sexta-feira, 5 de julho de 2019

CRÔNICA DO JURISTA E TEÓLOGO ROGOWSKI

Ainda bem que hodiernamente se têm consciência acerca da contribuição que os africanos deram ao Brasil, mas olvida-se a questão indígena, máxime, em nosso Estado (RS), cuja história é riquíssima com a epopeia dos  Charruas, Minuanos e Guenoas.
Certa feita solicitei a um candidato quando em campanha para vereador em Porto Alegre, que visitasse um alojamento indígena no bairro Vila Nova, zona sul, e ali constatasse a penúria em que eles vivem, produzindo algum artesanato vendido nos semáforos por crianças que, um pouco vendem, outro tanto pedem esmolas.
O candidato desatendeu minha sugestão e não se elegeu, ninguém mais quer assumir uma bandeira de luta, compromisso com uma causa meritória e autêntica, miram somente em seus projetos pessoais, por isso, tanta rejeição do povo à classe política.
E pensar que através da educação ministrada pelos jesuítas floresceram os sete povos das missões com um nível cultural muito acima do dito "homem civilizado".
Grandes artistas da música, pintura, escultura se revelaram em meio aos indígenas, bem como, aflorou-lhes um senso de empreendedorismo comunitário, obviamente, tudo ensinado pelos Padres, daí a ideia da criação e comércio de mulas, transporte de cargas, produção da erva mate para abastecer o Estado e os países platinos.
Talvez os Padres só olvidaram uma coisa, as advertências bíblicas, "vigiai e orai", "orai sem cessar", pois, sempre me pareceu que grandes projetos nascidos do coração de Deus para abençoar milhares de pessoas logo são atacados pelo maligno e acabam malogrando, não raro de maneira trágica, com muita violência e derramamento de sangue como aconteceu na Guerra Guaranítica (1750 - 1756) com  o massacre dos índios.
Uma das mais instigantes teses científicas da atualidade, os "campos mórficos", proposta pelo cientista inglês Rupert Sheldrake, segundo a qual os campos mórficos são estruturas que armazenam informações (têm memória) e  se estendem no espaço-tempo, portanto, não me espantaria se o que visses foi de fato uma "assombração", ou seja, uma "gravação", um registro dimensional no espaço-tempo, porém, o que me assombra e assusta de verdade,  é o descaso com a história e a questão indígena gaúcha.