terça-feira, 10 de julho de 2012

RIO DE JANEIRO - EU NÃO DISSE?


Finalmente encontro alguém que pensa como eu. A Rosane de Oliveira.
Todos me acham louco porque  não dou bola para essas bobagens de balas traçantes, arrastões.
Posso Dizer que quase conheço todos os lugares ditos bons do mundo. Tudo bem, tudo bem, não vamos brigar.
Mas o Rio é tudo de bom. É perto, é barato, é bem humorado. Só discordo da Rosane no ítem de alugar casa ou apê. O Tio aqui é muito mal acostumado com o Othon Palace...Só que também faço comprinhas, levo tudo para dentro do Hotel e dou uma de argentino pobre.
aí vai o texto da Rosane
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Minha paixão pelo Rio de Janeiro nasceu aos 18 anos, quando pousei os olhos no Pão de Açúcar, vi o Cristo Redentor de braços abertos sobre a Guanabara, assisti à Maria Bethânia no Canecão e pisei pela primeira vez na areia de Copacabana. Foi amor à primeira vista por uma cidade que só conhecia das páginas das revistas e das imagens de TV em baixa definição. Nos anos que se seguiram ao primeiro encontro, fui descobrindo e me encantando com o espírito do Rio, a simpatia dos cariocas, o charme dos botecos, os detalhes que passam despercebidos aos olhos dos turistas.

Quando nasceu nosso primeiro filho, meu marido e eu achamos que o Rio não era uma cidade adequada para passar as férias com um bebê. Nos anos seguintes, multiplicaram-se as notícias de arrastões, balas perdidas, incêndios de ônibus, assaltos, chacinas. Com mais uma criança, fomos firmando a convicção de que o Rio se tornara inviável para nossa família e passamos a procurar em outras paisagens a segurança que a cidade mais bonita do Brasil não oferecia.

Graças a uma viagem de trabalho, em 2008, redescobri o Rio, andei pelas ruas da Zona Sul como se estivesse no meu bairro em Porto Alegre e me convenci de que, por um medo bobo, estava privando meus filhos do contato com uma cidade extraordinária. No ano seguinte, aluguei pela internet um apartamento no Leblon e passamos duas semanas vivendo como cariocas, comprando pão e jornal pela manhã, caminhando na praia e seguindo o roteiro gastronômico elaborado por um amigo carioca a quem reencontramos depois de tantos anos.

Aproveitei o pretexto de apresentar o Rio “às crianças” para refazer o circuito das atrações óbvias: Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Lagoa Rodrigo de Freitas, Santa Tereza, Arcos da Lapa, Jardim Botânico, Barra da Tijuca. Não consegui companhia para o que a família considerou “programa de índio”: voltar à Ilha de Paquetá. Aos 18 anos, meu filho se apaixonou pelo Rio. A irmã, então com 14 anos, descobriu o encanto das paisagens que só conhecia da TV em alta resolução. Meu marido elegeu as melhores praias do Brasil – as livrarias Argumento e Travessa.

De lá para cá, temos reservado uma parte das férias para “morar” por alguns dias no Leblon ou em Ipanema. Nunca em hotel, porque a graça está em comprar frutas na feira que em Ipanema transforma a Praça Nossa Senhora da Paz, cozinhar e receber amigos como se estivéssemos em casa. Orientados pelo Globo, vamos experimentando os sabores do Rio, conferindo as peças em cartaz, os shows, as sessões de autógrafos, o que se pode fazer, com chuva ou com sol, para aproveitar o que a cidade tem de melhor. ( Caderno Viagem)