segunda-feira, 31 de março de 2014

SOBRE O 31 DE MARÇO

Em 1964 eu recém chegara a P.Alegre, trabalhava o dia todo no escritório de uma firma, estudava de noite no Julinho, para onde ia a pé.
Estava preocupado em não passar fome e em passar no  vestibular.
Eu vinha de uma família conservadora e, na verdade, estava preocupado com outras coisas.
Mas eu me lembro que nas ruas houve, a par dos protestos, demonstrações de júbilo pela deposição de Jango. Até um parente meu e sua esposa deram suas alianças de ouro para a campanha " Dê ouro para o bem do Brasil" .
Só após ingressar na Faculdade de Direito da UFRGS fui me inteirando desses grandes embates  ideológicos.
Estando já no quarto ano de Direito, soube que estava aberto o concurso para Delegado de Polícia, a que tinham acesso os bacharéis e os acadêmicos de Direito em final de curso.
Inscrevi-me e fui aprovado. Fiz o curso na Academia de Polícia, onde, modéstia a parte, me classifiquei em primeiro lugar e fui orador da turma.
A academia funcionava no último andar do Palácio da Polícia. Certa manhã ouviram-se gritos aterradores lá do térreo. Era nítido que estavam torturando alguém. Levantei-me na sala e protestei ante os colegas e o professor. Este disse apenas:
- cuidado rapaz, isso que estás fazendo é perigoso.
É testemunha do episódio o hoje Procurador de Justiça aposentado Antonio Dionísio Lopes, meu colega de turma  na Polícia.
No  dia da minha formatura em Direito, em 1969, pedi minha exoneração do cargo de delegado e fui advogar.
Em 1971 me submeti a concurso para Juiz de Direito.
Fui aprovado com  mais  uns 20 candidatos. Na época a nomeação era feita pelo Governador, mas a tal de nomeação não saía.
Até que alguém me assoprou que o motivo era eu. Eu seria comunista.
Fui falar com o delegado  Pedro Seelig, que fizera a academia comigo e me queria bem, como eu a ele, e lhe expliquei o  caso.
Agora vem uma parte que hoje considero quase risível.
Pedro me perguntou:
- mas tu és comunista mesmo?
Respondi que não tinha tido nem tempo para ler Karl Marx, muito menos me dar ao luxo de ser comunista.
Tu assinas uma declaração? , perguntou.
Claro, respondi.
A nomeação saiu.
Se eu fosse comunista mesmo, talvez bancasse o herói.
Como não era, nunca fui e nunca serei, assinei.
Exerci meu cargo não me metendo em política, procurando cumprir esse sacerdócio com devoção.
Nunca ninguém interferiu no meu trabalho, nem eu iria deixar.
Mas , quando saiu o comício das Diretas Já, lá compareci.

domingo, 30 de março de 2014

XANGRI LA, MEU DESTINO DE TODOS OS FINDES



Fora do verão Xangri é uma delícia.
Te dou a receita:  arruma um cantinho na tua casa para colocar teus vinhos.  Outro, para colocar os livros, mas não tragas nada da tua profissão.  Leva só os livros que não tens tempo de ler onde moras.
Outro cantinho para colocar teus chás, as copas, os biscoitos, os pepinos em conserva que tu mesmo preparas.
Acomoda roupas usadas, meio gastas, para o Saara e para os Andes,pois tudo pode acontecer. 
Esquece o banho de mar que isso é coisa para crianças catarinenses.
O mar é para ser olhado e para caminhar nas suas praias.
Obriga-te a caminhar por pelo menos uma hora às manhãs e ao anoitecer.Não  leves nem celular nem headphones.
Habitua-te a cumprimentar os jardineiros, zeladores, arrumadores de coisas estragadas, as faxineiras, os rapazes do caminhão do lixo. Estes serão teus amigos diários e têm muita alegria para compartilhar.
Ontem fiquei proseando um tempão com  um pessoal que, em dois dias, trocou o telhado de um vizinho. Indaguei sobre de onde vieram, por que pararam aqui, o que comem ao meio dia.
Existe  uma vida pujante bela e oculta por aqui.
As quadras cobertas e de saibro da SABA, o galeto doRégis, os vinhos do NACIONAL,  a carne e os pães doAvenida.
E algo que não tem preço: o silêncio, a paz.
Última dica: ao chegares estaciona o carro e não mexas mais nele. Faze tudo a pé ou de bici.

sábado, 29 de março de 2014

TERNEIROS DA GESSINGER EM OFERTA



Estamos ofertando nossos terneiros do tarde.
São todos Angus e Brangus, castrados, ainda mamando, pesando  hoje cerca de 150 kgs, pelagens colorada e preta.
Conhecem mio mio e criados a campo.
Contacte com nosso capataz Luiz César
055 - 36115026
055 - 96659559

quarta-feira, 26 de março de 2014

FELIZ NIVER, MINHA PORTO ALEGRE

Eu tinha 16 anos, estava no 2. ano do científico em Santa Cruz, no Colégio Mauá.
Meu pai  me chamou e me disse:
- com a chegada dos supermercados meu armazém de secos e molhados não pode concorrer. Sou obrigado a fechar. Não tenho dinheiro para te pagar colégio nem faculdade.
Como na época eu era bem valente, não chorei nem  fiz beicinho.
Arrumei minhas duas calças e mais um par de sapatos, além de duas camisas e outras peças e me toquei para P. Alegre, onde  prossegui no 3. ano Clássico do Julinho.
Morei numa pensão com mais seis no mesmo quartinho. Um banheiro para 50 caras.
Passei no vestibular de Direito da UFRGS.
Trabalhava meio turno de dia e estudava de noite.
Não existisse P. alegre e nem ensino público gratuito, eu estaria frito.
Hoje moro feliz e lampeiro na melhor cidade, disparado, do mundo.
P. Alegre.
E só não gosta dela quem não gosta do que é bom.
Ou quem dela só conhece a rodoviária.
Como eu, a maioria dos habitantes de P. Alegre é de filhos adotivos.
E filhos amorosos e agradecidos.

SEXTA SANTA - MAIS TEXTOS SACRÍLEGOS - AGORA É DO IVAN SAUL


Me nego a comentar sobre o inseto marinho que, conforme os que já foram apresentados, é muito nobre e saboroso. Não conheço, não falo!

Este ano, é possível que belisque um filézinho de merluza argentina, muito bem congelado (sem água) que tenho encontrado por aqui.

