1-Eu tinha casa no Centro de Santiago. Bem defronte , uma parada de ônibus. As pessoas ficavam horas ao sol, em pé. Comprei um banco e o coloquei na calçada, encostado ao meu muro. Para minha surpresa as pessoas não se sentavam no banco.
Perguntei:
- puruquê vocês não sentam no banco?
- purque não é nosso....
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2- Para jogar tênis a gente compra um tubo que contém 3 bolinhas. Após algumas partidas elas se desgastam um pouco e, portanto, tem que abrir outro tubo, mesmo porque a partir dos 50 a gente não pode se comportar como se fosse pobre.
Detesto ficar juntando coisas que não usarei mais.
Quem poderia querer essas bolinhas usadas?
Ontem, aqui na praia, tive uma idéia: peguei 3 tubos DE BOLAS USADAS, coloquei na calçada na frente da minha casa. Em baixo dos tubos um bilhete: PODEM LEVAR.
Estava ouvindo Marlene Dietrich quando ouço baterem palmas.
Era uma jovem de seus 31 anos e 6 meses:
- posso levar um desses tubos pro meu nenê?
- claro, guria, tu não viu o bilhete?
- vi, porque o senhor o colocou?
- porque em santiago...
a guria levou o tubo como se fosse uma pepita de ouro.
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Minutos depois um guri de seus 16 anos de 400 espinhas apertou na campainha.
- Pronto!
- posso levar as bolinhas, senhor?
- o que está escrito no papel?
- é , mas o senhor não escreveu QUEM É QUE PODE LEVAR.
- Me ganhou. Pode levar.
- posso levar os dois tubos, eu tenho dois irmãos pequenos.
- pode.
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Será que as classes A e B estão ficando educadas como os pobres?
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respostas para ruy@gessinger.com.br
O remetente da que mais me agradar vai ganhar um tubo de bolas usadas, que mandarei por sedex ou um pelego feito lá na estância e curtido com leite e sal grosso.