Meu pai tinha armazém, como já aqui referido, na esquina da Tomás Flores com João Werlang, em Santa Cruz do Sul. Por vezes carregava sua caminhonete com produtos e se ia para as colônias revender.
Ele gostava de terminar a distribuição lá em Linha Antão, no comércio do sr. Edwin Sulzbacher. Por vezes me levava junto, isso desde quando eu tinha uns 7 anos.
Eu ficava brincando com um filho do sr. Edwin de nome Rui.
Rui fez a escola inicial em Linha Antão, onde lecionava a professora Edorilda Barbian, e depois foi estudar no Liceu São Luiz.
Quando tínhamos uns 14 anos fomos com uma turma de Santa Cruz estudar no Kappesberg ( Colégio Santo Inácio, dos jesuítas). Lá Rui e eu ajudávamos um ao outro. Decidi retornar a Santa Cruz depois de quase dois anos. Voltei para o São Luiz e depois Mauá. Rui foi direto estudar no Anchieta em Porto Alegre. Mais tarde, fui fazer o terceiro ano Clássico no Colégio Júlio de Castilhos onde Rui já estava. Acabamos indo os dois morar na casa da Uesc em Porto Alegre.
Ruizinho, como era seu apelido, ingressou na Faculdade de Direito da UFRGS em 1964 e eu no ano seguinte.
Depois de formados tivemos um escritório juntos em Porto Alegre. Passei em seguida no concurso para juiz de direito. Ruizinho recebeu um convite para advogar em Itaqui.
Tempos depois fui promovido para Santiago. De lá era mais fácil nos comunicarmos.
Pouco depois ele passou no concurso para Procurador da República. Andou por esse Brasil afora mas acabamos nos reencontrando quando ele se transferiu para Florianópolis. Passávamos nos visitando. Já tínhamos família e filhos.
Eu, por breve tempo , tive uma pequena casa em Morro dos Conventos. Um dia ele veio me visitar. Peguei uma rede de pesca bem grande e pedi que ele segurasse as pontas dela. Entrei na água para levar a outra ponta para depois da rebentação. Imprudência total. Não consegui voltar. Num momento em que peguei uma onda alta fiz um desesperado gesto que me puxasse para fora. Ele pediu socorro e consegui a duras penas passar a rebentação.Soltei a rede , pois temia que me enroscasse , mantive a calma e consegui sair. Mas não fosse o Ruizinho…
Ele vem me visitar regularmente apesar da pandemia. Nossas famílias se adoram, mas geralmente ele vem sozinho.
Ficamos dois a três dias ouvindo música clássica, churrasqueando, tomando umas que outras. Quando ele traz seu filho Fernando que, por minha influência toca violino e integra a Banda “ DAZARANHA”, é um arraso pois meu filho Rudolf o acompanha ao violino.
(Até aqui flores. Na próxima ,os espinhos.)