quinta-feira, 13 de agosto de 2015

OS PROTESTOS DE RUA ESTÃO SE MODERNIZANDO

Tanto meu escritório quanto minha casa estão a metros da Praça da Matriz e do Palácio Piratini.
Olhem só: eu examinava um processo e  ouvia a Rádio da Universidade ( que só roda música erudita praticamente, 1080 AM).
Um pessoal da Fundação Zoobotânica chegou na praça e começaram os discursos. Mas, ó mudança: pausados, sem raivas, sem ofensas, durando, em média, 5 minutos cada fala. Em dado momento uma pesquisadora começou a falar e eu desliguei o rádio e fiquei a ouvir. Vi fundamento e elegância nas palavras. Meia hora depois, tchau e o comício se dissolveu.
Câmeras na rua Duque de Caxias.
Eu ia  em direção ao Gasômetro em minha caminhada matinal. Na frente do TRE há um colégio. Os professores estavam dando aula na rua e falando sobre o momento político e, portanto, protestando, mas de forma calma. Até cadeiras havia na rua.
Até quis pedir licença para, de calção e camiseta, usar o microfone.  Ia falar sobre o eterno embate sobre capital e trabalho, ia contar as agruras de tempos idos, ia contar sobre como os professores são tratados no primeiro mundo, ia relatar como houve um tempo em que os professores ganhavam bem.
Mas, assim, de calção, boné e tênis poderiam pensar que eu era um agente infiltrado.
E estava tão bonita a cena que pensei em unistaldês:
DEIXÊMO!