segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

HOJE VAI SER DIA MEDONHO PARA DOENTES, PASSARINHOS E CACHORROS

Hoje é um dia em que os idiotas, que são minoria, mas espaçosos e ativos, vão infernizar a vida de meio mundo.
Esses boçais vão ter o prazer mais doentio que conheço, fora o estupro real, qual seja o de soltar foguetes.
As pessoas que convalescem nos hospitais ou em casa acordarão, de minuto em minuto, sobressaltadas por esses barulhos.
Pássaros ficarão desorientados, voando de seus ninhos para se perderem por aí, enquanto os filhotes esperarão por sua comida em vão.
Os pobres cuscos terão seus tímpanos rompidos e correrão em desvario pelas ruas e estradas.
Tudo pelos " festejos" dos " feitos à imagem de semellhança" Dele.
Festejar? isso é festejar?

domingo, 30 de dezembro de 2012

MUITA SAUDADE DA ESTÂNCIA


Que coisa medonha, como  nos bateu uma saudade imensa da nossa querida estância. Estamos no bem bom, não nos falta nada. Mas a Unistalda de guerra, puxa que nem uma junta de zebus.
Rudolf e eu decidimos, noite passada dormir no jardim dos fundos de nosso refúgio, ao relento, para ver se a gente aguenta  mais um pouco sem morrer de tanta saudade.

MAIS PROPÓSITOS PARA 2013

- continuar a jamais usar expressão " com certeza" a cada frase
- idem com respeito a " beijo  no coração"
- continuar jamais iniciando uma frase com " então!"
- continuar jamais  falando "para MIM  fazer, para MIM ir"
- continuar a não ler Paulo santana, muito menos o Paulo Coelho;
- continuar a gastar menos do que ganho
- continuar a só comprar aquilo que puder pagar a vista
- continuar a guardar segredos
- continuar a não dizer tudo o que sei
- continuar a compreender que somos passageiros, que a glória é fugaz e que cinco anos é o prazo prescricional de qualquer lembrança
- continuar a simplesmente ignorar quem eventualmente me queira mal.
- continuar a ser amigo dos meus amigos
- continuar a correr atrás; saco vazio não fica em pé
- continuar a achar que dinheiro  não se ganha sozinho
- continuar sabendo que três dias após o velório, a partilha é inevitável. 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

MINHA ADORADA UNISTALDA COMPLETA 17 ANINHOS


Para vocês que  nunca ouviram falar em Unistalda nem sabem onde é, quero dizer que todos os meus carros são emplacados lá, tamanho o orgulho que tenho daquele povo e daquela Terra. Aquilo é um paraíso. Só não moro " afetivo" lá porque ainda sou muito  novo e tenho que trabalhar em P. alegre para sustentar meus " luxos".
Só vou lhes dizer uma coisa: é um lugar de gente fina, respeitosa e educada.
Mais: Terra da inadimplência ZERO, Zero zero.
Nunca me voltou um cheque dado por aquela gente buena.
Hoje essa adolescente de 17 aninhos faz aniversário. Temos o melhor rebanho ovino e bovino do RGS.
Querem ouvir a música que fiz para Unistalda?
vão no
http://blogunistaldense.blogspot.com/

LOEFFLER PÕE MAIS LENHA NA FOGUEIRA


Desde o advento de 64 as coisas mudaram aqui e para muito pior. Os gorilas associados aos carolas apoiados pela Opus Dei, pois o império do Vaticano oficialmente desde então não se mete ao que eu saiba em derrubar governos sob o pretexto de “consertar” o país nos legaram boa parte do que está aí. Sempre não gostaram da bitola das ferrovias, pois vizinhos de língua castelhana poderiam invadir nosso país. Assim ferrovias e outros meios de transporte foram descartados. Veio a democracia e a minha geração que comeu o pão que o diabo amassou com a bunda e antes do banho foi a mesma que integrou a Constituinte. Daí temos uma Constituição garantista. Hoje outras leis decorrentes do espírito garantista da Carta Magna como o ECA, por exemplo, são pragas inquestionáveis. Aos 12 anos, tanto machos como fêmeas copulam livremente inclusive procriando, mas são protegidos por lei. Não faz muito tempo no Vale dos Sinos ocorreu um caso de um inimputável que matou uma dúzia de pessoas. Apanhado e recolhido a um “educandário”

aos 16 anos, três anos depois está em liberdade. Quanto vale a vida humana?

No governo anterior agentes do estado assassinaram um médico e quando a Polícia Judiciária disse à imprensa que a munição empregada era do Estado, quase que na mesma hora a Governadora de então trocou a cúpula da Polícia e o caso tomou outro rumo com a autoria do crime sendo imputada a outro médico, desafeto do morto a um batuqueiro de Lajeado que para o seu azar deve ser negro. Esse fato foi algo tremendamente negativo às autoridades policias que naquele momento deveriam ter peitado a Governadora, pois isso não poderia ter sido aceito de forma alguma.

A educação vem caindo de forma assustadora. O maldito 64 também nos legou tal, acreditem. As mulheres dos gorilas todas elas tinham cursado a universidade e como professoras ganhavam pouco. Veio então o maldito Plano de Carreira de forma que quem tivesse titulação superior ganharia o dobro das demais. Surgiram então faculdades fajutas em todas as esquinas, mas apenas de Letras e Pedagogia. Hoje não há professores de ciências. As professoras do meu tempo tinham somente o Curso Normal, mas como não havia a Globo e suas malditas afiliadas elas liam. E por lerem tais professoras sabiam. Agora o STF que tem a função de dirimir dúvidas sobre se constitucionais ou não leis editadas no país decidiu ele próprio “legislar” mandando casar iguais.

E foi além, pois quebrou a regra que penso fundamental ao bom funcionamento da justiça que era obedecer a ordem cronológica dos processos, deixando de lado processo anterior de Minas Gerais sobre corrupção política e decidiu julgar o que acredito mais se adequava ao momento de eleição.

