quarta-feira, 23 de maio de 2012

COMO SE BRINCAVA NO MEU TEMPO DE PIÁ


Pergunta-me o Nico Fagundes:  Alemão, do que tu brincavas  na tua terra natal?
Minha cidade, Santa Cruz, terminava ali onde mora minha mãe, na rua Tomás Flores, duas quadras da Catedral. Hoje aquilo é Centro, não dá para estacionar. Mas quando eu era piá, logo nos fundos de nossa casa começavam os matos, com seus córregos e a dita Colônia.
Meu esporte principal era pegar minha funda, ou estilingue, e matar passarinhos. Cruz Credo! Isso mesmo. Tinha preferência pelas pombas rolas que minha mãe fritava. Só respeitava beija flor. O resto eu caçava.
Que horror, digo hoje.
Naquela época, lá por 1958, 1960 nosso Parque Esportivo era a rua mesmo. A Tomás Flores não era calçada. Pois nela jogávamos bola. As traves eram duas pedrinhas. Não havia tênis ou " guides", jogávamos de pé no chão mesmo. Sem um pisasse num prego, a gente apertava o sangue e colocava sal.
Roubar bergamotas dos colonos também fazia parte de nossa senda . Saíamos pela Linha João Alves e íamos enchendo um saquinho de pano - que ordinariamente servia para guardar as clicas ( que os finórios chamam de bolas de gude) - para colocar as bergas. 
Autinho de brinquedo era coisa de riquinho. A gente brincava com pedaços de madeira que sobravam da marcenaria do Vôvo Koehler. É vôvo e não vovô.
Cada guri tinha uma Taschenmesser (Tasche - bolso + Messer - faca) , ou seja, canivete.
Servia para cortar e limpar as unhas, cortar forquilhas para fazer a funda, descascar laranjas.
Continuo, " oportuno tempore" porque o ano de 2012 me bate nos ombros e preciso ir trabalhar.