tag:blogger.com,1999:blog-67903459235799189702024-03-15T22:10:38.276-03:00ruy gessingerRUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comBlogger4055125tag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-8382152284275624092024-02-14T15:34:00.004-03:002024-02-14T15:50:49.367-03:00PREVALECE A LIBERDADE<p><span style="font-size: large;">Rudolf Genro Gessinger<span> </span></span></p><p><span style="font-size: large;">Advogado e Produtor Rural </span></p><p><span style="font-size: large;">https://www.gaz.com.br/prevalece-a-liberdade/</span></p><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu o ano forense fixando a seguinte tese: “Nos casamentos e uniões estáveis envolvendo pessoa maior de 70 anos, o regime de separação de bens previsto no artigo 1.642, II do Código Civil, pode ser afastado por expressa manifestação de vontade das partes, mediante escritura pública”. Consagrou-se uma ideia que há tempos era defendida pelos estudiosos do assunto. </span></p><p><span style="font-size: large;">De antemão, peço perdão aos colegas operadores do Direito por eventual simplificação excessiva do conhecimento técnico que baseia o raciocínio que vou desenvolver. Acredito que seja fundamental saber transmitir o Direito para fora de nosso círculo. </span></p><p><span style="white-space: normal;"><span style="font-size: large;">Traduzindo para o leitor não acostumado ao rebuscado linguajar jurídico: quem tiver mais de 70 anos de idade não fica mais obrigado a casar ou celebrar união estável num regime de bens em que o patrimônio permaneça exclusivamente seu. Ainda não é lei, mas o novo entendimento do STF passa a ter a mesma força.</span></span></p><p><span style="font-size: large;">A recém derrubada “blindagem” do regime de separação obrigatória de bens se justificava, em teoria, pela proteção da (futura) herança dos filhos contra casamentos por interesses econômico-patrimoniais. Vale lembrar que o Código Civil, lei que regula a vida das pessoas desde nascimento até depois da morte, foi pensado, em maioria dos seus institutos, na década de 1960, quando a expectativa de vida do brasileiro era, em média, de 52,5 anos. Atualmente, é de 77 anos, em média.</span></p><p><span style="font-size: large;">No meio do caminho, em 1988, foi promulgada uma nova Constituição da República. Nessa oportunidade, foram hasteadas as bandeiras da liberdade, da igualdade e, mais alto que todas, da dignidade da pessoa humana.</span></p><p><span style="font-size: large;">O STF, tribunal que existe para e por causa da Constituição, justificou nesses três valores que a autonomia de vontade da pessoa maior de 70 anos deve ser respeitada, podendo ela, por meio de escritura pública, optar por regime diverso da separação obrigatória de bens para seu casamento ou união estável. </span></p><p><span style="font-size: large;">Nada mais coerente, afinal, pessoas maiores de 70 anos podem votar e ser votadas, abrir empresas, celebrar contratos, enfim, dar novos rumos às suas vidas e dispor livremente de seu patrimônio sem que sejam obrigadas a preservar eventual herança para seus descendentes. </span></p><p><span style="font-size: large;">Digo mais, pessoas maiores de 70 anos podem ocupar o cargo de Ministro do STF, pois a idade para aposentadoria compulsória foi aumentada para 75 anos em 2015, com a aprovação da PEC da Bengala. </span></p><p><span style="font-size: large;">Atualmente, temos um Ministro maior de 70 anos em nossa Suprema Corte: Luiz Fux. O paradoxo que havia é que Fux, no meu exemplo, era encarregado de julgar os processos mais importantes do país, em razão do seu nobre cargo. Em sua vida pessoal, entretanto, um critério objetivo impedia Fux de escolher qual regime de bens era melhor para seu casamento. </span></p><p><span style="font-size: large;">O novo entendimento do STF ergue as cancelas da liberdade e consagra a autonomia da vontade das pessoas maiores de 70 anos.</span></p><p><span style="font-size: large;">Enquanto uma comissão de juristas debate a respeito da atualização do Código Civil, o STF cumpriu seu papel de guardião da Constituição da República ao suprimir uma barreira legal à liberdade de disposição patrimonial das pessoas maiores de 70 anos, que passam a não ser mais compelidas a casar ou celebrar união estável pelo regime da separação obrigatória de bens.</span></p>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-78767552813240279032024-01-10T13:05:00.001-03:002024-01-10T13:10:22.544-03:00NUMA SANGA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwIp58MENjAeMasbrajFxITXUdXHkYcYwtjXL6XP_diJ4GIPcLlXv3P30zrVxkmOX12WBI0cIAoGTBwYxJnc6NLIU2OOKMkKvhW8FPVnJYVgtc-cQ_VG_Zzwz4LOHiTmKRNd0M_dbnYpZiHBuun83XZOAbzZwbbfmjvGL36RU0GYhL3Rz0WwZgO65M6vk_/s1302/SANGA%201.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1302" data-original-width="1302" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwIp58MENjAeMasbrajFxITXUdXHkYcYwtjXL6XP_diJ4GIPcLlXv3P30zrVxkmOX12WBI0cIAoGTBwYxJnc6NLIU2OOKMkKvhW8FPVnJYVgtc-cQ_VG_Zzwz4LOHiTmKRNd0M_dbnYpZiHBuun83XZOAbzZwbbfmjvGL36RU0GYhL3Rz0WwZgO65M6vk_/s320/SANGA%201.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMDLFPZENebN18zyfLQwDH38j0NKm4JBVYqo0-bnvYRgsscQmLbO2XUzsi14cfgBJFX6tbo_Rm6_X3R5PzJ7_4NCNNo0LeGCyJ2Rd8R-oZLrZ145IroGvRGvmO7dlrGdXD2gBWRUdoBcv8EL9OWoaN840rjDAXTmLu8lejxtpR1-SRueY6nTmHp3-vrS9h/s957/SANGA2.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="957" data-original-width="957" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMDLFPZENebN18zyfLQwDH38j0NKm4JBVYqo0-bnvYRgsscQmLbO2XUzsi14cfgBJFX6tbo_Rm6_X3R5PzJ7_4NCNNo0LeGCyJ2Rd8R-oZLrZ145IroGvRGvmO7dlrGdXD2gBWRUdoBcv8EL9OWoaN840rjDAXTmLu8lejxtpR1-SRueY6nTmHp3-vrS9h/s320/SANGA2.jpg" width="320" /></a></div><br /><p><br /></p><p><span style="font-size: large;">Rudolf Genro Gessinger</span></p><p><span style="font-size: large;">Advogado e Produtor Rural</span></p><p><span style="font-size: large;"><br /></span></p><p><span style="font-size: large;">Esse lugar começa num buraco no campo, quase no topo de um cerro, de onde brota a água mais pura que conheço. Inúmeras vertentes pequenas temperam a nascente que a mata ciliar protege e que, entre passo, remanso, lajeado e cachoeira, serpenteia quilômetro e tanto da Sanga que, quase no Itacurubi, entrega suas águas à Restinga de Santa Maria.</span></p><p><span style="font-size: large;">Remoto e intocado, a natureza borbulha no lugar para onde, de quando em quando, retorno para me banhar de paz.</span></p><p><span style="font-size: large;">Claro que os Bugios roncam alto para tentar espantar eu e a fogueira onde asso meu almoço, assim como as Mutucas se botam nas minhas canelas. Sempre protegi aquele paraíso, mas seus verdadeiros donos fazem questão de me lembrar que eu não sou uma das criaturas que pertencem àquele lugar.</span></p><p><span style="font-size: large;">Quem me dá boas-vindas são centenas de Lambaris que me beliscam por todo corpo e peleiam pelas lascas de carne e migalhas de pão que boiam pra lá de mim.</span></p><p><span style="font-size: large;">As folhas dos Pau-Ferros acariciam o vento com o verde mais lindo que existe, assim como várias outras árvores se torcem para vencer a gravidade firmando as barrancas com a maçaroca de suas raízes.</span></p><p><span style="font-size: large;">A Cigarra faz mais barulho no mormaço e a Gralha Picaça canta alto depois que termina a garoa.</span></p><p><span style="font-size: large;">Só o tombo da tarde me obriga a sair da água cristalina que é fonte de vida e espelho de luz. Na volta para a cidade, assisto o Sol fugindo para a Argentina.</span></p><p><span style="font-size: large;">Em pensamento e oração, peço ao Sol que, no seu retorno, leve para a Sanga o sereno final da minha saudade reiúna.</span></p>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-10406084442698442892023-12-14T13:07:00.000-03:002023-12-14T13:07:01.841-03:00O NATAL NÃO É MAIS O MESMO...<p><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; white-space-collapse: preserve;">Sou proveniente de famílias para as quais o Natal era o cume do ano todo. Minhas avós, minha mãe, se esmeravam em preparar o presépio com um mês de antecedência. Tiravam os enfeites dos baús centenários e erguiam esse pequenino mundo tendo ao centro o menino Jesus. O pinheirinho era natural.</span></p><span id="docs-internal-guid-2479cd3a-7fff-d50d-6bdc-948f5af76c5e"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O Natal era comemorado dia 25 mesmo, e não tinha nada dessas festas pantagruélicas que hoje se fazem dia 24.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Minhas irmãs, meus pais e eu íamos à missa bem cedo em Santa Cruz e, após, embarcávamos na caminhonete Dodge 1951, rumando a Boa Vista.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Aquele fervor religioso deu lugar a outras atrações. O Natal passou a ser uma "festa" a mais das tantas que existem.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O Natal se banalizou, assim como o carnaval, os aniversários, os casamentos, as formaturas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Aí entro no tormentoso assunto das “datas”. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Dia dos pais: há que tirar pessoas em provecta idade de suas casas, entrar nas filas enormes dos restaurantes, os pobres anciãos tendo uma hipoglicemia, tudo porque seus filhos e netos têm que lhes demonstrar, de modo tonitroante, “seu amor”. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Dia das Mães, mais um momento de correr para lá e para cá catando missangas e tarecos, para evidenciar sua afeição.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Voltemos ao Natal. Me expliquem por favor, a saúde do que fogos e rojões? Que coisa mais enlouquecedora. Pelo que li nas escrituras, Maria e José eram pobres e seu filho nasceu numa manjedoura. Mas agora há que consultar os oráculos da moda para se saber qual a cor da roupa que melhor se coaduna para esse momento chique. Até as jóias e adornos têm que ser de ouro legítimo. Não cessa aí a ritualística profana. É fundamental comprar presentes e mais presentes que as pessoas vão abrindo freneticamente, olhando num átimo e abrindo mais e mais pacotes. Mais: urge que se corra para o “facebook” ou “instagram” e se divulgue, sem tardança, as “selfies” e demais fotos que comprovem a todos, quão se é feliz… Não basta ser feliz, isso assim não adianta. É vital demonstrar, ruidosamente, nosso êxtase aos outros. Ao fundo ruge uma “música” que elege a percussão como prioridade (“Jesus , alegria dos homens”, de Bach, nem pensar). Sem querer ser irônico demais, mas o sendo assumidamente, creio que os Natais de presépios, de lindas e mansas canções, das celebrações litúrgicas eram mais charmosos, na humildade das decorações, na crença real de que se comemorava o surgimento de um Messias. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">E o aniversariante ? o que deu início à Cristandade? </span></p></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-52613823474268420192023-11-30T07:26:00.000-03:002023-11-30T07:26:53.782-03:00CARTA A UM FILHO<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh2hbdGcEfmcQ3LFY3iZF9IaCwR1UDA8-aEzgpFnhiehUYtT-2B8LLB6DDUd3tPxrt4OUoHQvT9DgCgzwyVGPJ_L9X7i7lfvY2AWWefQOeQRrAl9U9tgHbJx9ZMRd8n48i_tbCEo3aTm91PHYWXsDTFKttOOZG6gzpAyaJyXhyJDPoIH424cdGBy0lrDwu/s640/RUDOLF%20NO%20AZEVEM.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="640" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh2hbdGcEfmcQ3LFY3iZF9IaCwR1UDA8-aEzgpFnhiehUYtT-2B8LLB6DDUd3tPxrt4OUoHQvT9DgCgzwyVGPJ_L9X7i7lfvY2AWWefQOeQRrAl9U9tgHbJx9ZMRd8n48i_tbCEo3aTm91PHYWXsDTFKttOOZG6gzpAyaJyXhyJDPoIH424cdGBy0lrDwu/s320/RUDOLF%20NO%20AZEVEM.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; white-space-collapse: preserve;">Aos 13/07/2013, escrevi esta carta ao meu filho Rudolf:</span><p></p><span id="docs-internal-guid-d32b3832-7fff-a66d-644a-fab565043d4b"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">“Hoje tens 17 anos de idade.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Deves te lembrar que desde pequeno sempre te disse que Dom Pedro II assumiu o Império ainda piá e não morreu por causa disso.