quarta-feira, 31 de outubro de 2012

BACK HOME

Meu amigo  Rui Sulzbacher é filho de um amigão do meu pai. Eu e ele fomos colegas no ginásio, colégio, faculdade, pensão de estudantes, tivemos escritório juntos, muito  choramos um no ombro do outro, muito nos apoiamos.
Como sempre faço todos os anos,, larguei tudo para o visitar no dia do seu aniversário.
Ele mora enfurnado nesse local das fotos das posts anteriores.
E sempre é a mesma coisa, passamos três dias assando churrasco, ouvindo música, rememorando passagens e lutas, tomando vinho, dormindo 5 da tarde, nas cadeiras, acordando 9 da noite, fazendo carreteiros, enfim, trocando a noite pelo dia, para espanto dos familiares dele que veem este intruso aqui se adonar do amigo.
Bueno, eles que usem o fim de semana, nós dois temos esse pacto há mais de 40  anos .
Hoje nosso churrasco foi até 17 horas, só nós dois tomando vinho. Marli, a esposa dele, foi à cidade, ver seus negócios e ficamos nós ouvindo música.
Quando dei por mim vi meu amigo dormindo na cadeira, segurando a capa de um CD.
Pé ante pé fui para minha caminhonete e me mandei do seu sítio de volta ao Hotel.
São 19 horas.
Vou dormir agora, sem jantar e amanhã volto.
Vamos ver quem de nós dois vai ser o primeiro a faltar no niver do outro...

ALEGRES VILEGIATURAS II








ALEGRES VILEGIATURAS I







terça-feira, 30 de outubro de 2012

AOS AMIGOS

Para estancar essa belíssima quantidade de mails me perguntando o quéque houve que estou sem postar, esclareço:
ESTOU EM ALEGRE VILEGIATURA,
longe do  RGS
( e não estou sentindo saudade)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SERÁ INDOLÊNCIA, O QUE OCORRE COM ALGUMAS COMUNIDADES?

Artesãs de Balneário Pinhal preparam-se para oportunidades a serem geradas pela Copa das Confederações e Copa 2014

Balneário Pinhal Sem comentários »


O grupo de artesãs Abelhas Arteiras, de Balneário Pinhal, está iniciando os preparativos para participar do Projeto ExpoArt 2012, do Sebrae. O projeto visa o Fomento do Artesanato Gaúcho com Foco em Mega Eventos Esportivos e tem como objetivo a melhoria dos artesanato gaúcho como um todo, sendo este uma produção associada ao turismo que valoriza e divulga as suas principais regiões turísticas do estado.
Segundo Wilson Augusto Mello da Fonseca, consultor do Sebrae em Balneário Pinhal, o projeto tem seu foco no desenvolvimento e comercialização de produtos artesanais de alto valor agregado, buscando a elevação do patamar de qualidade estética, cultural e mercadológica desses produtos. “O período de atuação e execução do projeto é até 2015, e tem como foco estratégico Copa das Confederações e Copa 2014”.
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A matéria acima foi publicada pelo blog do Jorge Loeffler ( pronucia-se Lêffler), e me deixou pensativo.
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Entre a Vila Manoel de Freitas, em Unistalda, até São Pedro, não encontro  na 287  nenhuma tenda de artesanato ou de produtos coloniais. Minto: em Jaguari, terra de gringos, tem .Já na 290, depois de São Sepé, na Vila Progresso, é um show de pelegos, palas, cobertores, mel, bolachas..
Qual é o problema se a região de Santiago tem uma enorme ovinocultura?  Para onde vai nossa lã em estado bruto?
Não consigo entender como em Paraíso do Sul é uma tendinha ao lado da outra, com cucas, moranguinhos, frutas cristalizadas, pães e em outros lugares... nada.
Não venham culpar o poder público.
É questão de cultura? ou sobra dinheiro?

