terça-feira, 18 de abril de 2017

HOMO VENATOR - COMENTÁRIOS

DR. FRANKLIN CUNHA - ESCRITOR, MÉDICO, MEMBRO DA ACADEMIA RIOGGRANDENSE DE LETRAS

Contam que entre Antônio Prado, minha terra e a vizinha Flores da Cunha, existia  um convênio firmado entre as partes e que era o seguinte: quando passava um bando de marrecas em direção de F. da Cunha, meus conterrâneos, obsessivos caçadores como é notório, telefonavam e avisavam os caçadores da “ terra do galo “ sobre a direção na qual as marrecas voavam. Que já preparassem as “ stchopas “ e a indispensável polenta acessória. E vice-versa.

Hoje em dia, com a absoluta escassez de caça voadora de bom paladar, continuam honrando rigorosamente  o sagrado convênio, mas agora apenas com o que resta: periquitos e papagaios com os quais fazem sopa.
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DES. ELISEU GOMES TORRES
 

Fui eficiente caçador de pássaros com meu bodoque. Minha avó materna,em cujo arvoredo, na Fazenda, eu atirava sem piedade nos bichinhos, me gritava : menino malvado ! Mas, depois, depenava e fazia a passarinhada com arroz, so para satisfazer meu ego. Adulto, tinha vergonha de ter matado pássaros, mas aí dediquei-me, com êxito, às pescarias de anzol. Nunca usei rede, porque achava que isso roubava um dos prazeres da pesca que era o tirão o dedo quando o peixe fisgava. Agora, “no more boleros”... Não tenho condições físicas de meter o pé no barro ou de esperar  à beira de um rio ou da taipa de um  açude que o peixe venha em minha linha. É assim a vida. Eliseu
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DRA. LISSI BENDER

Nossa Ruy!!  Tua memória alçou voo e levantou uma nuvem de poeira que estava adormecida em minha memória. Meu  avô Wilhelm Kurz participava do Stech-Verein e do Schützer-Verein lá de Linha Schwerin(tenho medalhas dele guardadas com datas desde 1913); meu Papa Erwin participava de um Schützer-Verein e de seu parco lazer fazia parte uma incursão, vez ou outra aos domingos, no Urwald da família (terra onde nasceu e faleceu). Mas nunca foi predador, no máximo trazia um jacú, mas trazia sempre frutas silvestres e um largo sorriso para casa, sabia que com elas fazia a nossa alegria. Gostava também de pescar. Na semana que faleceu (este mês fez 37 anos) havia me visitado em Pelotas para onde havia me mudado pouco antes. Juntos ainda fomos pescar na lagoa dos Patos e, enquanto estávamos com a água até o joelho, ele fazia planos de ainda muito vezes me visitar e para pescarmos juntos.

 

Não te surpreendas se muitos de teus leitores começarem a remexer os guardados no fundo de suas memórias a partir da leitura de teu texto.