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Como te disse que eu “coqueava” sacos a partir de 12 anos no armazém de meu pai e não morri.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Quando tu tinhas dez anos eu comecei com um programa de Rádio na Pampa, ao vivo, domingos das 7 às 9,30 da manhã. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Tu e tua mãe me acompanharam durante 4 anos, com geada ou calor. Tu anotavas os telefonemas dos ouvintes.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Ontem tu e eu viemos para Xangri-Lá a fim de passarmos uns dias juntos e jogarmos tênis.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Tocou o celular, era o nosso Capataz dizendo haver um interessado em 50 vacas nossas e pagava um preço muito bom e a vista.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Temos por norma jamais pesar gado sem eu estar junto. Mas eu tinha um compromisso no dia da pesagem.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mal tínhamos chegado e disseste:</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">- deixa que eu vou a Unistalda!</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Tínhamos almoçado com uns amigos e já foste comprar a passagem de Capão a Porto Alegre.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">À meia noite embarcas para Santiago, onde chegas às 6 da manhã.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Em seguida acompanhas, ao lado da balança, a pesagem das vacas. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fazes a conta do valor a ser pago e receberás o pagamento. Amanhã à meia noite tomas o ônibus de volta. Chegas 6 da manhã em Porto Alegre e vais direito ao Colégio Rosário.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Nunca nem te falei em viajares para a Disney. Não te deixo beber álcool. Não te "floxo" os pilas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mas sempre te ponho a par dos nossos negócios. No começo te obrigava a ler ao menos dois jornais por dia. Hoje o fazes espontaneamente.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Espero estar certo em te levar de rédea curta.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Gostei do teu gesto de me quebrares esse galho, meu parceiro de negócios!</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Méritos grandes de tua mãe, que muito te puxou as orelhas e não te deu mole mesmo!”</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">…</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Corta. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Passados 10 anos, hoje ele com 27, advogado, cuida dos nossos negócios, em especial da Fazenda. </span></p><div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></div></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-42430002032879055752023-11-02T13:21:00.005-03:002023-11-02T13:50:46.869-03:00REFLEXÕES NOTURNAS<p><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; white-space-collapse: preserve;">Estava pensando. Aquele que criou e bolou o Universo teve um lance: só o Homem não tem memória de algumas coisas. As fêmeas bovídeas, por exemplo, aos 3 anos podem parir. E fazem seu parto sozinhas. Os joão-de-barro fazem suas casas com perfeição. Não precisam de ir à escola. O chip deles está instalado desde todo o tempo.</span></p><span id="docs-internal-guid-ec1a7990-7fff-52d8-3d00-869f050e3ab1"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Os animais humanos têm que passar trinta anos nos educandários para às vezes não seguirem suas profissões.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Agora corta para a floresta: tudo está encadeado. Todos têm seus predadores de sorte que não tem como só as formigas mandarem. Ou só as cobras.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O Homem é um animal mamífero. Leva um ano para caminhar, enquanto que os potros caminham com dois minutos de vida.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O Homem é um mamífero, mas se acha Deus.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O problema é que ele não tem predadores.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Por isso, lamentavelmente, a Terra não vai mais aguentar o desequilíbrio desse ocupante .</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fico me perguntando: como é que só cabe um boi por hectare de campo e cabem milhões e milhões de mamíferos humanos nas cidades, onde já há escassez de água?</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Não há outra saída a não ser a limitação de filhos.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">….</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">É claro que um dia vou morrer.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Então está tudo pronto: cremação rápida e cinzas espalhadas nos lugares em que me fui feliz.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Que mal tem falar “de sua última morada”?</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Gosto muito de visitar jazigos.Um é o belo cemitério da Recoleta em Buenos Aires, um recanto cheio de História e Arte?</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">E os belos cemitérios da Alemanha.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> E os interessantes jazigos de Santiago, que retratam as famílias tradicionais.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> E os de Santa Cruz, com tantas lápides em alemão?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">….</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Volta e volta e o assunto dos sinos está em pauta. Uns anos atrás um promotor brandiu contra os sinos, não me lembro mais onde. O Promotor não conseguia dormir por causa dos sinos. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Pois é.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Como vocês sabem, me criei em Santa Cruz do Sul. Na época era uma cidade do tamanho de Jaguari, Palmares, Nova Santa Rita, algo assim. Nossa portentosa catedral gótica, com suas magníficas torres, abrigam quatro sinos. Não me lembro agora em que notas esses sinos são afinados. Mas um deve ser em sustenido.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Quando havia uma missa solene, os quatro tocavam ao mesmo tempo, gloriosamente.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Aviso de falecimento, dependia: se fosse criança era um tipo de toque; se de mulher, outro; se de homem, ainda outro.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Eu ajudava a tocar o sino aos domingos.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Na Alemanha, numa vilinha, um chato desses quis acabar com os toques de sinos.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Sabe quem protestou? os doentes e os idosos, que ficavam sem dormir horas da madrugada. E as horas, dadas pelos sinos, lhes faziam companhia.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">(Colaborou nesse texto Maristela Genro Gessinger)</span></p><div><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 16pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></div></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-25869994286103563052023-10-20T12:25:00.005-03:002023-10-20T12:25:41.770-03:00SAÚDE É VIDA<p> <span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Falarei um pouco sobre saúde em geral, conquanto eu seja um leigo.</span></span></p><p><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;">Graças a Deus sempre tive boa saúde. Mas é inexorável que a idade chegue. </span></span></p><p><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;">Tem que cuidar dos olhos, senão te tiram a carteira de motorista. </span></span></p><p><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;">Certo dia me deu vontade de comprar um caminhão lá para a fazenda. Tive que fazer novo exame da carteira. Rodei porque me faltavam alguns requisitos. No fim tratei dos olhos e consegui a carteira profissional. Depois de um tempo deixei passar o período e voltei para a carteira normal. É muito complicado dirigir caminhão. Achei que seria melhor terceirizar um caminhão quando necessário. Coisa lógica, mas às vezes a gente exagera. </span><span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;">Voltando sobre saúde. </span></span></p><p><span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Devagarinho a natureza me tirou do futebol e do vôlei. No tênis tive que me resignar para jogar preferentemente nas duplas.</span></span></p><span id="docs-internal-guid-6a20c612-7fff-485c-6523-63b189122182"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">As caminhadas são excelentes, de preferência na beira da praia, mas caminhando. Correr só em pequenas distâncias.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Esses dias senti que, ao mastigar a carne de churrasco, tive dificuldade e até uma dorzinha. Relatei ao meu querido sobrinho Leo Kraether e pronto; meu caso era uma ATM (Articulação Temporomandibular). Ou seja, me doía quando abria a boca se o pedaço de carne fosse muito grande. </span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Não dei muita bola inicialmente. Mas ao fim tive que me render.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Nada melhor que chamar meu sobrinho e fazer uma viagem a Santa Cruz do Sul, minha querida terra natal. Fui para lá com minha mulher e um dos meus filhos, o Rudolf.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Fomos ao Hospital Ana Nery. Que espetáculo de recepção e tratamento.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Há muito tempo não estava por aqueles lados, mas um aplicativo nos salvou e nos levou direitinho ao local do Hospital.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Obriga</span><span style="font-family: Arial, sans-serif; white-space-collapse: preserve;">do pessoal do Hospital. Grato meu querido sobrinho Leo, filho da minha falecida irmã Cleonice.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Terminados os procedimentos voltamos a Porto Alegre. Foi uma bela epopéia. Tínhamos saído de Porto Alegre às seis da manhã, chegamos a Santa Cruz às 8,30. Entramos às 10 no Hospital. Saímos às 14. Chegamos em Porto Alegre às 17.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Naquele dia estávamos com sorte, sem a tranqueira das estradas.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Que bom é resolver sem tardança os problemas de saúde. Não deixar para depois. Enfrentar sem medo a situação.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Um amigo meu, da minha idade, confessou-me que estava com um problema na próstata.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Sugeri que fosse consultar um médico. Não quis.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Cada vez que o via mais magro estava. Era um cantor bastante conhecido. Quando se propôs ao tratamento já era tarde.</span></span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><span style="font-size: large;">Certo é que em Santa Cruz o atendimento à saúde é muito bom. </span></span></p><br /></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-28226703618900678022023-10-05T07:22:00.002-03:002023-10-05T07:22:52.453-03:00PARTIU MEU PARCEIRO<p> <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Eu recém chegara, como juiz de direito, promovido de Arroio do Meio, para Santiago. Fui muito bem recebido. Santiago era e é uma cidade muito, mas muito querida. </span></p><span id="docs-internal-guid-e7a8a2bf-7fff-d761-8b1b-cbfcc7a343b0"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Tratei de baixar as pilhas de processos. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Com tal fato fui promovido, por merecimento, para outra Comarca. Fiquei só dois anos em Santiago, mas as raízes ficaram.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fui andando e já como Desembargador conheci o amor da minha vida.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Nova estada fiz em Santiago, desta vez casado com Maristela, minha adorada.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Uma grande amizade que fiz em Santiago foi com uma pessoa vinda de uma família antiga e nobre.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Trata-se de Ítalo Minuzzi.