segunda-feira, 31 de outubro de 2022
OS PENSAMENTOS SÃO LIVRES
( Die Gedanken sind frei).
Me perdoem.Para Presidente votei no menos pior. Que chatice essa briga entre amigos, parentes , mil suspeitas.
Bolsonaro foi muito ladino. Há quatro anos, quando de sua posse, mostrava-se insatisfeito por não ter conseguido entrar no primeiro turno. Debitou a culpa às urnas, que não seriam confiáveis.
Bolsonaro tomou , para sua exclusividade, a bandeira nacional.Os adversários acabaram não fazendo um contraponto simples: colocar as bandeiras também, talvez com os números de sua grei.
Bolsonaro arrebanhou para si a maioria do rebanho dos pastores pentecostais. Sempre invocando o nome de Deus.
Lula sofreu percalços enormes, como sua prisão.
Nitidamente a idade o pegou.
Mas algo seu deu certo. Ligou-se com a direita.
No que tange a candidatos do Governo Estadual, são vinhos da mesma pipa.
Sou amigo de ambos.
quinta-feira, 20 de outubro de 2022
É MUITO GRITO E POUCA LÃ
Esse adágio é muito conhecido na Campanha. É quando se separa um porco para o carnear. Conforme o caso o coitado, prevendo o que lhe vai acontecer, desanda a gritar antes de o punhal cumprir seu papel. Quero crer que hoje em dia, haja um jeito menos cruel no abate de suínos. Por sinal, nunca tive chiqueiros na fazenda. Quando tinha vontade de comer carne suína, ia ao supermercado: era mais barato do que os peões estarem às voltas com a pocilga.
Com a ovelha é diferente. Ela fica resignada, sua jugular é cortada e tem uma partida serena ao céus dos animais. Sem fazer alarde.
Quando da tosa, a lã é tirada do corpo do animal, com todo cuidado, para não o ferir. Ele não dá nem um pio.
Conclui-se que não adianta o suíno gritar.
Isso serve para nós humanos.
Gritar para que? Por que discutir? Tem razão o que grita mais alto?
Que fiasco, em alguns palcos, sejam quais forem: num tribunal, na televisão, no futebol.
É uma gritaria que pretende travestir-se de razão.
Acontece um acidente na estrada. Dois carros se batem, mas não houve mortos nem feridos. Inobstante saem os dois de seus respectivos veículos e começam a discutir em altos brados. Ao invés de tentarem um acordo com calma, sacam de suas armas. Os dois perdem.
Nosso povo está visivelmente dividido. Claro que dos dois lados há pessoas sérias e crentes de que está com a razão seu preferido. A maioria das pessoas se acalma, cuida do seu linguajar, procura não discutir em via pública, comparece às urnas respeitosamente, seja qual o candidato em quem quer votar.
Terminada a eleição, entra em cena a “vendetta”, com degola dos adversários.
“Vae victis”, como se lê nos brocardos latinos: “ai dos vencidos”. Sim, desde muitas eras impera esse brocardo cruel.
“Vae victis é uma expressão latina que significa "Ai dos vencidos"], ou mais analiticamente, "triste sorte aquela reservada aos derrotados", pois os derrotados em batalha estão inteiramente entregues à misericórdia dos seus conquistadores e não devem esperar ou pedir leniência.”
Daí porque o nosso sistema dá a alguns funcionários públicos, aos Promotores, aos Magistrados, enfim, a aqueles que devem ser protegidos dos que ululam como lobos.
Pena que alguns pretendentes aos altos postos da administração pública não tenham o mínimo dos conhecimentos de milenares regras.
A começar pela boa educação.
Que saudade dos tempos em que as pessoas podiam divergir de maneira cortês.
terça-feira, 11 de outubro de 2022
COMPRANDO OS VOTOS
TGCORRUPÇAOELEITORAL
TITO GUARNIERE
COMPRANDO OS VOTOS
Não me lembro de ter testemunhado uma eleição presidencial como esta , onde rola tanta corrupção. Trata-se de uma série inesgotável de pirotecnias que violam as leis – ao vivo, em cores, anunciadas sem pudor aos quatro ventos. Pior : fora uma ou outra reação, aqui e ali, tudo parece ocorrer dentro da normalidade.
Como todo mundo está cansado de saber, a Constituição Federal e as leis eleitorais não permitem certas práticas nos meses que antecedem a eleição. A mais notória dessas normas proíbe a distribuição de benefícios à população por parte de governos e mesmo de empresas e pessoas físicas – nenhum bem material ou favor pode ser usado como moeda de troca para o voto.
Poucas regras são mais sábias e justas como esta, pois do contrário os detentores das chaves do tesouro poderiam direcionar os recursos públicos para o partido, as candidaturas de sua escolha e preferência. No caso de reeleição é ainda mais grave: o governante pode criar programas e distribuir benesses – uma forma de comprar votos - com dinheiro do Estado em favor de sua própria candidatura.