Não sou fundamentalista e no meu 'sincretismo ecumênico adaptado' cabe qualquer cardápio, 'dêsque' não me falte o 'pão líquido'. Rememoro o êxodo e as rações recebidas pela turma da construção civil no antigo Egito. Meia dúzia de escravos com o meu DNA, pela Brahma, quebrávamos o faraó e a história teria sido outra...

Detestei, durante toda minha infância e juventude, as Sextas da Paixão, que, naquele tempo, tinham, assim, uma cara de Sexta-Feira Santa.

Sempre nubladas, a musiquinha chata no rádio, os amigos encerrados em casa, nada que fazer. Nem imagino o que a mãe do Eliseu pode lhe ter encarregado, eu que sempre fui 'mal-mandado' teria cumprido, de bom grado, qualquer missão que me fosse assignada, acho.

Não se ordenhava, não se agarrava cavalo - supremo castigo pro guri de olho comprido na matungada - não se falava alto, não se podia rir... que fazer em casa de gente com cara de velório?

Movimento, só a missa, a procissão do Senhor Morto, constrito e 'cagado de medo' da imagem do Nosso Senhor dos Passos. Acredito que, ainda hoje, se eu entrar pela porta principal na Catedral de Pelotas, vou me esforçar pra não olhar à direita, onde está Sua Capela.

Tudo 'não prestava' e colocava em risco a saúde e a sobrevivência da mãe da gente. Podia-se cair do cavalo, quebrar o pescoço e - em vez de morrer, pra alívio geral - ficar aleijado o resto da vida (pra não poder andar a cavalo, nunca mais!).

Não me peçam simpatia por essa galegada carola! Não enquanto os genes selvagens, de pastores do deserto, de negros caçadores e índios cavaleiros, se agitarem nas minhas células!

Só conseguia sobreviver à toda esta depressão, que naquele tempo ainda não era epidemia, por saber que aconteceria o Domingo de Páscoa. Não pelos chocolates, que lá em casa entravam pouco, apareciam mais aqueles ovos de açúcar e anilina, cheios de arabescos, mais enjoativos que navegada no barco do sogro.

No domingo, tinha o assadinho de carne de ovelha, preparado com esmero e carinho pelo Velho Saul, até hoje não sei, em honra de que sagrada tradição.

Era a faina do fogo e do cheiro do carvão pegando, era a limpeza da grelha (que o velho paulista sempre chamou de grade), as facas cabo de chifre, o ramo da guanxuma que se deixava crescer num canto do pátio, reservada pra ocasiões especialíssimas que requeressem salmoura.

Que evento pros ancestrais guerreiros dessa gente! Nacos de carne comidos com as mãos, farinha crua grudando pela cara em emulsão de graxa esfriando. Encerramento da quarentena cristã com a celebração pagã do festim da carne assada.

terça-feira, 25 de março de 2014

APROXIMA-SE A SEMANA SANTA - que absurdo!

Sorte que meus avós e meus pais já morreram para não verem esses absurdos.
Dies irae, dies illa.
Enquanto eu imagino a sexta santa com as rádios só rodando música erudita, as pessoas cabisbaixas, para o Brasil brasileiro a coisa virou um bacanal pantagruélico de comilanças para os ricos e os novos ricos, enquanto o pobre sofre o jugo da crendice sacana.
O rico come  lagosta a thermidor e o pobre é obrigado a comprar uma lata de sardinha embatumada para não incorrer na ira de deus.
O rico se empanturra de linguado à belle meunière e o pobre não pode comer uma galinha, que é a proteína mais barata que existe.
De minha parte me enfurno na fazenda, me nego a comer peixe, faço minha galinha com arroz e expulso  toda a peonada. Eles que vão comer seus peixes cheios de espinha e não me vejam cometendo  esse sacrilégio.
Consola-me que me vejam saradinho,  super  " desposto", progredindo, sinal que comer uma linguiça do Schuster na sexta feira santa não faz mal. 
Mas entra ano e sai ano e nem os filhos deles se convencem...
E dê-lhe gente se acumulando e comprando especiarias para " jejuar e orar!"

RELEXÕES CAMPEIRAS - UMA CRONICA BAGUALA DO IVAN SAUL


Ruyzão e Confrades.

 

Pra o Ruy, colega ruralista e conhecedor das elucubrações administrativas que me vão n'alma, não acrescentarei novidade nem haverá surpresa no que tenho à dizer sobre o tema. Pros 'paisanos' da agropecuária poderei parecer um pouco mais radical do que me hão de considerar. Mas afirmo já de arrancada, a comunicação mata a gauchada!

 

Em algum momento, acho que comentei isto, ficou mais fácil locomover-se de bicicleta, hoje é pior existe a moto. Algum dos leitores conhece um trabalhador rural [não, não desse tipo que não tem terra], um peão, trabalhador de verdade, que não tenha uma "125"? Tá bem, a maioria tem carro, não necessariamente CARRO, mas tem, ademais de guardar sua CGzinha atravancando alguma passagem.

 

Bueno, o antigo trabalhador 'de à cavalo', que troteava de sol-a-sol, recorriendo campo, e parando rodeio, e curando bicheira recendendo creolina. O peão, que orgulhoso de ter sido chamado pelo patrão e justado como 'mensual, com casa e mantido' ele e a família. 

 

Quando o gado é brabo, sai em trios na temporada de parição, um laça a vaca o outro o terneiro, o terceiro 'cura' o umbigo e tira o laço do terneiro pois será necessário pra laçar as patas da vaca e, derrubando-a, permitir a retirada do laço da cabeça que 'acama' cerrado e não afrouxa mais. E ela levanta, berrando, bufando e babando, esparrama cavalos e homens até encontrar seu rebento chorão e seguir a trote pra longe.

 

E a manobra se repete 20, 30, 50 vezes num dia, todos os dias. Já apertados de serviço no pico da parição, o capataz que tem autoridade pra isso, ajusta um, dois, três jovens solteiros 'por dia, mais cama e comida na mesa'. Alguns, vão ficando, outros se vão, uns poucos amadurecem, ascendem na hierarquia, e se justam de mensuais, já podem casar e vir morar na estância.

 

Mas não era isto que eu ia contando. Como sempre, divaguei... 

 

Num início de noite, sexta-feira, planejando o serviço do sábado, lá por oitenta e picos noventa, um capataz, mulato alto e desempenado, com olhos cinzas e espertos de potro zarco, me olha bem na cara e sentencia: "Doutor, agora é semana 'ingresa', é 44 hora!"

