Como mudaram as coisas.
Em l965 cada faculdade da UFRGS ainda fazia seu próprio vestibular. Medicina, Direito, as Engenharias, etc.
Não havia a proliferação que hoje há. Nem a Unisinos ainda existia. Na Grande P. Alegre, só Urgs e Puc.
Meu vestibular exigia provas escritas e orais. Filosofia, Latim, Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira, uma língua estrangeira ( inglês, francês ou alemão).
Nossos professores eram semi-deuses: como eu os amava e admirava!. Homens cultos, a gente os queria imitar.
Meus colegas eram pessoas de " pelo e procedência", das boas famílias do Estado.
Nossas comemorações de aniversário de formatura foram mermando e o número de participantes diminuindo. Muitos já faleceram.
Ontem ocorreu mais um encontro. Menos de 20 compareceram.
Mas que noite encantada. Reminiscências, histórias de vida, todo mundo com cabelos grisalhos, mas com os rostos ainda belos, denotando um transcorrer da vida sem maiores sobressaltos.
Abracei emocionadamente cada um dos amigos e colegas.
Mas a idade pega e lá pelas 22,30 alguns começaram a se retirar.
Até que ficamos só eu e o Hector Tadeu Furlong, Procurador da República aposentado, advogado de nomeada, um dos jubilados de nossa turma.
Bebericamos nosso vinho até altas da madrugada e cada um contou detalhes do seu caminho até aqui.
Íamos amanhecer charlando, mas o temporal que se prenunciava nos botou a correr.
Antes fizemos um brinde à vida e ao encanto de amizades que nunca morrerão, eis que brotadas numa época dourada