É o que está acontecendo, não na calada da noite, mas na claridade do dia. Foi assim como as medidas tomadas para baixar o preço da gasolina, a menos de três meses da data da eleição! Foi assim com o Auxílio-Brasil, que só pôde ser implantado porque se deu durante um suposto "estado de emergência", velhacaria inventada pelo governo e pelo Congresso Nacional do Centrão.
Está sendo finalizado agora, entre o primeiro e o segundo turno, um reforço de última hora, para o plano de Bolsonaro de vencer a eleição: uma nova rodada de favores, mercês, mimos, benesses, como parcela extra do Auxílio-Brasil(13º), do Auxílio-Taxista no valor de R$ 1 mil reais, perdão de dívidas da Caixa, e antecipação de benefícios a caminhoneiros e outras categorias.
As leis eleitorais e de Responsabilidade Fiscal foram arrombadas por Bolsonaro e pelos seus aliados do Centrão no Congresso. Foi dinheiro público que garantiu a Bolsonaro a votação que teve no primeiro turno. O que está em curso agora é um novo rombo, calculado em R$ 15 bilhões de reais a mais, antes de 30 de outubro, a data de eleição.
Essas práticas, jamais antes cogitadas por nenhum governante anterior a Bolsonaro – Sarney, Itamar, FHC. Lula, Dilma e Temer, que tinham lá seus defeitos, mas conheciam a moderação e o decoro - agora vieram com tudo, se estabeleceram.
O bolsonarismo, de tanto bater na tecla de que o TSE persegue Bolsonaro, fez prevalecer a versão fantasiosa. Assim, "ad latere", pode perpetrar à vontade as maiores barbaridades, as mais graves ofensas às leis atinentes, como o Código Eleitoral e a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Desse modo, e à vista de todos, a eleição vem sendo literalmente comprada por Bolsonaro e os seus aliados. O pleito está totalmente desequilibrado. Estamos diante de um assalto – cuja ousadia não tem limite – capaz de inverter o rumo da vontade popular nas urnas e consumar o maior estelionato eleitoral que este país já sofreu ao longo de sua história.
Não tem como acabar bem.
titoguarniere@terra.com.br
quinta-feira, 6 de outubro de 2022
MINHA TEMPORÃ AFEIÇÃO PELOS CAVALOS.
Vou falar de amenidades. Sem o stress das eleições.
Aos 47 anos eu estava relativamente satisfeito. Morava sozinho em Porto Alegre, fui promovido para o cargo de Desembargador, filhos encaminhados. Não pensava em convolar novas núpcias. Estava bom assim.
Em breve voltaria a advogar em Porto Alegre.
Sucede que, como já falei aqui, certa noite fui ao aniversário de uma colega bem jovem. Fui acompanhado de um colega.
Fomos os dois ao Rose Place, um lugar muito bem frequentado. Minha colega veio acompanhada de seu namorado e junto estava uma jovem loirinha, que recém assumira seu cargo no Tribunal de Justiça.
Tocou uma música romântica e a convidei para dançar. Disse-me que era natural de Santiago e seu pai era um médio fazendeiro e bancário.
Eu fora juiz de direito na Comarca de Santiago e é claro que não poderia ter conhecido a moça naquela época.
Ela era solteira, fomos nos encontrando e conversando, até que iniciamos um namoro. Fui me apresentar para seus pais, que me receberam muito bem.
A partir daí passamos a viver juntos e eu, como já disse, não tinha muita noção do agro.
Nessa altura eu já era advogado de novo e nossas idas a Santiago eram frequentes. Por isso compramos uma casa em Santiago.
Certo dia o pai da Maristela me perguntou se eu não queria comprar uma gleba de campo. Fui ver e me apaixonei. Como a advocacia ia de vento em popa comecei a comprar novas glebas contíguas. Os campos eram bem baratos e o gado bom tinha valor.
Achei que seria uma boa comprar mais e mais campo contíguo, inclusive do meu agora sogro.
Com calma fui aprendendo as lidas campesinas, sempre ajudado pela Maristela que acabou sendo eleita a Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ile de France por dois anos.
Com muito cuidado acabei aprendendo a montar a cavalo, coisa com a qual nunca tinha sonhado.
Em homenagem aos meus dois “cavalos de patrão”, que só eu montava, fiz os versos abaixo:
“Iahaha, lá vem meu dono/ me pegar para camperear /ligeirito vou para a forma/ para ele me encilhar/ uma escova de início/ e um pouquito amanunciar/ esses são os artifício/ de um tranquilo cavalgar.
Sou cavalo de patrão/ quieto deixo ele montar/ só saio quando ele manda/ faço tudo para agradar/ vou desviando das quebradas, dos mio-mios e caraguatás/ não me assusto mais com nada, nem assombrações e boitatás.
E assim levo ele faceiro/ recorrendo as invernadas/ contando vacas e terneiros/ e curando as “abichadas”/ essa é a minha sina/ ser cavalo de patrão/ outro destino não quero/ que morrer neste meu chão.
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