Muitas vozes, ante o falecimento do saudoso Min.
Zavascki, advertiram, com catadupas de argumentos, que seria de bom alvitre
Temer pensar bem antes de indicar seu escolhido para integrar o sodalício que
outrora, todos genuflexos, nominavam de Excelso Pretório. Com efeito, os integrantes
do STF eram pessoas de total respeitabilidade.
O atual Presidente é homem de mais de 70 anos, aparentando
boa saúde, mas de mais de 70 anos. Tem um filho pequeno. O que atesta sua boa
condição.
Ouso colocar-me em seu lugar, eu que sou alguns anos mais
jovem.
Apesar de meus pecadilhos do passado, teria eu, agora,
coragem de piorar minha biografia, para desalento de meus filhos e netos? Faço
essas indagações porque o Presidente é um homem letrado e inteligente. O que
o teria levado para indicar quem indicou?
Não resta dúvida que o ex Ministro da Justiça preenche todos
os requisitos para , em tese, postular, como postulou e foi atendido, o cargo.
E os supostos plágios? Não lhes demos dimensões extremas . Muitas vezes, ao se
escrever, esquecemos das aspas e rodapés, ou, no torvelinho das agendas, não
lemos direito o que nosso estagiário pesquisou por nós. Coisas da vida. Não se
veja nada de grave nisso ou no fato de o indicado ter advogado para esse ou
aquele.
Mas o Presidente, já no início da senectude, não poderia ter
feito uma indicação olímpica, de pessoa fora do Governo, um jurista de escol,
um advogado, um promotor, um juiz de nenhum contato com as entranhas do Poder
Executivo?
Dirão os praxistas e os seguidores de Wiliam James: “
primeiro os meus, Matheus” ! E aí se espalham, de todos os cantos, os
embargos à indicação. Não, não acredito em intenções subalternas.
Mas , caro leitor, só entre nós, como contrapor
argumentos à seguinte indagação: “ mas não havia nenhum outro ou outra de
ilibado proceder e notório saber jurídico, nos limites do Oiapoque ao Chui, que
não fosse tão controvertido ?”
O Presidente Temer tem o dever ( e nós temos o direito de
saber) de vir a público e explicar o que motivou sua escolha. Todos
sabemos que a aprovação é certa no Senado.
Inobstante isso, faria bem para sua biografia.