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Era um homem extremamente correto. Dava-se com todas as pessoas. Não pretendia nada com a política. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Comecei a falar com ele e formamos uma dupla de tênis. Éramos inseparáveis e todas as tardes, depois da hora de expediente, íamos para a quadra. Nas duplas ele estava muito treinado. Era de uma inteligência nata. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Não havia necessidade de explicar as regras do tênis, que por vezes são esquecidas principalmente com a ética.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Nada de gritos, discussões (como é no futebol, onde reina a bagunça).</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Esse meu querido companheiro era um homem exemplar. Ele começou a dar aulas de tênis para jovens e crianças, gratuitamente.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Nunca reclamava quando jogava “às verdas” e perdia. Quando uma bola era duvidosa, se era boa ou fora, ele prontamente dava contra si.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Eu ia muito seguidamente a Santiago para ver como iam nossos negócios e o procurava tão logo chegava na cidade.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Era algo maravilhoso, porque nos sentávamos perto da quadra e íamos conversando.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Nos encontros com amigos, Ítalo era o primeiro a se prestar para assar o churrasco. Era de uma sensibilidade muito grande. Jamais o vi ou ouvi falando mal de quem quer que fosse.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Volto para nossa casa em Santiago e na da Fazenda.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fiquei, por motivos de negócios, uns meses sem encontrá-lo.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Acontece que meu inesquecível parceiro estava com problemas de saúde e teve que ser hospitalizado. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Achei que não era algo tão grave. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Pois é: meu amigo e atleta querido, se foi sem avisar.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Trocou de parceiro celestial. Foi para o céu.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Deverá estar ensinando tênis aos anjos.</span></p><div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></div></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-62986611218046713612023-09-21T10:27:00.000-03:002023-09-21T10:27:26.345-03:00MINÚCIAS - PARTE II<p><span style="font-size: large;">Meu filho Rudolf Genro Gessinger, advogado e proprietário rural, observou com muita acuidade coisas que nem todos conhecem. Dei abrigo a ele na minha coluna da Gazeta, resta a ele agora procurar seu espaço:</span></p><p><span style="font-size: large;">“Entre outros exemplos que se poderia dar, cada profissional do campo - incluindo o patrão - era responsável por um certo e curto repertório de tarefas. Não que sobrasse mão de obra, pois o êxodo rural que progride desde a década de 1960 encoraja cada vez mais campeiros a cambiar o largo dos campos pelos bretes da cidade. Como reflexo desse movimento, os ranchos e pequenas estâncias foram desaparecendo, dando lugar a grandes áreas de poucos donos. </span></p><p><span style="font-size: large;">A gestão sobre essas grandes áreas não era tão rígida há 20 anos - e quanto mais pra trás, menos ainda - pois muitas tarefas eram delegadas sem critérios bem definidos e não havia um controle preciso sobre o que exatamente estava acontecendo numa estância. Entre faltas e excessos, as coisas corriam frouxo, principalmente para quem não tinha financiamento para pagar, e se tropa, rebanho e manada eram considerados “gordos e sãos de lombo”, estava tudo certo. </span></p><p><span style="font-size: large;">Pode-se dizer que as relações de trabalho eram muito mais maleáveis em todos os sentidos. Os filhos do capataz nem bem largavam a teta e já saíam campo a fora. Lidas rápidas e menos brutas como buscar as vacas de leite de manhã não raro eram feitas por um piá de 6 anos sozinho, que depois pegava seu transporte na porteira para ir pra aula. Era sua forma de ajudar a família, pois encurtava o serviço do pai. A remuneração poderia ser toda in natura e não se enxergava problema nenhum nisso, 20 anos atrás.</span></p><p><span style="font-size: large;">Na época da tosquia, não era incomum que profissionais - que, assim como no caso do alambrador, não necessariamente eram peões - trabalhassem “pela bóia” e por alguns pelegos cada um, os quais eles mesmos lavavam na sanga depois da lida. Os patrões não tinham tanto receio de problemas trabalhistas 20 anos atrás: o empregado que batesse às portas da Justiça do Trabalho podia desistir de conseguir serviço em toda a região. Espalhava-se ligeiro uma lista negra não escrita.</span></p><p><span style="font-size: large;">Tenho notado que, ao longo dos últimos 20 anos, a realidade do campo, enquanto lugar de trabalho, tem abandonado padrões seculares para adotar, como tinha antevisto Pedro Ortaça, a uma postura de ambiente profissional, no qual se busca aumentar a produção com planejamento, controle e otimização em cada uma das etapas da cadeia produtiva, buscando a maximização dos resultados, tal qual ocorre numa empresa na cidade.”</span></p>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-22565342068467642852023-09-12T15:08:00.001-03:002023-09-12T15:08:32.469-03:00 TITO GUARNIERE<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;">TITO GUARNIERE</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">UM PRESIDENTE ENTEDIADO COM O BRASIL</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">É impressionante como Lula se dedica ao destino do mundo e como ele desconsidera o fato de que a tarefa que lhe foi confiada pelos brasileiros foi governar o Brasil, resolver e encaminhar as soluções para os problemas do país.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O presidente tem uma visão restrita e limitada da função. Ele parece entediado com o Brasil. No caso, tudo o que ele aparenta buscar – a qualquer custo - é uma maioria folgada no Parlamento, que lhe permita andar pelo mundo com as suas chorumelas, cobrando dos demais governantes ( principalmente os dos países ricos ) as soluções que salvarão o planeta.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Desse modo ele vai à Delhi, na Índia, e diante do G-20 – os 20 países mais ricos do mundo - , faz a autocrítica em nome de todo o colegiado e bate de frente contra o neoliberalismo, a versão supostamente mais sórdida do capitalismo. É o santo guerreiro contra o dragão da maldade.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> A pobreza, as desigualdades decorrem de uma conspiração dos ricos e dos poderosos, os bem-nascidos do centro do mundo. Claro, os Estados Unidos à frente, o grande mentor, executor e beneficiário da trama sinistra. Lula acredita que dessa forma, condenando os países ricos, se chegará finalmente à redenção da humanidade e que assim será lembrado pela história. Ele acredita em Marilena Chauí, que cunhou a frase famosa: " quando Lula fala, o mundo se ilumina".</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Criticando a concentração da renda na mão dos ricos, ele passa ao largo do fato notório : o Brasil é um campeão das desigualdades sociais e da concentração da renda e da riqueza.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">É verdade que as ações do seu governo têm o propósito de minorar a pobreza e, portanto, reduzir as desigualdades. Mas o conjunto das proposições se resume às fórmulas envelhecidas do Estado indutor e produtor de toda a riqueza. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">São escassas as palavras e as ações do governo no sentido de incentivar os investimentos, facilitar as atividades produtivas, criar um ambiente que facilite a abertura e o desenvolvimento de negócios, empresas e agentes econômicos. O governo Lula não gosta do mercado, não gosta de empresários, não gosta de empresas. Tudo tem de vir do Estado, o velho e ruim Estado, que em passe de mágica, fará brotar do chão os bens, os serviços, as riquezas. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Se um governo anterior, como o de Temer, promove uma reforma, ainda que pífia, como a reforma trabalhista, que de algum modo barateia os custos do emprego no Brasil, entre os mais altos do mundo, hordas de arautos saem a campo para afirmar que estão retirando direitos e prejudicando a classe trabalhadora. É como se fosse possível criar os empregos sem as empresas. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O governo do PT é bom para chacoalhar as árvores e colher as frutas. Mas o partido não tem a menor vocação para plantá-las, cultivá-las até que se tornem produtivas.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #1155cc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">titoguarniere@terra.com.br</span></p><div><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #1155cc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><br /></span></div>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-7630340475300133182023-09-07T11:07:00.004-03:002023-09-07T11:07:54.416-03:00AS MINÚCIAS DO NOSSO ESTADO<p><span style="font-size: large;"> O Rio Grande do Sul é interessantíssimo. Em Pelotas fala-se de um jeito, em Porto Alegre é outro e assim vai. Mas o que me assombra é o “você” entre as crianças. As professoras gostam de usá-lo. O “tu” está quase condenado à morte.</span></p><p><span style="font-size: large;">Mas existem lugares com uma fala muito interessante. Elas se situam na região perto de Santiago e proximidades. </span></p><p><span style="font-size: large;">Meu filho, Rudolf Genro Gessinger, que praticamente se criou na nossa fazenda, é graduado em Direito pela PUC de Porto Alegre, tem pós-graduação pela mesma faculdade, e cuida do nosso escritório perto do Palácio do Governo.</span></p><p><span style="font-size: large;">Vou dar ao meu filho a palavra:</span></p><p><span style="font-size: large;">“Em Timbre de Galo, o lendário Pedro Ortaça já anunciava que "o campo é quase a cidade". O campo ainda era, 20 anos atrás, um lugar regulamentado principalmente por usos e costumes da região. Os valores de seriedade, simplicidade e valentia eram lema para homens e mulheres que dificilmente mudavam de domicílio ou se deslocavam grandes distâncias por consideráveis períodos de tempo. </span></p><p><span style="font-size: large;">20 anos atrás, ainda não havia luz em muitas estâncias da região das missões e fronteira oeste. O sinal de telefone era fraco e maioria da peonada nunca tinha acessado a internet. Em verdade, mal e mal sabiam do que se tratava. Até mesmo o modo de se expressar do profissional do campo era vago e impreciso. </span></p><p><span style="font-size: large;">Um rádio ligado alto no galpão fornecia as notícias regionais e proporcionava distração para os momentos de intervalo e folga. Era difícil ter televisão na estância, fora a do patrão. Se tinha, era à parabólica. </span></p><p><span style="font-size: large;">O trabalhador rural era o que tinha se criado por ali. Havia, em regra, frequentado a escola agrícola. Fora dela, normalmente não era manso no estudo. Estudar era caro, longe e sem muito sentido para quem aprendeu o que sabia pela experiência e pelos costumes que eram lhe passados.</span></p><p><span style="font-size: large;">Assim, existiam profissionais especializados em só uma atividade rural. As microrregões tinham um homem que era conhecido por ser, por exemplo, o alambrador. </span></p><p><span style="font-size: large;">O alambrador, em geral, era o homem que lidava com o aramado (as cercas) ou ficava de caseiro, ponto. Para começar, o alambrador era, em maioria, um profissional autônomo, de forma que não era peão de ninguém. No máximo peão por dia (leia-se, para uma lida específica em que se precise de mais gente).</span></p><p><span style="font-size: large;">Quando precisava revisar uma cerca, era só chamar o alambrador. Nenhum peão de campo, 20 anos atrás, pararia a lida para consertar o aramado. Interromper a doma, então, menos ainda.