Escrevam aí. Está cada dia mais caro manter uma fazenda de cria, ou recria, ou terminação ou todas as fases. Como é justo e certo, temos que remunerar condignamente nossos empregados; temos que recolher os encargos sociais. Cada vez menos pessoas se dispõem a trabalhar no campo. Por isso temos que lhes dar muito conforto , facilitar sua vida, proporcionar cursos e os engajar em parcerias conosco.
E isso custa dinheiro.
Vejam o que me mandou um amigo da Bayer, MatheusTassotti
Baixa oferta de
bovinos mantém arroba valorizada
Mercado do bezerro desvalorizou na última semana, mas o
patamar está 27,3% superior ao mesmo período de 2013
Frigoríficos
relatam dificuldade para adquirir novos lotes, principalmente pelo baixo volume
de animais disponíveis
A oferta
restrita de animais para abate segue sustentando as cotações da arroba. O
Indicador Esalq/BM&FBovespa (estado de São Paulo) do boi gordo fechou a R$
130,87 nessa quarta, dia 8, alta de 0,97% sobre a quarta anterior. Segundo
pesquisadores do Centro de Estudos Avanaçados em Economia Aplicada (Cepea),
frigoríficos continuam relatando dificuldade para adquirir novos lotes, dado o
baixo volume de animais disponíveis para comercialização no spot.
Nesse
cenário, as escalas de abate têm se mantido encurtadas. No mercado atacadista
da carne com osso da Grande São Paulo, houve valorização para as carcaças
casadas bovina e de vaca no período.
No mercado
de bezerro, o Indicador Esalq/BM&FBovespa (animal nelore, de 8 a 12 meses,
Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 1.052,88 no dia 8, baixa de 0,4% em sete dias.
Apesar da queda, o atual patamar supera em expressivos 27,3% o de um ano atrás.
CEPEA
A oferta global de carne bovina vive um período de aperto. A maior
parte das regiões produtoras e exportadoras do mundo já experimentam
disponibilidade restrita de bovinos para abate e a expectativa é de que o
aperto persista no restante de 2014 e entrando em 2015, segundo relatório
trimestral do banco holandês Rabobank. “A demanda do consumidor e sua
disposição para pagar estão sendo testadas mais do que nunca”, afirma o
relatório.
De acordo com o banco, produtores de carne bovina em alguns
países, como Estados Unidos, Brasil e Nova Zelândia, têm obtido preços recordes
num cenário de oferta restrita e de demanda internacional forte. Mas as margens
de processamento nessas regiões devem ficar sob pressão uma vez que há
competição por matéria-prima. A boa notícia, avalia o Rabobank, é que no
primeiro semestre deste ano – e também no terceiro trimestre – a demanda do
consumidor parece não ter mostrado sinais de desaceleração, ajudando a manter
as margens firmes.
O relatório destaca alguns mercados, como o Brasil, os EUA e a Austrália. Em
relação ao Brasil, a avaliação é de que as exportações de carne bovina do país
devem continuar a crescer nesta segunda metade do ano com a reabertura do
mercado da China, mercado que esteve fechado ao produto nacional por conta de
um caso atípico da doença da “vaca louca” registrado no Paraná em 2012. Além
disso, observa o relatório, as sanções da Rússia às importações de carne de
União Europeia, Estados Unidos e Austrália devem sustentar um aumento nas
exportações de carne bovina do Brasil.
Mas, ressalta o banco, o embargo russo aos EUA e à Austrália – uma
resposta a sanções impostas por conta do conflito na Ucrânia – deve ter impacto
mínimo nos embarques desses dois países, uma vez que suas exportações para
Rússia já vinham caindo em anos recentes, reflexo do aumento das dificuldades
para comercializar com Moscou.
Ao mesmo tempo em que traça um cenário favorável para as
exportações brasileiras de carne bovina, o banco holandês avalia que os
consumidores brasileiros – pressionados pela inflação persistente – devem
resistir a altas de preços, substituindo a carne bovina por outras proteínas.
Do lado da oferta, a expectativa do Rabobank é de que a produção
ganhe força nos próximos meses no Brasil, uma vez que o gado bovino colocado em
confinamento no inverno estará disponível para abate. Segundo o relatório, o
confinamento deve atingir novos recordes em número de cabeças este ano,
sustentado pela queda dos preços dos grãos usados na ração animal nos últimos
meses. Mesmo assim a expectativa é de que os preços do boi sigam firmes no
curto prazo e alcancem novos recordes por conta da demanda internacional forte.
Na Austrália, o abate total de bovinos excedeu 8 milhões de
cabeças em 2013/14, depois de já ter alcançado essa marca um ano antes, relata
o banco holandês. Grande parte desses animais eram fêmeas. Conforme o
relatório, esta é a primeira vez em 35 anos que o país registrou dois anos
consecutivos de abate acima de 8 milhões de cabeças. “Isso terá um impacto
profundo na oferta e no rebanho no longo prazo (…) Com as exportações recordes
da Austrália desde 2013, importadores irão certamente sentir o aperto quando a
oferta de carne bovina do país começar a diminuir”.
Pelo que escrevem os analistas do Rabobank, a seca deve continuar
a ser uma preocupação na Austrália. As atuais previsões climáticas indicam
tempo mais seco do que o normal no período de setembro a novembro para partes
do sudeste do país. Em outras regiões, as chances de clima mais seco do que o
normal nesse período são parecidas. Diante disso, não há expectativa de
recomposição do rebanho em larga escala.
Nos EUA, a expectativa é de que a oferta de boi gordo no quarto
trimestre e no primeiro trimestre de 2015 seja apertada, como mostram os dados
de confinamento, que recuaram nos últimos cinco meses. Assim, a expectativa é
de que os níveis recordes de preços continuem, embora a magnitude dos aumentos
deva ser inferior às de 2014, segundo o banco.