domingo, 28 de outubro de 2012

CASA NA PRAIA - MUITA COISA MUDOU PARA MELHOR


Nos anos 60 e 70 boa parte das casas da praia eram guarnecidas por mobilias e refrigeradores usados, que saiam das casas na cidade, com a chegada de móveis novos. Quase nenhuma tinha ar condicionado.  Várias famílias chegavam na virado do ano e só iam embora perto de março. Das cidades traziam-se toneladas de carne congelada, rádios, televisores, roupas etc. Depois a tralheira tinha que ir de volta.
Hoje quase tudo mudou.  Muita gente tem a casa da praia tão bem ou melhor equipada que na cidade.  Com o sistema de alarmes e vigilância você deixa roupas, eletrodomésticos etc sem preocupações. Em horas você requisita a instalação da net, sky, telefone, o que quiser.
Ranchos não precisa trazer mais, pois os supermercados são os mesmos das diversas redes de P. Alegre.
Xangri La, por exemplo, tem espetaculares lojas de móveis . Quer instalar seu split? tem gente especializada aqui mesmo.
De P. Alegre até Atlântida são 90 minutos.
Aí se bifurcam as coisas: muitos optaram por condomínios fechados que têm de um tudo: quadras de tenis, futebol e um sistema de segurança perfeito. É grande o número de famílias que aproveitam o ano todo, com sol e chuva, pois é uma delícia.
De nossa parte optamos por uma espaçosa e nova casa " sobre el mar". Chegou, coloca o carro na garage e não tira mais. É tudo feito a pé ou   de bicicleta.
A propósito, dou razão ao Previdi e ao Loeffler: o que te impede até de passar vários dias de semana na casa da praia? principalmente se teu trabalho é intelectual? Que diferença faz eu fazer um recurso ou estudar um processo no escritório do centro de P. Alegre ou fazê-lo na orla?
E quando houver um julgamento, é só sair duas horas antes e, terminada a solenidade, retornar.
Aqui não há pretexto para não fazer uma bela caminhada. Muito menos para uma comidinha bem elaborada  à noitinha.

sábado, 27 de outubro de 2012

MAIL DE MINHA AMIGA RUTH LANTH


Para quem só recentemente acessa meu blog explico que Ruth Lanth née De Slumbratta é uma amizade colorida que tive no fim dos anos 60, ela estudava Filosofia Pura e era aluna do Gerd Bornheim.
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Rudyzinho querido!
Aproveito que minha empregada Suellenyss está aqui com seu namorado Maikonnsson passando o week end, porque ela sabe bater a máquina no computador, eu nunca aprendi, imagina que nem Cds tenho, só vinil.
Peço excusas, mon enfant gaté, se te deixei sem cartas  todo esse tempo, mas é que me mudei uns tempos para Orlando mas não aguentei a saudade de P. Alegre e do Barranco.
Então me divorciei... Espera aí, sabias que eu tive um casamento  que realmmente durou? Sim, oito meses. Conheci o Ariroberto num culto a que a Suellenyss me levou. Ali conheci o reverendo Ariroberto, um " colored" de dentadura fascinante, ombros largos , insaciável e que me fez muito feliz, apesar do dinheirão que tive que gastar com ele ( ele sustentava duas tias distantes, que não cheguei a conhecer, mas afinal  não podia deixar o pobre do Ari mal, então vendi um dos meus 12 apartamentos deixados por meus ex maridos e dei o dinheiro para ele).
Ele continua lá em Orlando e eu vim retomar minha vida no Portinho.
Rudyzinho, estava me lembrando de nós dois no Encoraçado Butikin dançando o Hully gully e tu me entupindo de Gin Fiz, depois embarcamos no meu Gordini novo que papai  me tinha dado por passar no vestibular e me fizeste tão feliz naquele banco de trás. Até hoje acho que colocaste algo  na minha bebida para eu ceder tão fácil.
Ainda andas enfiado lá naquele fim de mundo onde tens uma chácara, ou é fazenda, não sei essas coisas de gauchinhos. Rudy, não te vejo mais na Pampa, andaste brigando de novo com eles? Sempre foste um galinho de rinha né. Me lembro de como me defendeste quando aqueles caras, num jipe envenenado, brandindo correntes, queriam nos derrubar de tua Lambretta.
Continuas casado com a  mesma mulher?
Caso não, convido-te para fazermos juntos os caminhos de Santiago, mas os da Espanha, não daquele lugar  onde tu tens teus  boizinhos. Estou decidida a viver numa daquelas hospedarias e lavar os pés dos peregrinos.
Bom Rudyzinho, paro por aqui por que o namorado da Suellenyss está convidando ela para irem  numa rave.
Beijos molhadinhos.

