quinta-feira, 5 de março de 2020

UMA CARTA VINDA DE SANTA ROSA - RS


Somando ao leitor Ivanhoé, e lendo seu post sobre o escasseamento das escritas por
"pouco mais ter a escrever ", acredito, claro, na sua possibilidade, que, abandonando o
imediatismo de comentar as 'atualidades', seria, nesse momento estival de pensamentos
desnutridos de rancores e outras intenções, um mote para releituras de momentos passados...

Essa "familiaridade", apesar das distâncias geográficas, é uma das 'cosas' buenas que
a informática nos propiciou, o que virtualmente dá direito de leitor a "cobranças", nesse
caso, de total apoio por este que vos escreve :):):)

Vendo um filme juvenil, de título "Todo Dia", a protagonista (Angourie Rice), ante a
despedida inevitável de sua alma gêmea, pede: "Deixe marcas"...

O jornalista Marconi, em entrevista ao Sr. Júlio Ribeiro, na "Rádio Press", disse que não
se lembrava da voz de seu Pai, instante em que é apresentado a um registro de arquivo de
gravação/entrevista...

Pesquiso um Zeca Blau, não temos mais que a foto de um 'roupeiro' no Blog de Rafael Nemitz,
em anúncio de venda anos atrás.

Em compensação, por exemplo, primordial o resgate que o Prévidi fez nas obras Personagens
do Centro
, e também o que o próprio editor da Revista Press vem fazendo no Valvulados.

Em algum de seus livros, Irvin D. Yalom, ao tratar de morte e eternidade, tece um raciocínio de
que a morte realmente acontece quando ninguém se lembrar mais do de cujus... (Testo isso às
vezes visitando algum campo santo, quando não há lápide, não se sabe mais quem era, quando
pereceu...). Ele segue, propalando que a eternidade dura enquanto durar a lembrança dos
terceiros em relação à pessoa desaparecida fisicamente.

Claro que cultuar ídolos pode nos levar a alguma frustração.

Apesar de os tempos atuais produzirem uma sensação de desimportância à memória,
tenho que ela é o único bem que ultrapassa gerações, nos permitindo voltar a lugares e
épocas não frequentados, pois "suas paredes não desmoronam".

É compreensível a demanda de seu "leitorado" cativo, e, nessas linhas carregadas de vírgulas,
registro minha estima e votos que o Sr. nos propicie mais sabedoria e Memórias!

Saudações,

Rafael Saratt Pereverzieff
Santa Rosa/RS