terça-feira, 1 de maio de 2018

SONETO DO ACADÊMICO JOSÉ NEDEL



PONTO DE FUGA

    José Nedel

Na pós-moderna e desvairada era,
Tudo muda a galope, ou num instante.
Novo entorno de mil facetas gera
A azáfama cruel e trepidante.

O antigo, sólido, se destempera.
O novo, descartável, é cambiante.
Nem código moral mais se venera.
A incerteza tem porte de gigante.

Nesse contexto, o que é que prevalece:
Valor da tradição, perene ? Esquece!
Do transitório agita-se o estandarte.

Eu, todavia, atalho o só lamento.
Como estratégia, boa saída invento:
Ponto de fuga busco em minha arte.