quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

O MAIOR PRESENTE DE PAPAI NOEL FUI EU MESMO QUE ME DEI


Como já disse, meus ancestrais do lado dos Gessinger eram comerciantes. Veu vô Rudolf tinha uma forte casa comercial em Boa Vista - Santa Cruz.Tinha de tudo, desde fazendas, panelas, utensílios agrícolas, gêneros alimentícios, até remédios, salão de baile e, imaginem, telefone.
Meu pai tinha um atacado na cidade.
Um dia um tio meu que morava em P. alegre  o alertou :
- Armando, tens que partir para o Supermercado.É uma tendência inexorável.
Meu pai  não deu bola e seu negócio foi mermando até QUEBRAR. De família que tinha carros, casas, dinheiro, passamos praticamente a  classe média baixa.
Meu pai me disse:
- te vira, guri. Não tenho dinheiro para te pagar faculdade particular.
Tomei  uma decisão, saí do colégio Mauá, em Santa Cruz e fui para o Julinho cursar o 3. ano  em P. Alegre. Trabalhava de dia e estudava de noite. Me preparava para o  vestibular aos domingos e feriados, 
Morava com  mais dezenas de estudantes  numa casa na Tomás Flores. A casa do estudante de Santa Cruz.Éramos entre 4 num quarto.
Minha única esperança de  cursar uma faculdade era a UFRGS.
Atirei-me feito  um náufrago desesperado nessa única tábua de salvação.
Fui aprovado.
O resto da minha vida foi barbada.
Bendita Ufrgs, bendito ensino público, dou graças todos os dias! Isso foi básico na minha vida!
Eu fui  meu próprio Papai Noel.
Como se diz em Unistalda: ESTÁ MORTO QUEM NÃO PELEIA