Palavras do des. Eliseu Torres:
Há anos minha mulher e eu só vamos para
Atlantida após o reveillon. Tudo porque uma de nossas York enlouquece com os
fogos. Essa necessidade de extravasar alegria e despedir-se de um ciclo que
apenas muda de numero, é coisa de chinelão.
--------
Imagens que se repetem a cada ano.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
CONFITEOR ( Uma confissão)
Dizem os entendidos que todos temos muitas maldades represadas em nosso íntimo. Não sei se tu, caro leitor, estás nesse caso.
Eu me confesso extremamente cruel.
E, como a confissão, ao que dizem, nos libera do fogo do inferno, abro meu coração.
Seguinte ( pigarro).
As dondocas e os dondocos vão para a praia para se bronzear, pegar uma cor . Ficam como aquelas galinhas de televisão de cachorro, rodando e rodando num espeto.
Quedam-se horas e horas, sob o sol, clamando por um carcinoma basocelular na bunda, nas virilhas, no nariz, nos mamilos.
Sem o sol essa gente entra em colapso. Tem claustrofobia uma vez isolados dentro de suas casas e o pior, tendo que aturar cônjuge e filhos.
Neste momento desaba uma chuva forte e fria, gélida, sobre Xangri La.
Meu coração se alvoroça com o balanço dos galhos , com os borrifos das gotas sobre as vidraças.
E, que maldade, com o desespero dos adoradores do sol, impotentes, tiritando com suas sunguinhas imprestáveis.
Chove mais, chove mais! rezo eu com um rosário bento em Roma e a bíblia em alemão gótico nas mãos.
Não pára, não pára!!!.
Merecerei eu perdão no dia do Juizo Final?
APESAR DE TUDO, QUERO CRER QUE TUDO ESTÁ MELHORANDO
Aquilo que me horrorizava, no Natal e na véspera dele, este ano não aconteceu em Xangri La.
Fogos. Se houve, não ouvi.
Ví, com muita alegria, carros argentinos e uruguaios em Atlântida e Xangri La. Finalmente as pessoas de bom gosto abandonam as falsas quimeras de praias onde não há infraestrutura e só confusão, para balneários bem estruturados. Como é nosso caso.
E o tal do mar de chocolate faz anos que não aparece.
Além do que para nadar e se banhar existem as piscinas. Mar é para nas praias caminhar e praticar esportes.
Dizem que os fogos estão mermando por causa da crise.
Não.
Discordo.
São as novas gerações de brasileiros, cada dia mais classudos.
E isso não tem a ver nada com dinheiro.
Hoje ví um cartaz no Supermercado Avenida: cachorrinhos pedindo que não soltemos fogos.
Convém acrescer idosos, bebês, pássaros, gente fina, pobres e ricos.
Faz pouco tempo todo mundo fumava em lugares fechados, todos bebiam e dirigiam. Hoje isso não ocorre mais.
Nosso RGS e o Brasil tem futuro, sim!
Que 2017 surja em silêncio, paz, sem os espaçosos.
Fogos. Se houve, não ouvi.
Ví, com muita alegria, carros argentinos e uruguaios em Atlântida e Xangri La. Finalmente as pessoas de bom gosto abandonam as falsas quimeras de praias onde não há infraestrutura e só confusão, para balneários bem estruturados. Como é nosso caso.
E o tal do mar de chocolate faz anos que não aparece.
Além do que para nadar e se banhar existem as piscinas. Mar é para nas praias caminhar e praticar esportes.
Dizem que os fogos estão mermando por causa da crise.
Não.
Discordo.
São as novas gerações de brasileiros, cada dia mais classudos.
E isso não tem a ver nada com dinheiro.
Hoje ví um cartaz no Supermercado Avenida: cachorrinhos pedindo que não soltemos fogos.
Convém acrescer idosos, bebês, pássaros, gente fina, pobres e ricos.
Faz pouco tempo todo mundo fumava em lugares fechados, todos bebiam e dirigiam. Hoje isso não ocorre mais.
Nosso RGS e o Brasil tem futuro, sim!
Que 2017 surja em silêncio, paz, sem os espaçosos.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
ULTIMO PAMPA DEBATES DO ANO VAI AO AR SEXTA-FEIRA, DIA 30
O programa já foi gravado no estúdios da Rede Pampa em Atlântida, Xangri La, vai ao ar, como sempre, às 17,45.
Tive a honra de ser convidado e participei ativamente.
Vale a pena ficar atento.
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
IBIS - REPERCUSSÕES MUNDO AFORA
DR. FRANKLIN CUNHA
DES. GUINTHER SPODE
GUILHERME S. VILLELA
Se não der Paris, aceito Passo de los Libres – lá está cheio de times “na terceirona correntina”, mas tem bons vinhos Catena. Villela.
...............................................................................
DR EDUARDO PICCOLI
Aceito também a nomeação para Termas del Arapey. O hotel Altos del Arapey já está convencido a ceder o campo de golf para os treinos do Íbis.
.........................................................................................
DES. ELISEU GOMES TORRES
De minha parte, pode providenciar na nomeação. Adoro Atenas. Vou tentar sediar o consulado ao pé da Acrópole. Pode ser que os sábios que ali pontificaram nos inspirem para continuar nossa senda de derrotas. Abraços e ótimo fim de Natal. Eliseu
.....................................................
Acabo de receber a seguinte mensagem:
“ Honorévole Signore Ruy Gessinger
Tuta Roma, tuto il Calcio d ´Itália siamo in festa per
sapere che suo amigo Franklin Cunha, devra esser il Consul Generale del gran
club IBIS in nostro paese . Incluso nostro caríssimo Papa Francisco,
invitará su club favorito San Lorenzo de Almagro, dopo de la benedición
sacra a le due delegacione, a fare uma partita de cálcio en la gran Piazza del
Vaticano.
Mile grazie par su gran pensiero.
Secretário Generale de la Federazione de Calcio D ´Itália
....................................................
DES. GUINTHER SPODE
Ruy
Mal circulou nos meios esportivos locais a notícia a
respeito da minha representação consular do Ibis em Berlim e os contatos não
cessam.