</span></p><p><span style="font-size: large;">O pior dos castigos para um peão campeiro é manda-lo carpir, desde sempre e até hoje. Tanto é que existe um dito para quem, digamos, está sendo inconveniente: "mas vai carpir um lote!".” (Continua)</span></p>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-80933407805722978532023-08-29T18:32:00.001-03:002023-08-29T18:32:26.833-03:00SEM PARAR O PANO<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;">TITO GUARNIERE</span></p><span id="docs-internal-guid-3d7af0fa-7fff-8603-674b-9cc1fa0567d8" style="box-sizing: border-box; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">SEM PASSAR O PANO</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Faço uma breve revisita aos assuntos da semana. Uma repassada – sem passar o pano.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Chegou aos olhos e aos ouvidos da Inteligência do governo que certos setores do bolsonarismo andam se movimentando para agitar o Sete de Setembro que se aproxima. Não surpreende. Essa gente se apropriou dos símbolos nacionais como a bandeira, e querem tomar para si também a data nacional. Só por essas atitudes já deveriam merecer, isto sim, o repúdio nacional. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Mas não creio que desta vez eles terão a folga que usufruíram em 8 de janeiro. O governo já está bem mais estruturado, todos nós já sabemos do que os "patriotas" são capazes quando se reúnem para manifestações. Além disso, o Exército parece ter aprendido a lição e não existem mais os acampamentos ao redor dos quartéis. Antes as nossas briosas forças armadas não notaram o viés golpista daqueles ajuntamentos. Ou notaram e por isso não fizeram nada? </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Mas os efeitos nefandos do janeiraço ainda persistem. Em Porto Alegre um vereador da cidade fez aprovar na Câmara Municipal a criação do Dia do Patriota, escolhendo a data de 8 de janeiro para a "comemoração". Era o que faltava, mas não vai colar.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Vira e mexe, o enxofre do imposto sindical invade os ares, vindo de onde é mais óbvio. Desta feita, quem sugere o ressurgimento é o ministro do Trabalho, o notório Luiz Marinho(PT). Eles não gostam que chamem de "imposto sindical". Mas imposto é. Por que o que eles querem – mesmo, de verdade – é uma contribuição voluntária, porém obrigatória, se me entendem. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O deputado Aécio Neves às vezes volta ao noticiário. Ele provocou o presidente Lula, que havia instado o povo brasileiro a pedir desculpas a Dilma Rousseff pelo impeachment. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O que me chamou a atenção foram os comentários de leitores na Folha. A maioria era de petistas, dizendo que Aécio era corrupto e não tinha moral para falar de Dilma. Ora, Aécio – que não é meu personagem predileto – é tão ou mais inocentado pela Justiça quanto Lula. Assim, a Justiça que inocentou Lula foi honorável e justa. Porém se a mesma Justiça inocentou Aécio isso não importa: ele continua sendo corrupto. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O PT está buscando uma forma de compensar Dilma pelo impeachment. Uma ideia: a devolução simbólica do mandato presidencial que lhe foi retirado. Tudo bem, sendo simbólico não vai doer. Mas que se imponha uma condição : que o discurso de "posse" seja em idioma dilmês.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> O Brasil foi vítima de mais um apagão. Janja, a primeira-dama, antes mesmo de qualquer investigação lascou o diagnóstico: foi por causa da privatização da Eletrobras. E todos aqueles apagões que aconteceram durante anos a fio antes da privatização foram por culpa de quem? Não seria da Eletrobras estatal?</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Foi a mesma coisa com os desastres da Vale de Brumadinho e Mariana. Os anti privatistas se apressaram em culpar a Vale privatizada. Se esqueceram um detalhe: as duas</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">barragens que ruíram , causando destruição e mortes, foram construídas quando a Vale era estatal.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> As esquerdas, os petistas em geral, estão enfurecidos com a atuação de Cristiano Zanin. Todos os votos do indicado de Lula no STF parecem formulados por um ministro "terrivelmente evangélico".</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #1155cc; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">titoguarniere@terra.com.br</span></p></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-35076558407972862802023-08-24T07:26:00.002-03:002023-08-24T07:26:31.596-03:00SANTIAGO E OUTRAS PROSAS<p> <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; white-space-collapse: preserve;">Por uma questão de negócios acabei chegando a uma solução interessante e inesperada. </span></p><span id="docs-internal-guid-6b4e096b-7fff-7ff4-ce08-d23ff369260f"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Como já falei várias vezes, tempos atrás fui designado para Juiz de Direito em Santiago. Dois anos depois fui promovido por merecimento. Andei por várias Comarcas e acabei chegando em Porto Alegre. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Entrementes conheci uma moça, durante uma festa de aniversário. Ela era de Santiago. Tudo isso alguns já sabem.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A família dela tinha raízes fortes na pecuária. Acabei comprando glebas de campo, quando já estava aposentado. Isso em Unistalda, ao lado de Santiago. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O preço do campo estava barato e fui comprando áreas contíguas. Consegui fazer muitas melhorias e tive algum sucesso, até em exposições na Expointer.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Posteriormente fui fazendo alianças e a verdade é que meu filho Rudolf melhorou as coisas ainda mais.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fizemos melhorias e benfeitorias como açudes, cercas e galpões.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Construímos uma ótima casa na própria fazenda, com muito conforto. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Certo dia me foi oferecida uma casa em Santiago. Achamos que seria uma boa compra.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Santiago é uma cidade limpa, pequena, feliz, todos se conhecem. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Muitas residências antigas, mas bem cuidadas e limpas. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A propósito a nossa cara Rosane de Oliveira diz: “somos responsáveis pela aparência de nossas cidades”.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Maristela e eu começamos a passar sete dias por mês em Santiago.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Estou revendo amigos de outros tempos. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O pessoal tem um costume fantástico. Tu te encontras no supermercado com um conhecido e é aquela abração de quebrar costelas. A pergunta principal é “tá bem de saúde”?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Enfim, quase todos se conhecem, por nome e tudo.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O trânsito é calmo e cordial como se fosse em cidade européia.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Posso me dar como um homem feliz. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Em primeiro lugar está minha querida Santa Cruz do Sul onde nasci e cresci.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Peço desculpas ao louvar outra cidade. Mas vale a pena conhecê-la.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mudando de saca para mala gostaria de falar um pouco sobre o papel importante do Agro. Ele nos salva da fome. No entanto, a maioria das pessoas está em outras atividades. Mas sem comida, fica difícil a vida, para não dizer impossível. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Há uma busca incessante por terra, tanto para a agricultura quanto para a pecuária. Quase ninguém a vende.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Nossa família, por sinal, não vende por preço nenhum nossa fazenda.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A cada dia há mais necessidade de meios de transportes, e o problema grave é a precariedade das nossas estradas. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Exemplo: tu estás numa rodovia mas não tens como sair de atrás de um caminhão. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Volto ao assunto. </span></p><div><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></div></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-53994952171391919402023-08-10T12:45:00.001-03:002023-08-10T12:45:26.421-03:00SOBRE LULA<p> <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Depois de ser promovido de Santiago do Boqueirão fui atuar numa entrância maior, a Comarca de São Leopoldo. Fiquei uns tempos e fui promovido a Porto Alegre, na época de entrância final. De início mantive minha morada ul última aem São Leopoldo, indo todos dias para Porto Alegre. Posteriormente me fixei em Porto Alegre.</span></p><span id="docs-internal-guid-d75e5cb1-7fff-e7e6-71a9-19f8b7063c17"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Voltemos agora a São Leopoldo. Certo dia quando eu já havia voltado para a advocacia, um colega de Novo Hamburgo me convidou para irmos observar a chegada de Lula, que falaria para altos próceres, só gente graúda.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O salão estava lotado e me sentei nas cadeiras bem perto do visitante. Decidi, antes da fala, cumprimentar Lula, que estava suando copiosamente, segurando um copo com um líquido parecido com guaraná, com cubos de gelo. Apertei sua mão e voltei à minha cadeira.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Lula se saiu bem e foi aplaudido.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Num outro momento o vi do alto do meu apartamento no edifício em frente ao palácio do governo do Estado, oitavo andar. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Pouco antes das eleições passadas houve uma multidão para aplaudir Lula. Assisti ao que disse Lula e a cada tanto lá vinham aplausos. Me alegrei porque não houve problema algum. Inobstante achava que a quantidade de pessoas não era tão grande. Pensei que Lula perderia. Estava com rouquidão, mas discursava bem.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Houve a eleição e se mostraram coisas inimagináveis, tais como a invasão do Congresso Nacional.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Vale dizer que na primeira eleição votei em Simone Tablet, com quem troquei conversas. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Votei em branco na segunda por não me sentir bem com nenhum dos dois candidatos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mas espero que Simone Tebet venha mais forte na próxima eleição.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Tenho uma preocupação. Notadamente Lula é monoglota. Ao que consta não domina nenhum idioma geral. Não há, todavia, como negar a inteligência do nosso presidente.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Lula está com 77 anos de idade, assim como eu.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A diferença é que ele nitidamente tem problemas de saúde talvez não graves. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Eu pratico todos os dias caminhadas ou tênis. Mesmo assim às vezes me esqueço de algumas coisas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Bem, desejamos que Lula cuide com sua idade. Que sua esposa continue zelando por sua saúde, como o fez em sua privação de liberdade.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Creio que temos dois ótimos senhores nos seus cargos, tanto no Senado Federal, Rodrigo Pacheco, como do Arthur Lira, firme e forte na Presidência da Câmara Federal. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Me preocupa o “toma lá, dá cá” com as nomeações.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Haverá troca-troca aos seis meses?