O que teria ocorrido? Vieram ter comigo vários moradores. Contaram-me os horrores em que se transformara nosso pacífico território praiano.
Uns bandidos, por certo criminosos, com carros de Soledade, a maioria de caminhonetões, alugaram uma residência através da IMOBILIÁRIA CASA LIDER . Colocaram uma placa - SITIO ÁGUA BENTA. E dê-lhe orgia e barulho.
Logo abaixo publico o relato dos moradores.
Por enquanto apenas digo que como as autoridades constituídas se omitem sempre sob diversas desculpas, mas adoram receber seus vencimentos, nós vamos nos organizar e, se e quando vierem de novo os marginais, vamos exercer nosso direito em legítima defesa e no exercício regular de um direito. É norma do Direito Natural que quando o Estado não age, a solução é a gente revidar.
Além do que vamos aviar ação de perdas e danos contra todos os responsáveis.
Não somos covardes para deixar a marginalidade de correntões de ouro e traficantes, com seus carrões invadirem nosso paraíso.
abaixo o relato:
AO
ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREFEITO DE XANGRI-LÁ
Os proprietários de
residências de verão, situadas nas ruas Rio Carreiro, Rio Jacuí e Avenida
Beira-Mar, abaixo assinados, vem à presença de Vossa Senhoria relatar os fatos
que se seguem e solicitar sua manifestação acerca dos mesmos.
Todos nós, signatários da
presente, veraneamos com nossas famílias há décadas nesta praia, a qual foi
escolhida em virtude de suas características especiais, tais como, o
planejamento urbano que elegeu o modelo construtivo horizontal, as áreas de
preservação ambiental e lazer, dispostas longitudinalmente entre as ruas com o
fim de privilegiar a convivência social entre vizinhos e, ao mesmo tempo,
bloquear o excesso de velocidade dos veículos que circulam no balneário, e a
destinação de área própria para o lazer noturno, distante da área residencial.
Não por acaso o nome do município é Xangri-lá: o paraíso perdido.
Nos últimos verões,
entretanto, vimos nosso paraíso desmantelar-se aos poucos, com o advento de
festas particulares barulhentas regadas a drogas lícitas e ilícitas. Neste
verão de 2014/2015, novos elementos foram agregados às festas particulares;
elas foram abertas ao público através da compra de ingressos.
Profissionalizaram-se. Fomos confrontados com esta nova realidade por obra e
graça dos proprietários da casa situada à rua Rio Jacuí, nº 52, que locaram sua
residência particular a grupos sucessivos de jovens que, em comum, tinham o
objetivo de promover festas orgíacas, com som absurdamente alto, durante 24
horas. Alguns de nós ficamos insones por vários dias. Crianças pequenas e
idosos tiveram que ser protegidos de cenas impróprias ao redor da piscina e nos
jardins da casa. Mas, foi impossível protegê-los das letras obscenas de músicas
funk e dos palavrões bradados por bêbados ou drogados.
Apesar de acionada em várias
ocasiões, a Brigada Militar só conseguiu atender a dois chamados, pois alegou contar
com apenas uma viatura na localidade. Informou, ainda, que no sábado de
carnaval, mais de trinta ocorrências deixaram de ser atendidas por falta de
efetivo.
Conseguimos entender o que
estava acontecendo apenas na terça-feira de carnaval, quando o último locatário
informou a um vizinho que lamentava o incômodo causado, mas que entendia ter o
direito de realizar festas, já que havia
locado a casa sem esconder o fim a que se destinava. Confirmou, também, a venda
de ingressos ao público aos moldes das casas noturnas, que vendem pulseiras que
valem como tal. É de se ressaltar que quem explora o lazer noturno precisa comprovar
a existência de alvará de funcionamento, PPCIs e proteção acústica. Este tipo
de locação, se confirmadas as informações do locatário, se constitui numa forma
de burlar a lei e expor tanto os participantes das mesmas quanto os vizinhos aos
riscos mais variados sem que haja nenhum responsável pelos danos causados.
Assim sendo, solicitamos à Vossa
Senhoria, na qualidade de Chefe do Poder Executivo local, que se pronuncie a
respeito dos fatos narrados, posicionando-nos sobre uma eventual mudança na
filosofia do município ou do Código de Posturas deste. Não podemos ficar à
mercê de negócios inescrupulosos, que já arruinaram um de nossos verões, esperando
contar com a sorte para que nossos vizinhos não aluguem suas residências
indiscriminadamente. Entendemos que, se já não houver dispositivos que coíbam
esta prática, os mesmos devem ser implementados para que possamos continuar a
desfrutar de nossos verões em Xangri-lá.