Todas as equipes da Bundesliga, e mais uma centena de
outras, convidam o Ibis para um torneio ou, pelo menos para um jogo na
Alemanha, com todas as despesas livre e mais uma gorda cota por jogo que varia
de 100 até 250 mil Euros.
Saudações esportivas.
.........................................
GUILHERME S. VILLELA
Se não der Paris, aceito Passo de los Libres – lá está cheio de times “na terceirona correntina”, mas tem bons vinhos Catena. Villela.
...............................................................................
DR EDUARDO PICCOLI
Aceito também a nomeação para Termas del Arapey. O hotel Altos del Arapey já está convencido a ceder o campo de golf para os treinos do Íbis.
.........................................................................................
DES. ELISEU GOMES TORRES
De minha parte, pode providenciar na nomeação. Adoro Atenas. Vou tentar sediar o consulado ao pé da Acrópole. Pode ser que os sábios que ali pontificaram nos inspirem para continuar nossa senda de derrotas. Abraços e ótimo fim de Natal. Eliseu
.....................................................
domingo, 25 de dezembro de 2016
CRESCEM AS CANDIDATURAS PARA CÔNSULES DO IBIS
É incrível a repercussão da minha post anterior.
Eis a relação provisória dos candidatos, que serão avaliados pela alta direção do clube.
Paris - Guilherme Socias Vilela
Ibiza - Luiz Augusto Beck
Vladivostok: Jorge Loeffler
Punta del Este - Nestor Hein
Ottawa - Rogério Mendelski
Santiago-RS - Eva Müller
Baden Baden - Armando Gessinger
Roma - Franklin Cunha
Ilhas Seichelles - José Prévidi
Mônaco - Paulo Sérgio Pinto
Brasília - sem candidato
Berlin - Guinther Spode
Atenas - Eliseu Gomes Torres
Para mais pré-inscrições, favor enviar mail para este órgão da imprensa
PAPAI NOEL EXISTE - GANHEI A CAMISETA QUE TANTO QUERIA
Semanas atrás postei matéria dizendo ser inevitável a queda do Inter para a segunda Divisão.E que passaria a torcer pelo IBIS. Como ele não ganha de ninguém, eu ficaria feliz, pois de antemão saberia os resultados.
Não é que Rudolf e Maristela falaram com Papai Noel e deu certo?
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
O FASCINIO DOS HUMANOS PELAS TERMAS
É impressionante: desde tempos imemoriais o homem adora banhar-se em termas construídas das mais diversas formas.
Temos as gregas, as romanas ( Diocleciano, Trajano, Caracala). Na Alemanha muitas, dentre as quais se destaca Baden Baden.
No nosso Brasilzão, são os rios e açudes, mais as praias de mar.
E o progresso trouxe um avanço que eu aprecio demais: as piscinas em nossas casas de moradia. Não custam tão caro assim. No meu caso, a minha é aquecida, para no inverno poder ficar relaxando com a água a 33 graus.
A piscina evita o barulhão e os espaçosos dos espaços públicos ( trocadilho infame).
A piscina aproxima os membros da família: crianças, adolescentes e adultos.
Voltamos a ser brincalhões. Ninguém é triste dentro de uma terma.
Não têm piscina? tome banho de mangueira com seus afetos ou monte uma de lona mesmo.
Finalizo com essa foto de minha eterna mãezinha, que adorava ficar horas dentro da água.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
DA INEFÁVEL RELAÇÃO ENTRE CÃES E HUMANOS
É impressionante como os cães, que estão num estágio mais avançado que os humanos em matéria de logística de comunicação, são amáveis com quem eles acham que merecem.
Prometi presentear Rudolf e Maristela com uma fêmea, filhote, boxer. Escolhi uma de pelo " brasino, " rectius", tigrada.
Tem 45 dias e chorou muito nas primeiras noites. Mas, com carinho e jeito, ela se adaptou, está explorando os recônditos do pátio, não comete imprudências, é voraz na alimentação, denota instintos guerreiros e de caçadora nas brincadeiras.
Mas o que eu queria dizer é que ela, acima de tudo e todos, adora meu filho.
As fotos falam por si.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
ANTE REPERCUSSÃO, VÃO MAIS ALGUMAS FOTOS DAS CASAS DOS MEUS AVÓS EM BOA VISTA, INTERIOR DE SANTA CRUZ
Muita gente me mandou mails e mensagens sugerindo que eu adquira as casas dos meus avós , tanto paternos como maternos, as recupere e transforme em centros culturais, lá onde se situam em Boa Vista, interior de Santa Cruz.
Sedutoras idéias.
Vão mais algumas fotos.
As duas primeiras da avó materna; as demais do avô Rudolf.
Sedutoras idéias.
Vão mais algumas fotos.
As duas primeiras da avó materna; as demais do avô Rudolf.
CRÔNICAS REAIS DE NATAL, MAS QUE SOAM IRREAIS HOJE
Meu pai era comerciante. Seu armazém ficava na rua Thomas Flores, 876. Nossa casa, no número 864, ao lado. Em Santa Cruz.
O Natal, naquela época, era dia 25 de dezembro.
Dia 24 era um dia como qualquer outro, de trabalho.
Dia 24, portanto, eu ajudava meu pai, que era representante da Coca-Cola para Santa Cruz, a carregar a Dodge com engradados e os levar aos restaurantes e clubes.
Dia 24 de noite era como qualquer outro: antes da janta todos ajoelhados em torno da mesa, para rezar o terço. Um pouco em alemão e um pouco em português. Janta normal: arroz, feijão e carne.
Dia 25, sim, era Natal. Acordávamos cedo para olhar, junto ao pinheirinho, o que o Papai Noel havia trazido. Era um só presente para cada filho. Nada mais.
Depois, as maravilhosas missas na catedral, a duas quadras de nossa casa. Eu era coroinha e, naquele tempo, as missas eram rezadas em Latim.
Voltávamos da missa e embarcávamos para Boa Vista, a 17 kms de santa Cruz, onde moravam nossos avós.
