай з рускай азбукай. Арфаграфічныя рэформы другой паловы XVII стагоддзя (звязаныя з «выпраўленнем кніг» пры патрыярху Нікане) зафіксавалі наступны набор літар: А, Б, У, Г, Д, Е (з арфаграфічна адрозненым варыянтам Є, які часам
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Tradução:
amigo Ruyzão.
Quanta honra visitares a Mãe de todas as Rússias, ainda mais com tantos amigos.
Só não me traz junto  nenhum dos Black Blocs, porque aqui o ferro pega.
queria saber se poderias trazer uns cordeiros da Gessinger. Traz junto o Luiz césar para assar. e se der, umas lascas de angico para dar gosto  na carne.
Outra coisa, só entre nós.. ( censurado)
um abraço ,
Vladimir

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ADEUS CALOR CRUEL, VOU EMBORA PARA VLADIVOSTOK ONDE AGORA A TEMPERATURA É DE - 21 GRAUS






Não adianta, não  suporto o calor,quase morro. Sou um urso polar, sou descendente daqueles mamutes que viviam na neve, preciso de cobertor para dormir, que culpa tenho se meu DNA  é do abominável homem das neves.
Em Vladivostk, na Rússia, apesar de só serem - 21 graus, sentir-me-ei melhor. Quero poder voltar a me enrodilhar num cobertor, comer massa com bastante pimenta, quero poder tomar vinho, quero parar de suar.
Adeus calor cruel.

AINDA O INTERNATO NO COLÉGIO - CARTAS ELETRÕNICAS EMOCIONADAS



 
PAULO NICOLA
Bah...........Viajei, senti-me eu internado. Não imaginas o qto entendo o que escreveste...

Bjs..

Pablyto.
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CEVI COGO
 
É, Ruy, os tempos antigos não foram fáceis, principalmente
para os filhos de italianos e alemães... e, mais, ainda, para
quem nasceu e se criou na colônia.
 
Escola de a cavalo (12 kms. ida e volta), trabalho na roça...
calça curta remendada com uma alça a tiracolo, pés descalços
ou de tamanco, polenta, chá de mate... Banho na sanga, inverno e verão,
ou apenas lavar os pés numa bacia ou gamela se o frio era demais.
O gostoso era o pão novinho e o salame...
 
Mas, são coisas que, REALMENTE, valeram a pena ter vivenciado,
porque deixaram, via de regra, as pessoas com outra visão de vida,
do dia-a-dia, sem espaços para ranços e sem esquentar a cabeça com
tudo que é insignificante e que o mundo moderno reclama. A gente se
acostumava com pouco e aceitava isso naturalmente. 
Nostalgia? Talvez sim... 
Um abração. 
Ceví
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JOÃO FELIPE WENDT
 

Boa tarde!
 
Hoje li sua história no Seminário de Kappesberg na coluna Conversa Sentada do Jornal Gazeta do Sul.
Me emocionei ao ler o texto, pois é como se eu tivesse lendo a minha própria história. Também fiquei dois anos no colégio e entrei quando era muito pequeno. Provavelmente sou um dos que chorava de noite com saudade de casa, mas com o tempo fui me acostumando com a vida no seminário apesar de ter sido a fase complicada da minha vida.
Fiquei interessado em saber quais foram os anos em que você estudou lá, pois acho que foi na mesma época que eu estudei.
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GERALDO GÖTTERT
 
 
Prezado Ruy
 
 Acompanho tuas matérias através do Jornal Gazeta do Sul e acho fantástica a narrativa, o enfoque dos assuntos e principalmente a mensagem transmitida. Muitas vezes questiono-me sobre as agruras pelas quais somos submetidos e nas palavras escritas em tua coluna vejo inspiração e coragem para obter a determinação necessária para superação dos desafios.
 
 Permita-me apresentar-me: meu nome é Geraldo Göttert, tenho 52 anos, sempre morei em Sta. Cruz (excetuando 2 anos vividos em Porto Alegre, quando estudei no Colégio Rosário, no final do segundo grau). Talvez conheças meus pais, José Alfredo Goettert e Ilse Maria Goettert (também sua leitora e amiga da sua mãe). Como somos do interior, cito meus avós paternos: João Vicente Goettert e Alvina Maria Goettert e avós maternos: Antônio Wilibaldo Eick e Olinda Eick. Trabalho há 26 anos no Banco do Brasil e anteriormente trabalhei durante 10 anos na Comercial Zimmer-Goettert. Espero transmitir para minha filha, agora com 13 anos um pouco da tua vivência e ensinamentos.
 
 Desconheço a existência de alguma obra onde os artigos ora publicados já estejam disponíveis, solicito reserva dos mesmos e alternativas para a aquisição. Caso ainda não tenhas nada compilado, sugiro a impressão de livro para posterior venda. Será de grande auxílio para nossas gerações futuras e excelente leitura para melhorarmos nosso Brasil.
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JORGE LOEFFLER
 
 
Parabéns Ruy.

Eu já grandinho me internei numa escola pública vez sabia quão custava ao meu pais mante-nos no Colégio Israelita Brasileiro. O velho Rudolf aportou em nossa cidade e aqui decidiu viver. Havia se lançado ao mar tão logo que terminou o horror enfrentado por minha avó Paulina e seus filhos já que meu avô Oscar estava no front russo. Durante a última guerra mundial meu tio Edmund que era paraquedista foi atingido por fogo inglês ainda no ar do que resultou numa dificuldade de locomoção. Levado para um campo de prisioneiros em Bari bem ao sul da Itália lá permaneceu como prisioneiro de guerra até o final de 1947. O pai mandava, via Cruz Vermelha, café, açúcar, roupas e outros itens à cunhada que vivia em München com meu primo Horst. Terminada a guerra nossa casa virou alvo de disparos de arma de fogo por vizinhos que consideravam meu pai um quinta coluna. Resultou daí que eu e meu irmão Henrique, já falecido não aprendemos o idioma, pois daquela data em diante nosso pai jamais falou o idioma alemão.Quando chegou a idade do ginásio fomos matriculados no Israelita, excelente diga-se de passagem, mas muito caro ao nosso padrão de vida o que levou à Escola de Mestria Agrícola Canadá em Viamão, internato patrocinado pelo Estado. Hoje vemos ser empurrada goela abaixo ao nosso povo a cultura castelhana de fronteira como sendo a verdadeira cultura de nosso estado e os ignorantes que desconhecem o estado que graças aos imigrantes em sua parte norte é riquíssimo ao passo que a metade sul é ainda feudal. O Rio Grande devia ser agradecido a germanos, italianos e outras etnias que fizeram a pujança da parte norte do nosso estado.