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Mais: que não comecem de novo as invasões de terras! Vai dar problemas para todos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">(Um forte abraço ao Sr. Arcélio Back, da Cereais Back de Vera Cruz, admirador desta coluna e do jornal).</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">(Colaborou Maristela Genro Gessinger)</span></p><br /><br /><br /><br /><br /></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-84375249085294046752023-07-27T11:12:00.001-03:002023-07-27T11:12:50.058-03:00O VALOR DE UMA LEMBRANÇA<p> <span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; white-space-collapse: preserve;">Tenho muita alegria em receber mensagens de todos os quadrantes.Desde muitos anos me interesso pelos cemitérios e pelos que um dia guardaram nossas lembranças . De muitas assim se fazia. Entre essas estão o enterro. O fogo é um desses modos. </span></p><span id="docs-internal-guid-ed276159-7fff-6d4b-4a85-99b1fcd889a2"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Passemos para o Egito: quanta pompa para as celebrações fúnebres . </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Recebi uma mensagem muito interessante.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">“Acompanho as suas colunas na Gazeta do Sul e descobri que é meu conterrâneo: sou nascido e criado no Distrito de Boa Vista - Santa Cruz do Sul, onde seus antepassados tiveram casa comercial.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> Meu nome é Rogério Harz e após a aposentadoria passei a me dedicar a diversas entidades, entre as quais a Associação JEALISC que cuida da manutenção do Cemitério comunitário mais antigo de Santa Cruz do Sul, localizado em Alto Linha Santa Cruz. Ele estava abandonado, o mato havia tomado conta e lá por 1989 um grupo de jovens e pessoas da Comunidade iniciaram a recuperação.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> Desde 2010, o Cemitério faz parte do Patrimônio Histórico de Santa Cruz do Sul e atualmente é ponto de visitação e pesquisa de pessoas de diversas regiões do Estado e até de locais mais longínquos. Foi realizado um belo trabalho e tornou-se um local organizado, limpo e de fácil circulação por entre as lápides.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> Agora, com o apoio de um casal de pastores aposentados, nos desafiamos a escrever um livro em que será contada a história da localidade, constarão as fotos de todas as lápides e com a tradução para o português das inscrições em alemão. Simultaneamente haverá a produção de um vídeo apresentando todas as lápides. Assim, pretendemos preservar definitivamente parte da história desses primeiros imigrantes, que a partir de 1850 povoaram a Alto Linha Santa Cruz e arredores.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> Essa empreitada está com investimento previsto de R$26 mil reais (pelo menor orçamento) e estamos em campanha de pedido de doações, com possibilidade de registro do nome do doador no livro.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"> Recentemente conheci seu filho Rafael em evento aqui em Santa Cruz ele deixou todos impressionados com sua fala e simpatia, além de demonstrar um talento a mais ao cantar em alemão para os presentes. Quando estiver de passagem por Santa Cruz do Sul, teríamos imenso prazer em acompanhar uma visita ao local .”</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Agora me pergunto: como fica , depois da cerimônia, a lembrança física do ente querido?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Gosto muito de visitar os túmulos de nossos antepassados.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Visitei os Gessinger na Alemanha, inclusive os que morreram nas duas guerras.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Os meus Gessinger vieram de Zeltingen- Rachtig, às margens do Mosel ( em alemão “ Die Mosel”).</span></p><br /><br /></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-90277887155878443042023-07-25T16:01:00.002-03:002023-07-25T16:01:48.301-03:00 PUNITIVISMO NA ESQUERDA E NA DIREITA<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; text-align: justify;">TITO GUARNIERE</span></p><span style="box-sizing: border-box; font-family: Aptos, Aptos_EmbeddedFont, Aptos_MSFontService, Calibri, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">PUNITIVISMO NA ESQUERDA E NA DIREITA</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Não importa o campo político dos atores, da esquerda ou da direita, no Brasil se põe toda a fé na mudança da lei, na esperança de que ela tenha o poder mágico de solucionar os males que nos afetam. Diante de um fato de repercussão na opinião pública, imediatamente pululam proposições, ainda no calor dos acontecimentos: eis aí uma fonte permanente de ideias precipitadas, soluções simples, porém erradas. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O mais comum desse viés ilusório se encontra em matéria penal, para configurar um novo tipo de crime ou (geralmente) para aumentar as penas de crimes já configurados – a dose das penas inibiria o crime.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O que inibe o crime não é a dose das penas. Se houver boas chances de escapar da autoria, de absolvição, de reduzir substancialmente as penas, o elemento se dispõe a correr os riscos da empreitada criminosa. Dito de outro modo, não faz muita diferença o tamanho das penas, mas a possibilidade de escapar delas ou reduzir os danos.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> Olhem o caso presente, em que a proposta do governo é elevar a 40 anos a pena de cadeia para quem atentar contra a vida de certas autoridades. Se o sujeito toma uma arma e planeja matar o, digamos, presidente da República, está tomado por um grau de loucura e fanatismo em que nada o deterá.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> Em matéria de legislação todas as correntes políticas são punitivistas. Lembram das "10 Medidas contra a Corrupção", de Deltan Dallagnol, Moro e da Lava Jato? Um conjunto de propostas de novos tipos penais e de aumento draconiano das penas de crimes ligados à corrupção. Era o punitivismo da Direita.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Uma nova onda punitivista está em curso no pacote de Flávio Dino e do governo Lula – o punitivismo da esquerda. Há um componente de propaganda político nesse embate desgastante, de pouca valia, esforço que é mais o de subscrever e consolidar uma tal e determinada narrativa de mundo - as partes pretendem demonstrar de que lado está o bem e de que lado está o mal.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> No que interessa - a punição rápida e eficaz dos criminosos - , na sentença e na sua execução, a justiça é lenta, leniente, concessiva, paternalista. (Exceção nada honrosa da Lava Jato, suas exorbitâncias e estripulias). A nossa justiça toma em consideração atenuante e ampla a classe e a situação social do transgressor da lei - subjaz com enorme frequência um juízo "social" para o comportamento anti social. De nada adianta a dureza das penas.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> A onda de punitivismo vem na pior hora: é mais do que tempo de desinflamar os espíritos, baixar a temperatura política, isolar os radicais, criar um ambiente de harmonia e diálogo. Assim, pôr esse caminho tortuoso, agravamos a intolerância, o ódio, que todas as partes atribuem ao outro, seu contrário no campo político. Se as partes se atribuem a prática do ódio e o clima de tensão, é porque ambas de alguma forma o estimulam. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O que fazer do pacote inoportuno, inconveniente, gerador de novas contendas, e de riscos de uso mal intencionado e autoritário ? Retirá-lo de pauta. Levá-lo em fogo baixo até que se esqueçam dele. Lançar sinais de paz e convivência. Restaurar um clima civilizado no embate político.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><br class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;" /></p></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-74524800735134519222023-07-19T10:46:00.004-03:002023-07-19T10:46:41.860-03:00ESCOLAS CÍVICO-MILITARES - POR TITO GUARNIERE<p> <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">O governo Lula mandou bem ao terminar com o programa de escolas cívico-militares de Bolsonaro. Podia ter discutido melhor, como sempre exige o PT, mas o próprio programa havia sido instituído por decreto, sem audiência ou debate público.</span></p><span style="box-sizing: border-box; font-family: Calibri, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> O maior defeito do programa estava no duvidoso pressuposto de que militares são mais competentes, honestos e patriotas do que civis. Isso é uma bobagem monumental. Trata-se de um preconceito, em que só pessoas muito desatentas (para não dizer burras ) pegam carona e espalham – um mote permanente, uma insistente falácia no governo anterior.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Era disseminado amplamente nos redutos bolsonaristas que a escola pública e civil era um antro de professores doutrinadores de esquerda, de drogados e desajustados, que só pensam em sexo, drogas e rock n'roll. Como era comum entre bolsonaristas, eles tomavam o que era exceção e residual como a regra dominante.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> Que existem professores doutrinadores existem. Eles – os da esquerda e os da direita(que igualmente existem ) - têm o dever ético de se enquadrar na norma e no princípio de que a escola não é lugar de propagação ideológica. É conceito de natureza político-ideológica que os militares são mais disciplinadores e que os professores de escolas públicas civis são mais com concessivos, mais tendentes a permitir a desordem e a balbúrdia.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Aqui nem há discussão. Ninguém em sã consciência defende que a escola conviva com o desrespeito, o caos, a desordem. A escola, militar ou civil, os regulamentos, os métodos de ensino, impõem a obediência a certas condutas civilizadas, sem as quais nem o professor mais qualificado é capaz de transmitir o conhecimento e preparar o jovem para a vida e a cidadania.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">O programa tinha buracos sem fim. Se era para melhorar o ensino, vamos convir, uniformes e valores militares não servem para coisa alguma. Numericamente, as 216 escolas que aderiram ao programa eram um grãozinho de areia entre as mais de 178 mil escolas públicas do Brasil. Era pura propaganda, puro "marketing" militar.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> Nesse conjunto, trabalhavam mais ou menos 900 militares da reserva, que recebiam uma gratificação entre R$ 2,6 mil reais(sargentos) até R$ 9 mil(coronéis) por mês, nomeados sem concurso. Francamente, nesse particular parecia mais uma boquinha de agrado aos militares da reserva. Correspondiam aos cargos de confiança de livre nomeação, tão a gosto dos partidos políticos de todas as vertentes.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">As escolas cívico-militares de Bolsonaro eram beneficiárias de verbas generosas, que vinham direto do orçamento das Forças armadas – verbas às quais as demais escolas públicas não tinham acesso. A ideia clara, quase confessada, era "demonstrar", nos rankings de avaliação , que as escolas cívico-militares eram superiores, geravam um ensino de maior qualidade do que as civis.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">As escolas públicas existem para formar cidadãos autônomos e produtivos, não soldados ou guerreiros."São instituições de paz, civis, de administração civil e de orientação pedagógica civil" (jornal O Estado de São Paulo, em editorial).