Achei
interessante a “teoria da bolha” de candidatos à presidência da república, eu
diria até ― teoria das bolhas INcomunicantes, porque uma vez
aprisionada dentro da bolha a pessoa perde a capacidade de se comunicar com os
outros, quiçá perde a capacidade de raciocínio lógico.
Mas
não tenho certeza que seja só isso, me parece que há algo mais nesse contexto.
Percebo um fanatismo crescente tomando contas das pessoas.
Fanatismo[1] é o estado psicológico de
fervor excessivo, irracional e persistente por qualquer coisa
ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa ou
política.
Leva a extremos de intolerância.
Eu sempre acreditei que o fanatismo fosse coisa de
pessoas incultas, entretanto, tenho constatado que não. Pessoas com nível de
formação superior estão se tornando presas desse mal.
Outro dia estarrecido vi pessoas de meu ciclo
familiar, mãe e filha, ambas com excelente nível cultural e socioeconômico
(classe média alta) se agredindo publicamente em rede social, cada uma
defendendo o seu candidato à presidência da república como sendo o único
e infalível “salvador da pátria”.
Esse fanatismo está destruindo amizades, relacionamentos,
desestabilizando famílias, e vai num crescendo! Fico me perguntando onde isso
vai dar?
A
Quem Aproveita Esse Divisionismo?
Dividir Para Dominar?
Dividir Para Dominar?
Tenho
sido paciente e muito tolerante, mas a coisa está chegando a tal ponto que
venho me sentindo enjoado, nauseado. Está cada dia mais difícil conviver e
conversar com certas pessoas.
Os confrades deste grupo com formação na área do Direito
que, como eu, são formados em Ciências Jurídicas e Sociais[2], sabem muito
bem que na faculdade não estudamos apenas sobre leis, mas também economia,
filosofia, sociologia, medicina legal (psiquiatria forense), etc. etc.
Eu busquei complementação estudando teologia, mitologia
grega e nórdica, Análise transacional[3] (Eric Berne)
psicologia das relações sociais e éticas, etc. etc.
Daí, por
acaso, você encontra na rua um amigo com o qual tem um amigo em comum, e ele
diz: “sabe o fulano? Está malecho uma barbaridade, sem vida social, sem amigos,
sedentário, gordo, a mulher o abandonou, exagera na bebida, etc.”
Aí
você visita no facebook o perfil do sujeito que, diga-se de passagem, sempre
foi “meio estranho”, e repara que quase ninguém curte as postagens dele,
ninguém comenta nada, aí você pensa ― o que esse cara quer numa rede social?
Pois é totalmente invisível ali !!
Então você decide dar uma força para o sujeito, antes,
porém, se prepara, jejua e ora, se benze da cabeça aos pés, e,
movido pelo dever cristão de compaixão, telefona para tentar levantar o
seu moral.
E quando você tentar falar com a criatura, ele te corta e
começa a te despachar goela abaixo as convicções políticas dele e a te obrigar
a votar no seu “salvador da pátria”.
Defeca um
monte de asneiras sem um mínimo de embasamento teórico fidedigno. Você tenta
chamar a criatura à razão, indaga-lhe de onde ele tirou essas conclusões, que
autores ele leu, em qual literatura estriba suas posições, e aí você verifica
que o energúmeno nunca leu nada consistente, nem mesmo ouvi falar nos
filósofos contemporâneos Jean-François Lyotard e Zygmunt Bauman. Assim não
dá para ser feliz!
O sujeito é
um ogro demenciado que se acha no direito de te empurrar todos os seus
excrementos ideológicos.
Cada um tem
o direito de ter suas crenças e ideologias, mas não tem o direito de tentar
impor aos outros.
Enfim,
estou cansando dessa gente doente que, ao invés de buscar terapia, fica
despejando seus disparates nos outros.
A gente tenta ser compassivo, amoroso, mas infelizmente é
impossível interagir com pessoas nesse nível de morbidade.