Essa teoria foi criada nos Estados Unidos nos
anos 1980 e trata dos pequenos delitos que se transformam em grandes delitos e
desordem social.
Em um dos experimentos, deixou-se dois carros idênticos, da mesma marca, modelo
e cor, abandonados na rua. Um em bairro violento (Bronx/Nova Iorque) e o outro
em um bairro tranquilo (Palo Alto/California).
Dois carros idênticos abandonados e dois bairros com populações muito
diferentes.
Resultado: o carro abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas
horas. As rodas foram roubadas, depois o motor, os espelhos, o rádio, etc.
Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar,
destruíram.
Contrariamente, o carro abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.
Isso era esperado.
Agora a surpresa.
Quando o carro abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava
há uma semana impecável, os pesquisadores quebraram um vidro do automóvel de
Palo Alto.
Resultado: logo a seguir foi desencadeado o mesmo processo ocorrido no Bronx.
Roubo, violência e vandalismo reduziram o veículo à mesma situação daquele
deixado no bairro pobre.
Por que o vidro quebrado no carro abandonado num bairro supostamente seguro foi
capaz de desencadear todo um processo delituoso?
Evidentemente, não foi devido à pobreza. Trata-se de algo que tem a ver com a
psicologia humana e com as relações sociais.
Um vidro quebrado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de
despreocupação.
Faz quebrar os códigos de convivência, faz supor que a lei encontra-se ausente,
que naquele lugar não existem normas ou regras.
Um vidro quebrado induz ao "vale-tudo". Cada novo ataque depredador
reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores
torna-se incontrolável, desembocando numa violência irracional.
Baseada nessa experiência e em outras análogas, foi desenvolvida a "Teoria
das Janelas Quebradas".
Sua conclusão é que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a
desordem e o maltrato são maiores.
Se por alguma razão racha o vidro de uma janela de um edifício e ninguém o
repara, muito rapidamente estarão quebrados todos os demais.
A mesma coisa se atribui à conduta moral. A nossa própria conduta.
Se você se permite pequenas transgressões e perde o respeito por si mesmo a
tendência é de deterioração das suas forças.
Por isso é necessária uma conduta, um código pessoal que nos proteja de avarias
e que tenha pouca tolerância com os agressores.