sexta-feira, 23 de agosto de 2013

PROPAGANDA DO FRI BOI - OPINIÃO FORTE DE ROGÉRIO G.OLIVEIRA


Olha, esta estória da propaganda agressiva da Friboi já estava me causando coceira na ponta dos dedos, me deixando em estado-de-redação-de-protesto-em-favor-da-lógica-e-do-bom-senso, se é que me entendem.

São mais de 200 frigoríficos no país que são obrigados a seguir as mesmas regras legais de controle da carne (origem, higiene, limpeza, etc.), que a Friboi, segundo o Tony Ramos, jacta-se de cumprir.

Então, a publicidade da Friboi chama todos nós (consumidores) de estúpidos (aliás, com o Tony atuando ali, isto fica ainda mais explícito, porque segue um já conhecido padrão Globo de informação). E chama os demais frigoríficos (todos) de fraudadores.

Imagine esta situação. Você entra numa concessionária de veículos, adquire um automóvel zero-km (tudo isto fruto de suas decisões soberanas de consumidor) e quando está saindo com o veículo da concessionária, se vê numa situação cabeluda.  Aparece o Tony Ramos na sua frente, faz sinal para você parar, vai até a janela do motorista e lhe diz:  “Mas Fulano, como é que você está comprando este carro?  Você não deveria estar fazendo esta compra. É preciso verificar corretamente a procedência do veículo, se está inspecionado e se está garantido como os automóveis da Fri-carro.  Carro com origem é na Fri-carro!”  E a sua mulher, sentada ao lado, aproveita para lhe dar uma petelecada:  “Viu, animal, eu não te disse? Olha aí o Toninho te chamando de otário!”  Então você, dando-se conta da própria “burrice”, devolve o veículo para concessionária e sai correndo comprar outro na concessionária da Fri-carro, se comportando tal como um zebu no filosófico caminhar rumo à entrada do matadouro.

Resguardadas as devidas proporções, a situação é exatamente esta que se desenha na propaganda da Fri-boi:  todos os consumidores viram gado e todos os outros frigoríficos e criadores se tornam embusteiros e fraudadores da pior espécie. A campanha teatraliza o desrespeito ao exercício do direito de escolha do consumidor, que deve ser livre (free-will), vide o CDC.  E como não sou do ramo dos produtores de carne nem dos donos de frigoríficos que não operam com a Fri-boi, chamados todos de estalionatários, fico a me perguntar, diante desta campanha cabeluda do Tony Ramos (sem trocadilho): por que as entidades que supostamente defendem os interesses de todos os criadores e de todos os frigoríficos não saíram em sua defesa, impedindo esta publicidade enganosa e caluniadora da Fri-boi?  Rogério Guimarães Oliveira