A transmissão por TV ao vivo foi outro estupidez, pois tornou o Tribunal num verdadeiro espetáculo circense. Lembro que o Ministro Lewandowski quando votou em São Paulo ouviu de uma senhora a seguinte

expressão: Que nojo! Presumo seja ela uma analfabeta juridicamente falando. Por isto afirmo que foi um erro a transmissão desse julgamento. Já confidenciei a um amigo faz pouco tempo que temo por uma ruptura institucional com a vinda de outro 64. Para encerrar lembrei agora que se você der umas palmadas em um filho ou neto e o vizinho o denunciar a polícia ostensiva vem correndo prendê-lo por “tortura”. Porra, para onde estamos indo?

 

JLoeffler

AINDA A EDUCAÇÃO - OPINIÃO DE LISSI BENDER (UNISC


Há pouco visitei teu blog.  Os textos,  nele postados, reportaram-me para um pensamento de Einstein sobre educação:

“Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável,  mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos, mais a um cão ensinado do que a uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar em relação a seu próximo e à comunidade.” (EINSTEIN, Albert – Como vejo o mundo)

Einstein há muito já alertou para a essencialidade da formação humanista na vida do  ser humano, para a importância de se promover uma educação que lhe possibilite compreender sua própria existência; que lhe permite entender o outro e a comunidade em que vive, para que possa desenvolver uma consciência cidadã comprometida com o bem estar coletivo permeado pela consideração para com a vida.

Em que medida a educação   em nosso país está comprometida com uma formação humanista? Em que medida une formação profissional e técnica com o aperfeiçoamento do ser humano enquanto um ser  dotado de princípios morais, de ética, de valores fundamentais para a vida em coletividade? Não estará a educação em nosso  país excessivamente voltada para formar “pilotos de dígitos e de botões”? Cães ensinados (quando ensinados) conforme  alerta de Einstein?

AINDA NOSSA FALTA DE EDUCAÇÃO. COMENTÁRIO DE ASTOR WARTCHOW


Mais ou menos nos mesmos termos, transcrevo, abaixo, partes do meu artigo em Sta Cruz (Tombamento do Olimpico)...falta de educação combina com nao cumprimento de contratos, respeito de hora marcada, ect...grande abraço a todos
astor wartchow
Tombamento do Olimpico
C
omo o Estádio Olímpico foi entregue como parte no negócio do Grêmio com a construtora OAS, será implodido no decorrer de 2013. Mas, agora, levantam-se vozes querendo preservar o estádio, defendendo seu tombamento.

Em outra circunstância – antes da contratação do negócio Grêmio-OAS, talvez a iniciativa pudesse se caracterizar como oportuna e interessante, tanto pelo aspecto de preservação arquitetônica, quanto pelas razões históricas, esportivas e culturais.

A razão desse artigo, entretanto, não é discutir a sugestão de tombamento do estádio Olímpico ou de outros imóveis. É chamar atenção para uma das pragas nacionais, com certeza razão principal de nosso atraso sistêmico e sistemático no concerto das nações. Qual seja, o desrespeito ao contratado e combinado.

E vale para tudo. Horários, contratos, obras, serviços, propriedades e bens públicos e privados. Regra geral, nada respeitamos. E ainda há quem se surpreenda por que as coisas não funcionam ou se mantém irregulares.

Ao contrário do que deveria ser, entre os mais desrespeitosos agentes encontra-se o setor público. Aí estão os precatórios. As obras infindas e incompletas. Os serviços de saúde, educação e segurança impotentes. Não é a toa que órgãos públicos são os mais notórios litigantes junto ao Poder Judiciário. No pólo passivo, óbvio.
Mas no ambiente das relações privadas também não é muito diferente. Aí estão em larga escala as invasões, depredações e fraudes. E produtos e serviços de duvidosa qualidade. Diferentes modos e formas de frustrar o pessoalmente contratado e socialmente combinado

FALTAM JUIZES? FALTAM POLICIAIS?

O artigo do meu amigo o Juiz Pozza em ZH de ontem fez furor.
Mas eu estou fora dessa, já saí há muito tempo, não sei da real situação.
Mas, caro leitor, cara amiga, senta aí e acompanhe meu raciocínio.
Imaginemo-nos numa cidade qualquer.
Seus habitantes, em sua maioria, homens e mulheres, acordam e, ao  invés de tomarem café, abrem uma cerveja. Os adolescentes já acendem um baseado. 
O desjejum continua  com carne clandestina e biscoitos pilhados de um caminhão que tombou na rodovia.
Atiram o lixo sem maior cerimônia no riozinho que atravessa a cidade. Quase não tomam banho e a maioria da população compartilha seringas .
Imediatamente surgem pessoas, aos magotes, doentes do fígado, dos rins, etc e acorrem ao Hospital, o único da cidade. Como os pacientes são em número absurdamente excessivo para uma cidade normal, pois foi dimensionado na suposição de que a população vivesse com hábitos sadios,  gera-se uma grita geral.A solução mais simples é urrar em praça pública, querendo mais médicos.  Vêm mais vinte. Não dão conta. Vêm mais 100, nada. Vêm mais mil médicos para essa cidadde de 20 mil habitantes. Nada melhora.
E as comadres e os compadres dizendo:
- esses médicos são uns incompetentes.
Gente.
Como é que nos anos 70 cidades que hoje continuam com o mesmo número de habitantes  multiplicaram seus processos no Forum por mil?
Amigo:  a cada dia que passa as pessoas , mesmo as comuns, não cumprem normalmente as regras sociais. Tendem a não pagar suas contas em dia;  se endividavam à toa.
O que falta a todos nós é, no cotidiano, seguir as normas do bom senso, é cumprir as leis normalmente, sem coerção, espontaneamente.
Mas tomba um caminhão de carga e os automobilistas de ambos os lados da rodovia  SAQUEIAM A CARGA. NÃO É O POBRERIO, NÃO É O VILEIRO, É A NOSSA CLASSE MÉDIA.
Nos falta muita educação!  Eu não falei ensino. Ensino a escola dá, às vezes até  meia boca.. Educação é em casa  . Educação pai e mãe tem que dar e exigir.
Falta de educação é o  flagelo deste país.
Vá ao Uruguay e se pare na frente de uma escola qualquer.
Compare com  o que acontece em sua cidade.
Almoce num lar argentino e veja como os filhos tratam pais e avós.
E tire suas conclusões.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

