quinta-feira, 5 de julho de 2012

O TRABALHO E O ADOLESCENTE - UMA AULA DA PSIQUIATRA LAIS LEGG

Oi, Ruy:
             Pois eu já acho esta lei um absurdo. É pura preguiça de quem deve fiscalizar. Uma coisa é o trabalho escravo, que rouba a infância das crianças. Mas, muito diferente disso é uma ocupação digna, em tempo reduzido, para que o menor não fique nas ruas, ocioso, em más companhias e fazendo o que não deve. Principalmente aqueles oriundos de famílias pobres (eu acho que todos, ricos e pobres, deveriam trabalhar depois dos 14 anos ou até antes). Quem sabe aqueles que espicharam a faixa ofendendo D.Miguelina, no jogo de futebol, se tivessem trabalhado, não agiriam daquela forma.
             Eu ando estupefata com o afrouxamento dos limites e regras, além da punição zero que vigora hoje em dia. Mas não é isso que causa espanto à sociedade e sim o trabalho dos menores. Novamente, retorno ao assunto da faixa ofendendo D.Miguelina: já pedi a ela, num programa de TV, que tome as medidas jurídicas cabíveis, pois ela tem recursos e, assim, agirá em nome de todas nós, mulheres milenarmente pisoteadas. E os jovens que seguravam a faixa são perfeitamente identificáveis, não? Já que não trabalharam quando eram menores, talvez uma prestação de serviço básica, agora, faça o que os seus pais não fizeram: educá-los.
              Ainda dentro do assunto, olha a história que escutei hoje: um senhor de idade passava suas compras no caixa do supermercado. Atrás, uma criança acompanhada de sua mãe alienada. A criança empurrou o carrinho várias vezes nas canelas do senhor, machucando-o. Ele pediu duas vezes para o menino parar e o menino não parou. Na terceira vez, o senhor elevou a voz e foi o que bastou para a mãe indignar-se, dizendo que seu filho era “livre para fazer o que quisesse e nenhum estranho chamaria sua atenção diante dela”. Ato contínuo, o senhor abriu sua caixa de ovos, pegou uma unidade e esborrachou na cabeça da mãe, dizendo: “eu também sou livre para fazer o que eu quero”. Pegou suas compras e foi embora, calmamente. Não é o máximo?
              Eu também presenciei uma cena chocante, em supermercado: um jovem pai, lá pelos seus 30 anos, circulava com o filho pequeno, de três anos. A criança berrava a plenos pulmões, pois queria comprar algo e o pai não permitia. A dupla andou por três ou quatro corredores, sempre com o guri berrando e o pai silente. No quinto corredor, o pai virou-se para a criança e disse ”pô, cara, desse jeito eu não te trago mais”. Esta atitude foi o máximo que vi o pai tomar diante daquela falta de educação, de limites e de desinteresse para com o sossego alheio.
Assim está o mundo, agora. Salve-se quem puder.
Laís