PESCARIA EM XANGRI LA




Como para desespero dos catarinófilos o mar calmo e azul se mudou para Capão e Xangri La onde já é normal essa placidez, tornou-se mais fácil entrar de botes a motor e ir  depois da rebentação e pescar lá para dentro.
Esses amigos aí  voltaram com robalos, pampinhos e outros peixes, evidentemente para seu consumo.
Praza aos céus, no entanto, que isso aqui não se torne o inferno de barcos a motor como em Canasvieiras, cuja água cheira a combustível.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SANTANA -NÃO VÁ ALÉM DAS CHINELAS


Apeles, um pintor grego, estava pintando um retrato, um sapateiro viu a cena representada na tela e criticou o desenho das sandálias, o pintor acolheu a crítica e corrigiu a obra. Dando uma de Santana o sapateiro resolveu criticar o restante do quadro, e levou uma puteada Apeles: Sapateiro, não vá além das sandálias !
De quando em vez nosso amigo Santana, deixando de lado suas agoras lacrimosas e autopiedosas ou então autolaudatórias ( Eigenlob stinckt) crônicas, aventura-se pelos meandros do Excelso Pretório.
Hoje chegou a vez de o Min. Toffoli ser psicoanalisado pelo multidisciplinar .
E  ainda tem até altas autoridades que, genuflexas, lhe mandam mails e súplicas de perdão.
Aí fica difícil entender o povo.
Teve até um oficial da BM que lhe endereçou altos encômios e de resposta levou uma mijada.
Como toda a plebe tem que ter seu tribuno, erijo-me eu em tal condição para lhe dizer:
- Pablito, fica na tua.
 

AINDA OS TRENS - RELATO DE NENITO SARTURI


Nenito, este sim um verdadeiro poeta, um dos maiores do Brasil, me manda:
 
CARO RUY!

A propósito dos trens, creio que nem tudo está perdido.
Existe uma "grita" popular pelo seu retorno, especialmente na área artística.
Este ano serei Jurado na Tertúlia Nativista de Santa Maria, que voltou a acontecer há três anos, depois de ficar cerca de uma década em "banho-maria". 
Nesta edição, de um total de 20 composições classificadas que vão a palco, em torno de cinco músicas trazem a temática dos trens e de sua importância para o progresso e desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul em especial. 
Ora, num país continental como o nosso, acredito que seu retorno é apenas uma questão de tempo e de vontade política dos governantes que, em última análise, devem (ou deveriam) ter a sensibilidade de recolher os anseios do povo e governar de acordo com tais aspirações. Quando do retorno da Tertúlia, três anos atrás, eu e o Paulo Reis classificamos um trabalho sobre o tema, o qual segue em anexo. 

Forte abraço. 

Nenito Sarturi.
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NA VELHA ESTAÇÃO (Nenito Sarturi e Paulo Reis)
                 
Mateando quieto no oitão do rancho
De tardezita, quando o sol se vai,
Relembro coisas do sistema antigo
Que hoje em dia não existem mais.
 
Até parece que escuto o apito
Do Trem Magiar lá na ribanceira:
Rasgava o Pampa a “Maria Fumaça”,
Mais conhecida por “Trem da Fronteira”.
 
NAS NOITES CALMAS MATAVA O SILÊNCIO
PELAS CANHADAS DA TERRA “PAISANA”:
ERA O PROGRESSO MONTADO NOS TRILHOS
DE PORTO ALEGRE ATÉ URUGUAIANA.
 
HOJE A TRISTEZA, QUE A LEMBRANÇA TURVA,
ARRINCONOU-SE NA VELHA ESTAÇÃO
JUNTO À SAUDADE, QUE APITOU NA CURVA,
ANUNCIANDO O ÚLTIMO VAGÃO.
 
 
 Junto aos dormentes, a engolir distância,
 Os trilhos rompem a imensidão ...
 E nós quedamos, sufocando a ânsia,
 Sem compreender e sem achar razão
 Pra os que embarcaram, no trem da ganância,
 Um patrimônio de toda a nação.
 
Partindo cedo de Santa Maria,
Em Dilermando - primeira parada,
No Cacequi, Passo Novo e Alegrete,
No Plano Alto, depois na Charqueada.
 
Quantos recuerdos das composições
Que serpenteavam pela geografia,
Do Trem Pampeiro que acordou fundões
Destas paragens para um novo dia.
 

