Nós que dividimos a
existência numa região de colonização germânica presenciamos uma série de
preconceitos para com estes importantes imigrantes, não raras vezes, observamos
a expressão encalorada de “aquele colono grosso “ ou então “alemão grosso “,
foi assim que nos criamos ouvindo estes termos que tinham como objetivo formar
uma opinião preconceituosa sem a devida razão lógica.
Mas, também haviam algumas expressões que partiam do outro lado,
alimentados pelos costumes de rotular as pessoas sem a devida convivência, sendo
comum as expressões utilizadas de “pelo duro“ , “brasileiro da capoeira” e
também comentários e questionamentos muito comuns de que esse ou aquele era ou
não de “origem” ( alemã ), neste último, como que se formulasse algum
pré-requisito, ou não, de raça pura “ariana “assim nós de certa forma fomos
educados erroneamente, mas estes preconceitos não se limitavam somente a raça,
mas aos crédulos, e outras formas de segmentação, hoje parece que se
desmistificou um pouco estes costumes, é muito comum afro-descendentes
consorciando-se com loiras de olhos azuis e vice versa, há cinqüenta anos atrás
seriam excomungados da família.
Um caso, que me recordo agora, foi o destino trágico do Dr. Von
Ortenberg, primeiro médico do Hospital Santa Cruz, que veio de forma voluntária
a nossa terra, para dedicar-se a profissão naqueles difíceis tempos do inicio
do século passado; exerceu sua tarefa, depois voltou para Alemanha a fim de
servir ao exército na primeira guerra, depois retornou ao Brasil, para dar
continuidade a sua missão, foi quando já na segunda guerra, sofreu aqui
perseguições de descendentes que nutriam afinidades com o regime Nazista, ao
ponto de no centro do episódio viajar para sua pátria de origem e ser preso
juntamente com seus familiares pela Gestapo ainda no porto de destino, acabou
separado de seus íntimos e designado mais tarde a médico particular do Kaiser
II ( imperador que antecedeu o regime imposto ); vejam como o fanatismo a
intolerância geram diferenças entre os membros de uma mesma raça, queira reconhecermos
ou não somos todos de alguma forma, gênero ou grau somos preconceituosos sim,
devemos nos disciplinar para não dissimilar estes sentimentos de forma
consciente junto aqueles que convivemos !!!
Abraços - Élvio