Cada um com seus aprendizados.
Eu aprendi que não devo, em viagens distantes, a lugares de que gostei muito, retornar mais tarde.
Aquilo que nos encantou parece que ficou esmaecido, o garçon que atendia naquele bistrô não mais lá está, essas coisas.
Me lembro de um lugar onde trabalhei por um ano. Gostei muito. Ao sair,vários amigos me abraçaram e proclamaram:
- volta aqui sempre que quiseres, vai ser aquela festa.
Deixei passar uns três anos e um belo dia acordei e decidi.
- vou pra lá de surpresa.
Lá chegando fui ao meu ex local de trabalho.
- oi... o que está fazendo por aqui? E logo seguiam o que estavam fazendo.
E assim foi em outros dois locais.
Enfiei a viola no saco e retornei. Sem ressentimento, mas rindo da minha inocência.
O mesmo acontece com os queridos amigos de trinta anos atrás que nunca mais vimos.
No momento do encontro são aqueles relinchos e abraços. E a conversa continua a partir do momento em que parou, há trinta anos. Cinco minutos depois, terminadas as relembranças, o silêncio impera e as duas mentes elocubrando:
- mas bah, como envelheceu esse cara.
Por isso que os antigos, há milênios, advertiam:
- Carpe diem!