 

 

segunda-feira, 24 de março de 2014

REFLEXÕES CAMPEIRAS

* Não adianta, as coisas tem que ter dono, ao menos no Brasil.. Taí a prova:as praças e jardins públicos, um relaxamento total.   Mas o dono tem que estar presente e vigilante. Do contrário vai tudo a breca.
Segundo um amigo mui amargo,
* Só o dono vê:
- a luz acesa durante o dia;
- o rádio e a tv ligados no galpão vazio
- a bolsa de adubo ou ração voando campofora
- a trama quebrada naquele fundo de campo
- o frasco de dectomax esquecido sobre a passarela da mangueira
- os arreios esquecidos na chuva
- aquela torneira pingando em plena estiagem
- a porta deixada aberta no galpão das sementes e as galinhas e patos cagando tudo e comendo
- aquele baita prego no mataburro, louco para comer o pneu do trator
- a preguiça de aproveitar melhor as frussuras na hora de carnear: bucho, fígado, onde estão?
- a turma tomando tubaínas quando o pomar  tem miles de laranjas e limões.

~~~~
Não chego a esses  parâmetros. É que isso é em qualquer lugar. Nos colégios, nas empresas urbanas, em tudo.
Por isso duvido muito do comunismo e do socialismo extremado.
Eu acho que todo mundo deveria pagar as consultas pelo SUS, nem que fosse um pila. Se não tivesse, que ficasse devendo.
Tem os que só querem CCs e dormir.
Tem os que,como eu e tu caro/a leitor/a:  que acordamos cedo.

EM SILENCIO E SEM ALARDE OS CAMPOS SE VÃO MADURANDO

Esta é uma época de transição. Os campos nativos, de crescimento estival, vão " hibernar", vão parar de crescer até a próxima primavera.  As pastagens cultivadas  de verão, como o milheto e outros, estão no fim.  As lavouras de soja estão sendo colhidas.
Em cima dessa resteva vai se plantar aveia e azevém, que  demoram um pouco para surgir.  Daí o valor de  havermos diferido   campos nativos. Em outras palavras: desde meados de janeiro esvaziamos  várias invernadas, sem nenhuma lotação dentro, esperando este momento.  Há bastante pasto nelas e metendo  um sal mineralizado ou proteinado a coisa vai que é um " Fuca".






LIDANDO COM OS OVINOS




Se você é urbano, deixa eu explicar que, no que tange a ovinos, quando um  nasce chama-se cordeiro ou cordeira; mais tarde, borrego ou borrega e na fase adulta os machos castrados são capões e as fêmeas, ovelhas.
Isso no chamado "  rebanho geral".
Para a Cabanha (  nem todos os criadores de ovinos as tem) apenas vão os animais ditos puros. Esses têm cuidados especiais, com acompanhamento especializado, sendo que os machos ficam inteiros e, na fase adulta, chamam-se de carneiros.
Poucos  machos, portanto, estão aptos à reprodução.
Aqui na estância nós passamos uma oleosidade com tinta vermelha ou preta no peito dos reprodutores. Recolhemos todas as fêmeas para a mangueira ao anoitecer e as deixamos com os carneiros. Quando ocorre a cópula a ovelha fica com seu lombo marcado pela  tinta. Sinal que foi coberta e pode ser solta para o campo.
Ao amanhecer  os machos voltam para seu merecido spa na cabanha e as fêmeas retornam para a pastagem ao ar livre.
Não é todo o peão que gosta de lidar com ovinos. Dá muito trabalho, é um animal sensível, abicha fácil e é " morredor" uma barbaridade.

domingo, 23 de março de 2014

LENTA E CALMA SOBRE A TERRA, DESCE A NOITE, FOGE A LUZ . SALUDOS DESDE A UNISTALDA CAMPEIRA

 Oh como, na minha jeunesse, gostava de cantar:


lenta e calma
sobre a terra
desce a noite
foge a luz
quero agora despedir-me
boa noite
meu Jesus
-----
que pena tenho de quem nunca viu um por-de-sol da Unistalda Campeira





QUANDO DOIS HOMENS DIGNOS SE ENCONTRAM - RUDERSON MESQUITA E PREVIDI

Ruderson Mesquita  é administrador, consultor de empresas, pecuarista, industrial em Santiago e no Mato Grosso; José Luiz  Prévidi é  dono do blog mais lido de P. Alegre, sabe tudo, tem mil ligações e agendas.
Sou amigo de ambos.
Pois  não é que o Prévidi, inadvertidamente, colou um trecho de blog alheio que imputava  acusações a Ruderson, a quem Prévidi não conhecia.
É aquela bobeira que dá e já deu em todos nós.
Ruderson tomou suas medidas.
Inteirado por mim  das consequências, Prévidi não titubeou e publicou um pedido formal de desculpas.
Parabéns aos dois grandes homens,
Leia o que disse Previdi em
http://previdi.blogspot.com.br/

sábado, 22 de março de 2014

AINDA SOBRE OS BICHOS - DO PARANÁ VEM MAIL DE IVAN SAUL


Amigo Ruy, sobre a 'vida de bicho'.

 

No exato momento em que lia o subject da tua postagem, olhei para o lado e observei a imagem que segue. Este é o monitor do interior da cabanha das meninas, parte da 'nave central', onde são alojadas nossas matrizes ovinas. Sei, já é tarde [quase 9] mas nos dias chuvosos a preguiça é incentivada por aqui. Somos poucos e tratamos de priorizar o conforto.
Na Po'A Porã, vacas são habitantes voluntários da floresta, exacerbando o conceito de free-stall, e só aparecem na hora da ordenha, pra comer, é claro. Os cavalos, invadem o jardim ao entardecer e esperam ser recolhidos, durante a noite, entram e saem de seus respectivos alojamentos ad libitum. A cachorrada mal educada, abusa mais e transita pela casa, entra na sala e sai pela cozinha, como quem cruza campo, correndo e retoçando [são 5 Australian Cattle Dogs], espero o dia em que passe um capincho, ou algo maior e mais perigoso, correndo na frente.

 

Da vida dos animais selvagens, já fizeste descrição precisa, vivem felizes, presas e predadores. Basta conter os bípedes estúpidos com suas armas, arapucas e cães, que insistem em pedir ou - pior - roubar caçadas [y otras cositas más].

 

O que eu vejo necessidade de comentar, complementando tua postagem, é:

 

(1) antes que algum vegano radical e agressivo nos acuse, aos pecuaristas, de hipocrisia ou algo pior, declaro que os animais pecuários vivem bem e em plenitude até a hora de enfrentar seu destino que, aliás, não é diverso do destino de qualquer ser vivo.

 

(2) diferentemente dos cavalos dos papeleiros, por exemplo, cuja maioria está submetida à condições indignas [pra dizer o mínimo]. Diferentemente, dizia, aqueles senhores ora desalojados do Presídio Central, tiveram escolha, cavalo não escolhe ser carroceiro e viver atado no meio do lixo. Os que tiveram escolha e optaram pela vida do crime, não o fizeram pensando em habitar o Sheraton ou o Plaza, embora soubessem que, eventualmente, se tornariam habitués da SUSEPE [que deve ter mudado de nome, ganhando status de Secretaria].

 

