Avião de madrugada saindo de P. Alegre..Check in que agora é todo eletrônico. Custei a me amansar. É como são agora as petições para os Tribunais - tudo eletrônico.
As indefectíveis figuras desfilando com suas maletas de rodinhas. Mulheres recém acordadas, estremunhando. E um monte de homens digitando no celular. Nem na madruga largam essa engenhoca que é pior que crack.
Espero minha chamada de voo. Todos os lugares estão marcados, mas , como num brete de banho de gado, as pessoas tem medo de que lhes falte o lugar. E se amontoam desesperadas.
A entrada no avião é caótica e já tem gente pedindo água, só por que é de graça.
Chega em Brasília, táxi, Tribunais. Todo mundo é DOUTÔ. Doutô.
Meu voo de volta é dentro de 3 horas. Melhor esperar no aeroporto. Abro meu lap top.
Me dá uma baita saudade dos meus campos. Acesso a RÁDIO SANTIAGO e ligo para o Luiz Antonio Vieira. Ele coloca uma música minha interpretada por mim e Nenito. Olhos me estranhando com essa música gaúcha tocando em contraponto com os axés, e outros ritmos bem brasileiros. Nossa música nativista, dos campos cheirando a alfazema, essa música quase ninguém entende no Brasil brasileiro.
Fazer o que?
Dedico essa humilde e mal escrita crônica a don Nenito Sarturi. Luiz A. Vieira e à memória de Jaime Medeiros Pinto.