BELO DIA INVERNAL EM XANGRI LA

Tive que dar uma chegada rápida em Porto Alegre para uma reunião no escritório de Gessinger Advogados que, por sinal, está bombando.
Entrei no meu apartamento e uma lufada de ar quente quase me atirou contra a porta do elevador. Adentrei, só vesti o terno com gravata e me toquei para a reunião. Por sorte o Prefeito que veio me procurar é um homem direto, objetivo e nossa reunião durou o que dura um lírio.
Deixei  o escritório, desci ao subsolo e já encilhei minha maravilhosa Volvo X60 e me meti na free-way, rádio nos 1080 AM da Ufrgs.
Hora e meia depois já estava no meu refúgio.
Que beleza, um chuvisqueiro "espanta novos  ricos e espaçosos ". A chuva guasqueou toda a  tarde embalando minha inocente siesta.
Agora Xangri La está  imersa em silêncio, retemperando forças para a invasão dos  fogueteiros correntões de ouro que virão amanhã, espantar cachorros e passarinhos.
Enquanto não vêm, estou cozendo um lombinho de leitão, com fina camada de  gordura, cortado em cubos,aceboladito, para degustar com  aspárragos e una copla de vino chileno.
Dá-lhe chuvinha mansa enquanto escucho Violeta Parra!
Que ano maravilhoso esse 2012! se o próximo for parecido, tá bem bão.

SEGUNDO CONTO MEU PUBLICADO NACIONALMENTE EM LIVRO PELA AMB

Domingo na estância
 
Domingo na estância. A família viajando. Dei folga para a

peonada. Comigo ficou só o peão caseiro. Sem nada o que fazer,

decido tomar um banho na sanga, que serpenteia por entre o

mato. Fico em pelo e me sento num pocinho, para estupor dos

jacus e martim-pescadores.

Sou mesmo um ser estranho. Não tenho penas, não sei voar,

minha pele é fina e dá passo a qualquer espinho, preciso de vestes

no inverno, alimento-me mais do que o necessário, meus filhotes

tem de esperar até os 18 anos para se sustentarem - e olhe lá!

Minha mulher vai ao Hospital para parir e ainda lhe dão um talho

na barriga, como se gravidez fosse doença.

Pensei: vou tentar ser um bicho, voltarei descalço. Meus

pés sangraram após dez metros. Seriemas, anus, emas, cobras,

lagartos, todos se riam de mim e de minhas limitações. Pedi-lhes

desculpas: realmente eu não passava de um estranho no paraíso,

pois pertencia à raça daqueles que só pensam em destruir a

Natureza.

Olhei para o céu e ví o Sol, que me confidenciou:

- antes que eu me consuma na explosão final, vocês

conseguirão destruir o último planeta vivo do Universo.

Não conseguindo sustentar o olhar do Sol, já com as córneas

em chamas, ainda balbuciei:

- quem sabe ainda aprendemos com os bichos...

Quando acharam meu corpo, espantaram as aves que me

velavam.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

DOIS CONTOS/CRÕNICAS MEUS SELECIONADOS E PUBLICADOS EM LIVRO PELA AMB

A AMB ( associação brasileira de magistrados) reune juízes de todas as especialidades e de todas as instâncias do país.
A entidade decidiu publicar um livro com os trabalhos de magistrados, da ativa ou aposentados, de todo o país, bem como intelectuais de áreas afins.
Meio sem esperança, enviei dois trabalhos.
Os dois foram publicados, figurando  ente os 18 autores  selecionados em todo o país.

CONTOS DO DESEJO
é o nome do livro.
Além da minha pessoa, foram selecionados
José carlos LAITANO -RS
DANIELLE  MARTINS CARDOSO - SÃO PAULO
LUIZ KOPES - AMAPÁ
MARIZA BAUR - SÃO PAULO
LILIAN GATTAZ- SÃO PAULO
LUIZ CARLOS DITTOMASO - SÃO PAULO
HILDEMAR MENEGUZZI DE CARVALHO - SANTA CATARINA
JOSÉ AUGUSTO FONTES - ACRE
VIVIANE JUGUERO - RS
FAUSTO COUTO SOBRINHO - S. PAULO
LUIZ EDUARDO FREYESLEBEN -SANTA CATARINA
ROSIVALDDO TOSCANO DOS SANTOS JUNIOR - RIO GRANDE DO NORTE
MILO RODRIGUES - RGS

ROGERIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA - MINAS GERAIS
ÉLIO FIGUEIREDO - SÃO PAULO
ANTONIO MARIO FIGLIOLA - SÃO  PAULO
RUI GUILHERME DE VASCONCELOOS SOUZA FILHO - AMAPÁ
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ABAIXO VAI MEU PRIMEIRO CONTO.
AMANHÃ PUBLICO O OUTRO
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SEU WILLIBALDO
 




Tinha eu 7 ou 8 anos.

Meu pai tinha um comércio por atacado e, às vezes, pegava

seu caminhão e levava produtos para “vendas” (bolichos) do

interior do Município. Na volta trazia banha, batatas, milho.

Um dos pontos de parada era na Linha Araçá, na casa

comercial do seu Wilibaldo. Aquelas casas eram residência, salão

de baile, bolicho, tudo.

Eu descia correndo para brincar com a filha dele, da minha

idade. Íamos até um arroio, onde havia uma roda de moinho.

Atirávamos pedrinhas na água.

Meu pai e seu Willibaldo bebiam cerveja, amaldiçoavam

Getúlio Vargas, que proibira falar alemão. Comiam torresmo de

porco, peidavam e davam risada.

Quando meu pai me chamava para prosseguirmos viagem,

minha amiguinha chorava. Não tinha com quem brincar.

Por vezes seu Willibaldo vinha para a cidade e trazia a filha

junto. Enquanto os adultos tomavam cerveja, comiam latas e

latas de pescada e arrotavam de satisfação, eu e ela brincávamos

nas pilhas de sacos de farinha e milho.

Depois não acompanhei mais meu pai e, aos 17 anos, passei

a estudar em Porto Alegre.

Quando voltava a Santa Cruz para visitar meus pais, eles me

diziam-

- Du musst der Willibald besuchen ( tu tens que visitar o Willibaldo).

Nunca dava tempo (desculpa de todos os crápulas).

Passaram-se os anos. Até que um dia, ao passar pelo

pedágio de Venâncio Aires olhei a placa: Linha Araçá - 10 Kms.