Minha mãe e minhas irmãs desembarcavam onde morava a vó Bertha Etges.
Eu seguia com meu pai mais um quilômetro, onde morava meu avô Rudolf Gessinger e minha avó Rosa Klafke .
Na vó Bertha havia cachorros, arma de caça, vacas, cavalos.
No vô Rudolf: taças de cristal, piano, cítara, violinos.
Por que minha mãe não seguia com meu pai para a casa do vô Rudolf?
Aguarde o próximo capítulo.
Nas fotos, o que sobrou a casa do vô Rudolf e, na última, da vó Bertha.
O Natal, naquela época, era dia 25 de dezembro.
Dia 24 era um dia como qualquer outro, de trabalho.
Dia 24, portanto, eu ajudava meu pai, que era representante da Coca-Cola para Santa Cruz, a carregar a Dodge com engradados e os levar aos restaurantes e clubes.
Dia 24 de noite era como qualquer outro: antes da janta todos ajoelhados em torno da mesa, para rezar o terço. Um pouco em alemão e um pouco em português. Janta normal: arroz, feijão e carne.
Dia 25, sim, era Natal. Acordávamos cedo para olhar, junto ao pinheirinho, o que o Papai Noel havia trazido. Era um só presente para cada filho. Nada mais.
Depois, as maravilhosas missas na catedral, a duas quadras de nossa casa. Eu era coroinha e, naquele tempo, as missas eram rezadas em Latim.
Voltávamos da missa e embarcávamos para Boa Vista, a 17 kms de santa Cruz, onde moravam nossos avós.
Minha mãe e minhas irmãs desembarcavam onde morava a vó Bertha Etges.
Eu seguia com meu pai mais um quilômetro, onde morava meu avô Rudolf Gessinger e minha avó Rosa Klafke .
Na vó Bertha havia cachorros, arma de caça, vacas, cavalos.
No vô Rudolf: taças de cristal, piano, cítara, violinos.
Por que minha mãe não seguia com meu pai para a casa do vô Rudolf?
Aguarde o próximo capítulo.
Nas fotos, o que sobrou a casa do vô Rudolf e, na última, da vó Bertha.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
OS " IDOSOS" - COMENTÁRIOS
ROSANE DE OLIVEIRA - RBS
Onde eu assino? Aqui eu vivo num embate permanente com os jovens que insistem em tratar as pessoas com mais de 60 anos como idosas (às vezes aplicam até em quem tem menos). Acho desnecessário. Por que não dizer apenas um homem de 82 anos ou uma mulher de 77 anos?
Enfim, essa causa é minha também, porque estou chegando perto e não quero ser tratada como uma pessoa com limitações daqui a quatro anos.
----
Franklin Cunha - escritor, médico, membro da Academia Rio-Grandense de Letras
E eu com 83
onde fico? Se me deixarem na zaga, ainda dou conta.
................
ASTOR WARTCHOW
Advogado, articulista em vários jornais e revistas
Belo assunto.. confesso que já bati boca com muito gente bonita de tênis, bermuda, cabelos pintados...todos joviais, saltitantes, inclusive senhoras lindas e arrumadíssimas...todos com mais de sessenta, mas, que, com certeza, saltariam dos tamancos se alguém lhes chamasse de idoso ou velho ....ou seja, esta fila, ainda que legal para todos acima de 60, é para necessitados, parcialmente inválidos ou comprometidos com alguma demanda...etc....mas aí vigora o oportunismo...imagina aquela filas longa de lotéricas....
astor wartchow
(60, mas com corpinho de 40..hehe)
................
Belo assunto.. confesso que já bati boca com muito gente bonita de tênis, bermuda, cabelos pintados...todos joviais, saltitantes, inclusive senhoras lindas e arrumadíssimas...todos com mais de sessenta, mas, que, com certeza, saltariam dos tamancos se alguém lhes chamasse de idoso ou velho ....ou seja, esta fila, ainda que legal para todos acima de 60, é para necessitados, parcialmente inválidos ou comprometidos com alguma demanda...etc....mas aí vigora o oportunismo...imagina aquela filas longa de lotéricas....
astor wartchow
(60, mas com corpinho de 40..hehe)
JORGE LOEFFLER
temos leis em excesso e educação mínima. Refiro-me à educação que se trás do berço. Se estiver em um ônibus confortavelmente sentado embora com meus setenta e dois anos e aparecer, por exemplo, à minha frente uma mulher em avançado estado de gravidez cedo meu lugar a ela.
O Editor
--------------------------
DES. RAMON VON BERG
Hoje pela manhã (após sustentação
oral de ontem no TJ)
fiz uma sessão de musculação e,
após, uma hora de tênis
com professor e treino de "tiro
ao alvo" (saque em alvo).
Isso que completei hoje 78 (um
gurização perto de vocês, né ?)
Eu só me revolto quando vejo um
verdadeiro "rambinho" se
infiltrando, sorrateiro, na fila do
caixa destinado - aí sim - aos
"idosos'!
Só complementando:
quando vejo outro atleta
estacionando em local destinado
a deficientes eu logo fico com
vontade de esclarecer ao
dito cujo: é só prá deficiente
FÍSICO, NÃO MENTAL. Ok?
----------------
DES. ELISEU GOMES TORRES
Aos 82, ainda hesito em me antecipar aos Jovens que estão na fila. Mas tens razão : essa lei foi aprovada
em tempos em que a expectativa de vida era bem menor.
PREFERÊNCIAS AOS " IDOSOS"
Leio no prestigioso Espaço Vital do meu amigo Birnfeld que o STJ resolveu o seguinte:
Terão preferência os advogados com necessidades especiais, as gestantes e as lactantes, enquanto durar o período de amamentação. A regra vale também para advogadas que adotaram ou que deram à luz dentro do prazo de 120 dias. Os idosos com idade igual ou superior a sessenta anos têm também prioridade.
Tudo muito lindo, belo e edificante. Palmas.
Mas, aos 60 anos ser considerado idoso?
Estou com 70, não tomo remédios ( rectius, tomo sim: vinho e champs).
