terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

MAIS UMA HISTÓRIA DO DES. LETTI - O OSTRACISMO DE UM POLÍTICO SEM MANDATO


 

 

 

 

  

 

 

  

 Impressiona na Câmara de Vereadores da Capital, o número de ex-vereadores, que não se reelegeram e que ficam na Câmara, ao  redor do gabinete do colega de partido, cujo partido indicou o amigo  "sem mandato" para ter o seu emprego. Assim, na Câmara dos Deputadois, Brasilia e no Senado. São centenas de ex-parlamentares não reeleitos e que ou perderamo emprego anterior ou só viviam para sustentar a familia do salário de legislador e não se reelegendo caem na rua da amargura e até se tornam alcoólatras.

 

O caso do Irany Muller, de Ijui, é exemplar. Irmão do Dr. Amaury Muller. Abandonou tudo, se dedicou inteiramente à politica. O Dr. Irani Muller, não se reelegeu para Deputado Estadual. Então, o partido o  "colocou" de assessor  - "aspone""  -  de um colega e como  o Dr. Irani Muller vivia do  salário de Deputado. Abandonu a sua  Ijui, o emprego e praticamente, fechou seu escritório, no momento em que não se reelegeu, figou no  "desvio Rizzo, como diziam em Caxias do Sul" -  Era um profissional do mandato. Sem o mandato no mês seguinte não tinha dinheiro nem para pagar o hotel.

 

O  Dr. Irani Muller, aqui em P. Alegre, se deprimiu, pois exercera vários mandatos, e estava afastado das luzes e dos holofotes e a " mosca azul" já não mais rodava seu ouvido nem zumbia no seu tímpano.  Mas, estava   obrigado a   "trabalhar" no  gabinete, de outro jovem advogado, que conseguira se eleger pela primeira vez. Ele achava aquela situação deprimente. Fora um deputado combativo, do velho MDB -  mas, por necessidade, ficara aí, ao redor do Palacio Farroupilha, tentando ajudar o jovem deputado. Mas, tudo mudou. Aos poucos o partido encheu o gabinete de "aspones" que  precisavam de emprego a ponto de Irani ficar até sem mesinha e cadeira para "trabalhar". Sim. E verdade. Os gabinetes dos Deputados Estaduais gaúchos, são vergonhosos. Pequenos, apertados, naquele edifício, monstro, de concreto e ferro, que ocupou a Praça da Matriz e para construí-lo e tomar o lugar de grande parte da Praça da Matriz, os  "sábios urbanistas" e autoritários, derrubaram uma das glórias de Porto Alegre e do povo, demoliram o Orpheão Riograndense e a Concha Acústica, dos coretos das tardes de bandas tocando em que acorria o povo, pois, os bancos de cimento, com assento de madeira de lei,  eram cobertos por "pérgolas"  gregas, de refinada arquitetura,  encimadas de carramanchões de madresselvas que fizeram um teto  verde sobre os bancos, que talvez, eram assim os Jardins Suspensos da Babilônia, na Mesopotâmia, hoje Iraque, do rei Nabucodonosor. Uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

 

Pois bem, o nosso Dr. Irani Santana, deprimido, virou alcoólatra. Não tinha dinheiro para pagar uma pensão familiar onde se      -  "alugam quartos para moças de fino trato"  -   como diziam as placas na frente daquelas ótimas pensões de antigamente. Acabou, de favor, morando e dormindo no sofá do gabinete do jovem deputado, onde fixou sua residência provisória, na As. Legislativa,  até que morreu, sozinho, esquecido e abandonado. A dobradinha politica dos irmãos Amaury Muller e Irani Muller era de muitos votos na sua região celeiro. Verdade e que o Dr. Amaury Muller, que foi à frente e se elegeu Deputado Federal, foi apanhado, lá adiante, pela guilhotina e os militares, infelizmente, lhe deceparam o mandato, sem mais aquela. Foi apanhado pelo Ato Institucional n° 5, do Governo do Gen. Costa e Silva, de  13 de dezembro de 1968. e que acabou com a vida politica tambem, do meu colega de Curso Clássico, no colégio Anchieta, Nadyr Rossetti. 1955 a 1957 ( era goleiro do nosso time de futebol  do Morro do Sabiá) e de Faculdade de Direito da UFRGS ( 1958 a 1962), ambos por subversivos e perigosos para a segurança nacional. 

 
Como dizia Getúlio Vargas, não há nada mais triste do que um politico sem mandato e ficar ao redor pisoteando pedindo emprego