terça-feira, 5 de março de 2019

MAIL DA PSIQUIATRA E COMUNICADORA LAIS LEGG


Pois eu sou do tempo que tínhamos aulas de música na escola, além de dança e canto orfeônico. E todas nós adorávamos. Quando chegávamos para a aula de música, a “ma soeur” Ruth Maria já tinha enchido o quadro-negro com as letras quilométricas da música que iríamos cantar. Lembro de “História triste de uma praieira” (“era meu lindo jangadeiro, de olhos da cor verde do mar, também como ele, traiçoeiro...”), “Camino  Verde”, “Guanabara linda”  e outras tantas.

Sabíamos o que era uma clave de sol, colcheia, semi-colcheia, etc. E também cantávamos na capela do colégio, cuja acústica deixava o nosso canto quase celestial. Cantávamos em latim!!! Lembro, até hoje, a letra de “Tantum ergo”  (“tantum ergo sacramentum veneremur cernui et antiquum documentum novo cedat ritui...”). Sabíamos que era de São Tomás de Aquino.

Assim, a música entrava pelas veias e artérias desde a tenra idade. Claro que as freiras tinham as suas objeções: rock and roll nem pensar! Elvis Presley era o demônio e, para desespero delas, vieram os Beatles, aqueles cabeludos de Liverpool. Imaginem se elas ouvissem as músicas de hoje ... teriam um piripaque.

A música consegue alterar, imediatamente, o humor de qualquer pessoa. É mais eficaz que qualquer fármaco. Assim, considero uma lástima que os concertos, as serenatas  e quaisquer outras manifestações artísticas estejam desaparecendo. Quem sabe voltando ao currículo escolar não melhore?