Jogo tênis, tanto de simples como duplas. Só o futebol, esse ingrato, me largou mesmo.
Se eu tivesse 58 anos e um de sessenta anos, em plena forma, me passasse à frente, acho que não iria gostar.
O que eu penso é que seria de bom alvitre os de mais de sessenta que ainda estiverem inteiros, abram mão da prerrogativa e a deixem para quem, realmente, precisa.
É bom a gente conservar a jovialidade e não tomar o lugar dos mais jovens na " mão grande" ou no coitadismo.
Repito: não sou contra essas vantagens por causa da idade. Mas rotular , hoje, a pessoa com sessenta anos de idoso, daí já é quase deprimente.
Terão preferência os advogados com necessidades especiais, as gestantes e as lactantes, enquanto durar o período de amamentação. A regra vale também para advogadas que adotaram ou que deram à luz dentro do prazo de 120 dias. Os idosos com idade igual ou superior a sessenta anos têm também prioridade.
Tudo muito lindo, belo e edificante. Palmas.
Mas, aos 60 anos ser considerado idoso?
Estou com 70, não tomo remédios ( rectius, tomo sim: vinho e champs).
Jogo tênis, tanto de simples como duplas. Só o futebol, esse ingrato, me largou mesmo.
Se eu tivesse 58 anos e um de sessenta anos, em plena forma, me passasse à frente, acho que não iria gostar.
O que eu penso é que seria de bom alvitre os de mais de sessenta que ainda estiverem inteiros, abram mão da prerrogativa e a deixem para quem, realmente, precisa.
É bom a gente conservar a jovialidade e não tomar o lugar dos mais jovens na " mão grande" ou no coitadismo.
Repito: não sou contra essas vantagens por causa da idade. Mas rotular , hoje, a pessoa com sessenta anos de idoso, daí já é quase deprimente.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
PARA REFLEXÃO DE MEUS QUERIDOS LEITORES
O Valioso Tempo dos Maduros - Mário de Andrade
Contei meus anos
e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente
do que já vivi até agora.
e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente
do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas
percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos
inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias
que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário-geral do coral.
“As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.”
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de secretário-geral do coral.
“As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.”
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços,
não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade.
muito humana; que sabe rir de seus tropeços,
não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
o essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
o essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
UM POUCO DE LIRISMO COM HERMANN HESSE
Degraus – Hermann Hesse
Assim como a flor murcha e
a juventude cede à velhice,
também cada degrau da vida floresce.
A sabedoria e a virtude, a seu tempo
florescem e não podem durar eternamente.
A cada apelo da vida deve o coração
estar pronto para despedir-se e começar de novo,
para, resoluto e sem aflições, em novas relações encontrar guarida.
a juventude cede à velhice,
também cada degrau da vida floresce.
A sabedoria e a virtude, a seu tempo
florescem e não podem durar eternamente.
A cada apelo da vida deve o coração
estar pronto para despedir-se e começar de novo,
para, resoluto e sem aflições, em novas relações encontrar guarida.
Em cada inicio reside um encanto que nos
Protege e nos ajuda a viver.
Protege e nos ajuda a viver.
Serenos devemos transpor espaço após espaço,
sem que nenhum nos prenda como a Heimat;
O espírito universal não quer nos acorrentar e limitar.
Mas de degrau em degrau elevar-nos e nos ampliar.
Mal nos habituamos à intimidade de um círculo de vida, ameaça-nos o torpor;
Somente quem estiver pronto para partir e parte
Se furtará à paralisia dos hábitos.
Talvez mesmo a hora da morte
Nos lance, novamente, para novos espaços,
O apelo da Vida em nós nunca findará ...
Vamos, coração, despede-te e te cura!
Stufen
- Hermann Hesse
Wie jede
Blüte welkt und jede Jugend
Dem Alter weicht, blüht jede Lebensstufe,
Blüht jede Weisheit auch und jede Tugend
Zu ihrer Zeit und darf nicht ewig dauern.
Es muss das Herz bei jedem Lebensrufe
Bereit zum Abschied sein und Neubeginne,
Um sich in Tapferkeit und ohne Trauern
In andre, neue Bindungen zu geben.
Und jedem Anfang wohnt ein Zauber inne,
Der uns beschützt und der uns hilft, zu leben.
Dem Alter weicht, blüht jede Lebensstufe,
Blüht jede Weisheit auch und jede Tugend
Zu ihrer Zeit und darf nicht ewig dauern.
Es muss das Herz bei jedem Lebensrufe
Bereit zum Abschied sein und Neubeginne,
Um sich in Tapferkeit und ohne Trauern
In andre, neue Bindungen zu geben.
Und jedem Anfang wohnt ein Zauber inne,
Der uns beschützt und der uns hilft, zu leben.
Wir
sollen heiter Raum um Raum durchschreiten,
An keinem wie an einer Heimat hängen,
Der Weltgeist will nicht fesseln uns und engen,
Er will uns Stuf' um Stufe heben, weiten.
Kaum sind wir heimisch einem Lebenskreise
Und traulich eingewohnt, so droht Erschlaffen,
Nur wer bereit zu Aufbruch ist und Reise,
Mag lähmender Gewöhnung sich entraffen.
An keinem wie an einer Heimat hängen,
Der Weltgeist will nicht fesseln uns und engen,
Er will uns Stuf' um Stufe heben, weiten.
Kaum sind wir heimisch einem Lebenskreise
Und traulich eingewohnt, so droht Erschlaffen,
Nur wer bereit zu Aufbruch ist und Reise,
Mag lähmender Gewöhnung sich entraffen.
Es wird
vielleicht auch noch die Todesstunde
Uns neuen Räumen jung entgegen senden,
Des Lebens Ruf an uns wird niemals enden...
Wohlan denn, Herz, nimm Abschied und gesunde!
Uns neuen Räumen jung entgegen senden,
Des Lebens Ruf an uns wird niemals enden...
Wohlan denn, Herz, nimm Abschied und gesunde!
