quinta-feira, 6 de junho de 2019

CRÔNICA DE SÉRGIO AGRA

As “marias” do Brasil – Sergio Agra

AS “marias” DO BRASIL
Desconheço se as novas gerações conheçam as expressões “Marias Gasolinas” e “Marias Chuteiras”.
“Maria Gasolina” é a jovem adolescente ou mulher que só sai com homem que tenha carro, a famosa “gasosa”. É a mulher que não possui carro, ou que não tem condições de manter um, porém adora passear e estar dentro de um carro, na companhia de um homem, sem que o padrão da beleza masculina seja requisito.
Esse pejorativo não é novo, as “Marias Gasolinas” surgiram pouco após o lançamento do primeiro carro, por volta de 1885 na Alemanha. Com a evolução dos automóveis as “Maria Gasolinas” também evoluíram.
No Brasil, já que até o início dos anos 1960 era raro ter um automóvel próprio (os rapazes mais jovens sobreviviam na maré da condescendência paterna em lhes emprestar lamachina)  elas somente vieram a se notabilizar a partir daquela década.
Por essa razão, em Porto Alegre, diz a lenda, que das “fusquetas” a 120 km/hora rumo ao escurinho do canteiro de obras onde hoje é o Parque Moinhos de Vento, o Parcão, ouviam-se, não somente o ronco turbinado de seus motores, mas o “último suspiro das virgens”, firmemente seguras no conhecido Pu.. Mer… (uma espécie de gancho emborrachado, preso ao painel daqueles Sedans, em que o carona lograva segurar-se quando de uma brusca freada).
De outra banda, “Maria-Chuteira” é o estereótipo relacionado às mulheres quesão notórias por manter relacionamentos amorosos com jogadores de futebol. Elas são bonitas, saradas, ambiciosas e loucas por estes atletas profissionais. Algumas “Marias-Chuteiras”, consideradas profissionais, têm até empresários que agenciam a carreira e as levam para as festas certas. Antes, ligam para veículos de comunicação e avisam os fotógrafos para não perder a oportunidade de aparecer na mídia ao lado de um craque.
Um dos casos mais polêmicos, esdrúxulos e disparatados foi o casamento, num castelo na França e que custou, à época, perto de R$ 2,2 milhões,de Ronaldo Nazário e de Daniella Cicarelli, (que, apesar de apresentadora de TV e modelo, na foto posou como “Maria-Chuteira”). Três meses após anunciavam a separação.
Ainda sobre Ronaldo, o seu namoro com Susana Werner, mulher do goleiro Júlio César.
Muitas destas levaram jogadores de pouca instrução e estrutura quase à ruína, como foi o caso de um volante tricolor, Campeão da Libertadores e do Torneio Intercontinental (hoje o Campeonato Mundial Interclubes). Ao que parece, essa “escalada da fama” hoje se mostra mais imediata, mais instantânea.
Em episódio recente o superatleta Cristiano Ronaldo viu-se envolvido num processo judicial acusado de estupro, condenado a pagar uma indenização milionária à suposta vítima.
Após patrocinar à brasileira Najila Trindade Mendes de Souza uma viagem a Paris, hospedagem em hotel de luxo na capital francesa, com noites regadas a champanhas e generosíssimos vinhos, vinhos, o “menino” Neymar está sendo acusado de agressão e estupro pela mulher.
No jogo da seleção brasileira contra a do Qatar, na última quarta-feira, o atacante não permaneceu em campo por mais de 12 minutos. Lesionado, ao que tudo indica com gravidade, vê ameaçada sua partipação na Copa América.
Que grau se pode atribuir a essa lesão? Ela foi física? Foi emocional! Ninguém, à exceção de seus médicos, pode avaliar. Assim como o que se passa entre quatro paredes somente o celular é testemunha.
E, assim mesmo, corre-se o risco de ser fake new.