AINDA OS TRENS - DELICIOSA CRÔNICA DE HERMES DUTRA



Só hoje deu tempo de fazer essas mal traçadas sobre a  “viagem ao exterior”.  Como sempre o texto está muito bom. Só acho que faltou uma coisa: O registro da passada na minha querida Cacequi, onde a estação fervia das 11:30 hs., até as 14:00 hs. Certamente desembarcastes do vagão e destes uma voltinha pela  estação. Não sei se chegou a tomar uma sopa no restaurante da estação (que as más línguas diziam que era quente demais para o passageiro não ter tempo de toma-la por inteiro....)
Era gente de todo o estado que ali tinha de fazer baldeação. Alí se encontravam os trens que vinham de Santa Maria para Uruguaiana e de Livramento para São  Gabriel (onde se baldeava para Bagé) e pode-se imaginar (para os que nunca viram)  o entrevero que se dava no período, com gente de cidade grande se misturando com os interioranos.
Nós cacequienses, nos reuníamos ali nesse horário  para fazer de tudo : Comprar jornal (que era do dia anterior), revistas e até bilhetes de Loteria. Muitas amizades ali floresceram. Até mesmo alguns casamentos. Eram bons tempos. Nessa estação, quando guri, vendi rapaduras de amendoim, pastéis e até chicotinhos que os detentos do presidio local confeccionavam. Se aceitava até encomendas:  O Passageiro dava o nome da amada, levava-se o pedido ao presídio e o apenado confeccionava o chicote colorido e muito bonito com  o nome solicitado. Na outra semana quando o passageiro passava novamente na estação o negócio era finalizado(nunca houve calote) e eu ganhava minha pequena comissão (hoje seria exploração de menores........). Já moço, continuei a frequentar a estação, porém com outras intensões. Até o dia em que peguei o trem e me boleei para a cidade Grande, onde me aquerenciei e permaneço até hoje. 
Bons tempos aquele, professor! E ainda bem que esses tempos podem voltar (através de nossas lembranças).Um abraço

 

Hermes Dutra

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

TATATA PIMENTEL


Vamos começar por um adágio antigo:
 De mortuis nihil nisi bonum
Em sânscrito: de quem morreu não se fala nada a não ser o bem.
Outra coisa: escrevo este artigo só para os dinossauros já extintos como eu. Portanto, se você não estudou Latim, Filosofia e Francês, pare imediatamente de ler. Eu sou dono do meu blog, só deixo ler quem eu quero,vou te processar , por desacato e desobediência.
Continua aí? Está bem, o mundo ainda tem salvação.
Tu que tens 18 anos e me lês, deixa eu te explicar.
No século passado, nos anos 60 e 70, quase não havia assaltos, nem favelas. Os livros eram os deuses, não a TV nem a Internet que nem existia.
O mundo era dividido entre os nobres e os bárbaros: os bárbaros eram os americanos que falavam um inglês horrível e só queriam dar pau em quem discordasse deles.
O Brasil era um país feliz. Tínhamos futuro.
Nas escolas não se ensinava só o inglês. Não. Também, principalmente, o francês.
Tatata Pimentel e Hugo Amorim frequentavam o CAAR ( Centro Acadêmico André da Rocha) da Faculdade de Direito da UFRGS. Ali os conheci.Ambos eram o que hoje se poderia dizer " brandos".
Finíssimos, maneirosos, cultos.
E lecionavam francês.
E falavam francês fluentemente. Não só eles, mas muita gente.
Hoje nem sei se existe ainda a Alliance Française.
Com Tatata se vai mais um dos últimos representantes  de uma época em que P. Alegre era fina e aristocrática.
Querem saber? até os iletrados eram aristocráticos.

PIROTECNIA - UM BELO COMENTÁRIO DE ROGOWSKI


 

Amigo Ruy,

como bem sabes, eu não tenho nenhum envolvimento com partidos políticos, não sou filiado a nenhum deles, embora possa ter simpatia por alguma corrente do pensamento político, o que não é o caso em relação ao PT, é público e notório que nunca tive simpatia por essa agremiação por inúmeras razões que não cabe aqui comentar neste momento, o que também não quer dizer que eu não respeite várias pessoas que integram referido partido, de algumas delas até sou amigo, são pessoas honradas e preocupadas com o bem comum.

Portanto, minhas ponderações aqui nada tem a ver com questões ideológicas, me aterei unicamente ao campo do direito.

Aprendi desde muito cedo que mais vale cem ou mil culpados soltos do que um único inocente preso.

O ideal seria nenhum culpado solto e nenhum inocente preso, mas os antigos sábios da humanidade sabim da falibilidade humana e por isso cuidarem de criar sistemas, salvaguardas, garantias, ou numa linguagem mais moderna, protocolos a serem observados.

Em outras palavras, falo do respeito aos princípios milenares do direito já consagrados desde os antigos impérios, da Pérsia, da Alexandria, Romano e Bizantino.

São milênios de valores jurídicos da civilização e no afã de atender ao clamor popular, se despreza tudo isso.

Por óbvio que enquanto cidadãos, tu e eu e quase todo o povo brasileiro gostaríamos de ver essa “gang” do mensalão banidas do Brasil, mas enquanto operadores do direito, com a responsabilidade que temos, pelo juramento que fizemos, não podemos transigir com os princípios, eles são o esqueleto, a estrutura, “as vigas do edifício” que sustentam o prédio.

