terça-feira, 4 de setembro de 2012

PRÉVIDI E SEU ÓDIO AOS SABIÁS - UMA TENTATIVA DE EXPLICAÇÃO PARA O FENÔMENO

Leiamos, inicialmente, com proveito, o que escreveu o genial Prévidi:
ESTÃO INSUPORTÁVEIS!!


Um exemplar do abominável!!


Muito bom, excelente o fim do frio insuportável. Estávamos em agosto e parecia verão - 30 graus, por aí. Estava tão bom que os ipês resolveram antecipar a florada. Porto Alegre ficou ainda mais bonita. Dá gosto caminhar pela Redenção.
É, acontece que sempre tem o lado ruim.
Vivo na rua da República, na Cidade Baixa. Uma rua muito bonita. Jacarandás e algumas frutíferas. Paralelepípedos parelhinhos ao invés de asfalto. E, há alguns meses, a Prefeitura colocou novas luminárias e eu me atrevo a dizer que é uma das ruas mais bonitas da cidade. Claro que tem defeitos, em função da proximidade da Redenção. Muitos pedintes, mas não incomodam muito.
Aliás, nada me incomoda na República.
Não, não. Isso é uma pequena mentira.
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Quando foram acesas as novas luminárias, uma cunhada sentenciou:
- Com toda essa iluminação tu vais sofrer muito.
E eu:
- Como assim?
- Ué, estás gostando de sabiás?
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Putz, vocês não imaginam!! Os sabiás estão enlouquecidos - ou melhor, as fêmeas cantam as madrugadas inteiras. Cantam, não. Ficam fazendo aquele barulho desafinado, ridículo.
Na noite passada, por exemplo, acordei umas 20 vezes, porque uma enlouquecida está fazendo um ninho no jacarandá bem na frente da janela do meu quarto. Pipipipripipripipipripri. A MADRUGADA INTEIRA!!
Me disseram que elas ficam chamando os machos.
Lá pelas 4 da madrugada fui na sacada e, acreditem, não dá pra enxergar nenhum bicho, até porque eles são escuros e se confundem com os galhos.
É uma desafinação impressionante. Na Redenção, então, é de chorar!!
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O que mais irrita é que quando clareia elas param. Aí vão dormir.
A ESBÓRNIA É MESMO NA MADRUGADA!!
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O negócio é tão chato que eu tenho um amigo, o Gilberto Gil, que foi funcionário da CEEE, que se mudou. Está morando na rua Sarmento Leite, quase esquina com a Lima e Silva. "Prefiro o barulho das pessoas do que a gritaria desses sabiás", diz ele. Aliás, quando ele morava na República, queria comprar uma espingarda de chumbinho, mas seus familiares não deixaram, porque poderia ser preso.
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Por isso, quando posso, vou para a praia.
Lá não tem sabiás.





Sonho de consumo para quem adora sabiás!!

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Falo eu, agora:
vocês acreditam que lá na Estância há poucos sabiás? que lá reina a multiplicidade?
Sim, temos beija-flores, jacus, seriemas, bemtevis, saracuras, cardeais, virabostas, viuvinhas, corujas, horneros e outros pássaros menos votados.
Na época em que plantávamos milho, havia um ror de caturritas, nuvens e nuvens delas. Paramos de plantar ( é mais barato comprar de Goiás) e sumiram as verdinhas.
Eu penso que os pardais e os sabiás  foram abduzidos pelo DNA brasileiro.
Explico-me - a troco de que vão morar no mato, se terão que se cuidar dos predadores, terão que cavocar para achar minhocas, vão ter que voar até as sangas para tomar água, correr atrás das fêmeas que, como sempre, nunca querem dar de vereda.
Nas cidades eles tem os lixinhos básicos esparramados pelas calçadas, as pets com um restinho de água...
Acho que é por aí.....