sexta-feira, 7 de junho de 2013

DOS MALEFÍCIOS DE UM VINHO MARAVILHOSO EM ÓTIMA COMPANHIA


Semana retrasada eu estava quieto no meu suntuoso retiro em Xangri La, quando trina meu celular:
- oi sogrão, quêque tu tá fazeendo?
- to lendo Also sprach Zaratustra, um troço de sacanagem
- sogrão, acabo de vir de Paris com dois capitosos vinhos, tô fazendo uma mimidinha, salta pra cá!
Moro a 50 metros da casa da minha filha e dele.
Lá chegando , lareira acesa, fomos metendo o vinho.Me deu uma euforia só semelhante à que senti em l965, no carnaval de santa Cruz, eu tinha passado no  vestibular da UFRGS e cheirei um lencinho de lança perfume que uma guria me deu. Os efeitos nefastos persistem em mim  , prova disso é estar metido no agronegócio.
Lá pelas tantas meu genro lasca:
- a Milene não pode me acompanhar para uma temporada de esqui em San Martin de los Andes, mas me deixou ir, desde que tu vás também.
- mas eu não sei esquiar
- fica andando a cavalo, tomando vinho, lendo, caminha de raquetes.
- tá. reserva um hotel bom.
No outro dia minha filha pagou o pacote e me mandou a conta para eu depositar a minha parte.
Já sob o efeito da água mineral e do chimarrão, fui olhar na internet o  que havia para eu fazer lá na neve dos Andes.
Nada, só esquiar ou ficar lendo, comendo e bebendo o tempo todo.
Abri a carreira e dei de presente ao meu genro o pacote, para ele dar a quem quisesse.
Filosofia:  é brabo comprar no vinho  e pagar na água mineral.