quarta-feira, 17 de agosto de 2011

CAVALO DE TRÓIA - por Alfredo Foerster


                                     O Cavalo de  Madeira.

Após frustradas investidas, e muito tempo decorrido, sem que os Gregos lograssem conquistar os muros de Troia, inda mesmo que atacassem por qualquer lado das muradas, o que fosse, eram eles diuturnamente rechaçados pela exímia força soldadesca inimiga.
Em vista disso, Calchas, o adivinho de Agamenon, convocou e reuniu os heróis mais distintos e lhes contou a seguinte situação exemplar que presenciara no dia anterior, já que convencido de que o caminho da violência não deveria ser mais o empregado e sim deviam, a partir de então, valer-se da astúcia.
Relatou que presenciara um gavião a perseguir uma pomba, tendo esta se refugiado numa fenda rochosa; por longo tempo a ave de rapina aguardara o pequeno pássaro, mas em vão; o predador escondeu-se nuns arbustos e veja logo a avezinha, em sua estultícia, saiu de seu abrigo e no que - de imediato - foi estrangulada por seu implacável perseguidor.
Que o comportamento perseverante exibido e a nós dado como exemplo, sirva de lição para que doravante usemos também de manha e não mais da violência contra Troia.
A partir desse paradigma fomentado pelo nominado vidente, Ulisses "bolou", engendrou a ideia de que deveriam construir um gigantesco cavalo de madeira e no qual somente os mais destacados soldados helênicos é que deviam ser abrigados no seu ventre [propositadamente feito oco] e para, no momento azado, atacar - intramuros - as hostes adeversárias, enquanto os demais gregos simulariam retirada adredemente cogitada e estratégica, a fingir a retirada em suas naves. E tudo como o fizeram afortunadamente.

A importância de Ulisses (ou Odisseus) está no fato dele ser "o homem que pensa". Esta característica denota um homem dotado de astúcia, o que não age de acordo com os seus impulsos imediatos. Foi ele, em realidade, quem teve a ideia de construir o 'cavalo de troia', a servir como um objeto de emboscada contra os troianos. O 'cavalo' seria um presente dos gregos aos troianos como reconhecimento de sua superioridade, mas, de fato, o 'equino' seria e foi uma armadilha: o animal não era o que aparentava ser, já que em seu âmago havia algo diverso.
Se por um lado 'a medida divina' se mostra como um presente de reconhecimento da superioridade dos troianos em relação aos gregos, e o sinal desta medida seria o 'cavalo de troia', por outro lado, 'a medida humana' se faz superior, pois dentro do cavalo havia outra coisa: guerreiros que derrotaram os troianos. Esta medida foi pensada e construída pela astúcia de Ulisses. Por trás do que aparentava o 'cavalo de troia' havia algo mais e distinto do que parecia ser para o azar dos invadidos e daí derrotados, finalmente.