----------------
( Tradução da professora doutora Lissi Bender)
domingo, 11 de dezembro de 2016
BRASIL: O QUE FAZER ANTE TANTA NOTÍCIA PÉSSIMA ?
Renovar os mandatos eletivos? votar em branco? votar nulo?
Dar mais poder aos Municípios? ( onde também acontecem falcatruas sem fim, em muitos)?
Pensei muito sobre o assunto. Diminuir o número de deputados?
--------
Comerciais, por favor, não saia daí.
-----------------
Você sabia que não é preciso tirar todo o seu sangue para saber se tem AIDS? ou sofre de diabetes?
Por incrível que pareça, bastam uma gota ou duas. Elas mostram como está todo nosso tecido.
---------------
Conclusão: passam anos, decênios, séculos e o Brasil sempre piora.
A mudança deve começar por nós mesmos.
Um povo correto gera correção.
Um povo de maioria ética, gera ética.
-------------
Sempre repito: num condomínio de pessoas sérias, é necessária, vital, essencial, uma convenção?
Uma Constituição com um quaquilhão de artigos como a nossa, valeu alguma coisa?
O povo tem que mudar.
Nós temos que mudar.
Dar mais poder aos Municípios? ( onde também acontecem falcatruas sem fim, em muitos)?
Pensei muito sobre o assunto. Diminuir o número de deputados?
--------
Comerciais, por favor, não saia daí.
-----------------
Você sabia que não é preciso tirar todo o seu sangue para saber se tem AIDS? ou sofre de diabetes?
Por incrível que pareça, bastam uma gota ou duas. Elas mostram como está todo nosso tecido.
---------------
Conclusão: passam anos, decênios, séculos e o Brasil sempre piora.
A mudança deve começar por nós mesmos.
Um povo correto gera correção.
Um povo de maioria ética, gera ética.
-------------
Sempre repito: num condomínio de pessoas sérias, é necessária, vital, essencial, uma convenção?
Uma Constituição com um quaquilhão de artigos como a nossa, valeu alguma coisa?
O povo tem que mudar.
Nós temos que mudar.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
O GENIAL LENIO STRECK
São preciosas suas observações. O Lenio é ferino e culto.
Vão, para ser mais fácil, no blog do Loeffler, que reproduz artigaço dele
http://praiadexangrila.com.br/
ou vão pesquisar no Google.
Ele não dá folga e é incisivo.
Tenho, porém, um porém.
Nosso povo lê pouco, pensa pouco e é louco por um efeito manada. Nosso povo e até os do Trump.
Se se quiser atingir a mente dos face-bookeiros, dos urradores inocentes, há que se ser bem didático, quase desenhando.
E sintético.
Só pode ser sintético quem conhece.
Poucos têm paciência para quem é prolixo.
E quem não é lido, não é lembrado.
Vão, para ser mais fácil, no blog do Loeffler, que reproduz artigaço dele
http://praiadexangrila.com.br/
ou vão pesquisar no Google.
Ele não dá folga e é incisivo.
Tenho, porém, um porém.
Nosso povo lê pouco, pensa pouco e é louco por um efeito manada. Nosso povo e até os do Trump.
Se se quiser atingir a mente dos face-bookeiros, dos urradores inocentes, há que se ser bem didático, quase desenhando.
E sintético.
Só pode ser sintético quem conhece.
Poucos têm paciência para quem é prolixo.
E quem não é lido, não é lembrado.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
O JULGAMENTO DE HOJE NO STF
Assisti a todo seu desenrolar, do começo ao fim.
Sempre achei que o juiz tem de ser cerimonioso e portar-se com as devidas galas e liturgias do cargo.
O Ministro Marco Aurélio é de uma mente brilhante , mas creio que até ele se convenceu de que a maioria teve melhor razão que ele.
O STF hoje está sendo presidido por uma mulher sábia, discreta, mas firme como uma rocha.
O decano Celso Mello é de uma classe, de um preparo, de uma elegância inexcedíveis.
Foi ele o segundo a votar, após o relator. Didático, sereno, não adentrou muito nas tropelias de Renan, no que fez bem. É o caso que estava sendo julgado, não se Renan cometeu algum ilícito ao não receber a intimação.
Juiz não pode ter raiva;deve, o quanto seu temperamento pessoal permita, ser infenso a simpatias ou antipatias.
E, principalmente, não se dobrar a urros populistas.
O STF deixou claro que Renan não pode substituir, eventualmente, o Presidente. Só isso.
O resto é tudo por conta do Senado.
O julgamento de hoje foi ético e estético.
Não gostou?
queria que os Ministros fossem vingativos e arrogantes?
Sempre achei que o juiz tem de ser cerimonioso e portar-se com as devidas galas e liturgias do cargo.
O Ministro Marco Aurélio é de uma mente brilhante , mas creio que até ele se convenceu de que a maioria teve melhor razão que ele.
O STF hoje está sendo presidido por uma mulher sábia, discreta, mas firme como uma rocha.
O decano Celso Mello é de uma classe, de um preparo, de uma elegância inexcedíveis.
Foi ele o segundo a votar, após o relator. Didático, sereno, não adentrou muito nas tropelias de Renan, no que fez bem. É o caso que estava sendo julgado, não se Renan cometeu algum ilícito ao não receber a intimação.
Juiz não pode ter raiva;deve, o quanto seu temperamento pessoal permita, ser infenso a simpatias ou antipatias.
E, principalmente, não se dobrar a urros populistas.
O STF deixou claro que Renan não pode substituir, eventualmente, o Presidente. Só isso.
O resto é tudo por conta do Senado.
O julgamento de hoje foi ético e estético.
Não gostou?
queria que os Ministros fossem vingativos e arrogantes?
A INCRÍVEL VALENTIA DOS PASSARINHOS
Estava eu ontem , após o almoço, refestelado numa poltrona, ouvindo Mahler, quando pios insistentes de passarinhos me chamaram a atenção.
Fiquei na minha pensando que era alguma saturnália que os bichinhos estavam preparando.
Mas aumentava o alarido, como se me estivessem chamando.
Olhei pela janela e o que vi?