Um abraço e bom sábado ... Ivan

 

 

É INEXATA OU IMPRÓPRIA A COMPARAÇÃO COM OS BICHOS FEITA PELO JUIZ

Leiamos, inicialmente, a expressão do magistrado:

Liberdade provisória


Nem bichos vivem assim, diz juiz após mutirão no Presídio Central que liberou 169 detentos

( clic rbs)
Claro, a autoridade quis expressar sua dor, seu desencanto, pela situação do Presídio Central.
Eu, no entanto, gostaria de fazer algumas observações, que não têm nada a ver com o problema prisional.
Autonomeado defensor " ad hoc", queria fazer uma defesa dos bichos, dos nossos irmãos animais, a maioria dos quais  povoa este mundo  há muito mais tempo que nós.
Começa que os bichos não têm presídios, ao menos nunca vi. Incrível, eles não cometem delitos.
Depois de viver boa parte do meu tempo contemplando a natureza nua e crua que se descortina  na estância, conclui que o esquema do dito Reino animal é perfeito.
O único ser que produz lixo é o Homem.
Com efeito, os dejetos dos animais servem para readubar o solo. Quando um morre, não há enterro, mas um prosseguimento da cadeia alimentar.
Os animais vivem, entre si, em perfeita harmonia. O único que interfere gravemente e desequilibra o arcabouço é o Homem.
Quanto a seus abrigos, os bichos trazem , em sua memória milenar, as regras perfeitas para construir suas habitações.  Pelo que observo, vivem numa felicidade incrível morando onde moram.
O ilustre e respeitado juiz , que vive na " urbs", deve referir-se , então, aos bichos que vivem na cidade. Mas mesmo esses vivem até com certa dignidade, como os animais de estimação.
Há, sim, uma porção de animais  que, indubitavelmente, " vivem" mal abrigados.
Mas é bem isso, o Homem que se jacta de ter sido feito à  imagem de Deus, acabou por se pensar como o único beneficiário do Planeta.
Só o Homem tem o poder de destruir esta nave azul solitária.  
Então, mais uma vez rogando " venia" respeitosa, peço que esta defesa dos bichos seja juntada aos autos.
 

sexta-feira, 21 de março de 2014

EXCLUSIVO - MAIL PSICOGRAFADO DE ' espírito da luz' ANTECIPA AS MANCHETES DOS JORNAIS EM JUNHO DESTE ANO!

* MOTOBOYS DESCONTENTES COM AS CONDIÇÕES DE TRABALHO INVADEM PISTA DO SALGADO FILHO. DELEGAÇÃO DA ARGENTINA VEM DE ÔNIBUS DE LINHA

* RODOVIÁRIOS BLOQUEIAM HOTÉIS DE P. ALEGRE.  ATLETAS DE CAMARÕES PASSAM A NOITE EM CASAS DE FAMÍLIA.

* BOMBEIROS E MP REPROVAM BEIRA RIO NA ÚLTIMA VISTORIA E JOGO DA COPA É TRANSFERIDO PARA O ALDO DAPUZO EM RIO GRANDE

* LIMINAR  INTERDITA BEIRA RIO POR SUPOSTA APROPRIAÇÃO DE PARTE DA PADRE CACIQUE

* VALCKE TRANSFERE JOGOS DA COPA PARA AGOSTO, QUANDO TODAS AS OBRAS ESTARÃO PRONTAS

quinta-feira, 20 de março de 2014

UM ABRAÇO AO MINISTRO MARCO AURÉLIO DO STF E CUMPRIMENTOS PELA FILHA

Crocitam daqui e dali, censurando a Presidente por ter escolhido a filha do Ministro.
Quero dizer que conheci o Min. Marco Aurélio há 20 anos.
Lhano, educado, fino, culto .
A troco de que sua filha iria pagar pelo " pecado" de ter nascido fruto de um tão ilustre casal que se esmerou em sua educação?
reproduzo parte de matéria publicada pelo site Migalhas:

Nova desembargadora

Quanto às nomeações, a mídia dá destaque para a da advogada Letícia de Santis Mendes de Farias Mello. Segunda colocada na lista sêxtupla montada pelo Conselho Federal da OAB, ela passou pelo sufrágio no TRF em primeiro lugar. Mas o realce dado pelos jornais não é quanto às vicissitudes enfrentadas pela novel desembargadora, e sim quanto a sua filiação, uma vez que tem como pai o ministro Marco Aurélio. Todavia, sendo esse o foco, é motivo de gáudio para o meio jurídico, uma vez que o ministro e sua esposa, a desembargadora do TJ/DF, magistrada de carreira, Sandra de Santis Mello, são exemplos de integridade, dedicação e estudo, nunca deixando de receber e ouvir o parquet e a advocacia. Ademais, tendo ela sorvido estes ensinamentos, hauridos na faina diária de seus zelosos pais, o fato é que estamos diante de uma promissora e vocacionada juíza. Para completar, vê-se que a presidente Dilma, desejosa de respeitar a ordem da lista enviada pelo TRF da 2ª região, esperou republicanamente acabar o processo do mensalão, no qual, diga-se, o ministro Marco Aurélio foi pela condenação dos colegas de partido da presidente, para aí sim nomear a dra. Letícia, evitando-se assim criar um constrangimento desnecessário. (Clique aqui)

Coisas do tempo

Vê-se, aqui e ali, críticas pelo fato de a dra. Letícia ter apenas 37 primaveras. No entanto, a exigência constitucional é de possuir ao menos 35 anos. Cumprido o requisito objetivo, o que fica é blábláblá. Afora isso, vê-se que os Farias Mello são precoces. Com efeito, o ministro Marco Aurélio foi nomeado para o TRT com 32 anos, para o TST com 35 e para o STF com 44.

Quem sai aos seus não degenera
Nos idos de 1960, ao sair de casa, um acolhedor sobrado no bairro do Pacaembu, em São Paulo, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, um dos maiores intelectuais pátrios, vê um jovem aproximando-se para cumprimentá-lo : "- o sr. que é o pai do Chico ?" E ele, coitado, que pensava que o Chico era seu filho...

quarta-feira, 19 de março de 2014

PECUÁRIA GESSINGER ADMITIDA NA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA BRANGUS


Eis nosso foco e é o que muitos produtores da nossa região querem.
BRANGUS !
Reúne o que de melhor serve para as características de nossos campos da região Central do Estado.
Estamos associados e firmes com a associação Brasileira  e prontos para fornecer esse maravilhoso produto para , não só a Região de Santiago, mas todo o Estado e o País.

» História A raça Brangus é resultado do cruzamento entre o Angus e o Zebu. As primeiras experiências que resultaram no Brangus foram realizadas em 1912, quase cem anos atrás, no Estado norte-americano de Louisiana. O objetivo era a criação de um animal que apresentasse altos índices de produtividade mesmo criado em condições de clima e meio-ambiente adversas, típicas das regiões tropicais e sub-tropicais.