Entrei na estrada de chão. Ninguém sabia dizer onde era a

casa do seu Willibaldo.

Até que uma senhora, com quem falei em alemão, me

disse:

- Der Willibald ist schon tot (ele já morreu). A casa que era

dele é logo ali, depois da curva.

Ao chegar, logo reconhecí a casa. Só ficara a fachada; o

resto, ruínas. Nos fundos, um puxado de madeira.

Uma mulher de feições cansadas, mas longe de ser velha,

com uma criança no colo, assomou à porta.

- Não é aqui que morava seu Willibaldo?

- Era, eu sou a neta dele.

E tua mãe?

Morreu ano passado. Quem é o senhor?

- Eu fui amiguinho de infância de tua mãe.

- Ah, então o senhor é o tal Ruy. Meu vô sempre dizia que

o senhor um dia ia visitar ele….Minha mãe também.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

LONGE DO CALOR, DO BAFO, DO AGITO



Éstá ótima a coisa aqui pelo meu refúgio. Chegou uma antiga secretária do lar nossa, a Loracy, a rainha do xixo. Meu serviço é só observar se tudo está nos conformes, ler e  tomar banho de piscina com o Matheus.
E, se " me insistirem" muito, um tênis e depois uma freixenet.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O NATAL DE HERMES DUTRA


 

Muitos não acreditam no natal, outros tantos acham que está muito comercializado. Alhures ainda se ouve que é invenção capitalista ou coisa de igreja. Tá bem!!!!!!!!. Pode ser tudo isso. Mas que milagre é esse que nos permite ver nos olhos de uma criança um brilho inigualável diante do Papai Noel ? Que milagre é esse que nos faz ver pessoas alegres (a maioria, pelo menos), levando pacotes (pequenos, grande, pequeníssimos), com um sorriso nas filas de ônibus, nos carros, nas casas ou até mesmo naqueles que erroneamente são chamados de moradores de rua? Que milagre é esse que nos faz reunir a família, trocar olhares  e abraços carinhosos ( e na maioria das vezes presentes também), nos fazendo crer que a felicidade é possível : Que milagre é esse que nos faz desejar até mesmo a quem não conhecemos boas festas ? Acho que esse milagre é proporcionado pelo espírito do natal (dê o nome que quiser a isso....).

 

Por isso, espero que este espírito abrace a todos vocês, lhes trazendo alegria, paz e felicidade. E que as boas coisas acontecidas no ano que finda, se repitam muitas vezes durante o ano novo. E que as coisas ruins, que por ventura aconteceram, que fiquem na lembrança somente daqueles ou daquelas que causaram essas coisas ruins.

 

Sintam-se abraçados.

 

Hermes dutra

 

OS - Para mim, que creio, o verdadeiro milagre está Naquele que veio ao mundo com o fim único de mostrar que é possível viver-se aqui na terra, amando-nos e perdoando-nos uns aos outros!

UMA BELA CRÔNICA DO ESCRITOR E ADVOGADO SANTACRUZENSE ASTOR WARTCHOW


Uma crônica de natal

 

Astor Wartchow

 

“É verdade que esta noite, se às estrelas erradias eu pedir o que desejo, o céu o concederá?”, pergunta Pablo à sua mãe. No Poema de Natal, de Pablo Rojas Guardia, poeta venezuelano (1909-1978).

O natal é o máximo da experiência mágica da infância.  Pena que logo, nem tão criança e nem tão adulto, dá lugar ao olhar crítico de nossas desigualdades familiares e sociais.

Nessa noite, quando os sinos das igrejas repicarem, lembrarei que devo me comportar como se vivesse no melhor dos reinos. E, preferencialmente, silenciar e sufocar a lembrança de crianças que não acordarão cercados de brinquedos. Que dirá acolhidos em boa cama e cercados do afeto de seus pais!

E para não estragar a festa, prometo sorrir tal qual um presenteado e feliz menino enquanto submeto o adulto ao silêncio e a anestesia proporcionada pela boa e típica mesa. E em nome da paz festiva, familiar e social, ainda que falsa aliança, também prometo deixar de lado os transtornos e assuntos que lembram que há “lá fora” uma guerra pela sobrevivência e aqui dentro as típicas idiossincrasias familiares.

A maioria das pessoas consegue presentear e festejar como se não houvesse um mundo exterior. E nem falo daquele distante, mas aquele bem próximo de nós, às vezes do outro lado de altos muros, de cercas elétricas e de nossas guaritas. Onde passa a noite de natal o “nosso guardinha”, distante de sua família e em troca de algumas simbólicas moedas de ouro, óleo de mirra e incenso.

Há uma força oculta no natal. Uma força que não é verdadeiramente cristã. Que nos atrai às festas, às comemorações e para um desfile de dissimulação. O natal resta como um imenso imã de atração coletiva e de objetivos comerciais e festivos. O tal e popular Jesus, lembrado e milenar ícone religioso, é apenas mais um garoto propaganda!

O natal que me atrai não é o dos festejos e dos presentes. O natal que me atrai é aquele que não houve. Afinal, onde está o amor desinteressado, comprometido e fraternalmente engajado? Não estamos escravizados pela ostentação de poder e riqueza e de um exibicionismo acerca de uma felicidade festiva e irreal?

Sabemos que a felicidade real não é do jeito que é declarada e exibida nessa época do ano. Então, esse exibicionismo natalino não é uma forma ostensiva de poder e vaidade?

Bem, prometi me comportar. Mas, em silêncio lembrarei o verso do poeta Manuel Bandeira: “Sou bem nascido. Menino fui, como os demais, feliz. Depois, veio o mau destino e fez de mim o que quis”. E agora, faltando poucas horas para a noite de natal, diante do espelho do meu quarto invoco sua magia e nele me escondo por um dia.

