RUDOLF GENRO GESSINGER
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau usou em um julgamento colegiado uma célebre e cirúrgica frase sobre a hermenêutica jurídica: “a Constituição não se interpreta em tiras”.
De forma ampla, o que ele quis dizer é que o Direito não se
interpreta a partir de textos isolados, mas a partir de uma leitura sistemática
que considere as interfaces das disposições legais espalhadas no Ordenamento
Jurídico, no topo do qual reina a Constituição da República.
Atualmente, a mais diferencial
das habilidades é conectar conhecimentos: saber como cruzar as informações.
O
Google nos traz quantas tiras de informação quisermos. Ninguém mais compra
enciclopédias físicas, pois se tornaram obsoletas e incapazes de reter em suas
páginas as crescentes fronteiras do conhecimento humano.
Cinco anos atrás, vivíamos o período de isolamento social que
a pandemia do COVID-19 impôs. O jeito de fazer amizades quem sabe não tenha
mudado, mas a forma de cultivá-las sem dúvida não é mais a mesma.
Amizades exigem tempo, disponibilidade e pressupõe confiança.
A pandemia nos ensinou a selecionar melhor como e com quem investimos nosso
tempo, bem precioso que não para, não espera e não avisa quando vai acabar.
Especialmente
entre os mais idosos, a plasticidade de construir novas relações ficou reduzida
pelo distanciamento físico entre as pessoas por mais de um ano. Outra barreira
que se ergueu nesse período foi o excesso de uso de celular, que gera prejuízos
cognitivos ainda maiores nos idosos do que nas crianças.
Amigos
são a família que podemos escolher e, portanto, é indispensável que separemos
algum tempo para conversar, ouvir de forma ativa e compartilhar experiências.
A propósito, o antigo
Direito Grego conceituava família como o conjunto de pessoas que come na mesma
mesa e que se aquece com o mesmo fogo. Atualmente, uma visão necessariamente
mais plural das relações sociais propõe, inclusive, uma mudança de nomenclatura
da ciência que estuda e regula as questões familiares para Direito das
Famílias.
No seio da minha
família, alterno com minha mãe a posição de churrasqueiro da casa.
Cada peça de carne
possui seu ponto de cocção, de forma que a forma de corte e a quantidade de
fogo diz quase tudo sobre o método de preparo do churrasco.
Quanto ao fogo, o que
assa a carne não é a lavareda e sim o braseiro. Recomendo que seja iniciado o
fogo uns 15 ou 20 minutos antes de espetar a carne ou coloca-la acima da
grelha.
Também aconselho não
economizar em lenha ou carvão, pois se ganha em tempo de preparo e em
suculência da carne.