Se começarmos a mexer numa coluna hoje, numa viga amanhã, daqui um tempo a estrutura estará de tal modo comprometida e viciada, que o “prédio” se tornará inseguro e poderá desabar a qualquer momento. E é isso que as pessoas não compreendem, a despeito de linchamento de alguns corruptos estamos criando precedentes perigosos que lá na frente poderão se reverter contra qualquer cidadão.

O povo tem memória fraca, não se lembram dos horrores que este tipo de sensacionalismo causa, até hoje se estuda nas faculdades de direito e de jornalismo o "Caso Escola Base", de 1994, um acontecimento que teve grande repercussão na mídia e provocou o linchamento social dos proprietários da escola acusados de pedofilia, de molestarem sexualmente crianças, a escola foi incendiada pela plebe furiosa, posteriormente através de laudos periciais se comprovou a inocência dessas pessoas, porém, suas vidas já estavam destruídas, perderam o patrimônio, a dignidade, a saúde, perderam tudo pelo que trabalharam a vida toda.

Eu já disse tantas vezes que vivemos um período de transição entre o final de uma era o início de um novo ciclo civilizatório, esse período de transição é caótico e dá margem a que coisas bizarras aconteçam, como já aconteceu antes, na época da política romana do pão e circo.

Hoje o “pão” são as “bolsas esmolas”, as “carrocinhas” com motor de mil cilindradas e quase sem freios (não têm ABS), geladeiras e fogões com IPI zero e ICMS exorbitante, e o povo é iludido da mesma forma que os colonizadores iludiram os índios com “presentes” (espelhos e quinquilharias) e assim o povo crê que é feliz.

Já o “circo” está principalmente na TV, “Big brother”, “A Fazenda”, as novelas em que todo mundo come todo mundo, e, como a cereja encima do bolo (fecal), o arremedo de julgamento do mensalão, um espetáculo pirotécnico e sensacionalista, na TV Justiça.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

DESCULPEM - NÃO ME PARECE CORRETO UM JULGADOR JOGAR PARA A TORCIDA

Cobram-me o silêncio ensurdecedor que faço sobre o julgamento do mensalão.
E me incomodam as correntes de apoio a aquele que , principalmente os jejunos em Direito, vão repassando pela internet: Fulano sim , é um juiz destemido etc.
Quero relembrar aos jovens: sazonalmente surgem juízes justiceiros, que fazem sentenças em forma de versos, que  se proclamam diferentes dos demais, que até da liturgia sacrossanta do cargo se desapegam.
Os homens nem deveriam julgar. Isso é tarefa que só a Deus caberia.
Mas, como não há outro jeito, que se imponham regras. E elas estão no Direito Natural e no Positivo.
Repito: caia o mundo, mas não se caia na tentação de ser justiceiro, só para agradar ou para posar de Salomão falsificado.
Fácil é adular, fácil é remar a favor da correnteza.
Eu fico com Lewandoski que tem, ao seu lado, milênios de luta do Homem por regras na aplicação da lei.
É muito lindo querer o garrote vil PARA OS OUTROS.
Espere até seu filho, inocentezinho, ser processado e condenado .
Vai arder.
Mesmo uma pena branda, vai arder.
Sei não, mas nuvens  carregadas se acumulam no nosso firmamento judiciário.
Se der um cataclisma, morro agarrado aos princípios que estão no Nelson Hungria, vol I, tomos I e II.
Tem gente aparecendo na TV que não leu esses dois livros... 

RECORRENDO OS CAMPOS ANTES DE VOLTAR A P. ALEGRE

Só o dono vê certas coisas. Anotem essa lei natural. Só o dono nota aquela trama quebrada, aquele arame partido, aquela bolsa de plástico voando no campo, aquele pneu gasto só de um lado do trator.
E recorrer os campos é fundamental.
Vem comigo?








AINDA A MINHA PRIMEIRA VIAGEM AO "exterior"