E, imediatamente, deixo sair de lá um menino faceiro que corre rápido de olho na árvore de natal e na chaminé. E, quem sabe, sortudo, ainda ouvir um alô de despedida do barbudo: “Hohoho, hohoho!”

domingo, 23 de dezembro de 2012

OBRIGADO, MEU DEUS

Por me ter dado a graça de achar um lugar que tem tudo de que eu preciso, mas não carros com som alto, foguetes, vizinhos ruidosos, gritarias, baixarias.( isso apesar de ser um lugar populoso)
Considero um privilégio ocupar um lugar na orla com vizinhos pais de família exemplares e que, sem embargo de alguns terem filhos jovens,
COMANDAM
 a batuta em casa.
Estou ouvindo músicas natalinas européias e norteamericanas, porque a dona Simone e sua voz de trombone e o Ivan Lins não dão  pedal.
Espero que os meus prezados leitores também sejam poupados dos grosseiros que querem repartir sua idiotice com os inocentes...

PARABÉNS MI

Hoje aniversaria uma menina loira e de olhos azuis.  Usava, quando criança, as camisetas do irmão mais velho. Sempre gostou de estudar. Sempre amou os bichos. É sensível: até a apelidei de manteguinha.
Foi atleta medalhista no colégio.
Passou " de primeira" no  vestibular para Direito da UFRGS.
Passou no concurso para juiz de direito. A propósito, na época em que ela se preparava,  fiz um teste com . tranquei-a na minha sala de trabalho por três horas e lhe dei um processo para elaborar a sentença. Ao cabo do tempo li e lhe disse:
- com essa sentença não passas de jeito nenhum.
A guria redobrou os estudos e foi aprovada.
É casada e me deu um lindo netinho. É minha vizinha de praia.
Beijos filhota Milène.

sábado, 22 de dezembro de 2012

É ÓTIMO TER AMIGOS, MAS EM PRIMEIRO LUGAR VÊM OS FAMILIARES

Como já  asseverara, tirei uns dias para refletir e parar com a correria.
Os últimos, os passei sozinho no meu refúgio, com  meu filho Rudolf .
Não tirei o carro da garage. Fizemos tudo a pé. Preparamos  nossa própria comida e nós mesmos mantivemos a casa limpa.
Nesse ínterim, ouvimos música  , lemos  e conversamos.
O piá tem 16 anos mas constato que não o conhecia bem o  suficiente. Desvelou-se uma alminha terna e carinhosa, mais do que eu pressentira.
Seu prazer era  deixar minnha cama arrumada, colocando talco perfumado nos lençóis. O meu,   sair de madrugada, ir na padaria e lhe deixar pronto o café com pão  quentinho.
Jogamos futebol na chuva e andamos de bici.  Cuidamos do  jardim. Fizemos juntos aulas de tênis.
Dou-me conta de que às vezes damos prioridade aos bons amigos mas deixamos de lado um pouco os que estão em roda da gente, aguentando o tranco, nossas teimosias e manias.
Estou esgualepado e com algumas dores musculares. Mas acredito que ganhei muito em felicidade.
Fale mais com seus filhos.
Isso, é claro, não implica dizer-lhes sim para tudo.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MELANCHOLIA


Não me sai da cabeça esse baita filme.  Claro que você, caro leitor, minha amiga, já viu, gente fina que é, esse filme denso, pictórico, emblemático, terno.
E, para ajudar, a trilha sonora com o grande Wagner ( Tristão e Isolda).
A folhas tantas a nossa heroína diz em sueco ou norueguês:
-c djdfjhfiudj skononçvfajnpgfargf!!!
- ( a Terra já vai tarde! ninguém no universo vai sentir falta dela. A  Terra é má.) 
Ao que eu acrescentaria em dinamarquês:
- jdudiuwnpionpijjnvpqunfpirenf!!!!!!
O site Terra de hoje tem razão.
O fim do mundo começou há tempo e a agonia vai ser longa.
O fim do  mundo para mim  começou quando, depois de larga ausência, uns 10 anos, voltei a Santa Cruz e o meu arroio onde ia pescar lambaris para minha mãe fritar, estava  transformado num tubulão subterrâneo.
O fim do  mundo para mim começou quando fui assumir minha primeira comarca - Horizontina - e a paisagem era só de soja-trigo, com montes de carcaças de árvores centenárias jazendo mortas.
O fim de mundo é haver seis homicídios por dia no RGS.
Parece inevitável o choque com o planeta Melancholia.
Com essa esculhambação, nem as amebas sentirão nossa falta.

DIPLOMADOS OS MEUS GALOS NA UNISTALDA

Aí estão o Prefeito  dr. Ribeiro, o médico que conhece pelo nome todas as crianças, adultos e idosos de Unistalda e quais os problemas de saúde que têm.
seu vice é o dr. Antolini um homem com formação superior, mas com a simplicidade cativante do povo unistaldense.
UNISTALDA VAI EM FRENTE, VAI SEGUINDO A CORRENTEZA, RELEMBRANDO QUE TUA GENTE
SEMPRE FOI TUA RIQUEZA

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

TRIBUNAL DE JUSTIÇA TRANCA PROCESSO DE CASSAÇÃO DO PREFEITO DE ENCANTADO



 

A 21ª. Câmara Cível do TJ RS, sendo relator o des. Francisco  José Moesch  e integrantes os des. Marco Aurélio Heinz e Genaro Barone Borges deu, por unanimidade, provimento ao recurso do Prefeito de Encantado  Paulo Costi e de seu vice José Calvi, que estavam sendo alvos de um processo de cassação instaurado na Câmara de Vereadores . O Tribunal acolheu a alegação da defesa do Prefeito e de seu vice  de que não foram obedecidos os rigorosos ritos tanto da legislação Federal que rege a matéria como do próprio regimento Interno da Câmara de Vereadores. Costi e Calvi, reeleitos para mais um mandato, assumirão normalmente.

A causa foi patrocinada por Gessinger Advogados Associados - Ruy Gessinger, Cristiano Gessinger Paul e Thiago Vian

EMBARCO ÀS PRESSAS PARA A ALEMANHA PARA ASSISTIR AO GRANDE FESTIVAL DO FIM DO MUNDO. VEJAM O CARTAZ E A TRADUÇÃO LOGO A SEGUIR






 

FIM DO MUNDO – 21.12.12

Programação prevista:

5:00 horas – Despertar da população mundial por meio de sinos e sirenes

6:00 horas – Chegada dos Maias

7:00 horas – Chegada dos Extraterrestres

8:00 horas – Chegada do presidente dos países do G8

9:00 horas -  Chegada dos Santos Mártires, etc.