</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"> </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #1155cc; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">titoguartniere@terra.com.br</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; box-sizing: border-box; direction: ltr; font-size: 1em; line-height: 1.06364; margin: 0pt 0px; outline: none; padding: 10pt 0pt 0pt; text-align: justify; unicode-bidi: embed;"><span class="ContentPasted0" style="box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 12pt; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;">Twitter : @TitoGuarnieree</span></p></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-34147213098883294532023-07-15T17:34:00.003-03:002023-07-15T17:34:59.061-03:00UM POUCO DE MINHAS ANDANÇAS<p> <span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Inicio me referindo a um amigo a quem não fui apresentado pessoalmente. Todavia sempre trocamos mensagens pelo Whatsapp. Disse-me que tenciona viajar muito e quer entrar firme para ajudar a melhorar a vida de pessoas necessitadas.</span></p><span id="docs-internal-guid-2f5a5e48-7fff-0f95-3783-e02938ebab08"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Aplaudi e lhe disse que também faço o que é possível. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Também já fiz muitas viagens, desde 20 anos até cerca de 60. Depois comecei a não gostar mais muito, nem que fosse de avião e na classe executiva.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Sucede que comecei a colocar minhas alegrias, com minha mulher, em casas que nos recordavam felicidade, tudo onde passamos em vários lugares, um diferente do outro.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Tive muita sorte na vida, soube ser cuidadoso. Assim também minha mulher.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A primeira está em Porto Alegre, num lugar lindo no oitavo andar. Lá estão muitos livros, instrumentos musicais, vinhos guardados.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Adoro ir para minha casa na praia em Xangri-Lá. Lá tenho amigos para jogar tênis.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Gosto de cuidar da minha fazenda para onde vou frequentemente. Lá um dos meus filhos zela e cuida de tudo a par de cuidar dos seus negócios advocatícios. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Gosto muito de Santiago que fica perto da fazenda.Onde temos uma morada muito gostosa. Lá temos muitas amizades, muitas mesmo.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Assim sendo, tenho pouca vontade de passar trabalho dentro dos aviões.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">—------</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Em todos esses locais que menciono tenho a sublime presença de pessoas que não incomodam. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Quando digo incomodam, refiro-me a pessoas que não param de brigar com amigos e não se conformam que terminou o jogo. Lei é lei, pombas! Um candidato foi vencedor; na eleição seguinte faltarem-se votos. Não soube perder. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Parem com a choradeira de que as urnas foram isso ou aquilo. Quanto alguns venciam, aí tudo era bom . </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">A verdade é que até o símbolo nacional foi tomado. Havia pessoas que tinham receio de empunhar a bandeira nacional.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">……..</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Fiquei muito feliz com a atuação da Gazeta e nossa querida prefeita de Santa Cruz , com seus ajudantes.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Meu filho Rafael Koerig Gessinger foi muito bem tratado e se espera que possa ir mais vezes para a terra onde nasci. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Muito empenho tive com meus filhos para que estudassem outros idiomas, mas não esquecessem o alemão. Tentassem falar com os avós, tios e tias em alemão. Não se deixassem levar por brincadeiras de mau gosto.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Um outro filho, Armando, mora há anos na Alemanha. Está muito feliz lá.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Até minha esposa fez curso de alemão no Goethe e disso muito se orgulha.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Também por me apaixonar pelo Direito Alemão, passei vários meses na Alemanha, no Max Planck Institut para o Direito. Isso me ajudou muito em inúmeras circunstâncias.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O Direito Alemão é algo!!</span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;"><br /></span></div></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-38985564194702495452023-06-28T15:21:00.001-03:002023-06-28T15:21:22.600-03:00A LUTA DAS MULHERES<p> <span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space-collapse: preserve;">Revendo nuns alfarrábios que já se mostram vetustos, eu mesmo me surpreendi. Fui olhar umas peças de processos Judiciais. Vejamos essa peça de um processo. Tratava-se de uma “investigação de paternidade e pensão alimentícia". Note-se bem que na época não havia o prodígio que temos hoje, ou seja em 1981 não havia computadores pessoais e todas essas ferramentas que temos hoje. </span></p><span id="docs-internal-guid-f501ad0e-7fff-1311-3bc2-71093f702668"><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">O linguajar tosco me impede de transcrever na íntegra os termos. Todavia vamos pinçar partes mínimas para se ver o absurdo que havia naquele tempo: </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">“O réu, na referida noite e data, limitou-se a se gozar com a autora, reservando seu “semem” para uma outra menina que, pela primeira vez, surgia na roda. O réu e mais dois companheiros estiveram em “suruba” com a autora.”</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Em outro relatório da Polícia Civil, em 1986, há termos absurdos:</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">“A declarante, apesar de ser do sexo feminino, desde que se conhece por gente, tem tendências pelo sexo masculino, informando que desde menina sempre quis ser homem.” </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Incríveis outras peças tocando nesses assuntos como se fossem crimes.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.3800000000000001; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Para se ver como houve injustiças para muitas mulheres.</span></p><br /><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.656; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; color: #222222; font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">No início dos anos setenta as mulheres já estavam em toda parte. Nas faculdades de medicina, de odonto, engenharia e tantas mais. Na minha turma do Direito da UFRGS havia um terço de gurias, todas muito estudiosas. Em várias áreas se destacavam: nas rádios, nas TVs, nos jornais, na advocacia, no magistério superior, na política. Mas não tinham acesso à magistratura estadual aqui no RGS.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.656; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; color: #222222; font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Era assim: o Tribunal de Justiça abria o edital para o concurso a juiz de direito, do qual constavam vários ítens como idade, escolaridade, bons antecedentes, mas não havia nenhuma restrição quanto ao gênero. Esgotado o prazo para as inscrições, a lista era submetida ao exame da comissão de concursos, que indeferia, sumariamente, a inscrição das mulheres. No concurso seguinte ao meu, várias mulheres se inscreveram novamente e o assunto foi levado por mais uma vez ao órgão especial do TJRS. Acontece que o colegiado já tinha uma composição de desembargadores mais jovens. Foi fundamental, a meu ver, o fato de uma filha do desembargador César Dias haver se inscrito. Seu nome: Maria Berenice Dias. Houve uma grande discussão e a votação mudou, abrindo as portas para as mulheres. </span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.656; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><br /></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.656; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; color: #222222; font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Assim como a pioneira Maria Berenice as mulheres começaram a se destacar, caindo por terra todas aquelas falácias que eram motivo para os receios já narrados.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.656; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="background-color: transparent; color: #222222; font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space-collapse: preserve;">Em breve haverá vagas no STF. Será imperioso que sejam preenchidas por mais mulheres.</span></p><p dir="ltr" style="background-color: white; line-height: 1.656; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><br /></p></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-52563536075767786332023-06-26T12:36:00.003-03:002023-06-26T17:53:57.156-03:00DISCURSO DE RAFAEL KOERIG GESSINGER<p class="MsoNormal"><a name="_olk_signature"><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><o:p> </o:p></span></a></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">DISCURSO POR OCASIÃO DO CAFÉ
GERMÂNICO CULTURAL<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">ALUSIVO AOS 400 DIAS PARA O
BICENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">PROMOVIDO PELO MUNICÍPIO DE
SANTA CRUZ DO SUL E PELA COMISSÃO OFICIAL DO BICENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">SANTA CRUZ DO SUL, 26 DE
JUNHO DE 2023 <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">BICENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO
ALEMÃ NO BRASIL UMA FESTA DA INTEGRAÇÃO HUMANA <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Rafael Koerig Gessinger <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">A referência óbvia para o
Bicentenário é o ano de 1824. E, de fato, é com base num acontecimento ocorrido
naquele ano que gostaria de começar. Mas não é um acontecimento ligado a
navios, viagens ou a um grupo de pessoas corajosas que deixou a Europa em
direção ao Brasil. Não. Trata-se da estreia de uma composição musical. Em 7 de
maio de 1824, em Viena, tocava-se, pela primeira vez na história, a composição
que consagraria os seguintes versos do poeta Friederich Schiller:<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Deine Zauber binden wieder, <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Was die Mode streng geteilt, <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Alle Menschen werden Brüder, <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Wo dein sanfter Flügel weilt.
<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Que teus encantamentos liguem
novamente <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">O que os modismos separaram
severamente, <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Todas as pessoas tornam-se
irmãs <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Onde tuas suaves asas
demoram-se. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="font-family: arial; font-size: medium;"> </span></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Schiller está falando da
alegria (Freude), que tem o poder de fazer sorrir, que tem o poder de iluminar
mentes e corações, que tem o poder de construir pontes e de fazer amigos, que
tem o poder de vencer modismos que separam. É justamente nesse registro que a
Comissão Oficial do Bicentenário da Imigração Alemã tem pensado o Bicentenário:
como uma festa da integração humana. Alle Menschen werden Brüder!<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Quando o Governador Eduardo
Leite fez publicar, em setembro de 2021, o Decreto 56.110 para organizar as
comemorações, o recado foi claro: o Rio Grande do Sul celebra a integração
humana, o Rio Grande do Sul celebra o migrante e seus encontros culturais.
Exaltemos, portanto, as culturas e seus encontros. E tudo isso não somente com
os olhos no passado, mas, como muito bem vêm insistindo o Cônsul Simandl, o
Diretor Hoffmann, do Goethe Institut de Porto Alegre, e o Secretário de
Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mateus Wesp, com os olhos no futuro. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">É, por isso, que a Comissão
também volta seus olhos para o futuro, provocando vários atores e diversas entidades.