No Brasil, os cruzamentos começaram a ser realizados por técnicos do Ministério da Agricultura, em Bagé (RS), na década de 40. O resultado do cruzamento resultou na raça Ibagé, batizada assim pelos técnicos na época. Alguns anos depois, em função do cruzamento ser o mesmo alcançado nos Estados Unidos, o nome da raça passou a ser Brangus Ibagé, até que tornou-se apenas Brangus, anos mais tarde.
A Associação Brasileira de Brangus foi fundada em Bagé, em 1979, onde ficou até 1997, quando foi transferida para Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul e em 2005 mudou-se para São Paulo. Em setembro de 2006, a ABB foi transferida para Presidente Prudente, oeste do estado de São Paulo, onde permaneceu até fevereiro de 2012. Após 7 anos de sede itinerante a ABB retorna a Campo Grande/MS.
» Vantagens da raça
Formada para unir a rusticidade das raças zebuínas (resistência a parasitas, tolerância ao calor, habilidade materna) com as vantagens do Angus (qualidade da carne, precocidade sexual, elevado potencial materno), o Brangus apresenta-se como uma raça completa. Entre as vantagens do animal estão os partos facilitados; altos pesos na desmama e no sobre-ano; grande ganho de peso, tanto em pasto como em confinamento; fêmeas de reposição com puberdade precoce, enxertando aos 15 meses; além de carne suculenta e macia, que atende aos mais exigentes paladares.

terça-feira, 18 de março de 2014

VIDA BOA








discurso corajoso e sério de um paraninfo e não as baboseiras sentimentais de sempre


 

O Dr. César Augusto Dartora é professor no curso de Engenharia Elétrica da UFPR e foi escolhido como paraninfo da turma que colou grau em 6 de março deste ano. Faltam professores com a coragem de dizer certas verdades. O fato de não ser da área de humanas sem dúvida ajuda, pois é bem menos contaminada pelo esquerdismo. Ainda assim, merece reprodução. Segue o discurso praticamente na íntegra:

Em minha conduta como docente priorizo a transmissão do conhecimento técnico-científico, que entendo ser meu dever enquanto formador de profissionais engenheiros, raramente desviando-me do foco técnico-científico já citado, para tratar de questões político-filosóficas. Grande parte das pessoas, inclusive dentro do meio acadêmico, procuram dar a estas últimas um viés puramente ideológico, doutrinário e desprovido de razão, fazendo de seus dogmas filosóficos e políticos meras seitas religiosas, pretensamente pautadas na razão e levando a um falso cientificismo. Eu, por outro lado, entendo que sempre que possível devemos submeter nossos dogmas e ideias à luz da razão e da ciência.

O método científico é a mais preciosa ferramenta já desenvolvida pelo intelecto humano. Ele é superior a todas as outras formas de conhecimento já gerados pela humanidade, porque é provido de lógica e livre da possibilidade de sofismas ou falsos silogismos. Segundo Karl Popper, a hipótese científica deve ser dotada de uma propriedade fundamental: A refutabilidade. Nenhuma hipótese que não possa de algum modo, ser testada, seja pela lógica matemática ou pela experiência, e desse modo validada ou refutada, é científica. A Engenharia está assentada sobre os alicerces das ciências exatas e naturais, e portanto, só pode conviver com as hipóteses ditas científicas. É portanto, dever do Engenheiro,  portar-se de forma a investigar e analisar os fatos sob o viés técnico-científico.

 

Nenhum cientista,  categoria a qual pertencem os engenheiros, deve ser fundamentalista, seguindo dogmas que não encontram amparo na lógica científica e na experiência. Suas teses e formulações devem ser passíveis de teste. Não devemos nos esquecer ainda de manter uma conduta ética e moral em todas as nossas atividades.

No entanto, viceja no Brasil um relativismo moral e ético de tal natureza que já não são mais possíveis as comparações. É público e notório que a opinião politicamente correta acerca das culturas preconiza não haver na humanidade culturas superiores ou inferiores, apenas diferentes, condicionadas às épocas e aos meios em que foram geradas. Nada pode ser mais mentiroso! Existem culturas superiores sim! Desde os primórdios da humanidade, o homem busca comodidade, conforto e proteção para amenizar as agruras da vida na natureza selvagem e se precaver das intempéries. Já dizia Platão que “a necessidade é a mãe da invenção”. E o homem moderno tem infinitas necessidades, não havendo nada de errado com isso.  Qual é o pecado em querer evoluir, ter maior conforto e  possibilidade de prevenção contra  forças da natureza, as quais, cada vez mais, estamos controlando? Nesse sentido é inegável a superioridade da cultura ocidental moderna, solidamente forjada no método científico, sobre todas as outras, umas focadas apenas em aspectos religiosos ou tribais, outras em puro conhecimento empírico e na ausência de método.

 

[...] O desenvolvimento da internet, da telefonia celular e smart-phones tem produzido uma verdadeira revolução na forma como nos relacionamos com pessoas e empresas, criando um mundo totalmente impensável até mesmo na ficção científica de duas décadas atrás.

No entanto, é senso comum no Brasil dizer que somos explorados pelos países desenvolvidos, porque eles compram nossas commodities, como níquel, ferro, nióbio, petróleo e grãos, a preço de quase nada e nos devolvem produtos industrializados, de alto valor agregado do ponto de vista tecnológico, a preço de ouro! E deleitamo-nos a falar mal dos americanos e dos países desenvolvidos em geral! Bebendo Coca-Cola, comendo um Big Mac, enquanto digitamos uma mensagem qualquer no celular, é claro! E hoje não vivemos mais sem todas as bugigangas tecnológicas que na maior parte das vezes foram popularizadas por eles! E como elas facilitam nossas vidas! Mas há que ser dito! A troca que fazemos com os países desenvolvidos é muito justa! É graças àqueles que investiram em ciência e conhecimento que a qualidade de vida no mundo inteiro melhorou e vem melhorando gradativamente. É graças à cultura ocidental que tem como pedra fundamental hoje o método científico. De nada adianta ser fonte de todos os recursos naturais disponíveis e imagináveis do universo se não dispomos do conhecimento científico e tecnológico para fazer uso deles. E fomos nós mesmos que fizemos a escolha pela mediocridade, quando decidimos que educação e ciência não são importantes. Fizemos as escolhas erradas no passado e continuamos fazendo-as no presente.

 