10:00 horas – Hino ao final do mundo: “Rumo ao inferno” e “Adeus meu pequeno guarda oficial”

10:30 horas – Palavra de saudação do Papa

11:45  horas – Lanche (almoço) apocalíptico

13:00 horas – Reunião Geral da ONU sobre o fim do mundo

15:00 horas – Minuto de silêncio

15:05 horas – Inicio das celebrações festivas oficiais

17:00 horas -  Abertura do Bufê

18:00 horas – Partida dos Maias

19:00 horas -  Fogos de artifícios e jogo de futebol – Brasil contra seleção mundial

21:00 horas – Partida de todos os arcanjos e anjos

22:00 horas – Final da cerimônia  pós-hora (abertura do bar) cerveja liberada

23:30 horas – Distribuição gratuita de óculos 3D
24:00 horas – FIM DO MUNDO (inclusive contagem regressiva) Após – festa e show pós final do mundo

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SURPRESA ! CHEGOU A NOSSA VEZ DE RECEBERMOS A IMAGEM DA SANTA ITINERANTE

Tempos atrás postei a respeito da surpresa de ter recebido a visita no 10. andar onde moramos, de umas senhoras idosas e gentis que vinham nos convidar para hospedarmos a santinha. Hoje chegou a nossa  vez! é uma experiência nova e  transcendente.  Me traz muita  paz e alegria.   

EU NÃO DISSE? OU O SILÊNCIO ENSURDECEDOR DA GRANDE MÍDIA

Quem acompanha este humilde blog já deve ter notado que
- não conto tudo o que sei
- quando sei, falo " durch die Blume"
- na maioria das vezes não tenho paciênccia para explicar enigmas.
Nos lugares que frequento, nos  bastidores, ouvia e ouvia coisas sobre a Arena do grêmio. dei minhas pistas, não me levaram a sério. Minto: só o Prévidi e o Loeffler.
A briga Koff e Odone tem mais coisas por trás.Então me decifrem tontinhos: fora mulher, o que causa mais broncas no mundo?
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Vou dar oura de cocheira. Não adianta só o Dunga. Se não derem meios, ele pula fora e o Inter vai namorar com o abismo da Segundona.
Anotem. O sr. dr. Luigi sabe pouco de futi.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

AINDA SOBRE O MENSALÃO E AS MÍDIAS

POR MARCELO DA SILVA DUARTE

Caro Ruy
A cobertura midiática e o debate público em torno do mensalão revelou um fato: tanto a mídia oligárquica quanto a dita "de esquerda" utilizam as mesmas estratégias. só o que muda é o ponto de vista

 

semana passada, p. ex., "bombou" no círculo de poder de brasília e entre certa intelectualidade de esquerda a desqualificação de marcos valério. o argumento mais rebuscado ganhou pontos na fogueira de vaidades que alimenta a base governista e foi fielmente reproduzido por certa mídia dita "de esquerda". dizem as más línguas que nunca se viu tanto barroquismo na capital federal.

a cousa foi mais ou menos assim:

"a palavra de marcos valério não vale nada porque ele é um criminoso. logo, o que ele diz sobre o ex-presidente lula é mentira".

ora, mas josé dirceu, josé genoíno e joão paulo cunha são tão criminosos quanto marcos valério;

para josé dirceu, josé genoíno e joão paulo cunha não houve mensalão;

portanto, como a palavra de um criminoso não vale nada....

as formalidades do poder ao menos são divertidas. nem que seja só formalmente…rs.

 

tenho pensado que a esquerda precisa rever seu modo de lidar com a questão lula. há setores dessa esquerda tão cegados pelo mito que não são capazes de enxergar que [i] nem toda matéria veiculada na grande mídia é um ataque pessoal contra o ex-presidente e que [ii] o fato de lula ter feito x, y e z pelo país não o coloca, automaticamente, acima de qualquer suspeita. vejas o caso recente do líder petista na câmara, jilmar tatto, que, na ânsia de defender a reputação de lula, aprovou a convocação de fhc p/ a prestação de esclarecimentos, abrindo precedente p/ a convocacão de lula pela mesma casa e pelo mesmo motivo, manobra criticada até por seus pares petistas.

 

vejas, eu não estou dizendo que não há má-fé por parte da mídia, mas sim que alguns fatos não podem não ser noticiados simplesmente porque certa esquerda acha que a trajetória de lula é intocável, como se a mídia precisasse da permissão deles e do próprio lula p/ publicar determinadas matérias. a dita rosemary afirmava ser namorada do presidente e marcos valério afirmou ter depositado 100 mil contos numa conta qualquer p/ o pagamento de despesas pessoais de lula - fatos políticos que serão noticiados e, de acordo com as intenções [veladas ou não] de cada veículo de comunicação, mais ou menos explorados, e ponto final.

 

e isso não é pouca cousa, pois acredito que o modo de lidar com essa questão - a questão lula - é que vai definir tanto [i] o modo como denúncias sérias serão respondidas e [ii] o modo como falácias, grosserias e o ódio de classe serão enfrentados pela esquerda. o apelo à emoção, a blindagem cega, surda e muda e a aposta na intocabilidade do mito, além de falácias, não serão o melhor caminho.

 

minha maior preocupação é com [i], pois [ii] tem se mostrado ineficiente por ser completamente alheio ao universo eleitoral beneficiado pelo lulismo e, agora, por dilma. e meu maior medo é que o que há de ruim na direita e na mídia, que até então sempre apostaram em [ii], se deem conta que a esquerda enfrenta [i] e [ii] do mesmo modo...

 

vamos ver se os atingidos se manifestam, pois se trata de um debate interessante, embora a esquerda fuja de suas mazelas tal como o diabo da cruz.

 

Partidarização do Judiciário

http://msilvaduarte.com/2012/12/17/partidarizacao-do-judiciario/

Vale a pena ler o denso artigo do dr. Marcelo da  Silva Duarte. 