De São Paulo recebo essa missiva elétrica
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Ruy...muito bom... acho que esse trem aí..vinha de Porto Alegre e ia até Uruguaiana. Cheguei a fazer uma viagem dessas ..que coisa fantástica...( como dizia o poeta " uma das coisas mais lindas que Deus pôs na terra, foi o apito de trem". Me recordo das paradas nas cidades, uma delas em Santa Maria  ( quando vila chamava Santa Maria da Boca do Monte). Quando dessa viagem acho que o trem no estado já estava dando seus últimos "apitos" pois o Brasil optou por abrir estradas e mais estradas e praticamente dizimou a história da linha férrea em todo o País.  Naqueles tempos o trem teve importância fundamental no progresso de todo o estado. Em especial na região central pois Santa Maria passou a ser o polo mais importante no que se referia a linhas férreas no estado do Rio Grande do Sul. Ali, por ser o centro, como dizem os gaúchos, o coração do Rio Grande do Sul, a estação de Santa Maria era o mais importante tronco ferroviário de todo o estado. Ali cruzava a linha Porto Alegre-Uruguaiana, troncos com Cacequi, Rio Grande, Marcelino Ramos, e ligava a região nordeste ( ali pra Julio de Castilhos, Tupanciretã, Ijui e Santo Ângelo nas missões. Santa Maria era a sede da Compangnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil,(que nome romântico, hein?)  empresa francesa que administrava desde 1898 toda a rede ferroviária  no estado do Rio Grande do Sul. Eram trens de carga que levavam produtos da região, trens  de passageiros que transportavam gente para todos os lados do estado e também para São Paulo e Rio de Janeiro. O movimento na estação de Santa Maria era  intenso praticamente todos os dias da semana por ali transitando passageiros de chegada e partida. Vendedores de todas as partes do país, chegavam e partiam fazendo negócios da mais alta importância o que trouxe progresso muito rápido a Santa Maria e região. Acho que hoje o que restou foi algum trilho enferrujado, algumas máquinas e vagões recuperados para museu, a estação linda e que é berço de muitas e muitas histórias,como Museu da cidade ou Centro Cultural. Esse na verdade é o retrato da história do trem por todo esse Brasil. Abraço, Ivanhoé.

MINHA PRIMEIRA VIAGEM AO "EXTERIOR"


 
Salvo engano era 1960.Meus contemporâneos Telmo Kirst ( prefeito eleito de S. Cruz) e André Jungbluth( Grupo Gazeta do Sul) hão de se lembrar. Nossa turma do Liceu São Luiz concluíra o então Curso Ginasial. Faríamos uma viagem de formatura. Destino: Uruguaiana.

Da Estação Ferroviária de Santa Cruz fomos de “ Carro Motor” ( um ônibus sobre trilhos) até  Ramiz Galvão. De lá pegamos outro trem até Santa Maria. Lá chegados, ficamos no mesmo vagão e após algumas manobras da locomotiva, com sopapos e solavancos, depois de longa espera, rumamos para Uruguaiana.

Até Santa Maria eu já tinha ido, mas para oeste de lá tudo  me era desconhecido.

Nunca me  olvidarei da forte impressão que os tipos físicos dos passageiros dos diversos vagões me causaram.  Pessoas de cabelo bem preto, tez morena, a maioria dos homens de bombachas e botas. Aquela gente era muito parecida com aqueles estudantes internos do São Luiz que provinham de Rio Pardo e Encruzilhada do Sul.

Passávamos livremente de um vagão para outro. Havia um vagão restaurante.  O cozinheiro fritava bifes com ovos num fogareiro de querosene daqueles que tinha uma espécie de pistão no lado. Tenho nas minhas narinas ainda o cheiro daquele vagão: uma mistura de querosene com banha fervente. Homens bebiam uma cerveja de marca estranha: Gazapina, que parece que era fabricada em Livramento.

Num dos vagões, que era de 2ª. Classe pois os bancos eram de madeira, um senhor tocava acordeon enquanto mulheres e crianças cochilavam.

Após longa viagem chegamos a Uruguaiana. Hospedamo-nos nos dormitórios do Colégio Marista Sant’Anna ( parece que esse era o nome). Esse colégio situava-se a umas quatro quadras do Rio Uruguai. Me recordo bem que tomamos banho quase debaixo da ponte que leva a Paso de los Libres. Enquanto nos divertíamos na água, olhávamos com ansiedade para o outro lado, na ânsia de conhecer a Argentina.

Foi enorme minha surpresa, pois ao chegarmos na cidade argentina, ela parecia uma daquelas fotos de 1930 em preto e branco. Casas sem pintura, quase invadindo a calçada, nenhum jardim, cachorros correndo pelas ruas sem calçamento. Mas igual nos divertimos comprando recuerdos para provarmos aos nossos pais e amigos que tínhamos ido à Argentina. Para minha mãe comprei um perfume  que, quando ela o abriu, quase teve um desmaio,  já podem imaginar o por que.

Uns dias depois fomos visitar uma fazenda, cujos proprietários eram integrantes da família Jacques.

Maravilhei-me com a quantidade de gado e cavalos. Também me impressionei com a solitude daqueles campos e como uma família podia ser dona de tantos hectares. Claro que eu tinha como base  as colônias da região de Santa Cruz.

Chegou o dia de voltar.