[...] Nossos grandes cientistas nunca foram levados a sério. Disse o poeta Thomas Gray: “Onde a ignorância é felicidade, ser sábio é loucura!” Parece uma frase feita sob medida para o Brasil. Não investimos no futuro, o que sempre demanda sacrifícios. E ao invés de olharmos para o futuro, voltamos no tempo, tentamos reescrever a história criando comissões sem sentido como a tal Comissão da Verdade, para aplacar a sanha revanchista de falsos democratas de 1964, e aqui não vai nenhum elogio ao nefasto golpe. Qual o preço a pagar pelas futuras gerações por essa negligência?

 

Nós tivemos aqui pioneiros com Landell de Moura, César Lattes, Santos Dummont, Carlos Chagas. Mas em praticamente todas as áreas representativas da economia, ciência e cultura mundial, nós não estamos na vanguarda. A ciência não é levada a sério. Quem prosperou por essas bandas foi Charles Miller. Preferimos a criatividade dos que vivem da bola e usam chuteiras.  Afinal somos o país do futebol. Confundimos o famoso jeitinho e a gambiarra, frutos da falta de planejamento, com criatividade. Há até estudos acadêmicos, acreditem, enaltecendo a gambiarra! Em nome da nossa cultura apenas diferente e da doutrinação ideológica, nossos alunos não são incentivados a ler Sócrates, Platão, Monteiro Lobato ou ouvir Mozart e Bethoveen. Beatles é música de estrangeiro, temos que valorizar o funk e artistas sem sal e sem conteúdo como Caetano Veloso e outros tais, endeusados pela mídia ufanista. Nossos estudantes lêem Marx em lugar de Adam Smith, conhecem Neymar, Michel Teló, Gilberto Gil e José Sarney mas não sabem quem foram Newton, Bohr, Feynman, Faraday, Beethoven, Shakespeare, Lennon e McCartney. Alguns dogmas propagados pelos vanguardistas  da educação, muitos dos quais nunca ministraram uma única aula, nos incutem a falsa ideia de que criatividade e imaginação são mais importantes do que o conhecimento. Pois eu afirmo: só há espaço para criatividade e imaginação quando dominamos plenamente uma área de conhecimento. Não há gênio sem imensa carga de trabalho e transpiração. Mas nossas escolas se tornaram locais de discussões puramente conceituais. Avaliar o aluno quanto ao domínio das técnicas essenciais de leitura, escrita e cálculos matemáticos parece ser mais constrangedor do que deixá-lo analfabeto funcional, pois uma reprovação vai ferir seus sentimentos!  É indigno, na visão de alguns, ter que meter a mão na massa, fazer cálculos, treinar, enfim, seguir a cartilha conservadora que tanto deu certo na questão da educação. Nossos alunos não são ensinados, são doutrinados.

 

Enquanto a educação definha com a falta de infraestrutura mínima, construímos estádios. Isso sim é importante, afinal somos o país do futebol e como nos ensinou o gênio Ronaldo,  copa do  mundo não se faz com escolas e hospitais, e sim com estádios! Quem precisa mesmo de leitos em hospitais e de investimento em saúde preventiva, saneamento básico, infraestrutura de estradas, portos e aeroportos? Pois eu vos digo: Vergonha não é perder a Copa em casa. Vergonha é ver que pessoas morrem na porta do hospital sem que se mova uma palha, enquanto o nosso dinheiro vai sendo jogado no esgoto em coisas supérfluas, quando não é desviado por corruptos. Vergonha é ter índices de homicídios maiores do que países em guerra civil. Até quando?

 

Deixo aqui uma lista de perguntas: Até quando a educação fundamental estará abandonada, formando ano a ano uma massa de analfabetos funcionais? Não será possível construir boas escolas, com padrão Fifa? Até quando teremos que ouvir de políticos promessas mirabolantes para resolver os mais simples problemas do dia-dia, sem nenhuma fundamentação técnica de viabilidade, apenas para garantir os votos da eleição? Quem não ouviu que teríamos metrô em praticamente todas as cidades de grande porte, mesmo sem precisar, que teríamos trem-bala e aeroportos de primeiro mundo? Até quanto vamos ter que discutir tragédias com data e hora marcada para acontecer, como a falta de água nos períodos de estiagem, os deslizamentos de terra e os alagamentos? Até quando a nossa indignação com algum fato vai durar somente até o telejornal do dia seguinte, diante de outro evento mais trágico ainda? Até quando vamos aturar esses políticos cujo único projeto é a perpetuação no poder e o enriquecimento dos seus grupos?

Eu confesso que quero viver em um lugar mais cartesiano e com maior planejamento, onde a gambiarra seja deixada de lado. Para  isso, tenho a certeza de que a Universidade Federal do Paraná fez o máximo para torná-los excelentes Engenheiros Eletricistas. Ainda há esperanças! Está com vocês agora parte da responsabilidade de transformar esse país. A tarefa é árdua mas possível e aqui vão alguns conselhos.

 

Sejam corretos e façam a diferença para alguém. Amem o próximo verdadeiramente, cujo corolário é “não fazer aos outros o que não queres que façam contigo”.  Ensinem a seus filhos que honestidade, retidão de caráter e boas maneiras não são virtudes e sim, obrigação.  Tampouco se julguem investidos de virtudes morais superiores que os tornem tiranos perante familiares, amigos e demais pessoas.

Saibam que é preciso trabalhar muito, e para ser criativo é necessário sólido conhecimento.  Por isso não deixem de aprender e se aperfeiçoar. Sejam tolerantes com as diferenças, porém firmes em suas ações e opiniões. Não se pode balançar ao sabor do vento e não é possível agradar a todos.

Defendam com rigor o método científico, e não se deixem enganar pela pseudo-ciência. Sempre amparados no método científico, quando suas ideias forem confrontadas, respondam com argumentos lógicos ou mudem de teoria, mas não usem da calúnia e a desqualificação pessoal para vencer o debate.

 

Não se deixem cegar pela falta de lógica e pelas paixões político-partidárias, clubísticas e religiosas. Combatam todo tipo de fundamentalismo e totalitarismo, porque ninguém é dono de uma verdade única e imutável. Prezem pela liberdade e pela igualdade de condições para as pessoas, sabendo que existem limites para ambas.