Uma serpente sendo " toureada" pelos passarinhos, que se revezavam dando rasantes nela ou ficando a perigosa distância.Peguei meu celular e consegui tirar umas precárias fotos.
Achei de melhor alvitre que os passarinhos não bancassem os heróis e que a cobra fosse para outras paragens. Peguei uma vassoura e a imobilizei. Peguei-a com a mão logo atrás da cabeça e a soltei num gramado baldio aqui na frente.
Quem sou eu para quebrar a cadeia de bichos, mesmo sendo uma cobra?
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
TEXTO DENSO E INQUIETANTE DE UM PENSADOR LONGE DEMAIS DAS CAPITAIS
ADVOGADO JÚLIO CÉSAR DE LIMA PRATES
Contatos com o Escritório Prates: Telefones: 55.99680.7407 /
55.9901.0414 / 55.98123.5945 (atendimento somente com hora previamente marcada).
Whatsapp: 55.99680.7407 E-mail: oab.rs.advogadoprates@gmail.com
Facebook - Júlio César de Lima Prates
Páginas
terça-feira, dezembro
06, 2016
Quem
limita o Direito: origens e deformações
A tradição aristotélica
ocidental forjou um pensamento essencialmente mecânico, dentro de uma
esquematização em que tudo precisa ter um enquadramento lógico formal. Lógica
dialética é um bicho de sete cabeças.
É claro, não existe preparo para entender o pensamento dialético, com suas contradições, teses, sínteses e antíteses.
Ademais, esse pensamento é avesso a qualquer crítica, a concordância acrítica é questão essencial para o entendimento do juízo formulatório do raciocínio. Só a partir daí entenderemos os sofismas, os paralogismos e os aporemas.
Dias atrás, participei com um debate com o pessoal da fundação Ulysses Guimarães, que, erroneamente, apresentavam o marxismo como método.
Disse então ao Márcio (que esteve aqui em Santiago ministrando cursos) que o marxismo não era método e que Marx criou seu próprio método, o materialismo dialético. Karl Marx pegou de Hegel a dialética, e desprezou o idealismo, e, de Feuerbach, o materialismo, criando assim o Método denominado Materialismo Dialético, que alguns também chamam de materialismo histórico.
O pessoal da Fundação me perguntou então como seria aplicado o Método. É simples. Em tudo, tudo que envolve as leis da constante mudança, tudo muda e nada fica como está. O próprio Leandro Konder sustentou que um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio, porque na segunda vez, nem ele e nem o rio seriam o mesmo. Da mesma forma, a dialética não opera com fragmentos (como fazem os juízes e promotores), a dialética opera com o todo e decorre daí que nada é fechado, definitivo, acabado e absoluto. Tudo é suscetível de mudança.
Pessoalmente, dou pouca importância ao estruturalismo ou ao funcionalismo. Embora, o exemplo de Florestan Fernandes, ao propor um método para estudar uma tribo indígena, isolada na floresta, deveria ser uma fusão da dialética (com suas leis próprias e totalizantes, dentro do enfoque hegeliano) pari passu com o estruturalismo. Pois algo esta dentro, fechado em si mesmo (a tribo), derivando-se daí a fusão desses dois métodos. Aceitável.
A importância de um método, como a dialética, na desconstrução de linhas discursivas é essencial. Por isso, a dialética é profundamente irritante, os mecanicistas do Direito, por exemplo, não suportam o raciocínio dialético. Não sem razão, Carlos Astradas definiu a dialética como "sementes de dragão". A dialética inquieta os conservadores de direita e de esquerda.
Roberto Lyra Filho, ao lançar as bases da Teoria Dialética do Direito, contrapondo-se ao jusnaturalismo e ao positivismo, as principais vertentes epistemológicas do Direitos, lançou, no Brasil, as bases do direito alternativo, juntamente com Luiz Alberto Warat, Wolkmer, Agostinho Ramalho Marques Neto e a própria Marilena Chauí, que não é advogada, é filósofa.
Esse movimento teve um lado bom, mas trouxe o caos embutido em si mesmo. Até por ser dialético, mas os juízes não sabem operar com a dialética, são dialéticos e não sabem. A questão é simples. Lyra Filho, saudoso Professor da UNB, PHD em Direito, sem querer criou um monstro tentacular em cima do privilégio do justo e do fato social em detrimento da norma.
O que era para ser um prato fino e requintado, virou num angu de farinha de trigo sem tempero. Juízes tem formação mecanicista, são herdeiros de Althusser e Marta Harneker. Porém, sendo mecanicistas, sem saberem, aplicam a dialética.
Está instalado o caos. Quando alguém que conhece Métodos, que sabe o que é Dialética e que sabe apontar as linhas mecânicas na interpretação discursiva das construções sentenciais, tudo vira um caos.
Eu digo isso porque li o manifesto de alguns juízes e desembargadores gaúchos, um documento interno, mas que correu entre toda a comunidade acadêmica gaúcha, onde fica explícito a falta de horizontes acadêmicos acerca do debate sobre o conceito de ideologia. Fiquei com a séria impressão que o autor do manifesto não conhece bem os conceitos e a polêmica mundial que existe em torno destes, do contrário, bastaria balizar o entendimento conceitual (ou dizer: usamos o conceito ideológico no sentido marxista da expressão ou usamos o conceito ideológico no sentido gramsciano). No caso, é óbvio que só cabia o conceito de Chauí e de Marx, foi esse o rumo indicado por Roberto Lyra Filho, seja no livro O QUE É DIREITO ou KARL MEU AMIGO, DIÁLOGO COM MARX SOBRE DIREITO.
Marilena Chauí, a musa da nova escola jurídica, que dá origem ao movimento do direito alternativo, com Roberto Lyra Filho, escreveu um livro "O QUE É IDEOLOGIA", onde ela praticamente reproduz o conceito de Marx, de A Ideologia Alemã. Para ela, ideologia é dominação e afirma que é um contrasenso falar em ideologia dos dominados, vez que ideologia pressupõe dominação.
