quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O OUTRO LADO DAS VIAGENS


Toda vez que viajo estranho minha imersão compulsória em três situações: no check in no aeroporto; no avião antes da partida e , já no hotel, na hora do café da manhã.Nesses momentos a gente vê coisas para lá de estranhas ao nosso dia a dia.Câmeras em mim, com foco num banco do aeroporto.
Meu Deus o que é um Aeroporto às 5 da manhã! É visível que algumas pessoas caíram da cama e saíram, em desabalada carreira, sem trocar de roupa e, por conseguinte, sem banho, em direção ao aeroporto. Claro que, como é da filosofia brasileira, os pontuais são relegados ao inferno e os retardatários e relapsos têm preferência. Os alto falantes gritam desesperados pelos tardinheiros. Os passageiros já no avião, esperando que os atrasados  embarquem, o que pune  e atinge os “ certinhos”.
Mas voltemos ao portão de embarque. Todo mundo sabe que não pode levar consigo faca, tesoura etc. Pronto, pára a fila. A moça passa no detector que dá o alarme. Mais um incidente que poderia ter sido evitado.
Todo mundo sentadinho no avião e antes  de ele começar a corrida para alçar vôo  o senhor Jones, que ficou uma hora no saguão, só agora sentiu vontade de ir ao banheiro.
Na viagem,  muitas pessoas  , na falta de espelhos para mirar suas  maravilhosas e incomparáveis belezas, usam esse aparelho vital para o prosseguimento da vida, o celular, para suas indispensáveis selfies, pena de sofrerem uma apoplexia. E dê-lhe selfies, com direito a mil caras e bocas, sorrisos congelados que chegam às raias da idiotice.Fico matutando: para que e para quem tantas fotos?
O avião está pousando e o comandante implora que todos fiquem sentados até ele estacionar. Nada feito , mesmo o pessoal sabendo que não há como  subir ao pódio e ser o primeiro a sair do avião. Em seguida a correria para ser  primeiro a pegar sua mala.Na saída  muitos vão certificando, em altos berros, ao celular,que amam seus interlocutores, comentam como foi o  dia anterior, para que todos nós saibamos de sua  inefável e indispensável história.
Já no local de recolhimento das bagagens, erram de esteira e se desesperam por não localizarem sua mala. Claro que não tiveram  o dificílimo tirocínio de saberem o número de seu vôo e em qual esteira está.
Corta para o refeitório do hotel.
As portas dos elevadores se abrem e dezenas de famintos, que provavelmente há 30 dias não se alimentam, irrompem qual um arroio durante a enchente e vão em busca de uma mesa. Se atracam no buffet enchendo o prato até cerca de 30 centímetros, para deixar quase tudo intocado ao final.
Por que estranho isso?Será que meus pais erraram na minha educação?