RUDOLF GENRO GESSINGER
https://www.gaz.com.br/distracoes/
No
mês de junho do ano corrente, resolvi dar o passo para uma atitude que
precisava tomar: desativar temporariamente minha conta no Instagram.
Eu
já havia ficado fora dessa rede social no começo da pandemia, medida que
aumentou minha produtividade, diminuiu minha aflição com as notícias e me
poupou de ver publicações repetidas de gente mandando ficar em casa.
Novamente,
percebo bons reflexos no meu cotidiano. Meus dias se tornaram mais longos, pois
deixei de gastar no mínimo uma hora e meia vendo “reels” que meus amigos
mandavam ou acompanhando os “stories” de quem me incluiu como amigo próximo.
O
Instagram, como o caro leitor deve saber, possui uma ferramenta que computa o
tempo gasto com o aplicativo funcionando em uma semana, o que fornece dados
para calcular a média diária de uso.
Semana
passada, pedi para ver o tempo gasto no Instagram de uma prima minha de 21 anos,
solteira, e que cursa graduação em Agronomia. A média diária dela foi de
impressionantes seis horas e meia.
Ainda
que minha prima siga páginas que fornecem conteúdo da área de estudo dela, sem
dúvida foi gasto uma barbaridade de tempo em distrações. Isso porque os
algoritmos fazem o Instagram exibir conteúdos relacionados aos interesses do
usuário, exatamente para prender a atenção.
Ao
longo de uma semana, portanto, é possível que minha prima tenha passado mais da
metade de seu tempo acordada exposta à nociva luz azul das telas. Afora que a
quantidade excessiva de estímulos provavelmente tenha cobrado seu preço na
concentração e assertividade nas tarefas diárias dela.
Não
à toa, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDHA), ansiedade e
depressão têm, progressivamente, fragilizado a saúde mental de pessoas da
geração Z.
Notei
que nesses dois meses e meio fora do Instagram, estive mais disposto ao longo
dos dias, organizei melhor minhas tarefas e fiz todas as refeições com mais
calma.
Afinal,
ainda resisto à insistência de alguns amigos para que eu volte à dita rede
social para que me mandem seus memes. Contudo, preciso de mais umas semanas de
foco nos estudos, no trabalho e nos descansos do meu corpo e da minha mente
para que produtividade e saúde andem de mãos dadas.
Em
abril do ano passado, fiquei um mês sem beber nenhum gole de bebida alcoólica e
escrevi a respeito aqui nesse espaço, em texto intitulado Abril Seco.
Assim
como, naquela oportunidade, sugeri ao leitor que experimentasse separar um mês
do ano para não beber, hoje recomendo que fique um período fora do Instagram ou
de outra rede social que traga distrações. Garanto que faz muito bem!