Existe um livro chamado
Dr. Heinz Von Ortemberg médico do Kaiser e de Santa Cruz do Sul, uma espécie de
biografia em forma de romance escrito por Leandro da Silva Telles, a pedido da
família do médico alemão.
O Dr. Ortemberg foi o primeiro médico do
Hospital Santa Cruz, veio para o Brasil, trabalhou nesta instituição, organizou
o corpo clínico, foi um dos fundadores do Colégio Mauá, teve participação
societária em empresas como a Gráfica Minerva e Mercur, membro da maçonaria,
convocado para servir como médico na primeira guerra mundial vivenciando
a dor do episódio, posteriormente voltou a Santa Cruz, clinicou, até decidir
voltar a Alemanha com a família durante o período da segunda guerra onde foi
preso pela Gestapo (SS) na chegada no porto, depois de algum tempo na prisão
foi designado médico particular na residencia de exílio do Kaiser, em
território Belga, deposto pelo regime nazista em que Hitller assumiu como
soberano; depois da guerra retornou a Santa Cruz onde viveu até sua morte
.
Nesta passagem pela nossa terra, sofreu
amargamente as influências dos descendentes alemães simpatizantes com o regime
nazista, chamados de quinta coluna, que perseguiam os contrários, e que o
prejudicaram bastante, nos negócios, na profissão, etc ,,
Então quem conta a sua versão histórica,
reporta sempre um lado dos acontecimentos, houve sim perseguição ao alemães
pelo regime Vargas, mas houve também motivos, que despertaram preocupações com
a ideia de expansão do nazismo pelo continente sul americano ,,,entre eles
havia em Santa Cruz do Sul, uma organização minoritária fato este que
infelizmente generalizou o sentimento contrário,desprezo e perseguição , aos
descendentes alemães ,,,
Obs : este livro esta disponível na
biblioteca da Unisc, existem raros exemplares de posse de pessoas da família e
a amigos, vale a pena ler.
são
raros e não muito completos os documentos editados sobre a colonização alemã no
município e no sul do Brasil, lembro-me por interesse pela história ter
acessado alguns sobre a origem da principal riqueza que impulsionou o progresso
da região, mas merce organizar um apanhado de mais informações fragmentadas, de
mais pesquisas.
Élvio
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MAIL DE LISSI BENDER
Até mesmo em nossa Santa Cruz poucas pessoas sabem das
atrocidades cometidas com pessoas, simplesmente por se expressarem em seu
idioma materno, único que conheciam, que lhes havia sido proibido. Certa vez vi
um filme em que a personagem principal passa por uma situação semelhante e diz
que quando se tira a língua de uma pessoa, tira-se dela o direito de existir.
Lembro de um caso
contado pelo contista Aldyr Garcia Schlee que na sua infância vinha para Santa
Cruz visitar seus avós. Conta ele que que era pequeno, sentado na calçada, na
frente da casa dos avós (abaixo da igreja evangélica, na altura onde ficava a
fábrica de chocolate Sehnle) viu certa vez (durante o tempo da proibição do
idioma) policiais conduzindo uma fila grande de pessoas, maioria idosos,
amarrados uns aos outros em uma corda, sendo conduzidos feito animais. Muito
depois foi entender a situação. Eram pessoas presas lá no interior (Rio
Pardinho, Sinimbu) sendo conduzidas à delegacia por terem falado em
alemão.