E aqui quero tentar descrever cenas que nunca mais se apagaram da minha memória e talvez tenham sido concorrentes dos motivos que me fizeram adquirir uma propriedade na região pampeira ( nota: moro em P. alegre, mas nossa  propriedade rural de cerca de 2.500 hectares situa-se em Unistalda, na região de Santiago). O trem sulcava aquele mar verde que é o bioma pampa gaúcho, era verão , lua cheia. Noite clara, portanto. Fui até o último vagão, abri a porta e me sentei no degrau, contemplando o céu “ bordado de estrelas”  e aqueles campos planos, com pontas de gado e ovelhas aqui e ali, passando como num filme, por horas e horas, sem que se visse uma só casa ou vila ou cidade. No ar um perfume de alfazema, trazido pelo cálido vento norte das macegas de massanilha.

Pensei: um dia eu quero morar no pampa, um dia quero ter um pedaço de campo, nem que seja pequeno.

Anos mais tarde  assumi como  juiz de direito em Arroio do Meio e logo  fui promovido. Convidaram-me para assumir em Santiago. Aceitei na hora.

Ali me inteirei melhor das coisas do campo. Fiquei dois anos e fui embora de novo promovido, mas carregando comigo meu sonho.

Vinte e cinco anos depois conheci em P. Alegre  uma moça de Santiago, de família de fazendeiros.

Mas aí já é outra história...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

NOSSOS IRMÃOS ANIMAIS- não leia se tiver mais de 12 anos


Estou cada dia mais feliz e mais sentimental.
Sabem por que?
Because cada dia que passa mais me convenço de que o Criador fez uma obra perfeita, inclusive os virus( rectius - os vira).
O que eu queria dizer é que os animais em geral abdicaram da fala gutural para se expressar em olhares, senhas, telepatias.
Perdoem-me, mas é mentira que  o Homem  seja o dono do Universo. Depois que chegamos só fizemos é atrapalhar a mãe Natureza.
Mas ainda é tempo de nos reconciliarmos.
Na foto, minha  amiga BOL( homenagem à minha cunhada carinhosa que tem apelido de Bolacha), uma cadela que me adora e conversa muito comigo quando , raramente, estou na casa de Santiago. No restante ela é confidente do meu caseiro e jardineiro Mauro.
Hoje ela me disse que ainda é virgem e quer ser mamãe.
Vamos dar um jeito.

A COMIDA É CAMPEIRA, NÃO EU.

 
 


Queridos amigos e amigas estão se deitando em mim porque na foto da galinha com arroz aparece uma água mineral. E isso não seria de uso " lá pra fora".
Há tempos queria dizer aos queridos amigos o que segue:
Vejam as fotos tiradas hoje durante minha inspeção aos campos e lavouras. Estou com uma jaqueta esportiva ( do Aymoré); as calças são daquelas compradas em Los baguales, Uruguay. São de algodão, com seis bolsos. As botas são também uruguaias, próprias para barro. Meu " cavalo" é aquela caminhonete Mahindra da qual aparece uma pontinha.
Não me pilcho porque não sei me pilchar. Sou um homem urbano que deu certo no mundo dos negócios rurais. Só isso. Ando a cavalo " pro gasto", mas é a peonada que encillha e desencilha para mim. Monto de cima do toco, não galopeio. Não sei laçar, nem capar, nem curar, não aprendi ainda todas as pelagens de animais.Mas trouxe práticas modernas de gestão para dentro do galpão, de onde expulsei o trago e a gritaria, para hospedar cursos de inseminação e colóquios para troca de idéias. Transformei o galpão num lugar para todos poderem acessar a internet. É só ir lá e ver.
. Em resumo: admiro e gosto de tudo o que é campeiro. Mas sei dos meus limites e procuro ser humilde e prático quanto a isso.Daí que usamos, sem o mínimo pudor, capas de napa para chuva ( são mais baratas,mais leves, mais duráveis). Não admito correrias e gineteadas dentro do campo: a cura é feita no tronco, na mangueira.
Estou desculpado?
Então um brinde de água mineral borbulhante.

VAI UMA COMIDA CAMPEIRA NA NOSSA ESTÂNCIA?




Ontem à noite ( foto 1) apeciei um frangote (ciscador e comedor de minhocas) com arroz e ervilhas.
Uma água mineral e um vinhote.
Hoje vai um espinhaço de cordeiro.
Tudo no fogão à lenha e panela de ferro.
Guten apetit!

