quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

REFLEXÕES SOBRE OS INSTANTES IMEDIATAMENTE ANTERIORES À MORTE, OU À VISITA DE THANATOS


Na mitologia grega, Tânato (em grego: θάνατος; transl.: Thánatos , lit. "morte") é a personificação da morte, Thanatos  é filho, sem pai, de Nix, a noite, filha de Caos;
Dizem que a pessoa que está se afogando vê passar um filme extremamente rápido, na sua mente, sobre toda a sua vida, até perder os sentidos.
Que sentimentos terá aquele que enfrenta um pelotão de fuzilamento, segundos antes de ouvir os estampidos?
E o doente terminal?
Minha mãe, por exemplo, com  quem fiquei nas 72 horas anteriores à sua ida para o Walhalla, me segredou que agora queria que "der Lieber Gott" a levasse para o céu. Adormeceu e um dia depois partiu.
Domingo passado, conforme já relatei no meu blog,  eu ví e encarei os olhos de Thanatos, na figura de um carrinho pequeno que vinha podando um caminhão, pela contramão .
Vou dizer o que senti.
Quando vi o carro na minha frente, a apenas metros, fiquei triste, muito triste.
Foi tudo em 3 segundos que duraram uma eternidade.
Não me assustei, não clamei por ajuda divina, minhas batidas cardíacas ficaram na mesma.
Mas olhei aquele carrinho e fiquei triste, muito triste pela zebra que estava dando.
O santo caminhoneiro tirou o caminhão dele para o lado e eu meti minha caminhoneta para o acostamento, nessa altura pensando que seria melhor morrer que ficar paraplégico.
Isso tudo em dois ou três segundos.
Não tive medo, nem pânico, nem ataques histéricos.
Naqueles dois segundos só me lembro que fiquei triste, muito triste.
Mas agora, três dias após, vieram, de mãos dadas, o susto e a sua namorada taquicardia...