Na contramão, mas bem na contramão, o grande teórico italiano Antônio Gramsci, sustentou que todas as manifestações, na arte, literatura, pintura, escultura, dança, música ... são ideológicas, independente de serem produzidas pelas classes dominadas ou dominantes. Imagino que o conceito de Gramsci (me parece que é Concepção Dialética da História) se aproxima muito do conceito de ideia de Hegel, li isso na Pequena Enciclopédia Hegeliana.
Tempos atrás, não faz muito, recebi em meu escritório, aqui no SHOPPING, a visita do grande teórico Doutor em Ciência Política Marcelo Duarte, que me trouxe de presente, um livro em francês, História da Filosofia. Me lembrei do Marcelo agora, justamente por Hegel. Curiosa ilação. A esposa de Marcelo é juíza de direito, se não me engano em Caçapava do Sul.
Formular um raciocínio, partindo de uma premissa absoluta, vicia qualquer debate e contamina qualquer argumentação. Como ninguém parte para o debate, construção ou desconstrução de raciocínios, sem antes estabelecer suas premissas, o debate será sempre viciado ... para não falar mais duramente: frustrado.
O direito se restringe a codificações. Kelsen, para os juízes a quo do Rio Grande do Sul, seria um lunático. Os cursos de Direito não focam nas ciências sociais e sua amplitude. Por exemplo, antropologia é um dos ramos das ciências sociais. Outro dia eu estava numa audiência de família e precisava questionar uma psicóloga arrolada com testemunha pela MP. Aí, levantei a questão da formulação do ego na criança a partir das teorias de epistemologia infantil de Jean Piaget. Puxa, eu estava no exercício de minhas prerrogativas legais e constitucionais e precisava questionar a testemunha, era meu dever e meu direito. Só que a juíza se perturbou profundamente com isso.
Da mesma forma, se os cursos de Direito não privilegiam o estudo de sociologia, filosofia, ciência política, antropologia, lógica, psicologia, semiologia, epistemologia, psicanálise e psiquiatria, nem falo em anti-psiquiatria, a Escola de Magistratura também é falha, porque restrigem o Direito a decoreba de códigos.
Quem conhece um pouco de ciências sociais e sabe usar um Método, e vai advogar, podem escrever: este está fadado ao insucesso, de ser encarado como complicador ... até como lunático e louco. Eles repulsam o que não sabem e não entendem, sem perceber que quem restringe o direito são eles próprios e suas próprias limitações.
Outro dia, tive que rir. Estava numa cidade da região. E uma autoridade me disse que Dialética era a arte de bem racionar ou construir um discurso. Na mesma hora notei a pobreza. Sabe ela o que é polissemia e que uma expressão assume vários significados. Dialética, nos conceitos de língua portuguesa é uma coisa. Agora, nas ciências sociais, é parte de um Método (por favor, não confundam Método com Metodologia). Esse erro demonstra bem o tamanho da limitação acadêmica e teórica que grassa no Rio Grande do Sul e revela bem que os cursos de ciências sociais e jurídicas nada ensinam sobre ciências sociais. Tratam apenas das ciências jurídicas, aliás, que eu até tenho dúvida se é ciência ou ideologia. Uma CLT, um CC ou um CPC é claramente ideologia e não ciência.
É claro, se formos adentrar na psicanálise, na semiologia, nas construções discursivas com Pechet e Althusser, ou filosofia jurídica com um amplo campo especulativo aberto, aí - sim - poderemos falar em ciências.
Por fim, eu gostaria de encontrar alguém com luzes nessa cegueira jurídica institucional que me afirmasse: mas, Júlio, estás errado. Tudo é ideológico.
Aí eu sorriria feliz. Pois finalmente teria achado alguém fora da cegueira e sem as viseiras dos códigos.
É claro, não existe preparo para entender o pensamento dialético, com suas contradições, teses, sínteses e antíteses.
Ademais, esse pensamento é avesso a qualquer crítica, a concordância acrítica é questão essencial para o entendimento do juízo formulatório do raciocínio. Só a partir daí entenderemos os sofismas, os paralogismos e os aporemas.
Dias atrás, participei com um debate com o pessoal da fundação Ulysses Guimarães, que, erroneamente, apresentavam o marxismo como método.
Disse então ao Márcio (que esteve aqui em Santiago ministrando cursos) que o marxismo não era método e que Marx criou seu próprio método, o materialismo dialético. Karl Marx pegou de Hegel a dialética, e desprezou o idealismo, e, de Feuerbach, o materialismo, criando assim o Método denominado Materialismo Dialético, que alguns também chamam de materialismo histórico.
O pessoal da Fundação me perguntou então como seria aplicado o Método. É simples. Em tudo, tudo que envolve as leis da constante mudança, tudo muda e nada fica como está. O próprio Leandro Konder sustentou que um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio, porque na segunda vez, nem ele e nem o rio seriam o mesmo. Da mesma forma, a dialética não opera com fragmentos (como fazem os juízes e promotores), a dialética opera com o todo e decorre daí que nada é fechado, definitivo, acabado e absoluto. Tudo é suscetível de mudança.
Pessoalmente, dou pouca importância ao estruturalismo ou ao funcionalismo. Embora, o exemplo de Florestan Fernandes, ao propor um método para estudar uma tribo indígena, isolada na floresta, deveria ser uma fusão da dialética (com suas leis próprias e totalizantes, dentro do enfoque hegeliano) pari passu com o estruturalismo. Pois algo esta dentro, fechado em si mesmo (a tribo), derivando-se daí a fusão desses dois métodos. Aceitável.
A importância de um método, como a dialética, na desconstrução de linhas discursivas é essencial. Por isso, a dialética é profundamente irritante, os mecanicistas do Direito, por exemplo, não suportam o raciocínio dialético. Não sem razão, Carlos Astradas definiu a dialética como "sementes de dragão". A dialética inquieta os conservadores de direita e de esquerda.