LIDANDO COM OS CHIBOS





O tempo é curto. Não posso me tardar por aqui pois o escritório em P. Alegre me espera. ( A fazenda é uma amante argentina que sempre requer mais investimentos, rsrsrs).
Em seguida vamos começar com a tosa ou se preferem  tosquia. Eu sou um dos poucos que tosa cedo, lá pelos dia dos finados. As ovelhas ficam livres do seu casacão de lã e eu comercializo a lã mais cedo, quando os preços são melhores. Muitos já estão na minha. Mas cada um administra de acordo com seu faro.
Dia 17 de novembro temos a Nacional do Ile de France em São Sepé. Lá inclusive vamos realizar nosso Grandioso Leilão DE OVELHAS ROUBADAS ( por nós mesmos de nossas propriedades).
Vou levar 12 ovelhas PO espetaculares roubadas do meu plantel a contragosto de dona Maristela. Preciso fazer uns pilas para comprar umas Freixenet. E também vão  machos P.O.
Na foto a estagiária Taize , o Willian e o Volnei, o novo peão.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

POR FAVOR, SE ÉS MEIO SIMPLÓRIO, NÃO LEIAS ISSO. FICA VENDO A NOVELA.


Novo post em Coisas do Campo


 

Ira e tempo”: os livros que eu li e o abecedarismo sindical

Na sexta, 19, passei na Cesma a tardinha para ver as novidades e saí de lá com um pacotinho. Um Rosenstock-Huessy, sobre a origem da linguagem, ao qual cheguei por sugestão de uma aluna, um Todorov sobre as inimizades da democracia e um Sloterdjik recém saído do forno, Ira e Tempo, numa primorosa tradução do operosíssimo Marco Casanova.No sábado, cedinho, abri a Ira e somente consegui parar de ler o livro no domingo, na tardinha. Felizmente faço Pilates faz uns cinco anos e consigo ainda aguentar dois dias e trezentas páginas, apenas com os intervalos habituais da carne. Faz muito tempo que um livro não me prende assim. Seria um exagero dizer que o ultimo que me fez tal coisa foi a Instituição Imaginária da Sociedade, do falecido Castoriadis. Mas quando pensei em qual livro havia me apaixonado tanto assim nos ultimos verões, juro que cheguei a me lembrar do grande meteco. Depois me dei conta que seria desproporcional ao gigantismo da tarefa do Cornelius. Mas, confesso, pensei nisso. O livro do Peter Sloterdjik foi saudado pelo Der Spiegel com a frase: "Quem leu este livro passou a pensar de outra forma sobre o presente." Eu diria que, marketing a parte, a frase tem seu ponto. E foi apenas por causa do impacto do livro que eu me dispus a pensar um pouco mais sobre os tais dos tres por cento das pessoas da Boca do Monte que votaram no PSTu e no PSOL, e nos programas desses partidos e nos sindicalismos que eles promovem no Brasil.
Eu não ignoro que algumas pessoas, simbolicamente, querem minha cabeça pelas barbaridades que eu escrevo aqui no blogue sobre o sindicalismo abecedarista que assola os campi. Eu gostaria, sinceramente, de continuar a conversar sobre o tema, mas ando cada vez mais neurotico sobre minha preparação de aulas e meus pequenos compromissos acadêmicos, que não estou disposto a comprar briga nenhuma e com ninguém. Mas tenho que dizer, pelo amor às minhas neuroses, que essa leitura do Sloterdjik mexeu comigo ao ponto de me fazer querer pensar sobre esses temas das promessas de abolição de catracas e seus equivalentes acadêmicos, a abolição dos méritos, a condenação do produtivismo, um certo "abecedarismo" reinante no sindicalismo universitário federal.
Sei lá o que vai dar isso. O nome do livro, repito, é "Ira e Tempo".
O tempo, como se sabe, como sempre, ficará mudo.
Mas eu, que fazer, não posso deixar de ver o que vi: a abolição das catracas tem tudo a ver com nossas "breves".
Ronai Rocha | outubro 22, 2012 em 11:03 pm | Categorias: Uncategorized | URL: http://wp.me/pfqB3-uf

OBRIGADO REGIÃO ! VENDIDA TODA NOSSA PRODUÇÃO DE TOUROS




Nem terminou outubro e já  não temos mais nenhum touro, nem Angus nem Brangus para vender. Foi tudo!
Obrigado abençoada região que prestigia quem é da terra. ( isso prova que santo de casa faz milagre, sim)
Aprendemos , com nossas parceiras ABN, Catanduva e tantas outras, que é preciso democratizar a qualidade, oferecendo preços acessíveis, prazos e pós venda.
Que praza aos céus que esses nossos touros, filhos de pais de cabanha espetaculares e de matrizes de procedência, ajudem a melhorar o rebanho da região ainda mais.

OS MILAGRES DA CHUVA