quarta-feira, 17 de julho de 2013

DE ROSTO COLADO - IVAN SAUL


Andava pela sala, notebook na mão, às gargalhadas, dizendo - desta vez tu não me pegas, esperto! - já tinha decidido me fazer passar por ausente. Não que eu não pudesse contar alguma gauchada de baile, afinal, eu também fui adolescente e até smoking usei, na tentativa de arranjar alguma "estância" pra casar.

 

Fui olhar a publicação no blog, como sempre faço, pra ver como tinha ficado a edição e contar mais uma visita na contabilidade, e dou de cara com o outro "aventureiro romântico" [por favor, não te ofende com o título Confrade Mendelski] que novamente caiu na armadilha do blogueiro malicioso, pensei.

 

Claro que li, ou devorei, o texto do Mendelski imediatamente. Começa bem no tom, ou tons pastel, daqueles bailes de antigamente [que palavra dolorosa!], chego a ver - bordas do filme meio enevoadas - as gurias de "coque"(?) nos cabelos e pouca, quase nenhuma, maquiagem. Só quero retocar que o "cano" na minha terra era "carão" e dançar a noite inteira, as velhas diziam, "de par efetivo", quase um compromisso, um noivado em perspectiva.

 

Corta pra 2009. E o Mendelski se transfigura em Saul [com o perdão da má comparação, meu confrade], me poupa a redação e o discurso. Acredito até que escrevo tão pouco e tão mal por causa do "meu santo" que vai baixar no "terreiro do ilustre jornalista".

 

Tenho certeza que só usei a palavra rosto nesta expressão, "rosto colado". Como aquela velhinha, personagem do Érico Veríssimo em o Tempo e o Vento, leitora dos folhetins do Correio do Povo, para quem as palavras vinham casadas, "plebe ignara", "adrede preparado"...

 

Cumprimentos aos dois, um pela beleza do texto e outro pela coragem de se meter a dançar tango numa tradicional "milonga porteña"!

 

Meu fraterno abraço... Ivan