quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

UMA INESQUECIVEL ENTRADA DE ANO NOVO, QUINZE ANOS ATRÁS


Não, não foi em Paris, nem em Berlim.
Senta aí que te conto.
Recém tínhamos adquirido uma área, contígua à nossa, do Sérgio Brum Pinto. A chamada Fazenda da Capela.
Por ela flui uma caudalosa e límpida sanga, com suas matas ciliares de  frondosas árvores nativas.
Pois num dia 31 de dezembro, uns quinze anos atrás, peguei um trator, atrelei num reboque e montei acampamento à beira do mato e da sanga. Coloquei uma lona por cima do reboque e uns colchões e estava feito nosso quarto de dormir. Maristela e o Rudolf foram de caminhonete.
Fiz fogo ao relento e sobre uma improvisada trempe assamos linguiça campeira feita pelo nosso capataz. Tudo acompanhado com pão feito em casa.
Pelas 9 da noite Rudolf ,que tinha uns 5 anos, pegou no sono.
Maristela e eu contemplando as estrelas , sem rádio, nem TV nem celular.
Fomos deitar 10 da noite sob a vigilância das corujas.
Durante a noite ouvimos roncos de bugios e o farfalhar das folhas com a ação da  tépida brisa.
Quando começou a clarear os jacus iniciaram sua festa junto com mil pássaros.
Entramos para dentro da sanga para o banho matinal natural.
Relutamos muito em voltar para a sede da fazenda.
Ao que me recorde foi a melhor entrada de ano de minha vida. Sem foguetes, nem gritedos, nem champagnes.
Foi ali que passei a respeitar muito a mãe Natureza.