terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

TEMER TERIA QUE EXPLICITAR SUA INDICAÇÃO AO STF


Muitas vozes, ante o falecimento do  saudoso Min. Zavascki, advertiram, com catadupas de argumentos, que seria de bom alvitre Temer pensar bem antes de indicar seu escolhido para integrar o sodalício que outrora, todos genuflexos, nominavam de Excelso Pretório. Com efeito, os integrantes do STF eram  pessoas de total respeitabilidade.

O atual Presidente é homem de mais de 70 anos, aparentando boa saúde, mas de mais de 70 anos. Tem um filho pequeno. O que atesta sua boa condição.

Ouso colocar-me em seu lugar, eu que sou alguns anos mais jovem.

Apesar de meus pecadilhos do passado, teria eu, agora, coragem de piorar minha biografia, para desalento de meus filhos e netos? Faço essas indagações porque o Presidente é um homem letrado e inteligente.  O que o teria levado para indicar quem indicou?

Não resta dúvida que o ex Ministro da Justiça preenche todos os requisitos para , em tese, postular, como postulou e foi atendido, o cargo. E os supostos plágios? Não lhes demos dimensões extremas . Muitas vezes, ao se escrever, esquecemos das aspas e rodapés, ou, no torvelinho das agendas, não lemos direito o que nosso estagiário pesquisou por nós. Coisas da vida. Não se veja nada de grave nisso ou no fato de o indicado ter advogado para esse ou aquele.

Mas o Presidente, já no início da senectude, não poderia ter feito uma indicação olímpica, de pessoa fora do Governo, um jurista de escol, um advogado, um promotor, um juiz de nenhum contato com as entranhas do Poder Executivo?

Dirão os praxistas e os seguidores  de Wiliam James: “ primeiro os meus, Matheus” !  E aí se espalham, de todos os cantos, os embargos à indicação. Não, não acredito em intenções subalternas.

Mas , caro leitor, só entre nós, como  contrapor argumentos à seguinte indagação: “ mas não havia  nenhum outro ou outra de ilibado proceder e notório saber jurídico, nos limites do Oiapoque ao Chui, que não fosse tão controvertido ?”

O Presidente Temer tem o dever ( e nós temos o direito de saber) de vir a público e explicar  o que motivou sua escolha. Todos sabemos que a aprovação é certa no Senado.

Inobstante isso, faria bem  para sua biografia.