segunda-feira, 19 de março de 2012

NOITE ESCURA NO PAMPA

São 21,40.
A fazenda está escura e silenciosa. Nem os cuscos estão acordados.
Sopra um vento leste, ou como dizem em Unistalda, vento do nascente, que é o vento da fome. Sinal que não vem chuva.
Esta região é a única do mundo sem nenhuma poluição. Nossa riqueza é essa, apesar das pedras, da seca e dos raios.
Saio para fora da casa, vejo o toldo celeste bordado de estrelas, sem nenhuma nuvem. deve ser Lua Nova, pois as estrelas se destacam.
Penso.
Quão poucas pessoas no mundo terão uma ocasião de permanecer em silêncio absoluto, com noite total, sem nenhum avião ou carro passando?
Tomo o último gole de minha taça de  Caliterra Cabernet sauvignon e me atiro, morto de cansaço físico, nos braços dos anjos celestiais, melhor dizendos das Walküre.