Amigo Ruy: emotivo, sob todos os aspectos, o texto do teu
filho Rudolf sobre o Nico, que eu conheci pessoalmente na 42 ª edição do
Festival da Barranca em São Borja, em 2013 - a gente, indo daqui de Santa
Maria, sempre passa pela placa indicativa da tua fazenda. Comprei o livro dele
com a tradução de Martin Fierro, e quem fez a dedicatória foi o filho, um mago
extremamente atencioso e preocupado com o pai, de quem carrega o nome, meio
esquisito no trajar e muito entendido das Ciências Ocultas, sendo que o Antonio
Augusto apenas garatujou a alcunha - Nico. Ele ficava taciturno num banco de
espaldar alto, forrado com pelego, e um que outro aparecia para uma lasca de
prosa, não sei se por temor reverencial ou timidez na aproximação com a lenda
ainda viva. Quando faltava o uísque, pedia para alguém recompor o copo, e assim
passava as tardes na Barranca aquele cerne de madeira de lei, alquebrado mas de
uma dignidade incomparável.
Lembro que numa tarde o sol tinha vindo com tudo, e
tiveram que conduzir o o Nico para longe do alcance daquela torreira.
Certamente foi a última Barranca dele, onde foi um dos fundadores e o primeiro
ganhador. O Rio Grande vai ter que durar bem mais do que uma eternidade para
pagar a dívida de gratidão que tem com Antônio Augusto Fagundes. Abraço de
campanha, Afif