quinta-feira, 27 de junho de 2019

DA SABEDORIA ANTIGA

Sempre gostei de História e principalmente de normas e provérbios antigos.Hamurabi, que viveu cerca de 1.700 anos antes de Cristo, compilou uma série de leis. Maior parte delas hoje nos pareceriam cruéis. Uma das mais famosas é a “ olho por olho, dente por dente”. Mas entre as dezenas delas , uma me impressionou. Dizia , em síntese, que se um “ awilum” ( cidadão) tivesse bens furtados e não soubesse o autor, deveria ir ao Templo descrever tais objetos, jurando serem verdadeiras suas alegações, que seria ressarcido pelo tesouro real. O que é isso senão a responsabilidade objetiva do Estado, que temos hoje?
A Bíblia, como todos sabemos, é uma compilação de preceitos, narrativas, ordenações, provérbios. A mim interessa muito o Antigo Testamento.
Hoje, já com os cabelos tordilhos, posso assegurar que a maioria dos provérbios que se acham na Bíblia, bem como nos repositórios de quase todas as civilizações, são pérolas do saber.
Vamos para o livro dos provérbios da Bíblia. No capítulo 22 está escrito: “ Bom renome vale mais do que grandes riquezas, a boa reputação vale mais que a prata e o ouro” . 
Com efeito, quantos exemplos temos de pessoas ímprobas, que acumularam riquezas até mais não poder, usando de meios ilícitos e que, ao chegarem no último quarto da vida ,amargam não terem  nem o afago e nem a assistência de seus descendentes. Tendo já falecido e ante a menção de seu nome, nenhuma frase de louvor e respeito, mas o desdém.
Vamos ao versículo 23.22. “ Dá ouvidos a teu pai, àquele que te gerou e não desprezes tua mãe quando envelhecer”.
Aqui se cria, hoje em, dia um problema. Como assim se em muitas famílias pais e filhos não conversam?
Mas vamos para temas que muito estão sendo debatidos. Observemos  o que diz um dos livros da Bíblia: “ Deuteronômio 16:19, “Não perverterás o direito, não farás acepção de pessoas nem aceitarás suborno, pois a corrupção cega até os olhos dos sábios juízes e prejudica a causa dos justos”.
Para se ver como há séculos havia a preocupação com uma justiça imparcial e honesta.
Nos Salmos, 93. 20 , mais um alerta antigo e hoje atual: “ Acaso poderá aliar-se a vós um tribunal iníquo, que pratica vexames sob a aparência da lei?”
Para concluir, cito  novamente o Deuteronômio , quando se refere ao juiz: “não aceitarás presentes, porque os presentes cegam  os olhos do sábio e destroem a causa dos justos” ( 16.17).

Não são de hoje, como se vê , as advertências sobre o bem viver, sobre a harmonia, a retidão e a seriedade que devem imperar. Inclusive em todo o universo jurídico.