Nós os bundinhas das cidades grandes andamos miando por causa das nuvenzinhas muquiranas que não deixam a gente se bronzear.
E discutimos Cunha, Dilma e outros quejandos.E nos preparamos para nos empanturrar de bebida e comida.
Falar em comida, a coisa vai ficar osca.
Presta atenção, amigo. Quem coloca pão, leite, carne na nossa mesa não é o Prefeito, não é o Governador, não é o deputado, não é o juiz, não é a Dilma.
Claro que quando a safra é boa, tudo são honras e glórias das autoridades, que vivem à nossa custa.
Eu sei que vocês desconhecem que na zona da campanha, no noroeste, em várias partes, a chuva está excessiva. Não sabia? Olha as fotos lá da minha estância em Unistalda.
Não sou contra essa chuva excessiva.Ela é consequência de anos e anos de bagunça nossa, os humanos.
Mas que a soja vai sofrer, isso vai. A chuva está lavando as lavouras, o adubo está indo embora, não há insolação.
O gado vai se abichando, o índice de prenhez vai diminuir.
Da minha parte vou pensar no futuro. Reterei o maior número de fêmeas que puder. Não deixarei faltar bóia para os bichos.
A carne, que já está nas alturas nos supermercados, vai valer mais, e muito.
Quem puder não vender os terneiros em maio, que os segure, ou venda no mínimo 30% acima do preço do boi gordo. E a vista.
E se segurem nos arreios, porque quase ninguém olha por nós, os produtores rurais.
É só festa e politicagem.
Vai ter gente reclamando quando só houver palavras, palavras, palavras para comer.