Sejam humildes. Saibam valorizar suas conquistas e o valor da meritocracia, sempre dando o devido reconhecimento a quem lhes foi importante na caminhada, desde as pessoas que garantem a limpeza do seu local de trabalho até aqueles que estão acima de vocês em hierarquia e conhecimento. Sejam sensíveis aos que o cercam e, sempre que possível, mudem para melhor suas atitudes e comportamento. Permitam-se momentos de lazer, diversão e confraternização, sem excessos. E acima de tudo, sejam felizes.

 

 

 

 

segunda-feira, 17 de março de 2014

POLEMICA DA VARIG- OPINIÃO FORTE DO DESEMBARGADOR.SPODE


Prezado Ruy

Evito entrar em alguns debates por razões óbvias (da profissão, bem sabes).

Em relação a este debate sobre a Varig, seria razoável dar tanto crédito a um sociólogo (sic !) ?

No caso, segundo dito aqui nestes e-mails, o Sr. Cristiano Monteiro, que estudou o tema em seu mestrado e em seu doutorado na UFRJ, foram equívocos na estratégia administrativa que levaram à quebra da companhia.

Esta Varig a que se refere o tal estudioso já não mais existia com aquela pompa há muito tempo. Aliás, como todas as demais, tiveram de se ajustar ao mercado. E a Varig estava fazendo isto.

Continuava sendo uma empresa inserida no mercado mundial (nome internacionalmente reconhecido até hoje ainda) e que mesmo sem o requinte dos tempos de ouro prestava serviços que nenhuma outra até hoje (apesar de todo este tempo e todo o avanço tecnológico acontecido de lá para cá) jamais conseguiu igualar.

Os serviços que as atuais empresas prestam é péssimo sob qualquer aspecto que se possa analisar e também estão quebradas (exceto a Azul, talvez).

O Poder Público tivesse agido com mesma complacência e vontade de ajudar como agiu com os bancos na mesma época, talvez tivesse salvado a Varig que era a maior fonte de divulgação e melhora do conceito "Brasil" no mundo inteiro. O Itamaraty jamais chegou aos pés do trabalho que a Varig sempre fez. Os nomes mais conhecidos do Brasil, até hoje, no resto do mundo ainda são a Varig e o Pelé. O resto está em degraus muito abaixo.

O que ocorreu na época em que a Varig fechou foi sim uma ação deliberada do Governo de então que precisava fechá-la para "dar" de presente as linhas que ela tinha para a Tam (da irmã do Zé Dirceu - agora se sabe porque) e para a Gol do Senhor Constantino (de quem não é necessário falar, basta ler a crônica policial), amigo íntimo do Presidente de então.

Deu no que deu: as duas companhias, não deram conta do recado, perderam praticamente todos os vôos e espaços que tinham nos aeroportos do mundo afora, entregando-os, por absoluta incompetência às empresas americanas e outras grandes da Europa.

Este foi o preço que o país e nós pobres usuários pagamos pela maracuitaia que o hoje conhecido bando de delinqüentes nos causou para beneficiar os seus apanigüados.

O mais triste de tudo é que a Tam, cujo lema era "o orgulho de ser brasileira", nem mais brasileira é. A LAN Chile já comprou mais de 50% do seu capital faz tempo.

Toda vez que ouço falar em aviação, ou me vejo socado num minúsculo espaço de avião, fico furioso com o verdadeiro crime "lesa pátria" que esta gente cometeu.

A Varig era um dos maiores patrimônios da nação e quem melhor divulgava (e bem) o país. No primeiro momento que precisou de uma ajuda foi cruelmente sacrificada por gente que não conhece e não tem história.

Como sabido, um dos insumos mais caros da aviação é o combustível. Pois é, nos últimos meses de existência a Varig era obrigada a pagar adiantado o combustível que a Petrobrás lhe fornecia. Qual a razão disto ? Esta, na verdade, foi a gota d'água para a quebra. E nada foi por acaso. Hoje todos sabemos o que estava por trás.

Desculpe pelo desabafo.

Abraço

 

domingo, 16 de março de 2014

CHEGAM OS PRIMEIROS SINAIS DO QUERIDO OUTONO

Folhas e pétalas caindo, céu plúmbeo, o mar cinzento, as andorinhas prontas para partir.
Volta o tempo da lareira, do aconchego, das sopas.
Dos longos silêncios.
Da semana santa e suas matracas





sábado, 15 de março de 2014

SEGURANÇA - EXOCET DE PERCIVAL PUGGINA


Sei que choverei no molhado. Mas penso que em matéria de segurança pública precisamos de muita chuva no molhado. Só uma verdadeira avalanche, causada por sucessivas e repetidas manifestações, poderá frear a expansão da criminalidade a cujo crescente poder, leis e demandas estamos todos sujeitos. É exasperador ler que o provável assassino de um empresário está condenado a penas que se concluem em 2039, mas já flanava no semiaberto, liberado para trabalhar durante o dia. É intolerável saber que esse não foi um episódio ocasional, mas evento rotineiro, parte da agenda cotidiana de ocupações e reclamações, para magistrados, promotores e delegados. É profundamente frustrante, aos pagadores de impostos, saber que autoridades remuneradas com o fruto do nosso trabalho se declaram obrigadas a soltar indivíduos sabidamente perigosos "porque a lei assim determina". E mesmo essa justa frustração fica diminuta perante o sentimento que nos domina quando lemos que há, entre os magistrados, quem faça isso de bom grado, por motivos ideológicos.

 