São muitas as frentes que estão sendo estimuladas: ciência, cooperação técnica,
economia, agricultura, intercâmbio acadêmico, arquitetura, gastronomia, música,
cinema, cidadania, direitos humanos, literatura, língua alemã,
sustentabilidade, turismo, enfim, nada escapa ao Bicentenário. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Mas um elemento simbólico,
talvez não tão palpável, tem a ver com a reflexão sobre a migração e o migrante
de ontem e de hoje. Afinal, quem saiu da Alemanha há 200 anos? Quem chega na
Alemanha hoje, no século XXI? Quem chegou no Brasil há 200 anos? Quem chega no
Brasi hoje, em 2023? <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">A resposta deve ser única:
Seres humanos. Pessoas! Nós! Quem saiu da Alemanha há 200 anos e quem chega na
Alemanha hoje? Pessoas! Humanos! Quem estava no Brasil há mais de 500 anos e
quem chegou ao Brasil nos últimos séculos? Pessoas! Seres humanos! Nós! <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Antes de tudo, o fenômeno
migratório é um fenômeno humano. Acidentalmente, é fenômeno acentuado neste ou
naquele período, nesta ou naquela região. Mas deveríamos aproveitar nossa
capacidade de nos debruçarmos sobre nós mesmos, sobre nossa própria história e
nossa própria atualidade, para percebermos que a migração diz respeito ao ser
humano, simplesmente, e não a este ou aquele grupo étnico ou político ou
social. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Segunda-feira passada ouvi da
boca de uma migrante colombiana que mora em Porto Alegre, por ocasião da
Abertura da Semana do Migrante: “Sentir-se acolhido é o maior bem que um
migrante pode experimentar.” Também foi muito repetida naquela noite a frase de
São João Batista Scalabrini: “Para o migrante, pátria é a terra que lhe dá o
pão!” A nova Lei de Migração, Lei 13.445/2017, bem como a política estadual de
migração que será examinada pela Assembleia Legislativa, revela a maneira como
o fenômeno da migração humana deve ser compreendido atualmente, a saber,
assumindo a universalidade, a indivisibilidade e a interdependência dos
direitos humanos, afirmando a acolhida humanitária e o repúdio à xenofobia e ao
racismo, e promovendo o desenvolvimento econômico, turístico, social, cultural,
esportivo, científico e tecnológico do Brasil. O migrante foi, é e será,
sempre, uma enorme riqueza que deve ser comemorada e valorizada.<o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Prova disso é o sucesso de
Santa Cruz do Sul e de todo o Rio Grande. O migrante de hoje é o bem<span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]--></span>sucedido
cidadão de amanhã. <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Por tudo isso, o Bicentenário
celebra a pessoa humana e sua capacidade de enfrentar desafios, de acolher, de
se adaptar, de olhar o próximo como irmão e de partilhar sofrimentos e
vitórias. O Bicentenário da Imigração Alemã quer ser a festa da fraternidade
entre todos, sem exceção, uma genuína festa da humanidade inteira! <o:p></o:p></span></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-fareast-font-family: "Times New Roman";">Com esse espírito, o Governo
do Estado do Rio Grande do Sul, por meio dos Gabinetes do Governador e do
Vice-Governador e das Secretarias que fazem parte da Comissão - Cultura, Turismo,
Desenvolvimento Econômico, Comunicação, Segurança Pública e Justiça, Cidadania
e Direitos Humanos - além da UERGS e de mais de 50 entidades da sociedade
civil, coloca-se como parceiro de todas as instituições e pessoas interessadas
em fazer, ao longo de 2024, eventos e projetos que celebrem a vida e a pessoa
humana tomando como referência histórica os 200 anos da imigração alemã, mas
projetando o passado até o presente e mirando o futuro como palco de valores
cada vez mais sólidos, como a liberdade, a igualdade e a fraternidade, tudo
isso em torno de uma ideia viva e vibrante de dignidade humana.</span></span><span style="mso-bookmark: _olk_signature;"><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></span></span></p><br />RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-11279460196949967652023-06-15T11:48:00.000-03:002023-06-15T11:48:46.354-03:00CHAMADO PASSO DA AREIADesde jovem me fascinei com a obra de Gildo de Freitas.
Ele foi um que vislumbrou fantasticamente o que estava acontecendo no mundo. Todos nós, que passamos dos sessenta, temos claras na retina as maravilhas de aqueles tempos.
Na minha infância
quase não havia crimes.Dormia-se de janelas abertas no verão. Praias de banho eram os riachos, onde abundavam os peixes . Em Santa Cruz havia vários locais de banho. Alguns ainda persistem , mas não com aquele viço daqueles tempos.
De vez em quando meu pai nos levava de caminhonete para Rio Pardo. Eu me deslumbrava com a água do rio . Minha mãe e minhas irmãs se vestiam com aqueles “ maiôs” super pudicos e longos.
Voltávamos todos com o rosto queimado na caixa de trás da caminhonete Dodge canadense ano 1955, se não me engano. Tinha uma cabine metálica na frente e atrás uma cabine de madeira com toldo em cima.
Abaixo vai, portanto,o que Gildo de Freitas preconizou.
Vou deixar intactos seus versos, sem nada corrigir, conquanto haja imperfeições de gramática. Importante é o conteúdo.
……………
“Chamado passo d'areia
Foi o lugar que eu nasci
Foi ali que eu conheci
Cousas que a gente admira
Muçuns, jundías, taraíras
Nos meus tempos de guri
Não é querer me exibir
Mas taraíras davam tantas
Que nas quintas feiras santas
Nós pescava por ali
Mas quem tinha mais dinheiro
Terminou com o nosso apoio
Compraram nossos arroios
Findaram nossos pesqueiros
Um arroio companheiro
Pesqueiro de bom tamanho
Eram até praias de banho
Pra quem não tinha dinheiro
Naquelas partes mais altas
Por onde a água descia
Não eram só pescarias
Davam muitas produções
Auvoredo plantações
pastagens e leitarias
Da terra tudo nascia
Pepino, feijão miúdo
Era uma terra para tudo
Aipim, melão, melancia
Mas pode crer minha gente
Que isto foi num disparato
Derrubaram até os matos
De angicos e Cambuíns
Foram se metendo assim
Que nem piolho em custura
E as hortas de verdura
Viraram todo em jardim
Está derrota foi feita
Em muitos poucos momentos
Foram abrindo loteamentos
E as construções vieram vindo
Outros vendendo e saindo
Mesmo que um papel no vento
Eu conto com sentimento
Tudo que era bom se foi
Plantação, cavalo, boi
Festança carreiramento
Tudo se foi no momento
E aonde pastava as vacas
Hoje só se enxerga placas
Aluga-se apartamentos.”
……………..
E tudo isso aconteceu.
Melhorou tudo de uns tempos para cá?
Não esqueçamos que Passo da Areia se situava num lugar simples e longe do centro de Porto Alegre.
Ali havia criação de animais, era um lugar bem distante e pouco habitado.
E hoje?
Tudo que era bom se foi…
RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-66759745790341422172023-06-01T08:20:00.003-03:002023-06-01T08:20:46.621-03:00CAUSOS DE FUND0 DE CAMPOA noite foi toda de temporal e vento. Amanhecera com sol.
Nas casas e galpões, nada de anormal, a não ser alguma folha de zinco solta.
Toca o celular: é Joca, caseiro de uma morada no fundo de campo, noticiando que vários cochos de sal tinham tombado ou se destelhado.
Chamei meu capataz, misto de campeiro, zootecnista, veterinário, alambrador, marceneiro, mecânico e outras coisas:
-tchê, pega o trator piqueteiro, atrela o reboque, carrega com umas ” taubas”, pregos, folhas de zinco, ferramentas, pão e carne e vamos rondar as invernadas.
Já na primeira divisamos, ao longe, folhas de zinco espalhadas, na outra o cocho virado. Entre uma e outra ia observando os animais que, ante o rumor do trator, corriam para o rodeio.
Por volta do meio dia chegamos a uma das minhas invernadas favoritas - a da Tapera.
É fácil reconhecer o lugar onde um dia já houve uma casa: sinamomos vetustos, alguns carcomidos, algum pé de limoeiro, um resto de cerca de pedra.
Pegamos alguns galhos secos , fazemos fogo e espetamos a carne. Vou até a sanga, lavo as mãos e o rosto. Tirei as botas, sentei-me numa pedra e coloquei os pés na água fria.
Quem teria morado aqui?
Não longe, um túmulo de campanha onde se lê o falecimento ocorrido em 1.900.
Seria um posteiro dos Garcia, ou dos Mattos, ancestros donos ?
Retiro-me um pouco da sanga e sento-me ao pé de um angico.Fecho os olhos e escuto o marulhar das águas e o gorjeio dos pássaros. Ouço, ao longe um tropel de cavalos e as esporas tinindo. Um, fala mais alto e dá ordem de desmontar. Conversam sobre batalhas e cerco ao inimigo. Abro os olhos espantado e nada mais escuto. Cerro-os novamente e logo ouço risadas de crianças se espadanando na água. Usam termos arcaicos, com sotaque quase português, falam que, quando crescerem, querem ser alferes; outros, que vão defender a República Riograndense.
Abro de novo os olhos e o rumor cessa.
O vento aperta um pouco e as árvores ciliares inclinam-se como a me dizerem que sim, que testemunharam tudo isso, que viram até amor ser feito por aqui. Sim, elas, as árvores, que guarnecem sangas, matos e bichos, são as deusas mudas e guardadoras perenes de tantas histórias.
-patrão, o churrasco tá pronto.
Vamos comendo a carne e o pão, sem talheres.
Indago ao capataz:
- tu nunca ouviste, nesses fundos de campo onde nem satélite passa no céu, vozes de gente que já morreu?
-Vozes não, só umas risadas ou algum choro de mulher em noite de lua cheia.
—---------
Para mim o melhor candidato a ocupar uma vaga de Desembargador é o Dr. Ricardo Hermany.
(Colaborou Maristela Genro Gessinger.)
RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-49501048662989535692023-05-29T18:33:00.002-03:002023-05-29T18:33:24.597-03:00A BELA CIDADE DE SANTIAGO-RSFui Juiz de Direito em Santiago. Era jovem.
Mais tarde conheci uma moça solteira. Eu já tivera filhos e era separado.
Ela era solteira e não tinha filhos.
Nos conhecemos e nos casamos.
Tivemos um filho, o Rudolf, hoje advogado.
