segunda-feira, 4 de julho de 2011

A LONGA CAMINHADA CAMPEIRA I

Há 15 anos nosso grupo familiar tinha poucos hectares de campo.
Meu vizinho, o inesquecível amigo Santo Delapiève, estava cansado das lidas campeiras e me fez uma proposta de eu arrendar toda a fazenda dele, comprando todo seu gado.
Não dormi uma semana inteira, fazendo cálculos e mais cálculos. Até que, como bom neto do Rudolf Gessinger, um baita dum pioneiro, bati o martelo.
A sede não tinha luz e o poço era precário.  Estava tudo meio abadonado e as janelas e portas  em mau estado de conservação.
Maristela e eu limpamos um dos quartos, ajeitamos uma cama, cozinhamos à luz do liquinho e fomos deitar. Eu quis ligar o radinho de pilha, mas ela me disse:
- porque, se tem os grilos e outros bichinhos piando?
Devagar fomos reformando, puxamos a luz às nossas expensas, por uns 6 kms, desde a propriedade do sr. Edson de Jesus. Furamos um poço artesiano, construímos galpões, dividimos a fazenda em invernadas menores, construímos açudes, reformamos os aramados, melhoramos o gado, implantamos pastagens.
Até que um dia, numa Expointer, decidimos entar para a genética, inicialmente ovina.
Comprei um caminhão novo , adquiri várias fêmeas PO. Arrematei o Grande Campeão carneiro daquele ano e  nos enfurnamos  lá no interior de Unistalda, quietinhos, procurando caprichar ao máximo.
Até que, dois anos depois, viemos expor pela primeira vez na Expointer.
Ninguém sabia onde era Unistalda, nem quem era a Pecuária Gessinger.
Naquele ano de 2006 os olhos dos jurados se voltavam para a nossa borrega n. 2.
Foi a Grande Campeã. Os centenários criadores de Livramento, |Bagé, S. Vitória, Uruguaiana, nos olhavam incrédulos.
Mas nós tínhamos aplicado a fórmula certa: nutrição + sanidade + manejo + genética.
Quantas vezes tivemos de trocar de rumo, de métodos, corrigir falhas!
Mas nunca perdemos o encanto e a fé .
À véspera de completarmos 15 anos, já estamos firmes também  na Genética Bovina, cujos resultados agora vão começar a aparecer.
( continua)