            Ao fim e ao cabo, ainda que não o confessem, como aquele parlamentar, lixam-se quase todos. A criminalidade campeia solta, como repetidas vezes tenho afirmado, porque existe muito bandido agindo com inteira liberdade, rindo da lei e auferindo ganhos crescentes em atividades de quase nenhum risco. Parte significativa dos incontáveis crimes contra o patrimônio e a vida dos cidadãos é praticada por indivíduos que já se defrontaram com a polícia e com a justiça. E não deu nada, ou quase nada. Quem agiu para que gozassem de liberdade, a gosto ou contragosto, tem, sim, uma parcela pessoal de responsabilidade perante as vítimas. Que elas pesem nas respectivas consciências! De modo especial, têm responsabilidade direta os magistrados que usam os instrumentos legais com que contam para soltar, quando poderiam usar outros para manter presos indivíduos cuja periculosidade não pode proporcionar margem à dúvidas em quem ponha os olhos sobre seus prontuários. Têm responsabilidade os governos, que abandonam o sistema aos próprios azares, que entregam as penitenciárias ao crime organizado e deixam as corporações policiais à míngua por indigência de recursos humanos e materiais. Têm responsabilidade os legisladores, desatentos ao clamor da sociedade que pede por urgente revisão da legislação penal. E, muito especialmente, por revisão das execuções penais, via franqueada às facilidades e indulgências do semiaberto, das prisões domiciliares, das tornozeleiras aplicadas em quem, para o bem da população, tinha que estar com os dois pés do outro lado das grades. Sobre progressão de regime, a lei diz que o magistrado é quem decide. É um disparate que a superlotação dos presídios sirva como causa para as inauditas complacências. A superlotação deveria ser causa, isto sim, da construção de novas e mais dignas unidades de internação.

 

            Da população, por fim, não se cobre responsabilidades. Já nos basta recebermos das autoridades policiais orientações sobre como agir sob a lei do bandido. É bom que nos orientem. Mas essa confissão de impotência, de rendição, é mais uma evidência do grau de desamparo a que foi levada a sociedade brasileira, por motivos ideológicos e políticos. A realidade nacional derruba os chavões sobre pobreza e criminalidade. O desemprego cai, a renda aumenta e a criminalidade expande suas hordas.

 

            A segurança pública, a segurança da comunidade, é primeiríssimo fator de agregação social e primeiríssimo papel do Estado. Todo governante inapto, todo legislador insensível, toda autoridade leniente em qualquer dos poderes, deveria pendurar as chuteiras, pegar o chapéu e bater em retirada. Não ocorrendo isso, deveria, pelo voto dos leitores, ou por ato das respectivas instituições, ser afastado para tarefas onde resulte menos danoso ao interesse público.

 

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* Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.

CARNAVAL FORA DE ÉPOCA DE URUGUAIANA

Bah, convite para participar do camarote oficial!
É muita honra para uma simples marquês.
Me imagino em tantas boas companhias que granjeei em Uruguaiana, a começar pelo Prefeito e pelo Fernando Alves, mas vai ter que ficar para outra.
Mas é uma boa, meu leitor!

sexta-feira, 14 de março de 2014

DESARMAMENTO OU DIREITO DE SE DEFENDER -HADLER ENVIA ARTIGO


A arma é civilização.

Manifestação do Major L. Caudill – Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA - USMC -

 

            As pessoas só possuem duas maneiras de lidar umas com as outras: pela razão e pela força. Se você quer que eu faça algo para você, você tem a opção de me convencer via argumentos ou me obrigar a me submeter à sua vontade pela força. Todas as interações humanas recaem em uma dessas duas categorias, sem exceções. Razão ou força, só isso. Em uma sociedade realmente moral e civilizada, as pessoas somente interagem pela persuasão.
            A força não tem lugar como método válido de interação social e a única coisa que remove a força da equação é uma arma de fogo (de uso pessoal), por mais paradoxal que isso possa parecer.
            Quando eu porto uma arma, você não pode lidar comigo pela Força. Você precisa usar a Razão para tentar me persuadir, porque eu possuo uma maneira de anular suas ameaças ou uso da Força.
            A arma de fogo é o único instrumento que coloca em pé de igualdade uma mulher de 50 Kg e um assaltante de 105 Kg; um aposentado de 75 anos e um marginal de 19, e um único indivíduo contra um carro cheio de bêbados com bastões de baseball.
            A arma de fogo remove a disparidade de força física, tamanho ou número entre atacantes em potencial e alguém se defendendo.             Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como a causa do desequilíbrio de forças. São essas pessoas que pensam que seríamos mais civilizados se todas as armas de fogo fossem removidas da sociedade, porque uma arma de fogo deixaria o trabalho de um assaltante (armado) mais fácil. Isso, obviamente, somente é verdade se a maioria das vítimas em potencial do assaltante estiver desarmada, seja por opção, seja em virtude de leis – isso não tem validade alguma se a maioria das potenciais vítimas estiver armada.
            Quem advoga pelo banimento das armas de fogo opta automaticamente pelo governo do jovem, do forte e dos em maior número, e isso é o exato oposto de uma sociedade civilizada. Um marginal, mesmo armado, só consegue ser bem sucedido em uma sociedade onde o Estado lhe garantiu o monopólio da força.
            Há também o argumento de que as armas de fogo transformam em letais confrontos os que de outra maneira apenas resultariam em ferimentos. Esse argumento é falacioso sob diversos aspectos. Sem armas envolvidas, os confrontos são sempre vencidos pelos fisicamente superiores, infligindo ferimentos seríssimos sobre os vencidos.
            Quem pensa que os punhos, bastões, porretes e pedras não constituem força letal, estão assistindo muita TV, onde as pessoas são espancadas e sofrem no máximo um pequeno corte no lábio. O fato de que as armas aumentam a letalidade dos confrontos só funciona em favor do defensor mais fraco, não do atacante mais forte. Se ambos estão armados, o campo está nivelado. A arma de fogo é o único instrumento que é igualmente letal nas mãos de um octogenário quanto de um halterofilista. Elas simplesmente não funcionariam como equalizador de Forças se não fossem igualmente letais e facilmente empregáveis.
            Quando eu porto uma arma, eu não o faço porque estou procurando encrenca, mas por que espero ser deixado em paz. A arma na minha cintura significa que eu não posso ser forçado, somente persuadido. Eu não porto arma porque tenho medo, mas porque ela me permite não ter medo. Ela não limita as ações daqueles que iriam interagir comigo pela razão, somente daqueles que pretenderiam fazê-lo pela força. Ela remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado.
            Então, a maior civilização é onde todos os cidadãos estão igualmente armados e só podem ser persuadidos, nunca forçados.