PONTO DE FUGA
José Nedel
Na pós-moderna e desvairada
era,
Tudo muda a galope, ou num
instante.
Novo entorno de mil facetas
gera
A azáfama cruel e trepidante.
O antigo, sólido, se
destempera.
O novo, descartável, é
cambiante.
Nem código moral mais se
venera.
A incerteza tem porte de
gigante.
Nesse contexto, o que é que
prevalece:
Valor da tradição, perene ?
Esquece!
Do transitório agita-se o
estandarte.
Eu, todavia, atalho o só
lamento.
Como estratégia, boa saída
invento:
Ponto de fuga busco em minha
arte.