domingo, 23 de julho de 2017

DOS NEGÓCIOS RURAIS E DA SUCESSÃO FAMILIAR

Vinte e três anos de contato com o agronegócio e a observação dos negócios comerciais de meu avô Rudolf Gessinger e de meu pai Armando, me ensinaram algumas coisas.
Com meus ancestrais aprendi que é fatal a inadimplência dos compradores. Você vai confiando, vendendo fiado e quando vê, está sem capital de giro. E..babaus.
Daí que, ao enveredar para o agronegócio, me obriguei a um propósito pétreo: não vender meus produtos sem ter certeza de que seria pago. Mais: achei melhor vender à vista, com desconto, mesmo diminuindo a margem de lucro.  Também aprendi que a qualidade se defende sozinha. O comprador pode achar caras as novilhas, mas isso não é grave. Grave é ele dizer: " não era bem isso que eu queria" ( ou seja: que porcaria de novilhas esse cara tá me oferecendo).
Sem liquidez fica difícil acompanhar a modernidade.
Estava lendo no Caderno Campo e Lavoura de ZH  o relato de um filho que convenceu o pai a se apropriar de técnicas de diversificação e integração agricultura x pecuária.
Aí chego no assunto sucessão familiar.
Nem sempre nossos filhos têm vocação para o agronegócio. Preferem seguir suas carreiras ou encontram obstáculos para morar  perto da propriedade às vezes por exigências de seus cônjuges.
E a idade vai pegando.
Penso que o melhor seja, enquanto é tempo, reunir a família e acertar quem será o que vai continuar tocando o negócio, sendo os demais futuros herdeiros contemplados com quotas partes ideais consistentes em outros ativos, tais como apartamentos etc. 
Tenho minhas sérias dúvidas sobre formar um condomínio gestado por todos. Nisso sou conservador. As coisas têm que ter um gestor ou você já viu uma reunião ser muito produtiva quando todo mundo fala e ninguém escuta?
Ok. e se na sua família não tem ninguém que possa tocar os negócios?
Se você já está cansado e sem entusiasmo, vai perder a excelência de seus produtos e devagar, mas inexoravelmente, vai quebrar.
É a hora da terceirização da administração.
Mas aí é outro capítulo.
Dedico este texto a um gênio no mundo dos negócios: Paulo Nicola, el Pablyto.