Clique no link acima e  depois pendure nos seus favoritos

LA DOLCE VITA

Há muitos anos,quando jovem juiz, conheci um general que me segredava que tudo o que ele queria era se mudar de volta para o Rio de Janeiro. Lá sim havia de um tudo, desde sol até todo o tipo de frutas. Falar nisso, quando assumi a Comarca de Horizontina, coisa mais difícil era conseguir uma fruta.
Quando fiz minha primeira viagem ao Rio para assistir Flamengo e Inter, vitória do Fla com gol de Fio Maravilha,constatei que o Rio era, mesmo, tudo aquilo. Não havia tanta criminalidade como agora.
Mas  o  que eu queria mesmo era falar em Xangri La que, com o  novo e futuro prefeito, deve dar um salto.
Começa pelo clima oceânico que é tudo de bom. Nunca há aquela canícula e, no inverno, jamais aquele geadão de matar até atleta.
Quem é de longe e só vai para a praia por uns diazinhos não tem idéia do que é uma cidade litorânea, mormente uma, como Xangri La e Atlântida, preparada, planejada e não surgida de um vilarejo. Seu mundo não se cinge ao Hotel, praia, restaurante, hotel.
O  ruim antigamente era que nas " praias" faltava muita coisa e tinha-se que arrastar TVs e essas coisas para lá e para cá. Hoje as grandes redes de lojas e supermercados, revendas de carros, estão presentes e você  deixa tudo na casa da praia, pois o sistema e segurança privada funciona mesmo.
Agora, decidido a gozar um pouco mais a graça que Deus  me deu de ter tido sorte e saúde, tenho passado muito tempo no que chamo de meu refúgio.
Não sabia e talvez vocês não acreditem: Xangri La, proporcionalmente, talvez tenha o maior número de quadras de tênis do MUNDO. Com efeito, são inúmeros condomínios de luxo, talvez mais de 100, todos com um conjunto grande de quadras, tanto cobertas como ao ar livre. Em todos esses condomínios há instrutores. Se você não tiver com quem jogar, paga um instrutor  e joga com ele.
Também o golfe, esporte que só existe em cidades raras, como P. Alegre, Livramento, Canela, Santa Cruz, abunda em Xangri La.
Um colega advogado, de nacionalidae alemã me disse um dia:
- sei que és fanático por tênis que é  um esporte que se pode jogar até os cem anos. Mas o dia que jogares golfe, vais ver.
Esta semana já vou visitar um " field" e, conforme o caso, iniciarei as aulas.
Enquanto isso, rádio e TV desligados e muita leitura de livros, nada de conversas complicadas e muito convívio prazeroso.
Desejo uma boa semana a todos
( pelas notícias que me vêm, o pessoal na estância está eufórico com as belas chuvas na Unistalda. )
Agora em janeiro meu capataz Luiz César virá passar uns dias conosco aqui no Litoral, com sua família. Eu sei como é:  no quinto dia ele  vai querer voltar por que na cidade lhe ardem os olhos, hehehe. Mas enquanto isso enlouqueceremos os bons vizinhos com o cheirinho do cordeiro assado.

domingo, 16 de dezembro de 2012

NOVO E ASSÍDUO FREQUENTADOR DO MEU REFÚGIO




Esse lourinho de olhos azúis e cabelos encaracolados vem a ser o sr.  Matheus Gessinger Bremm, meu  neto, filho de Milène e Arthur.
Meio que se adonou de tudo e me nomeou seu novo treinador de futebol.
De volta ao meu refúgio desejo um excelente domingo a todos.

sábado, 15 de dezembro de 2012

O PARADOXO DA MANADA NO NATAL


Natal - Rubem Alves

“(…) Natal me deixa triste. Porque, por mais que o procure, não o encontro. Natal é uma celebração. As celebrações acontecem para trazer do esquecimento uma coisa querida que aconteceu no passado. A celebração deve ser semelhante à coisa celebrada. Não posso celebrar a vida de Gandhi com um churrasco. Ele era vegetariano, amava os animais. Uma celebração de Gandhi teria de ser feita com verduras, água, leite e um falar baixo. Mais a leitura de alguns textos que ele deixou escritos. Assim Gandhi se tornaria um dos hóspedes da celebração. Agora, um visitante de outro planeta que nada soubesse das nossas tradições, se ele comparecesse às festas de Natal, sem que nenhuma explicação lhe fosse dada, ele concluiria que o objeto da celebração deveria ser um glutão, amante das carnes, bebidas, do estômago cheio, das conversas em voz alta, do desperdício. Nossas celebrações de Natal são como as cascas de cigarra agarradas às árvores. Cascas vazias, das quais a vida se foi. Se perguntar às crianças o que é que está sendo celebrado, eles não saberão o que dizer. Dirão que o Natal é dia do Papai Noel, um velho barrigudo de barbas brancas amante do desperdício, que enche os ricos de presentes e deixa os pobres sem nada. (…) Pois é certo que as celebrações do Natal são orgias de ricos, celebrações do desperdício e lixo. Celebrações do lixo? Aquelas pilhas de papel de presente colorido em que vieram embrulhados os presentes, não são elas essenciais às celebrações? Rasgados, amassados, embolados num canto. Irão para o lixo. Quantas árvores tiveram de ser cortadas para que aqueles papéis fossem feitos. Para quê? Para nada. A indiferença com que tratamos o papel de presentes é uma manifestação da indiferença com que tratamos a nossa Terra.

Estou convidando meus amigos para uma celebração de Natal. Ela deverá imitar a ceia que José e Maria tiveram naquela noite: velas acesas, um pedaço de pão velho, vinho, um pedaço de queijo, algumas frutas secas. À volta de um prato de sopa de fubá – comida de pobre –, tentaremos reconstruir na imaginação aquela cena mansa na estrebaria, um nenezinho deitado numa manjedoura, uma estrela estranha nos céus, os campos iluminados pelos vaga-lumes. E ouviremos as velhas canções de Natal, e leremos poemas, e rezaremos em silêncio. Rezaremos pela nossa Terra, que está sendo destruída pelo mesmo espírito que preside nossas orgias natalinas. (…)”

