quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

HISTÓRIAS DE VIDA

Não sei onde li essa pequena fábula. Duas rãs saltavam alegres e fagueiras por entre tambos cheios de leite. Acabaram caindo em um tarro. Uma, lamentando sua má sorte, não tinha como sair, conformou-se e morreu afogada. A outra não se conformou e começou a espernear freneticamente. Lá pelas tantas o leite transformou-se em manteiga, de modo que a rã saltou para fora do tarro salvando-se. Me encantam os relatos de pessoas que nasceram em lares humildes, praticamente não tinham como se instruir, mas que deram um jeito de estudar, passando frio e fome, mas não se entregando. Quantos de nós, da região de Santa Cruz, não teriam condição de estudar em Porto Alegre, não fosse a bendita Casa da Uesc, na Capital. Semana passada recebi do sr. Renato Jackisch o seguinte mail: “Identifico-me em tantas e tantas situações relatadas em sua vivência, principalmente até o início das atividades profissionais. Com origem humilde, no interior de Sinimbu, inicialmente sem luz elétrica em casa e desde muito cedo trabalhando em todas as lides rurais que se apresentavam. Para ir ao colégio, caminhava mais de 03 km a pé e procurava nunca faltar, quer chovesse, fizesse frio ou calor. Nunca fui o aluno de melhor nota nos boletins. Havia uma colega que sempre tirava o primeiro lugar e me acompanhou de primeiro ano primário até o fim do primeiro curso de graduação. No mês que cheguei mais próximo, ela simplesmente fez média 10 em todas as matérias. Com muito esforço de meus pais e recebendo meia bolsa de estudos, consegui vir diariamente de ônibus a Santa Cruz do Sul e estudar no Colégio Mauá, onde tentaram me dar o apelido de “colono”, o que na época não era “bulling” e sim resolvia no soco. Hoje formado em Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Direito, tendo trabalhado em todas as áreas de formação, administro a empresa Excelsior Alimentos S/A, integrante de um grande grupo empresarial com atuação a nível mundial. Mas onde quero chegar. No ano passado reunido num summit em São Paulo com os meus pares diretores e a presidente, em conversa de conhecimento, verificamos que a metade dos diretores e a própria presidente tem origem humilde, da roça, passaram muito sacrifício e chegaram aos cargos que ocupam por competência. Para nenhum deles faltou atitude, dedicação, humildade, simplicidade, disponibilidade, retidão, ética e principalmente trabalho desde muito jovem, o que hoje lamentavelmente é proibido. Trabalho nunca fez mal a ninguém. Lamentável que maus legisladores não pensam assim. “ Vou atrás de mais históricos.