Muito íamos a Santiago, visitar os parentes.
Até que nos mudamos para lá.
Tempos depois sentimos a necessidade de Rudolf ir para Porto Alegre.
Temos uma fazenda muito bem organizada, ao lado de Santiago: na gloriosa Unistalda
Rudolf se prontificou a cuidar, o essencial.
Acabamos de comprar uma casa em Santiago, mas ficam outras nossas em Porto Alegre e no Litoral.
Quando compramos a casa em Santiago, Rudolf proferiu essas palavras:
Pai, tu podes dizer:
"Eu reencontrei um amor antigo que é a cidade de Santiago".
RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-48408627036708708152023-05-18T07:13:00.001-03:002023-05-18T07:13:22.483-03:00COISAS DO SÉCULO PASSADO<p> <span style="font-family: Arial; font-size: 18pt; white-space: pre-wrap;">Observando o império das crianças sobre seus pais e avós e a “juvenilização” brasileira, meus pensamentos não param de voltar ao século passado. Não sei se meus pais e avós agiram certo, se seria correto agir assim hoje, mas eu não os trocaria por nada deste mundo.</span></p><span id="docs-internal-guid-f60d66c6-7fff-78f2-4235-b9add0f6b8fe"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A família de meus avós Rudolf e Rosália era numerosa. Os dois exerciam forte poder sobre os filhos, até sobre meu pai, que já era casado.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">As relações eram respeitosas. À mesa meu avô servia-se em primeiro lugar, depois a avó e depois os filhos e netos, por ordem crescente de idade. Isso mesmo, as crianças vinham primeiro. Rezava-se antes de iniciarem as refeições.Quando se iniciava uma pequena discussão entre meus tios ou tias, o simples olhar do meu avô os silenciava. Nunca vi meu avô gritar ou ter um gesto violento.</span></p><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Meus pais me ensinaram o gosto pelo comércio, pelo lucro lícito, pelo trabalho e por ser pontual nas contas. A estrutura familiar antigamente impunha limites que a gente não se atrevia a ultrapassar, mesmo depois de adulto. No tempo em que eu fumava, jamais me atrevi a o fazer na frente de meu pai.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mas sempre chamei meus avós e meus pais por tu, nunca por senhor.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Eu sei, eu sei, eu tentei fazer o mesmo com meus filhos e agora os vejo também meio “ autoritários” em suas famílias.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Comprazo-me com isso.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 18pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um dia escandalizei um amigo. </span><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É que descobri, na casa de meus pais, uns guardados, fotos antigas e os boletins escolares.O amigo, ao os examinar, exclamou:” Bah amigo , andaste fazendo cola quando piá.”</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 12pt; margin-top: 12pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Vejam só: havia matérias como Desenho, Trabalhos Manuais, e eu só tirava 3 ou 4 na nota.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Em compensação, eu era bom em idiomas estrangeiros, filosofia, e assuntos do gênero.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A gente tinha uma espécie de caderneta escolar, onde eram registradas as notas. Inicialmente, temendo a tristeza do meu pai, esmerei-me em falsificar sua assinatura, o que se podia ver a olho nu. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Depois evoluí para a terceirização: encomendava os trabalhos manuais, com a serra tico-tico e outras bobagens. Entregava o desenho para coleguinhas mais aptos, em troca de lhes fazer trabalhos abstratos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Assim ia passando de ano e as notas melhoraram.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Meu amigo estranhou quando lhe mostrei os vestígios de meus deslizes já prescritos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Mas será que eu já era um " espertinho" ou só queria sobreviver?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tarde demais para saber.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Será que vai ruir todo o meu conceito? </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Só sei que me divirto até agora ao ver a cara de espanto do meu amigo que, na crença da ética, talvez me conceda o benefício do “estado de necessidade”.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">( Como está tudo agora ?</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Melhorou?)</span></p><br /><br /><br /><br /></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-57912586944230517842023-05-05T10:44:00.000-03:002023-05-05T10:44:13.294-03:00PASSANDO POR FRITZ E FRIDA<p> <span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; white-space: pre-wrap;">Podem perguntar a qualquer um. </span></p><span id="docs-internal-guid-95a0734a-7fff-e429-d008-6bcf96a951e8"><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Quem nasceu em Santa Cruz e, por contingências, teve que sair, nunca se esquece desse maravilhoso lugar.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sempre me vêm as lágrimas quando passo pelo viaduto Fritz e Frida. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Venho lá de longe, de onde está nossa fazenda em Unistalda e onde temos, bem pertinho, uma casa em Santiago. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">De madrugada saímos descendo a serra para passar por Jaguari, São Vicente, São Pedro, Santa Maria. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Aí opto para seguir, não por São Sepé, mas pelo caminho que leva a Santa Cruz, até chegar a Porto Alegre, onde também moramos.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">São seis horas de viagem, se não houver alguma tranqueira.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Por vezes penso em entrar na cidade e ver como vão meus parentes. Quase nunca dá. E somos poucos. Uma irmã é falecida; a outra mora em Porto Alegre. Meus pais são falecidos. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">É muita saudade.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Gosto de parar ao passar pelo estabelecimento do sr. Schuster, sempre ao lado de sua querida esposa. É aquela conversa boa, sempre falamos em alemão e compro um monte de linguiça. O papo vai sobre o gado, a falta de chuva, etc.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O sr. Schuster é uma pessoa carinhosa, pois esse dias cheguei atrasado (ele fecha ao meio dia), mas me viu da janela de sua casa. Me acenou e assim pude comprar suas iguarias.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Pronto: não faltaria por bom tempo esse alimento tão gostoso e prático. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Embarquei na caminhonete, respirei fundo, e falei com minha mulher: eu não tinha como ficar entre meus amigos de infância e juventude. O destino me mandou para outras plagas, onde também me dei bem.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Próxima parada: uma bela confeitaria, </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Não conheci ninguém no recinto, mas aquilo parece ser a Alemanha, de tanto cuidado e capricho. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sigo em frente, remoendo muitas coisas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Minhas aulas de violino com a Senhora Amália Eidt. Rigorosa até na postura com o instrumento, inclusive os pés. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Era uma senhora bem magrinha, super caprichosa na sua casa. Se eu tocasse um tom diferente do que estava na pauta, ela interrompia com muita delicadeza. Detalhe: eu vinha com o violino e ela mandava eu o afinar. Não se contentava facilmente. Assim faço hoje com meus filhos que tocam algum instrumento.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">A propósito sempre me lembro, ao passar por Santa Cruz, das minhas tias Brunhilde e Hildegard, ambas falecidas. Nas minhas férias eu ia a Boa Vista na casa de meus avós paternos. As duas eram exímias em vários instrumentos, inclusive a cítara.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tia Hildegard era muito alegre e tocava gaita. Tia Brunhilde, quando solteira, me dava também aulas de solfejo.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Não tenho como agradecer essas queridas tias.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Bom, passei por Santa Cruz. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Cessem as lágrimas e reminiscências.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">“Siga el corso”</span></p><div><span style="font-family: Arial; font-size: 11pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><br /></span></div></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6790345923579918970.post-41915553417143952212023-04-20T07:26:00.003-03:002023-04-20T07:26:51.536-03:00SOBRE PECUÁRIA<p> <span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; white-space: pre-wrap;">Amigos me indagam como cheguei a ser Pecuarista.</span></p><span id="docs-internal-guid-dbfd2e55-7fff-ec96-ba6f-d8feb1320e0b"><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sou natural de Santa Cruz do Sul. Meu pai era comerciante. Desde cedo ele me chamava para, nas horas livres, o ajudar. Isso foi importante na minha vida, pois vi como o comércio tem suas regras. Meu pai era muito bonachão, vendia muitas coisas no “fiado” e depois não recebia. Apesar das advertências da minha mãe, a falência foi inevitável. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Concluí, então, que na vida se deve aprender a dizer “não”. Caridade é uma coisa; negócios são outra.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Tive que me virar sozinho e aos 17 anos fui morar numa pensão em Porto Alegre, onde me matriculei no 3º ano do Clássico no Colégio Júlio de Castilhos, que era gratuito. Trabalhava de dia e estudava de noite.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Fiz o vestibular de Direito na UFRGS em 1965 e fui aprovado. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">No quarto ano da faculdade fiz concurso para Delegado de Polícia e aos 22 anos fui aprovado após fazer a Escola de Polícia, sendo classificado em 1º lugar.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Em 1969 me formei, pedi demissão do cargo de Delegado e fui advogar. Dois anos depois fiz concurso para Juiz de Direito e fui aprovado.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Fiquei um ano em Horizontina e um em Arroio do Meio. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Santiago estava sem juiz há dois anos. O presidente do Tribunal de Justiça me pediu que aceitasse promoção para Santiago. Assumi em l974. Tudo era novo para mim. Não sabia distinguir entre um cavalo e uma vaca. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Passei por outras comarcas, fui subindo na carreira até que cheguei a Desembargador. Terminado meu tempo voltei a advogar em Porto Alegre. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Conheci minha esposa Maristela, natural de Santiago, mas trabalhando no Tribunal de Justiça.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Isso nos fez visitar amiúde seus pais. Seu pai sabia muito de pecuária.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Pronto: passei a comprar lotes de campos ( sempre contíguos).</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Como a advocacia me dava bons frutos, passamos a intensificar a pecuária.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Um dia fui convidado para ser o presidente do Sindicato Rural de Santiago, o que aceitei com muito orgulho .</span></p><br /><br /><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"> </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Sucedeu que, naquelas épocas conturbadas, parte dos associados achavam que deveríamos fechar estradas em sinal de protestos de diversas ordens.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Conversei com os colegas e se decidiu que não faríamos protestos que prejudicassem o livre trânsito. </span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Estando eu em Bagé, numa feira, fiquei sabendo que parte dos companheiros tinham fechado a estrada.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Com razão ou sem razão, achei que não tinha mais o apoio da maioria dos colegas.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Renunciei ao cargo de presidente, mas prossegui como amigo de todos e sempre defendendo os interesses do agro.</span></p><p dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: 14pt; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">Continuei, no entanto, com nossa Fazenda que sempre melhora e assim vai ser até que eu seja chamado por Deus para a última morada.</span></p><br /><br /><br /></span>RUY GESSINGERhttp://www.blogger.com/profile/15448292899267045521noreply@blogger.com