Roberto Lyra Filho, ao lançar as bases da Teoria Dialética do Direito, contrapondo-se ao jusnaturalismo e ao positivismo, as principais vertentes epistemológicas do Direitos, lançou, no Brasil, as bases do direito alternativo, juntamente com Luiz Alberto Warat, Wolkmer, Agostinho Ramalho Marques Neto e a própria Marilena Chauí, que não é advogada, é filósofa.
Esse movimento teve um lado bom, mas trouxe o caos embutido em si mesmo. Até por ser dialético, mas os juízes não sabem operar com a dialética, são dialéticos e não sabem. A questão é simples. Lyra Filho, saudoso Professor da UNB, PHD em Direito, sem querer criou um monstro tentacular em cima do privilégio do justo e do fato social em detrimento da norma.
O que era para ser um prato fino e requintado, virou num angu de farinha de trigo sem tempero. Juízes tem formação mecanicista, são herdeiros de Althusser e Marta Harneker. Porém, sendo mecanicistas, sem saberem, aplicam a dialética.
Está instalado o caos. Quando alguém que conhece Métodos, que sabe o que é Dialética e que sabe apontar as linhas mecânicas na interpretação discursiva das construções sentenciais, tudo vira um caos.
Eu digo isso porque li o manifesto de alguns juízes e desembargadores gaúchos, um documento interno, mas que correu entre toda a comunidade acadêmica gaúcha, onde fica explícito a falta de horizontes acadêmicos acerca do debate sobre o conceito de ideologia. Fiquei com a séria impressão que o autor do manifesto não conhece bem os conceitos e a polêmica mundial que existe em torno destes, do contrário, bastaria balizar o entendimento conceitual (ou dizer: usamos o conceito ideológico no sentido marxista da expressão ou usamos o conceito ideológico no sentido gramsciano). No caso, é óbvio que só cabia o conceito de Chauí e de Marx, foi esse o rumo indicado por Roberto Lyra Filho, seja no livro O QUE É DIREITO ou KARL MEU AMIGO, DIÁLOGO COM MARX SOBRE DIREITO.
Marilena Chauí, a musa da nova escola jurídica, que dá origem ao movimento do direito alternativo, com Roberto Lyra Filho, escreveu um livro "O QUE É IDEOLOGIA", onde ela praticamente reproduz o conceito de Marx, de A Ideologia Alemã. Para ela, ideologia é dominação e afirma que é um contrasenso falar em ideologia dos dominados, vez que ideologia pressupõe dominação.
Na contramão, mas bem na contramão, o grande teórico italiano Antônio Gramsci, sustentou que todas as manifestações, na arte, literatura, pintura, escultura, dança, música ... são ideológicas, independente de serem produzidas pelas classes dominadas ou dominantes. Imagino que o conceito de Gramsci (me parece que é Concepção Dialética da História) se aproxima muito do conceito de ideia de Hegel, li isso na Pequena Enciclopédia Hegeliana.
Tempos atrás, não faz muito, recebi em meu escritório, aqui no SHOPPING, a visita do grande teórico Doutor em Ciência Política Marcelo Duarte, que me trouxe de presente, um livro em francês, História da Filosofia. Me lembrei do Marcelo agora, justamente por Hegel. Curiosa ilação. A esposa de Marcelo é juíza de direito, se não me engano em Caçapava do Sul.
Formular um raciocínio, partindo de uma premissa absoluta, vicia qualquer debate e contamina qualquer argumentação. Como ninguém parte para o debate, construção ou desconstrução de raciocínios, sem antes estabelecer suas premissas, o debate será sempre viciado ... para não falar mais duramente: frustrado.
O direito se restringe a codificações. Kelsen, para os juízes a quo do Rio Grande do Sul, seria um lunático. Os cursos de Direito não focam nas ciências sociais e sua amplitude. Por exemplo, antropologia é um dos ramos das ciências sociais. Outro dia eu estava numa audiência de família e precisava questionar uma psicóloga arrolada com testemunha pela MP. Aí, levantei a questão da formulação do ego na criança a partir das teorias de epistemologia infantil de Jean Piaget. Puxa, eu estava no exercício de minhas prerrogativas legais e constitucionais e precisava questionar a testemunha, era meu dever e meu direito. Só que a juíza se perturbou profundamente com isso.
Da mesma forma, se os cursos de Direito não privilegiam o estudo de sociologia, filosofia, ciência política, antropologia, lógica, psicologia, semiologia, epistemologia, psicanálise e psiquiatria, nem falo em anti-psiquiatria, a Escola de Magistratura também é falha, porque restrigem o Direito a decoreba de códigos.
Quem conhece um pouco de ciências sociais e sabe usar um Método, e vai advogar, podem escrever: este está fadado ao insucesso, de ser encarado como complicador ... até como lunático e louco. Eles repulsam o que não sabem e não entendem, sem perceber que quem restringe o direito são eles próprios e suas próprias limitações.
Outro dia, tive que rir. Estava numa cidade da região. E uma autoridade me disse que Dialética era a arte de bem racionar ou construir um discurso. Na mesma hora notei a pobreza. Sabe ela o que é polissemia e que uma expressão assume vários significados. Dialética, nos conceitos de língua portuguesa é uma coisa. Agora, nas ciências sociais, é parte de um Método (por favor, não confundam Método com Metodologia). Esse erro demonstra bem o tamanho da limitação acadêmica e teórica que grassa no Rio Grande do Sul e revela bem que os cursos de ciências sociais e jurídicas nada ensinam sobre ciências sociais. Tratam apenas das ciências jurídicas, aliás, que eu até tenho dúvida se é ciência ou ideologia. Uma CLT, um CC ou um CPC é claramente ideologia e não ciência.
É claro, se formos adentrar na psicanálise, na semiologia, nas construções discursivas com Pechet e Althusser, ou filosofia jurídica com um amplo campo especulativo aberto, aí - sim - poderemos falar em ciências.
Por fim, eu gostaria de encontrar alguém com luzes nessa cegueira jurídica institucional que me afirmasse: mas, Júlio, estás errado. Tudo é ideológico.
Aí eu sorriria feliz. Pois finalmente teria achado alguém fora da cegueira e sem as viseiras dos códigos.
Assinar:
Postagens (Atom)