Uma bela manhã ainda bastante quente, com sol lindo e um ventinho pra lá de gostoso
Fiquei sem sinal de Internet desde cedo hoje. Em contato com a prestadora desse serviço, a VIU, soube que a antena que repassa o sinal para mim e outros usuários daqui de Tramandaí Sul ficou sem energia elétrica cortada pela CEEE para serviços de reparação de linhas. Eles não fazem isto durante o veraneio vez que os veranistas são por certo mais cidadãos do que nós que vivemos aqui o ano todo, ou melhor, vivemos cerca de nove meses por ano em paz praticamente absoluta, exceto a vergonhosa omissão da polícia de quarteirão que aqui aparece e ainda assim com pouquíssimos guardas para agradar aos veranistas.
Decidimos viver o restante de nossas vidas aqui no litoral e confesso que não nos arrependemos, pois são longos nove meses (tempo de uma gestação) em que podemos ouvir o canto dos pássaros, o ruído do vento ao mover os galhos das árvores, noites em que podemos apreciar a lua quando cheia, o mar ímpar, pois parece que o mar assim como nós não se sente muito bem quando aquela nuvem de gafanhotos (os da urbe) invade sua área.
Não precisamos aturar vendedores de barrinhas de água com açúcar e corante que dizem serem picolés e que durante o veraneio torram nossa paciência.
Temos uns poucos, poucos amigos mesmo e nossos familiares aqui bem próximos.
Recebo diariamente visitantes que não me perturbam, muito antes pelo contrário. São eles aves que aqui e vem alimentar-se, pois nunca fui egoísta e forneço a eles o alimento de que necessitam.
Faz algumas semanas tivemos a visita de um lindo cardeal e agora quase que diariamente temos a visita de um periquito branco. Trata-se obviamente de um fugitivo. Isto mesmo, um fugitivo, pois essas aves ao que sei não são nativas de nosso país.
Como fugir é um direito inalienável de todo o ser vivo, o acolho com o alimento.
Vivemos nesses nove meses uma verdadeira OktoberFest, aquela festa em que os “alemon” se divertem no mês de outubro sentindo-se felizes ao comemorar sua colheita e que os “pelo duro” correm às cidades de colonização germânica para encherem o bucho de cerveja por que adoram essa bebida vez que a publicidade os leva ao consumo da mesma.
Lá eles bebem como se fosse o último dia de suas vidas e o fazem sem nem mesmo saber por que.