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

MINHAS RECEITAS PARA UMA CEIA FRUGAL 1

Comecemos pela entrada.
Não se esqueça da máxima: comer embrutece, beber uma taça de vinho enobrece.
Vamos lá.
Vá na sua horta e escolha um repolho tenro. Ah... não tem horta? não sobrou um metrinho quadrado? não tem tempo?
Bem, pegue seu carro e vá ali em Tabaí, na casa da Granja, fale em alemão com dona Alzira e compre o repolho.
Siga pela  rs 287 vá até a Linha Pinheiral  um pouco antes de Santa Cruz. Chegue no Açougue do Schuster e compre  dois gomos de linguiça pura de porco defumada. Se sua rota é a praia também pode parar na estrada do mar e comprar linguiça de ovinos.
Desligue rádio e TV e corte o repolho bem fininho, temperando-o com limão, daqueles grandes de casca grossa.  Corte a linguiça em pedacinhos bem pequenos com faca de fio, de preferência Solingen ( pronuncia-se Zólinguen) ( não use faca serrihada). Misture linguiça e repolho e  coloque óleo de oliva feito na Grécia. Em fogo bem brando vá refogando.
Ponha num prato  grande, bem lindo, só uma porção no meio.
Sirva água num cálice de cristal da Bohêmia.
O vinho pode ser num cálice feito em outra parte da Rep. Tcheca.
Acenda uma velinha.
Coloque An Silvia de Schubert, cantada por Galinski-Oshima.
Sirva-se.

AOS MEUS AMIGOS - ESCLARECIMENTOS

Tendo em vista diversas indagações que me fazem, o que me envaidece, pois constato o carinho de tantas pessoas, esclareço:

- Minhas atenções na região Centro Oeste cingem-se à Pecuária Gessinger, sediada no Município de Unistalda. Como nesta tenho todo o conforto e instantaneidade de comunicação, a família pôs à venda a residência  de Santiago.
- Mantenho escritório de advocacia (  Gessinger Advogados Associados) em P. Alegre, no Edifício Tribuno, 8. andar.
- Não há a mínima possibilidade de eu atuar na radiodifusão em qualquer rádio do interior do Estado.
- Meu título eleitoral será trazido para P. Alegre, onde tenho residência, domicílio e centro dos meus interesses .
- Apesar de no passado ter cogitado , hoje não tenho nenhum interesse em investir na comunicação.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ANTES TARDE DO QUE NUNCA. santiago - rs vai ter que se acostumar com o pluralismo

Santiago é o máximo.
Mas não é propriedade exclusiva  de seus " donos".
Não sei se por passividade ou o que uns meio que se adonaram de pensares e fazeres.
Mas agora a cousa está mudando.
Eu prometi para minha mulher e meus filhos não mais meter o bedelho naquele abelheiro. Mas como sou pitoco e honro minha história, reproduzo o artigo do inatacável Vulmar Leite:

Pensamento Único






Do Blog de Vulmar Leite:






Em Santiago foi decretado pelos donos da cidade que a verdade é uma só, a de que ninguém está autorizado a fazer críticas contra as pessoas, instituições, gestores públicos vinculados ao interesses dos lideres do partido dominante, exceto para desqualificar, desmerecer, desfazer, distorcer fatos, obras e realizações dos adversários e eventuais desafetos - nestes casos há licença compulsória. Também estão livres para tecer loas aos simpatizantes da causa, desde que estes sejam obedientes e não ofereçam riscos de pensar e assumir posições autônomas no futuro.



Nossos comunicadores, emissoras de rádio, jornais, e outros são constantemente compelidos a guardarem silêncio sobre eventuais mazelas e desmandos que são descobertos e que, em hipótese alguma, um órgão de imprensa que se preza deveria silenciar. Há, na "entourage" de pessoas designadas para exercer o papel de censores, aliás, são alunos e/ou discípulos daqueles que cumpriram, num passado não muito distante, esse triste papel durante os governos autoritários.



Na nossa boa e valorosa Santiago esse procedimento funesto e antidemocrático está profundamente enraizado nas atitudes e no comportamento de muitas pessoas. Há os que provocam o temor e há os que têm medo. Nesses quase quarenta anos de convívio com as pessoas desta terra, percebo que a cultura do medo não se modificou com o advento da democracia e com a explosão e acumulação do conhecimento universitário ocorrido nestes últimos 20 anos. Pelo contrário, agudizou-se o comportamento medroso, sofisticaram-se os métodos de coação e de controle das pessoas e, em consequência, o pensamento crítico, capaz de promover e induzir o tão sonhado desenvolvimento econômico e social, não prosperou em nosso meio.



As mesmas ideias, os mesmos discursos, os velhos problemas e dilemas permanecem vivos nas nossas rotinas. O nosso inconsciente coletivo, letárgico e apático, não foi capaz de estimular a criatividade dos nossos lideres e empreendedores para avançar na proposição e implementação de políticas públicas coerentes e concernentes com o fantástico avanço da humanidade em todos os campos. O conhecimento sobre a tecnologia moderna, artes, cultura, medicina, relações sociais e humanas, valores morais e éticos, que são de domínio e de acesso quase instantâneo por muitos, manejados com espírito crítico, autonomia de pensar e agir, e de forma articulada, são passíveis de gerar projetos e programas para proporcionar promover maiores e significativos ganhos de bem estar social ao nosso povo.



Estas reflexões que acabo de fazer são motivadas por fato que considero de extrema relevância para romper com esse ciclo vicioso que denomino, na falta de uma definição mais adequada, de cultura do medo, que é a orientação que está sendo imprimida pela Rádio Verdes Pampas, agora sob a direção dos santiaguenses Paulo Saciloto e Leudo Costa.



A determinação de Paulo e Leudo é exatamente no sentido de provocar a livre manifestação da população e estabelecer o contraditório no debate das questões de interesse público, sem aceitar ameaças e atitudes coercitivas de qualquer natureza, tais como, telefonemas impróprios,pagamento ou supressão de publicidade, pressão sobre anunciantes privados, privilégios ilegais, entre outras, o que constrange, deseduca, desinforma, avilta a infraestrutura de comunicação privada, postura autoritária e equivocada que retrai e entrava o processo de desenvolvimento da nossa terra.



A ousadia desses Dois Filhos de Santiago prenuncia novos e promissores tempos para Santiago, pela possibilidade de contribuírem com instrumento rádio, de abrangência regional, para o livre debate, despartidarizado, sem peias e tutelas, sem licença prévia de caudilhos ou chefetes políticos, sem dúvida vai acordar e despertar o inconsciente coletivo da nossa gente e ajudar a espancar, para sempre, do íntimo das pessoas, os sentimentos reprimidos que a impostura herdada dos regimes autoritários lhes impingiu por tantas décadas."